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Parede Torácica e Mediastino

Facilitada
anatomia
Licenciado para - Camila Bortolini Souza - 07501016607 - Protegido por Eduzz.com
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SUMÁRIO
1. Introdução .....................................................................3
2. Parede torácica ...........................................................4
3.Mediastino..................................................................29
Referências Bibliográficas ........................................36
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PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO


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1. INTRODUÇÃO O tórax é dividido em mediastino, que é a


cavidade central que abriga as vís- ceras
O tórax, ou parede torácica, é a parte torácicas (exceto os pulmões), e nas
do tronco situada entre o pescoço e o cavidades pulmonares direita e esquerda
abdome, que contém os principais (de cada lado do mediasti- no). A maior
órgãos dos sistemas respiratório e parte da cavidade torá- cica é ocupada
circulatório. É uma das regiões mais pelos pulmões, sendo o restante
dinâmicas do corpo, que altera seu ocupado pelo coração, va- sos e outras
volume a cada movimento respira- estruturas responsáveis pela condução
tório, aumentando durante a inspira- do ar e do sangue que entram e saem
ção e diminuindo na expiração, de- vido através dos pulmões (traqueia e
à contração e relaxamento dos brônquios).
músculos torácicos, abdominais e o
diafragma.

Figura 1: Parede torácica. Fonte: https://www.anatomiaonline.com/wp-content/uploads/2018/03/torax.jpg


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-As mamas também estão localiza- das evita fraturas em casos de choques e
na parede torácica, apesar de fa- zerem compressões externas, bem como
parte do sistema reprodutor. O termo permite que a caixa mude de formato
peito normalmente se refere à parte o a respiração.
superior do tronco, mais larga na parte A caixa torácica é composta por 12
superior por conta do cíngulo do pares de costelas e cartilagens cos-
membro superior/musculatura pei- toral tais, 12 vértebras torácicas (e seus
e escapular. As mamas ocupam a maior discos intervertebrais) e o esterno.
parte do peito das mulheres.
A parede torácica é formada pela cai-
xa torácica (esqueleto torácico), mús- Costelas, cartilagens e espaços
culos que se estendem até as cos- intercostais
telas, pele e músculos da superfície As costelas são ossos planos e cur-
anterolateral, que na parte posterior
vos, que formam a maior parte do
são estruturas englobadas como per-
esqueleto torácico. Existem três tipos
tencentes ao dorso.
de costelas, que podem ser classifi-
cadas em típicas e atípicas. As coste-
las verdadeiras, também chamadas
2. PAREDE TORÁCICA
de vertebrocostais, compreendem
Esqueleto Torácico as costelas de 1 a 7 e são fixadas no
esterno diretamente por suas cartila-
O esqueleto torácico forma a caixa to-
rácica, que protege as vísceras toráci- gens costais.
cas e alguns órgãos abdominais, re- As costelas falsas são a 8ª, 9ª e geral-
siste às pressões internas negativas mente a 10ª costelas, também cha-
geradas pela retração elástica dos madas de vertebrocondrais, têm suas
pulmões e pelos movimentos inspi- cartilagens unidas à cartilagem das
ratórios, além de proporcionar sus- costelas acima, ligando-se indireta-
tentação de peso e fixação para os mente ao esterno.
membros superiores e músculos do As costelas flutuantes correspondem
abdome, pescoço, dorso e músculos
à 11ª, 12ª e, em alguns casos, a 10ª
da respiração.
costela não têm conexão com o es-
Apesar da rigidez, o esqueleto torá- terno, terminando na musculatura ab-
cico também dispõe de certa flexibi- dominal posterior, sendo chamadas
lidade proporcionada por suas articu- de costelas livres ou vertebrais.
lações e pequena espessura, o que
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Figura 2: Esqueleto torácico – Vista anterior. Fonte:https://i. Figura 3: Esqueleto torácico – Vista poste- rior.
pinimg.com/originals/85/ff/f3/85fff3ad5341d499fa74f065f- Fonte:https://lh3.googleusercontent.com/
748d6e9.png proxy/GQow9bJZEGxhwRo5xDfn-nxQGE-
txH1OwM5OYJeQlzC7dXqHQy0-_8HGuXg-
fyoeHixj2hh7UAfczdSmos-Zp_37pN

As costelas típicas são constituídas face articular, que se liga ao proces-


pelas 3ª a 9ª costelas e são assim de- so transverso da vértebra corres-
nominadas por possuírem: pondente, e uma face não articular que
serve como local de fixação do
• Cabeça da costela: formato cunei-
ligamento costotransversário
forme, com duas faces articulares,
que se articulam uma com a vér- • Corpo da costela (diáfise): é fino,
tebra horizontal (de mesmo núme- plano e curvo, com curvatura mais
ro) e a outra com a vértebra acima acentuada no ângulo da costela, o
dela. Essas faces são separadas qual demarca o limite lateral de fi-
pela crista da cabeça da costela. xação nas costelas dos músculos
profundos do dorso. Na parte in-
• Colo da costela: porção que une a
terno, há ainda o sulco da costela,
cabeça da costela ao corpo no ní-
que serve de proteção para nervos
vel do tubérculo
e vasos intercostais.
• Tubérculo da costela: fica na jun-
ção do colo e do corpo, com uma
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Figura 4: Costela típica. Fonte: https://cienciasdeenfermagem.files.wordpress.com/2010/01/costela.jpg

Figura 5: Inserção das costelas nas vértebras torácicas e ligamentos costotransversários. Fonte: https://www.auladea-
natomia.com/artrologia/coluna11.jpg?x11964
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As costelas atípicas são as 1ª, 2ª, 10ª, 11ª possuem fixação direta e indepen-
e 12ª costelas e são chamadas assim dente ao esterno, enquanto da 8ª à 10ª
pois possuem características se articulam com as cartilagens costais
específicas: superiores a elas, formando uma
margem costal. A 11ª e a 12ª cartilagens
• 1ª costela: mais larga, com cor-
costais protegem as ex- tremidades
po quase horizontal, mais curta e anteriores dessas cos- telas e não se
mais curva das 7 costelas verda- fixam a nenhum osso ou cartilagem. E as
deiras. Como apenas se articula cartilagens da 1ª à 10ª costelas fixam a
com a vértebra T1, possui apenas parte anterior das costelas ao esterno, o
uma face articular em sua cabeça, que limita seu movimento, diferente da
e dois sulcos transversais para os parte posterior, que é capaz de girar ao
vasos subclávios. Entre esses sul- re- dor do eixo transversal da costela.
cos, há o tubérculo do músculo
Separando as costelas e as cartila-
escaleno anterior, fixação para o
gens costais, há os espaços intercos-
músculo de mesmo nome.
tais, que são nomeados de acordo
• 2ª costela: possui corpo mais fino, com a costela de sua margem supe-
menos curvo e mais longo que a 1ª rior. Existem 11 espaços intercostais
costela. Sua cabeça possui duas e 11 músculos intercostais, assim,
faces articulares (para T1 e T2), essas regiões abrigam músculos e
e possui a tuberosidade do mús- membranas intercostais, e dois con-
culo serrátil anterior, região ru- juntos (principal e colateral) de va-
gosa onde se insere parte desse sos sanguíneos e nervos intercostais,
músculo. identificados pelo mesmo número
• 10ª a 12ª costela: possuem ape- atribuído ao espaço. Esses espaços
nas uma face articular, que se ar- intercostais se alargam mais durante
ticula com uma única vértebra, e a inspiração, e podem ser mais alar-
com exceção da 10ª, são curtas e gados por extensão e/ou flexão lateral
não possuem colo nem tubérculo. da coluna torácica para o lado oposto.
Abaixo da 12ª costela, não há mais
costelas, e assim esse espaço é cha-
As cartilagens costais prolongam as mado de subcostal, sendo o ramo an-
costelas anteriormente (em dire- ção ao terior do nervo espinal T12 o nervo
esterno) e contribuem para a elasticidade subcostal.
da parede torácica. Elas aumentam de
comprimento da 1ª à 7ª, e depois diminui
gradualmente. Além disso, as 7 primeiras
costelas
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RELEMBRANDO! As costelas são cha-


madas de verdadeiras, falsas ou flutuan-
tes de acordo com a forma que se ligam
ou não ao esterno. Assim, as costelas
verdadeiras se unem diretamente ao es-
terno com suas cartilagens costais, as
costelas falsas são unidas indiretamen- te
ao esterno ao se ligarem, por suas
cartilagens, às cartilagens das costelas
acima delas, e as costelas falsas não se
unem ao esterno. Já a diferenciação en-
tre costelas típicas e atípicas está rela-
cionado aos componentes anatômicos
dessas costelas (corpo, colo, etc).

COSTELAS

Cabeça

Costelas
1ª - 7ª costelas
verdadeiras Colo
Costelas típicas
(3ª - 9ª costelas)

8ª, 9ª e 10ª*
Costelas falsas
costelas Tubérculo
Corpo
(ângulo e sulco)
11ª, 12ª e 10ª* Costelas
costelas flutuantes

10ª - 12ª costelas:


apenas 1 face articular

Costelas
atípicas
2ª costela:
tuberosidade do m.
serrátil anterior

*10ª costela, em alguns indivíduos 1ª costela: tubérculo do


é falsa e em outros é flutuante. m. escaleno anterior
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Vértebras torácicas • Processos espinhosos longos, com


inclinação inferior, que normal- mente
As vértebras torácicas compreendem
sobrepõem as vértebras inferiores
as vértebras de T1 a T12, que podem
adjacentes, cobrindo os intervalos entre
ser agrupadas em vértebras típicas
as lâminas. Isso protege o canal
e atípicas. A maioria das vértebras é
vertebral e medu-
típica (T2-T9), ou seja, possuem cor-
la espinhal da entrada de objetos
po vertebral, arcos vertebrais e sete
cortantes.
processos que servem para conexão
com músculos e articulações. As ca- As faces articulares superiores das
racterísticas das vértebras torácicas vértebras torácicas típicas dos pro-
típicas são: cessos articulares superiores são vol-
tadas no sentido posterolateral, en-
• Fóveas costais bilaterais (hemifó- quanto as faces articulares inferiores
veas) nos corpos vertebrais, nor- dos processos articulares inferiores
malmente em pares, um inferior e têm sentido anteromedial. Os planos
outro superior, as quais se articulam articulares bilaterais entre as faces ar-
com a cabeça das costelas. Essas ticulares de vértebras torácicas adja-
fóveas ficam nas laterais dos dis- centes formam um arco com um eixo
cos intervertebrais (IV) interpostos. de rotação no corpo vertebral como
Duas hemifóveas, uma hemifóvea centro, o que permite a realização de
inferior na vértebra superior e uma movimentos rotatórios que são limi-
hemifóvea superior na fóvea infe- tados pela caixa torácica.
rior, se unem à margem posterola-
teral do disco IV entre duas vérte-
bras formando uma cavidade que
se articula com a cabeça da costela
de mesmo número (Ex: cabeça da
5ª costela com a fóvea costal supe-
rior da vértebra T5).
• Fóveas costais dos processos
transversos, que se articulam com
os tubérculos das costelas (exce-
to em 2 ou 3 vértebras torácicas
inferiores);
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Figura 6: Vértebra torácica típica. Fonte: https://www.auladeanatomia.com/osteologia/toracica6l.jpg?x11964

Já as vértebras torácicas atípicas, que


são T1, T10, T11 e T12, possuem fó- veas
costais inteiras no lugar de he- mifóveas
e algumas apresentam ca- racterísticas
específicas:
• T1: não possui hemifóveas su-
periores pois a vértebra C7 não
possui hemifóveas para articular.
Assim, T1 tem uma hemifóvea
costal inferior típica e a 1ª costela
articula-se apenas com T1 (e não
T1 e C7).
• T10: tem apenas um par bilateral
de fóveas costais interiras que fi-
cam em parte no corpo e em parte
no pedículo.
• T11 e T12: têm apenas um par
de hemifóveas costais em seus
pedículos.
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Figura 5: Vértebra T12. Fonte:https://www.anatomia-papel-e-caneta.com/wp-content/uploads/2019/06/Coluna- -16-


1024x666.jpg

VÉRTEBRAS
TORÁCICAS

Fóveas costais dos T1: apenas uma fóvea


processos transversos costal inferior típica

Típicas* Atípicas
(T2 – T9) (T1 e T10-T12)

Fóveas costais bilaterais


T10: apenas um par bilateral
(hemifóveas superiores
de fóveas costais e no corpo
e inferiores) nos corpos
e pedículo
vertebrais

T11 e T12: apenas um


Processos espinhosos
par de fóveas costas nos
longos
pedículos

*vértebras típicas possuem corpo vertebral,


arcos vertebrais e sete processos
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Esterno transversais variáveis, que são as li-


nhas de fusão das esternebras.
O esterno é um osso plano e alon-
gado, situado na parte anterior e in- O processo xifoide é a menor parte do
termediária da caixa torácica, fican- esterno, localizado na fossa epigástri-
do sobre as vísceras do mediastino, ca (nível de T10), indicando o limite
como o coração, as protegendo. Este inferior da parte central da cavidade
osso possui três partes - manúbrio, torácica (sínfise xifoesternal), além
corpo e processo xifoide - que são de servir de referência para o limite
unidas por sincondroses, articula- superior do fígado, centro tendíneo
ções cartilagíneas que ossificam na do diafragma e margem inferior do
meia-idade. coração. O processo xifoide pode ser
pontiagudo, rombo, bífido, curvo ou
O manúbrio é a parte mais espessa do
defletido para um dos lados. É cartila-
esterno, cujo centro côncavo, chama- ginoso em jovens e ossifica por volta
do de incisura jugular (supraesternal) dos 40 anos, sendo que em pesso-
pode ser facilmente palpada. A inci- as idosas pode se fundir ao corpo do
sura se aprofunda nas extremidades esterno na sínfise xifoesternal, onde
esternais (mediais) da clavícula e for- forma o ângulo infraesternal da aber-
mam as articulações esternoclavicu- tura inferior do tórax.
lares. O manúbrio se articula também
com a 1ª costela (sincondrose da
pri-
meira costela) e com o corpo do es-
terno, com o qual forma o ângulo do
esterno (sínfise manubrioesternal).
O corpo do esterno é longo, estreito
e mais fino que o manúbrio, situado
na altura das vértebras. Sua largu-
ra varia de acordo com as incisuras
costais, onde as costelas se articulam
com o esterno. Em pessoas jovens, o
corpo do esterno possui quatro ester-
nebras, que são estruturas primárias Figura 6: Esterno – Vista anterior. Fonte: https://www.
do esterno, que se articulam entre si anatomiadocorpo.com/wp-content/uploads/2016/06/
osso-Esterno.png
por articulações cartilagíneas primá-
rias (sincondroses esternais) e co-
meçam a fundir entre a puberdade e
os 25 anos de idade. Em adultos, a
superfície anterior possui três cristas
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SAIBA MAIS! A parede torácica possui


dois grupos de articulações: articulações
costovertebrais e articulações esterno-
costais. As articulações costovertebrais
são formadas pela junção das costelas
com a coluna vertebral, sendo divididas
em articulações das cabeças das coste-
las e articulações costotransversárias.
Já as articulações esternocostais são
aquelas formadas pela união entre as
cartilagens costais e o esterno. Vale res-
saltar que problemas de mobilidade em
todas as articulações aqui mencionadas
podem comprometer os movimentos ESTERNO
respiratórios.

Manúbrio Corpo Processo xifoide

Sínfise xifosternal
Incisura jugular (incisura Incisuras costais
(ângulo
supraesternal)
infraesternal)

Pontiagudo/rombo/
Incisuras claviculares Cristas transversais
bífido/curvo
(articulações
esternoclaviculares)
Esternebras Limite inferior do centro do
(sincondroses esternais) tórax e limite superior do
fígado, diafragma e borda
Sínfise manubrioesternal inferior do coração
(ângulo do esterno)

Sincondrose da 1ª
costela
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2.2 Músculos Torácicos pescoço (m. escalenos) inserem-se na


caixa torácica, que são os múscu-
Os verdadeiros músculos da parede
los toracoapendiculares, os quais se
torácica são o m. serrátil posterior,
m. estendem até os membros superio-
levantadores das costelas, m. sub- res. Além disso, o tórax também con-
costais e m. transverso do tórax. No ta com os músculos intercostais, os
entanto, alguns músculos do abdo- quais também participam dos movi-
me (anterolaterais – m. oblíquo ex- mentos respiratórios.
terno e m. reto do abdome), dorso e

Figura 7: Músculos torácicos – Vista anterior. Fonte:https://encryptedtbn0.gstatic.com/ images?


q=tbn:ANd9GcRTABe9IWXbGiqoDSZoJIcIMZ_ukELPPSpjN4pcPS6aRJodTbD0MA&s

Os músculos toracoapendiculares que Os músculos toracoapendiculares in-


cobrem a caixa torácica formam o leito cluem os músculos peitorais maior e
da mama, ficando situados na parede menor, m. serrátil anterior, m. tra-
torácica e por isso podem ser pézio, m. latíssimo do dorso, entre
considerados dessa parte, mas outros, e alguns deles, como os mús-
funcionalmente são músculos dos culos peitoral maior e menor e a par- te
membros superiores, recebendo a inferior do serrátil anterior atuam como
inervação correspondente a esses músculos acessórios da respi- ração,
membros. As glândulas mamárias ficam ajudando a elevar as costelas para
apoiadas no músculo peitoral maior, na expandir a caixa torácica na ins- piração
parede anterior do tórax. forçada.
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O músculo serrátil posterior, que se Os músculos transversos do tórax


divide didaticamente em serrátil pos- possuem quatro ou cinco alças em
terior superior e inferior, é descrito sentido súperolateral, saindo da par- te
como músculo inspiratório, no en- tanto, inferior do esterno. A parte inferior
estudos recentes indicam que a função desses músculos é contínua com os
principal desses músculos pode não ser músculos transversos do abdome, e
motora, mas sim pro- prioceptiva, sendo parecem ter uma função expiratória
apontados como causadores de dor fraca, além de fornecer informações
crônica nas sín- dromes de dor proprioceptivas.
miofascial, principal- mente o serrátil
posterior superior.

SE LIGA! Propriocepção é a capacidade de


reconhecer a localização espacial do corpo
e a posição de cada parte do cor- po em
relação às demais.

Os músculos levantadores das cos-


telas são 12 músculos em forma- to
de leque que elevam as costelas, mas
que parece ter pouca contribui- ção
na inspiração normal, acreditan- do-
se que seu papel seja relaciona- do ao
movimento vertebral e/ou na
propriocepção.
Os músculos subcostais apresentam
formas e tamanho variáveis, sendo
normalmente mais desenvolvidos
na parede inferior do tórax. Esses
músculos se estendem da superfí-
cie interna do ângulo da costela até a
superfície interna da segunda ou ter-
ceira costela inferior a ela. Assim, os
músculos intercostais cruzam um ou
dois espaços intercostais e se unem
aos músculos intercostais internos,
seguindo a mesma direção que eles.
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Figura 8: Músculos torácicos – Vista posterior. Fonte: https://anatomiaonline.com/wp-content/uploads/2015/09/5. 4-


Tronco2.jpg

Sobre os músculos intercostais, como oblíquos externos do abdome e


já mencionado, ocupam os espaços são mais ativos na inspiração.
intercostais, sendo divididos em in-
• M. intercostais internos (11 pa-
tercostais externos, que cobrem a
superfície, intercostais internos, que res): são perpendiculares aos in-
revestem a camada interna, e inter- tercostais externos, com fibras se-
costais íntimos, que são fibras mais guindo em direção inferoposterior,
profundas dos intercostais internos. dos sulcos costais até as margens
superiores das costelas interiores
• M. intercostais externos (11 pa- a eles. Na parte posterior entre
res): seguem inferoanteriormente as costelas, esses músculos são
da costela acima à costela abaixo, substituídos pelas membranas in-
são contínuos com os músculos tercostais internas. Os músculos
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intercostais internos inferiores são


contínuos com os músculos oblí- quos SAIBA MAIS! Movimento paradoxal é
internos do abdome. Esses músculos mais visível após trauma raquimedular
alto, quando há paralisia flácida inicial de
são mais fracos que os intercostais
todo o tronco, mas o diafragma continua
externos e são mais ativo – nessas circunstâncias, a capaci-
ativos durante a expiração. dade vital é comprometida pela incursão
(paradoxal) da parede torácica durante a
• M. intercostais íntimos: são se- inspiração. Algumas semanas depois, a
parados dos intercostais internos paralisia se torna espástica (aumenta o
tônus muscular), a parede torácica enri-
pelos nervos e vasos intercostais, jece e a capacidade vital aumenta.
passando entre as superfícies in-
ternas de costelas adjacentes.
Acredita-se que a função desses Além dos músculos citados, a cavida- de
músculos é a mesma dos intercos- torácica apresenta ainda o múscu- lo
tais internos. diafragma, que a separa da cavida- de
Embora os músculos intercostais ex- abdominal. O diafragma controla o
ternos e internos sejam ativos du- volume e a pressão interna da ca-
rante a inspiração e expiração, res- vidade torácica, constituindo a base da
pectivamente, a maior parte de sua respiração. Durante a inspiração, o
atividade é isométrica, aumentando o diafragma se contrai e desce, com isso
tônus sem gerar movimento. O papel as costelas sobem, aumentando o
desses músculos na movimentação volume da caixa torácica (reduzindo a
das costelas parece estar relaciona- pressão intratorácica) e forçando o ar a
do principalmente à respiração for- entrar nos pulmões. Na expiração, o
çada, sendo que sua principal função diafragma relaxa, reduzindo o volu- me
na respiração é dar sustentação ao e aumentando a pressão intrato- rácica,
espaço intercostal (aumentando seu expelindo o ar. O diafragma é o principal
tônus ou sua rigidez), resistindo ao músculo da inspiração.
movimento paradoxal, sobretudo du-
rante a inspiração, quando as pres-
sões torácicas internas são mínimas
(mais negativas – Ver boxe sobre mo-
vimentos respiratórios).
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APRESENTAÇÃO CLINICA

M. Diafragma
M. Serrátil
M. Escalenos
posterior

M. Peitoral M. Levantadores
maior das costelas
Músculos acessórios da respiração

Toracoapendiculares Verdadeiros
M. Peitoral MÚSCULOS
menor TORÁCICOS M. Subcostais
(membros superiores)

M. Serrátil anterior M. Transverso do


(parte inferior) tórax

M. Intercostais
internos M. Intercostais
M. Abdominais
(oblíquo externo e
reto do abdome)
M. Intercostais
externos

M. Intercostais
íntimos

2.3. Inervação da Parede Torácica das vértebras torácicas, e suprem as


articulações, músculos profundos e a
A parede torácica é inervada por 12
pele do dorso do tórax.
pares de nervos espinais torácicos, os
quais se dividem em ramos primários Os nervos intercostais podem ser di-
anterior e posterior. Assim, os ramos vididos em típicos e atípicos. Os ner-
anteriores dos nervos T1 a T11 for- vos intercostais típicos (3º ao 6º ner-
mam os nervos intercostais, vos) possuem ramos: comunicantes,
enquan- colaterais, cutâneos laterais, cutâne-
to o ramo anterior de T12 forma o os anteriores e musculares, que basi-
nervo subcostal, que segue inferior- camente se diferem em sua origem e/
mente à 12ª costela. Os ramos pos- ou função.
teriores dos nervos espinais torácicos
são laterais aos processos articulares
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Já os nervos intercostais atípicos nervos torácicos constitui um mióto-


apresentam algumas características mo. Assim, os miótomos dos nervos
específicas: T2 a T11 incluem os músculos inter-
costal, subcostal, transverso do tórax,
• O ramo anterior de T1 se divide em
levantador da costela e serrátil poste-
grande parte superior e uma parte rior associados ao espaço intercostal,
inferior pequena. A parte superior que inclui o nervo intercostal, além de
se une ao plexo braquial, enquanto uma parte dos músculos profundos do
a parte inferior se torna o 1º nervo dorso.
intercostal.
• O 1º nervo intercostal não tem
ramo cutâneo anterior e muitas ve-
zes também não tem o ramo cutâ-
neo lateral.
• O 2º (e as vezes o 3º nervo inter-
costal) origina um grande ramo
cutâneo lateral chamado de nervo
intercostobraquial.
• Os 7º-11º nervos intercostais,
nas suas porções fora do espa-
ço intercostal, formam os nervos
toracoabdominais.

A maioria dos nervos de T2 a T12 su-


pre um dermátomo do tronco. O gru- Figura 9: Dermátomos da parede torácica. Fon-
te:https://1.bp.blogspot.com/ZP6Ypzinqa0/
po de músculos supridos pelos ramos WU7yJk4usI/AAAAAAAAAhQ/clhLuwV6nHIM-
ziw0yA1e25v71B48UgvGgCLcBGAs/s400/
posterior e anterior de cada par de Anatomia%2BOrientada%2BPara%2Ba%2B-
Cl%25C3%25ADnica%2B-%2B- Moore%2B%2B-
%2B7%25C2%25AA%2BEd._
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20

INERVAÇÃO DA PAREDE TORÁCICA

NERVOS
TORÁCICOS

Ramos anteriores Ramos posteriores

M. Diafragma M. Diafragma

M. Diafragma M. Diafragma

M. Diafragma

Vascularização da Parede Torácica As artérias intercostais atravessam a


parede torácica pelas costelas. Assim,
As artérias que irrigam a parede torá-
os espaços intercostais, com exceção
cica se originam da aorta (parte torá-
dos 10º e 11º espaços, são irrigados por
cica), subclávia e artéria axilar e, nor-
uma grande artéria intercostal posterior,
malmente, a distribuição dos vasos
com seu ramo colateral, e um pequeno
dessa região seguem os espaços in-
par de artérias intercos- tais anteriores.
tercostais, paralelamente às costelas.
As artérias intercostais posterio-
A parte torácica da aorta origina as
res emitem um ramo posterior que
artérias intercostais posteriores e acompanha o ramo correspondente
subcostais, a artéria subclávia da ori- do nervo espinal para suprir a medula
gem as artérias torácica interna e espinal, a coluna vertebral, os mús-
intercostal suprema e a artéria axilar culos do dorso e a pele. Essas arté-
origina a artéria torácica superior e a rias acompanham os nervos intercos-
artéria torácica lateral. tais através dos espaços intercostais,
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21

ficando entre a veia e nervo intercos- posteriormente, e dividindo-se nas


tais. Além disso, as artérias intercos- tais artérias epigástrica superior e mus-
posteriores do 1º e do 2º espaços culofrênica. Essas artérias também dão
intercostais originam-se da artéria in- origem diretamente às artérias
tercostal suprema, que é um ramo da intercostais anteriores, que suprem os
artéria subclávia. seis espaços intercostais superio- res –
As artérias torácicas internas (ma- artéria musculofrênica origina as artérias
mária internas) se originam na base intercostais anteriores do 7º ao 9º
do pescoço e terminam no 6º espaço espaço intercostal.
intercostal, tocando a pleura parietal

Figura 10: Vascularização torácica. Fonte: MOORE, et al. Anatomia orientada para Clínica. 7ªed
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22

As artérias intercostais anteriores ir- intercostais anteriores estão ausentes


rigam as partes anteriores dos nove nos dois espaços intercostais inferio-
espaços intercostais superiores, além res, os quais são supridos apenas pe-
dos músculos intercostais, de onde las artérias intercostais posteriores e
enviam ramos para os músculos pei- seus ramos colaterais.
torais, mamas e a pele. Além disso, as

Figura 11: Vascularização do tórax. Fonte:<https://www.google.com/search?q=art%C3%A9ria+axilar&source=lnms&-


tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjQp8P7oufhAhXdILkGHf7JCvEQ_AUIDigB&biw=1366&bih=608#imgdii=OJkfzkdX-
VBY1FM:&imgrc=f9zwuo7Fvoy-LM:
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23

ARTÉRIAS DA PAREDE TORÁCICA

Aorta torácica Artéria subclávia Artéria axilar

A. Intercostais A. Intercostal A. Torácica


posteriores suprema superior

A. Torácica
A. Subcostais M. Intercostais lateral
íntimos

A. Torácica Mamas
interna

A. Epigástrica
superior

A. Musculofrênica

A. Intercostais
anteriores do 7º ao
9º EI

Mamas

Pele do tórax

Músculos
peitorais
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24

As veias intercostais acompanham as


artérias e nervos intercostais e es- tão
em posição superior nos sulcos das
costelas. Há 11 veias intercostais
posteriores e uma veia subcostal de
cada lado. As veias intercostais pos-
teriores se unem às veias intercostais
anteriores, tributárias das veias torá-
cicas internas, que por sua vez acom-
panham as artérias torácicas internas.
À medida que se aproximam da colu-
na vertebral, as veias intercostais pos-
teriores recebem um afluente poste-
rior, que acompanha o ramo posterior
do nervo espinal daquele nível, e uma
veia intervertebral, que drena os ple-
xos venosos vertebrais associados à
coluna.
A maioria das veias intercostais pos-
teriores termina no sistema venoso
ázigo/hemiázigo, que desemboca na
veia casa superior (VCS). A veia inter-
costal superior direita é tipicamente a
última tributária da veia ázigo, antes
de sua entrada na VCS, mas a veia
intercostal superior esquerda drena
para a veia braquiocefálica esquer-
da. A veia braquiocefálica esquer-
da também recebe, junto com a veia
braquiocefálica direita o sangue das
veias intercostais posteriores do 1º
espaço intercostal.
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25

VEIAS DA PAREDE TORÁCICA

VEIAS DA
PAREDE
TORÁCICA

V. Intervertebral V. Intercostais V. Intercostais


+ afluente
+ posteriores + anteriores
V. Subcostal

Plexos
vertebrais

V. Braquiocefálica
esquerda e
direita (1º EI)

Sistema ázigo/
hemiázigo

V. Torácicas
internas

VCS
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26

Mamas e Linfonodos torácicos As mamas são inervadas pelos ramos


cutâneos anteriores e laterais dos 4º, 5º
As mamas são formadas por tecido
e 6º nervos intercostais e recebem
glandular e tecido fibroso, integrados
vascularização dos ramos mamários
à uma matriz adiposa, a qual deter-
mediais de ramos perfurantes e ra- mos
mina seu tamanho em não lactantes.
intercostais anteriores da arté- ria
São estruturas presentes tanto em
torácica interna; artérias torácica lateral
homens quanto em mulheres, porém
e toracoacromial e artérias in- tercostais
apenas nas mulheres são bem de- posteriores. Sua drenagem venosa é
senvolvidas e participam do sistema feita principalmente pela veia axilar.
reprodutor feminino.
A drenagem linfática das mamas é
As mamas possuem uma parte mais feita para o plexo linfático subareolar.
proeminente e pigmentada, chamada A maior parte da linfa desse plexo,
de aréola, cujo centro é formado pelas principalmente dos quadrantes supe-
papilas mamárias. As glândulas ma- riores, é drenada para os linfonodos
márias ficam no tecido subcutâneo,
axilares, passando ou não primeiros
em cima dos músculos peitorais maior
pelos linfonodos anteriores ou pei-
e menor, como já mencionado. Essas
torais. A parte restante da linfa dre-
glândulas são fixadas à derme pelos
na para os linfonodos paraesternais,
ligamentos suspensores da mama.
principalmente a linfa dos quadrantes
As mamas começam a aumentar du- mediais da mama, enquanto a linfa
rante a puberdade por conta do de- dos quadrantes inferiores pode dre-
senvolvimento glandular, mas tam- nar para linfonodos abdominais (lin-
bém principalmente pelo aumento de fonodos frênicos inferiores subdia-
deposição de gordura nessa região. fragmáticos). Por fim, a linfa da pele
O parênquima mamário é formado da mama drena para os linfonodos
por ductos lactíferos, que dão origem axilares, cervicais profundos inferio-
de 15 a 20 lóbulos da glândula ma- res, infraclaviculares e paraesternais.
mária. Esses ductos têm aberturas in- A linfa dos linfonodos axilares drena
dependente, e cada um deles possui
para os linfonodos claviculares e en-
uma parte dilatada chamada de seio
tão para o tronco linfático subclávio.
lactífero, onde se acumulam gotículas
Os linfonodos paraesternais drenam
de leite – quando o lactente suga, es-
para os troncos linfáticos broncome-
sas gotículas são expelidas e ocorre
diastinais e esses troncos ductose
o reflexo da ejeção do leite, ou seja,
juntam com o tronco linfático jugu-
o leite é secretado na boca do bebê,
lar, formando o ducto linfático direito,
não sugado por ele.
que entra no ducto torácico do lado
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27

esquerdo. Entretanto, na maioria dos conhecimento desse sistema devido à


casos, esses troncos se abrem, de grande frequência de metástases do
forma independente, na junção das câncer de mama provenientes da
veias jugular interna e subclávia, che- drenagem linfática.
gando até as veias braquiocefálicas
direita e esquerda. É importante o

Figura 12: Linfonodos torácicos. Fonte: https://image.slidesharecdn.com/thebreast-140210053248-phpapp02/95/ the-breast-


21-638.jpg?cb=1392010433
28

PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO


DRENAGEM LINFÁTICA DAS MAMAS
Linfonodos
V. Subclávia e V.Braquiocefálicas
cervicais
Pele V. jugular interna direita e esquerda
profundos OU
Linfonodos Troncos OU
infraclaviculares linfáticos
quadrantes broncomediastinais
mediais Ducto linfático
Linfonodos direito
paraesternais
PLEXO Tronco linfático
SUBAREOLAR jugular
OU
Quadrantes Linfonodos Linfonodos Tronco linfático V. Subclávia e
superiores axilares claviculares subclávio V. jugular interna
OU
Quadrantes Linfonodos Parte torácica
inferiores abdominais da aorta
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29

3. MEDIASTINO as partes torácicas dos grandes va-


sos, traqueia e timo.
O mediastino compreende a cavida- de
central do tórax, que separa as
cavidades pulmonares direita e es- O mediastino pode ser dividido em
querda, e se estende do esterno e superior e inferior, cujo limite é deter-
cartilagens costais à coluna vertebral, e minado por uma linha imaginária que
da raiz do pescoço ao diafragma, passa pelo ângulo esternal e margem
horizontalmente. inferior do disco IV de T4 e T5 (plano
Esse compartimento cerca todas vís- transverso do tórax). Por fim, o me-
ceras torácicas, exceto os pulmões e diastino inferior, que fica entre o pla- no
pleuras, e por isso sofre com as altera- transverso do tórax e diafragma, pode
ções dinâmicas do coração e esôfago, ser dividido em anterior, médio e
por exemplo. Além do coração e esô- posterior pelo pericárdio. O pericár-
fago, o mediastino também engloba dio, o coração e as raízes dos grandes
vasos formam o mediastino médio.

Figura 13: Mediastino. Fonte:<https://www.anatomiaonline.com/mediastino/>


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30

O mediastino superior contém o timo, os mediastinal da pleura parietal. – a po-


grandes vasos, e a continuação in- sição dos nervos frênicos anterior às
ferior das vísceras cervicais (traqueia e raízes dos pulmões é importante para
esôfago), ducto torácio e troncos diferenciá-los dos nervos vagos, que
linfáticos, bem como os vasos e ner- seguem posteriormente às raízes dos
vos que suprem as estruturas dessa pulmões.
região.
A prinicipal invervação do mediastino
Timo
superior vem dos nervos vagos, que
saem do crânio e descem no pescoço O timo é um órgão linfóide, localizado
posterolateralmente às artérias caró- posteriormente ao manúbrio do es-
tidas comuns. O nervo vago direito terno, responsável pela maturação de
(NVD) dá origem ao nervo laríngeo linfócitos T. Após a puberdade, este
recorrente direito. Próximo à raiz do órgão sofre involução gradual e é
pulmão direito, divide-se em ramos substituído por gordura em sua maior
para o plexo pulmonar direito. Geral- parte.
mente, o NVD deixa essa plexo como A maior parte da irrigação arterial do
um único nervo e segue até esôfago, timo é feita pelos ramos intercostais
onde se divide e envia fibras par o ple- anteriores e mediastinais anteriores
xo esofágico. O NVD também origina das artérias torácicas internas. Sua
ramos que suprem o plexo cardíaco. drenagem venosa termina nas veias
O nervo vago esquerdo (NVE) desce braquiocefálica esquerda, torácica in-
no pescoço e segue posterolateral- terna e tireóidea inferior e seus vasos
mente à artéra carótida comum es- linfáticos drenam para nos linfono-
querda. É separado lateralmente do dos paraesternais, braquiocefálicos e
nervo frênico pela veia intercostal su- traqueobronquiais.
perior esquerda. O NVE emite o nervo
laríngeo recorrente esquerdo e próxi-
Grandes vasos
mo à raiz do pulmão esquerdo, divi-
de-se em ramos que contribuem para Compreendem as veias braquioce-
o plexo pulmonar esquerdo. O NVE fálicas e veia cava superior (VCS); o
emite ramos que se juntam às fibras arco da aorta, com as raízes de seus
dos NVD no plexo esofágico. principais ramos – tronco braquioce-
Os nervos frênicos suprem o dia- félico, artéria carótida comum esquer-
da e artéria subclávia; e os nervos re-
fragma com fibras motoras e sen-
sitivas. Também enviam fibras sen- lacionados – vago, frênico e nervos
do plexo cardíaco.
sitivas para o pericárdio e a parte
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31

A união das veias jugular interna e


subclávia formam as veias braquice-
fálicas direita e esquerda, posterior-
mente às articulações esternoclavicu-
lares, que por sua vez formam a VCS. O
comprimento da veia braquicefá- lica
direita é maior que da esquerda, porque
essa passa do lado esquerdo para o
direito, anteriormente às raízes dos três
principais ramos do arco da aorta. As
veias braquicefálicas con- duzem o
sangue da cabeça, pesco- ço e
membros superiores para o átrio direito.
A VCS conduz o sangue de todas as
estruturas superiores ao diafragma,
exceto dos pulmões e do coração. Si-
tua-se ao lado direito do mediastino
Figura 14: Ramificações do arco da aorta. Fonte:https://
superior, terminando no nível da 3ª upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/64/
Gray506_pt.svg/1200px-Gray506_pt.svg.png
cartilagem costal, quando entra no
átrio direito.
Os ramos da parte ascendente da aorta O mediastino inferior compreende a
são as artérias coronárias, ori- ginadas parte torácica da aorta, o ducto torá-
no seio da aorta. O arco da aorta é a cico e os troncos linfáticos, esôfago,
continuação de sua parte ascendente, além dos vasos , linfonodos e nervos
cuja terminação forma a parte torácica da região. O pericárdio, como já men-
(descendente) da aor- ta. O tronco cionado, subdivide essa cavidade em
braquiocefálico é o maior ramo do arco partes anterior, média e posterior,
da aorta, que se divide nas artérias sendo a parte média formado pelo
carótidas comum direita e subclávia pericárdio e seu conteúdo.
direita.
O mediastino anterior é a menor das
partes do mediastino inferior, situada
entre o esterno e os músculos trans-
verso do tórax e o pericárdio poste-
riormente. Esse compartimento é limi-
tado pelo diafragma, sendo formado
por tecido conjuntivo frouxo, gordura,
vasos linfáticos, alguns linfonodos e
ramos dos vasos torácicos internos.
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32

Em crianças, o mediastino anterior maior canal linfático do corpo. Trans-


contém uma parte do timo. porta a maior parte da linfa do corpo
O pericárdio, que forma o mediastino para o sistema venoso: dos membros
médio, é uma membrana fibrosserosa inferiores, cavidades pélvica e abdo-
que reveste o coração e as raízes dos minal, membro superior esquerdo e lado
grandes vasos (parte ascendente da direito do tórax, cabeça e pes- coço, ou
aorta, tronco pulmonar e VCS). Ele é seja, toda a linfa, exceto do quadrante
formado por duas camadas, uma fi- superior direito.
brosa (externa), que possui uma lâ- O sistema venoso ázigo, principal
mina parietal e outra visceral, e uma drenagem venosa do mediastino, fica
camada serosa, formado basicamen- situado de cada lado da coluna verte-
te por mesotélio e que reveste a su- bral, drena as paredes do dorso e to-
perficie interna do pericardio fibroso racoabdominais e as vísceras do me-
e superfíice externa do coração. O diastino. A veia ázigo e sua principal
pericárdio fibroso é contínuo com o tributária, a hemiázigo, geralmente
centro tendíneo do diafragma e com a têm origem em raízes da VCI e/ou veia
túnica adventícia dos grandes vasos. renal, que se fundem com as veias
O pericárdio é suprido principalmente lombares ascendentes. Sua inervação
pela artéria pericardicofrênica e sua é feita pelos nervos frênicos, vagos e
drenagem venosa é feita pelas veias troncos simpáticos. A veia ázigo for-
pericardicofrênicas e algumas tribu- ma uma via colateral ente as VCS e
tárias do sistema ázigo. VCI e drena sangue das paredes pos-
O mediastino posterior por sua vez, teriores do tórax e abdome. Além das
veias intercostais posteriores, a veia
compreende a parte torácica da aor-
ázigo comunica-se com os plexos ve-
ta, o ducto torácico e os troncos lin-
nosos vertebrais que drenam o dorso,
fáticos, o esôfago e outras estruturas as vértebras e as estruturas no canal
adjacentes. A parte torácica da aorta
vertebral.
é a continuação do arco da aorta. É
circundada pelo plexo aórtico torácico, O mediastino posterior é inervado
uma rede nervosa autônoma. A parte pelos nervos esplâncnicos torácicos
torácica da aorta situa-se posterior- inferiores (n. esplâncnicos maior, me-
mente à raiz do pulmão esquerdo, pe- nor e imo), que são parte dos nervos
ricárdio e esôfago, e entra no abdome esplâncnicos abdominopélvicos por-
através do hiato aórtico no diafragma, que suprem as vísceras inferiores ao
onde se torna aorta abdominal. diafragma. São responsáveis pela
O ducto torácico, que ascende atra- inervação simpática da maioria das
vés do hiato aórtico no diafragma, é o vísceras abdominais.
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SE LIGA! Complicações Associadas ao


tórax:
Tórax instável: Causado por fraturas
múltiplas das costelas que acabam per-
mitindo o livre movimento de um seg-
mento considerável da parede torácica
anterior e/ou lateral. O segmento livre
move-se para dentro com a inspiração
e para fora com a expiração (movimento
paradoxal do tórax). É uma lesão bas-
tante dolorosa, que compromete a ven-
tilação e consequentemente a oxigena-
ção sanguínea.
Coartação da aorta: Estreitamento
anormal (estenose) do arco da aorta ou
de sua parte torácica, causando uma
obstrução do fluxo sanguíneo para a
parte inferior do corpo.Quando a coarta-
ção situa-se abaixo do ligamento arte-
rial (coartação pós-ductal), geralmente
há desenvolvimento de circulação cola-
teral entre as partes proximal e disal da
aorta através das artérias intercostais
torácicas internas, prolongando a vida
do portador desse tipo de coartação por
muitos anos.
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VEIAS DA PAREDE TORÁCICA

VEIAS DA
PAREDE
TORÁCICA

V. Intervertebral V. Intercostais V. Intercostais


+ afluente
+ posteriores + anteriores
V. Subcostal

Plexos
vertebrais

V. Braquiocefálica
esquerda e
direita (1º EI)

Sistema ázigo/
hemiázigo

V. Torácicas
internas

VCS
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35
PAREDE TORÁCICA
(MEDIASTINO + CAVIDADES PULMONARES)
Composto por Abriga Funções
Sistema Proteção das
Esqueleto torácico vísceras torácicas
Respiratório
e alguns órgãos
abdominais
Sistema
Composto por
Circulatório Fixação dos
membros superiores
e músculos
Músculos torácicos Grandes Vasos
Resistência à
pressões
(respiração)
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
MOORE, et al. Anatomia orientada para Clínica. 7ªed
Drake, et al. Gray’s Anatomia Clínica para Estudantes. 3ªed
Goldman-Cecil. Medicina. 24ªed

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