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Programa de Desenvolvimento Profissional

Ao Farmacêutico

Módulo 16
Medicamentos Genéricos – Bioequivalência e Intercambialidade

Uma empresa Sanofi Para você, só o melhor.


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Módulo 16:
MEDICAMENTOS GENÉRICOS
Bioequivalência e Intercambialidade
Introdução

Atualmente, os medicamentos genéricos constituem um dos mais importantes instrumentos de


auxílio ao acesso a medicamentos no Brasil. Absolutamente seguros e eficazes, uma vez que são
submetidos a rigorosos testes de qualidade, e consideravelmente mais baratos que os chamados
medicamentos inovadores ou de referência, os genéricos trouxeram uma nova realidade para os
consumidores no país. Milhares de brasileiros que não tinham como seguir as prescrições médicas,
por falta de condições econômicas, encontraram nos genéricos uma alternativa viável para cum-
prir os tratamentos recomendados pelos médicos. Esse fato pode ser verificado pelo crescimento
efetivo desse mercado no país, desde que os genéricos chegaram ao mercado brasileiro em 2000.

Neste módulo, abordaremos todos os detalhes sobre os medicamentos genéricos e as demais


categorias de medicamentos existentes no país, além dos testes de equivalência farmacêutica e
bioequivalência.

Boa leitura a todos!


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Hoje, no Brasil, são comercializadas três categorias de medicamentos: os medicamentos Inova-


dores ou Referência, os Genéricos e os Similares. Abaixo veremos as principais características de
cada um deles.

Referência / Inovadores: são, geralmente, medicamentos lançados como novidade no combate


a algumas doenças, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente.
Originam-se de moléculas desenvolvidas por um determinado laboratório que investiu, durante
anos, em pesquisas e testes clínicos em seres humanos.

Possuem uma patente que, no Brasil, dura 20 anos e dá direito de exclusividade ao laboratório
que descobriu a nova molécula, a partir do registro da descoberta (depósito da patente).

São medicamentos que, geralmente, encontram-se há bastante tempo no mercado e possuem


uma marca comercial conhecida.

Após o vencimento da patente (proteção para comercializar exclusivamente), os medicamentos


de referência / inovadores dão origem aos genéricos e também aos similares.
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Genéricos: os genéricos são cópias de medicamentos inovadores cujas patentes já expiraram.


No Brasil, a regulamentação deste tipo de medicamento se deu em 1999, com a promulgação da
Lei 9787.

Conforme determina a Lei, só podem chegar ao consumidor depois de passarem por testes de:
bioequivalência realizados em seres humanos (o que garante que serão absorvidos na mesma
concentração e velocidade que os medicamentos de referência) e/ou equivalência farmacêutica
(o que garante que o princípio ativo, a concentração e a forma farmacêutica do produto são os
mesmos que os do medicamento inovador que lhe deu origem).

ambiáveis Referência
Interc
princípio ativo

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Similar
princípio ativo
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Graças a esses testes, os genéricos brasileiros são intercambiáveis, ou seja, atualmente, são os
únicos que podem substituir o receituário de medicamentos inovadores. Segundo determina
a legislação, a troca pode ser efetuada pelo farmacêutico, com absoluta segurança para o
consumidor. Diante disso, se o médico prescrever um medicamento pelo nome do princípio ativo
(DCB), somente o medicamento genérico e o inovador podem ser dispensados.

Possui o mesmo
O medicamento princípio ativo que
genérico é, no o medicamento de
mínimo, 35% mais referência.
barato, que
o de referência.

Possui a mesma
Testes comprovam indicação terapêutica
que o medicamento que o medicamento de
genérico e o medicamento referência.
de referência possuem a
mesma eficácia, segurança
e qualidade.

O medicamento
genérico é o único
que pode substituir
o medicamento de
referência.

Possuem preços, no mínimo, 35% menores que os medicamentos de marca e, por isso, colaboram
para que muitos brasileiros, que não estavam se medicando ou que tinham dificuldade de dar
continuidade a tratamentos, encontrem uma alternativa viável e segura para seguir as prescrições
médicas corretamente.
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Similares: os medicamentos similares, embora também sejam cópias de medicamentos


com patentes vencidas, se diferenciam essencialmente dos genéricos. Até o momento, esses
medicamentos não são, obrigatoriamente, submetidos aos testes comprovatórios que estão
sujeitos os genéricos. Sendo assim, não são intercambiáveis, ou seja, não podem substituir os
medicamentos de referência / inovadores indicados nos receituários, podendo ser vendidos apenas
sob prescrição médica específica. Vale acrescentar, ainda, que diferentemente dos genéricos, os
medicamentos similares são comercializados através de uma marca, de um nome fantasia.

Em 2003, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou através da


RDC 134/03 que, até 2014, todos os laboratórios fabricantes de similares apresentem os
mesmos testes exigidos para a comercialização dos genéricos.

BIOEQUIVALÊNCIA E EQUIVALÊNCIA FARMACÊUTICA

A qualidade dos genéricos é garantida pela legislação brasileira, que exige a realização de testes
de comprovação de eficácia e segurança para a concessão de registros desse tipo de medicamento
no país. Para chegarem ao mercado, todos os medicamentos genéricos têm que demonstrar ser
equivalentes aos medicamentos inovadores correspondentes, não apenas no que se refere às
concentrações de princípios ativos nas formulações, mas também à extensão e à velocidade de
absorção dos mesmos no organismo humano.

E somente após terem comprovado a equivalência nesses aspectos, demonstrada por meio dos
testes de equivalência farmacêutica e/ou de bioequivalência, terão o privilégio da intercambialidade.

EQUIVALÊNCIA FARMACÊUTICA

Os testes de equivalência farmacêutica são realizados em laboratórios de equivalência farmacêutica


habilitados e certificados pela Anvisa, onde será comprovado que o genérico (teste) possui os
mesmos fármacos, na mesma dosagem e forma farmacêutica encontradas no medicamento de
referência / inovador, além de cumprir com as mesmas especificações físicas e físico-químicas
relativas ao controle de qualidade.

No caso de produtos dispensados de comprovação de bioequivalência, como soluções injetáveis ou


medicamentos tópicos, a equivalência farmacêutica é suficiente para garantir a intercambialidade
entre os medicamentos genéricos e os de referência / inovadores.

A isenção de bioequivalência para os medicamentos nessas formas farmacêuticas decorre das


características desses produtos, que, por serem administrados diretamente na corrente sanguínea
ou por não precisarem de absorção sistêmica para sua ação terapêutica, propiciam a total
biodisponibilidade de seus princípios ativos.
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BIOEQUIVALÊNCIA

Os testes de bioequivalência exigidos para os genéricos são realizados em voluntários sadios e


obedecem a três etapas distintas. Esses voluntários são internados em um Centro de Bioequivalência
(hospitais ou clínicas habilitados pela Anvisa) e são expostos às mesmas condições (alimentação,
atividade física). Vejamos como ocorrem essas etapas:

• Etapa Clínica: é composta de duas fases: na 1ª, metade dos voluntários internados recebe o
medicamento genérico (em teste) e a outra metade, o medicamento de referência. Na 2ª, inverte-
se a administração recebida na 1ª fase.

É realizada a coleta de amostras de sangue ou urina em tempos determinados para cada fármaco.

• Etapa Analítica: nesta etapa, as amostras de sangue ou urina são processadas e quantificadas
para determinação da concentração de fármaco em cada amostra, possibilitando a construção
das curvas de concentração plasmática versus tempo para os medicamentos genéricos (teste) e
referência.

Os parâmetros utilizados para comparação são: Cmax, que indica concentração máxima atingida;
Tmax, que indica o tempo que o fármaco levou para atingir a concentração máxima e a área sob a
curva de concentração plasmática versus tempo; e ASC, que indica a extensão da absorção.

concentração plasmática

Cmax (concentração máxima de fármaco no sangue)

ASC0-t (área abaixo da curva de concentração


plasmática x tempo)

tempo

Tmax (tempo em que o fármaco atinge a concentração máxima)


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• Etapa Estatística: o objetivo desta etapa é verificar, através de testes estatísticos, se a


biodisponibilidade do medicamento genérico é semelhante à do referência, de forma que
estes possam ser considerados bioequivalentes. As concentrações plasmáticas obtidas para
o medicamento genérico e o de referência são comparadas por meio de métodos estatísticos
adequados.

Após a realização das etapas clínica, analítica e estatística, é gerado um relatório de estudo, com
aproximadamente 2000 páginas.

Toda a documentação é enviada a ANVISA como parte da solicitação de registro de um novo


medicamento genérico.

CENTROS DE BIOEQUIVALÊNCIA

Para realizar os testes exigidos para registro dos genéricos, a Anvisa criou a Rede Brasileira de
Laboratórios Analíticos em Saúde (Reblas), que conta com laboratórios habilitados a realizar
testes de equivalência farmacêutica.

A Anvisa também habilita e credencia centros de bioequivalência, verificando o cumprimento de


Boas Práticas de Clínica e Boas Práticas de Laboratório. Todos os laboratórios de equivalência
farmacêutica e os centros de bioequivalência são rigorosamente inspecionados pela Anvisa, com
periodicidade anual. Além disso, a Anvisa inspeciona e credencia centros de bioequivalência no
exterior para testarem genéricos produzidos em outros países, que venham a ser comercializados
no Brasil.

A QUALIDADE DOS GENÉRICOS

Os genéricos promoveram uma verdadeira revolução no que diz respeito ao gerenciamento da


qualidade e segurança dos medicamentos produzidos no Brasil. Além do rigor exigido para o
registro, a legislação dos medicamentos genéricos prevê controles relativos às etapas de produção
e comercialização.

Um dos meios mais importantes de se exercer esse controle é através da Certificação de Boas
Práticas de Fabricação. Essa certificação, que é pré-requisito para o registro de medicamentos
genéricos, deve ser obtida pelas empresas fabricantes, mediante inspeção de suas plantas fabris,
no Brasil e no exterior. Essa inspeção é realizada a cada dois anos pela Anvisa, que verifica se
os medicamentos estão sendo produzidos dentro de padrões de qualidade, conforme as Boas
Práticas de Fabricação.

O Certificado de Boas Práticas de Fabricação assegura ainda que o produto não apresentará
diferenças entre os lotes e manterá a mesma qualidade que apresentava por ocasião do registro
como genérico, garantindo sua característica principal: a intercambialidade.
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A Anvisa, atenta ao gerenciamento contínuo da qualidade dos medicamentos genéricos, avalia


criteriosamente quaisquer modificações no processo produtivo (tamanho de lote, mudança
de fornecedores de matéria-prima, natureza e quantidade de excipientes, modificação de
equipamentos ou planta fabril), podendo inclusive exigir a realização de um novo teste de
bioequivalência.

MONITORAMENTO DE MERCADO

Além do rigor nas etapas de registro, é realizado um controle contínuo da qualidade dos genéricos
em comercialização. Em coordenação com o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em
Saúde (INCQS), a Anvisa colhe amostras no mercado dos medicamentos genéricos e dos
respectivos medicamentos de referência / inovadores. Essas amostras são utilizadas para refazer
os testes de equivalência farmacêutica na Rede de Laboratórios Centrais dos Estados (LACENS),
e seus resultados são publicados no Diário Oficial da União. Instituído pela Anvisa em 2000, este
Programa de Monitoramento da Qualidade dos Medicamentos Genéricos em Comercialização é
mais uma garantia para médicos e consumidores da qualidade dos medicamentos genéricos.

Para possibilitar o rastreamento de qualquer lote de medicamento genérico, a Anvisa recebe das
indústrias, mensalmente, informações sobre a comercialização (fabricação e distribuição) dos seus
produtos. O envio dessas informações está normatizado pela Resolução RDC 78/00.

EVOLUÇÃO DO MERCADO

Desde que chegaram às farmácias brasileiras, em meados de 2000, os genéricos vêm avançando
regularmente no mercado farmacêutico brasileiro.

No Brasil, os genéricos respondem por 24,1% das vendas em unidades no conjunto do mercado
farmacêutico. Em países como Espanha, França, Alemanha e Reino Unido, onde o mercado de
genéricos já se encontra mais maduro, a participação desses medicamentos é de 30%, 35%,
60% e 60%, respectivamente. Nos EUA, mercado em que os genéricos têm mais de 20 anos de
existência, o índice é de aproximadamente 60% de participação em volume.

24% 30% 35% 60% 60% 60%


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Existem no mercado brasileiro medicamentos genéricos para o tratamento de doenças do


sistema cardiocirculatório, anti-infecciosos, aparelho digestivo / metabolismo, sistema nervoso
central, anti-inflamatórios hormonais e não hormonais, dermatológicos, doenças respiratórias,
sistema urinário / sexual, oftalmológicos, antitrombose, anemia, anti-helmínticos / parasitários,
oncológicos e contraceptivos, ou seja, já é possível tratar com os medicamentos genéricos a
maioria das doenças conhecidas.

Dica Ao Farmacêutico

Diante desse módulo que você acabou de estudar, é possível perceber o quanto o mercado de
medicamentos genéricos torna-se cada vez mais uma tendência em nosso país e no mundo.

É de extrema importância que você, farmacêutico(a), não tenha dúvidas sobre esse conceito, visto
que a sua contribuição com esclarecimentos e conscientização da população é fundamental.

Você pode utilizar a ferramenta de conversão Referência X Genéricos, disponível em nosso site
www.aofarmaceutico.com.br, para consultar qual é o genérico correspondente a determinado
referência e quais os laboratórios que o comercializam.

Faça esclarecimentos aos pacientes que não conhecem ou acreditam nos genéricos. Pratique a
intercambialidade! Proporcione a semana dos genéricos com palestras e materiais explicativos.

Essas ações trazem mais clientes ao estabelecimento, além de fidelizá-los!

Referências Bibliográficas:

1 – www.progenericos.org.br - acesso em 13/09/2011.

Elaborado por: Fabiana Calvi Norder - CRF: 34.499 - SP


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4
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©Medley 2011. ®Marca Registrada. E-LEArning bioequivalência e intercambialidade – 31/10/2011.
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www.medley.com.br
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1) Revista Seleções “Marcas de sucesso”, 2010. 2) Revista “Consumidor moderno”, 2010. 3) IMS Health junho/2011. 4) Pesquisa realizada entre 18/5 e 9/6/2010, por
telefone, com 1.001 médicos das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Salvador, Fortaleza, Belém e Brasília.

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