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05/05/2019

ÉTICA E LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA


GENÉRICOS
LEI 9787 de 1999 E
ATUALIZAÇÕES
SIMILARES
Prof. Marcelo Wadt

Momentos Históricos

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Lei nº 9.787 de 10 de fevereiro de 1999

• Cria os medicamentos genéricos e a denominação


comum.

• “Altera a Lei no 6.360, de 23 de setembro de 1976,


que dispõe sobre a vigilância sanitária, estabelece
o medicamento genérico, dispõe sobre a
utilização de nomes genéricos em produtos
farmacêuticos e dá outras providências.”

Lei nº 9.787 de 1999 – Definições


• Medicamento genérico
“Medicamento similar a um produto de referência ou
inovador, que se pretende ser com este intercambiável,
geralmente produzido após a expiração ou renúncia da
proteção patentária ou de outros direitos de
exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e
qualidade, e designado pela DCB ou, na sua ausência,
pela DCI”.
• A Lei definiu que o detalhamento seria feito pelo
Ministério da Saúde, e foram várias.
Mais recente  RDC nº 60 de 2014

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Lei nº 9.787 de 1999 – Definições


• Medicamento de referência
“Produto inovador registrado no órgão federal
responsável pela vigilância sanitária e
comercializado no País, cuja eficácia, segurança e
qualidade foram comprovadas cientificamente
junto ao órgão federal competente, por ocasião
do registro”.

Para registrar medicamentos inovadores é necessária


ampla comprovação de eficácia  Ensaios Clínicos

Lei nº 9.787 de 1999 – Definições


• Denominação Comum Brasileira (DCB)
“Denominação do fármaco ou princípio
farmacologicamente ativo aprovada pelo órgão federal
responsável pela vigilância sanitária.”
Exemplos: anlodipino, abciximabe, dipirona sódica

• Denominação Comum Internacional (DCI)


“Denominação do fármaco ou princípio
farmacologicamente ativo recomendada pela
Organização Mundial de Saúde.”
Exemplos: amlodipine, abcimab, metamizole sodium

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Lei nº 9.787 de 1999


• A razão de ser de um medicamento genérico
apoia-se nos seguintes características:
– Intercambialidade
Ser produto farmacêutico intercambiável com o
medicamento que lhe é referência;
– Bioequivalência
Apresentar biodisponibilidade condizente àquela do
medicamento de referência;
– Biodisponibilidade
Disponibilidade no organismo ao longo do tempo, em
geral, aferido no sangue.

Biodisponibilidade
• Definição - Indica a velocidade e a extensão de
absorção de um princípio ativo em uma forma de
dosagem, a partir de sua curva concentração/tempo
na circulação sistêmica ou sua excreção na urina.”

Dose simples Doses múltiplas

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Biodisponibilidade - Parâmetros
 Cmax  concentração plasmática máxima atingida.
 T Cmax  tempo em que é atingida a concentração máxima.
 AUC  indica a quantidade total disponibilizada no sangue.
C

Cmax
ASC
ASC
Área Sob a Curva

Zero T Cmax T

Biodisponibilidade e a forma farmacêutica


 Diferentes formas farmacêuticas apresentam curvas diferentes e,
portanto, estão sujeitas a testes de bioequivalência.
Cada perfil exige um teste de bioequivalência.
C

Exemplo: produtos com apresentações


nas formas:
 Sublingual
 Cápsula
 Comprimido de liberação lenta

Zero
T

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Bioequivalência
 Consiste na demonstração de equivalência farmacêutica
entre produtos apresentados sob a mesma forma
farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa
e quantitativa de princípio(s) ativo(s), e que tenham
comparável biodisponibilidade, quando estudados sob
um mesmo desenho experimental.

 O experimento é realizado com pessoas sadias. o


objetivo se restringe a comparar as curvas de
concentração/tempo.

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Bioequivalência – Teste com pessoas


• Os testes são feitos com pessoas e nas
seguintes condições:
– voluntários sadios, adultos;
– grupos pequenos, em geral 24 voluntários;
– teste cruzado, todos testam tanto o medicamento
de referência como o pretendente à genérico;
– teste aberto, os voluntários sabem o qual
medicamento estão usando.

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Bioequivalência – Teste com humanos

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Bioequivalência – Limites de tolerância


• Concentração máxima (Cmax)
Limite entre 80% e 125% do valor obtido pelo
referência

• Tempo de concentração máxima (T Cmax)


Limite entre 80% e 125% do valor obtido pelo
referência

• Área sob a curva (AUC)


Limite entre 80% e 125% do valor obtido pelo
referência

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Bioequivalência – Limites de tolerância

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Bioequivalência – Exemplo real


• Teste entre produto de clopidrogrel (T) versus
Plavix (R)
Ambos comprimidos revestidos com 75 mg

http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fas
e=r003&id_materia=4957

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Intercambialidade
• Produto Farmacêutico Intercambiável
“Equivalente terapêutico de um medicamento
de referência, comprovados, essencialmente,
os mesmos efeitos de eficácia e segurança.”
• Como mesmos efeitos de eficácia, entenda-se
que o teste de bioequivalência ficou dentro
dos limites estatísticos.
• Os medicamentos de Referência e Genérico
são intercambiáveis entre si.

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Intercambialidade
 Até a publicação da RDC
nº 58 de 2014 era
possível apenas a
intercambialidade entre
medicamentos
genéricos e
medicamentos de
referência.

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Medicamentos genéricos: “multi source”


Ideia: muitos produtores disputando mercado como
se fosse uma “commodity”  baixa de preços

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Do uso da denominação genérica


• As aquisições de medicamentos, sob qualquer
modalidade de compra no âmbito do Sistema Único
de Saúde – SUS, adotarão obrigatoriamente a
Denominação Comum Brasileira (DCB) ou, na sua
falta, a Denominação Comum Internacional (DCI).

• Nas aquisições de medicamentos acima referidos, o


medicamento genérico, quando houver, terá
preferência sobre os demais em condições de
igualdade de preço.

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Regras de Prescrição
• As prescrições médicas e odontológicas de medicamentos,
no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, adotarão
obrigatoriamente a Denominação Comum Brasileira (DCB)
ou, na sua falta, a Denominação Comum Internacional
(DCI).
• Nos serviços privados de saúde, a prescrição ficará a
critério do profissional responsável, podendo ser realizada
sob nome genérico ou comercial.
• O prescritor que não deseja a não intercambialidade de
sua prescrição para medicamento genérico deve expressar
claramente sua decisão por escrito e de forma clara.

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Exemplo de prescrições correta e incorreta

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Regras para Dispensação


• É permitida ao profissional farmacêutico a substituição
do medicamento prescrito pelo medicamento genérico
correspondente, salvo restrições expressas pelo
profissional prescritor;
• o profissional farmacêutico deverá indicar a substituição
realizada na prescrição, apor seu nome, CRF, datar e
assinar;
• É dever do profissional farmacêutico explicar,
detalhadamente, a dispensação realizada ao paciente ou
usuário bem como fornecer toda a orientação necessária
ao consumo racional do medicamento genérico.

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Restrições para registro

Redação da
RDC 200 de 2017, porém, já
há a restrição bem detalhada
a muitos anos

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Lista de medicamentos genéricos


Conforme previsto na Lei, a Anvisa publica
periodicamente:
– listas de medicamentos genéricos;
– listas de medicamentos de referência (abaixo).

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Estatística sobre medicamento genérico


Número de medicamentos registrados e cancelados

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Medicamento similar
Criado pela Lei nº 6.360 de 1976 (Vigilância Sanitária).
• Definição atualizada pela Medida Provisória nº 2.190/1999
“Aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios
ativos, apresenta a mesma concentração, forma
farmacêutica, via de administração, posologia e indicação
terapêutica, e que é equivalente ao medicamento
registrado no órgão federal responsável pela vigilância
sanitária, podendo diferir somente em características
relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de
validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos,
devendo sempre ser identificado por nome comercial ou
marca”.

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Equivalência farmacêutica
Definições dadas pela RDC 31 de 2010 (editada)
• Equivalentes farmacêuticos
“Medicamentos que possuem mesma forma farmacêutica,
mesma via de administração e mesma quantidade da
mesma substância ativa, podendo ou não conter
excipientes idênticos, desde que bem estabelecidos para a
função destinada.
• Estudo de equivalência farmacêutica
“Conjunto de ensaios físico-químicos e, quando aplicáveis,
microbiológicos e biológicos, que comprovam que dois
medicamentos são equivalentes farmacêuticos.”

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Similar: introdução de estudos de equivalência


farmacêutica e de bioequivalência
• A RDC nº 133 e 134 de 29 de maio de 2003,
determinou dois ciclos de requalificação dos
medicamentos similares.
• O fabricantes deveriam apresentar :
– 1º ciclo – Comprovação de equivalência farmacêutica
por ocasião da seguinte renovação de registro ou no
registro de nova marca;
– 2º ciclo – Comprovação de bioequivalência por
ocasião da renovação de registro seguinte àquela que
comprovou a equivalência farmacêutica.
Obs. – São os mesmos testes exigidos para genéricos.

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Similar: introdução de estudos de equivalência


farmacêutica e de bioequivalência
 Considerando que o registro de medicamentos é válido
por cinco anos, no pior cenário, ao final de 2013 todos
os similares já estavam requalificados.

2003 2008 2013

Equivalência farmacêutica Bioequivalência

1ª renovação 2ª renovação

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Regras adicionais - RDC nº 133 e 134/2003


• Medicamentos contendo os princípios ativos de
baixo índice terapêutico tem prazo de até 1 ano e
meio para apresentar os resultados de estudos de
biodisponibilidade.
• Os medicamentos similares, mesmo aqueles com
bioequivalência, permanecem como não
intercambiáveis com relação aos medicamentos de
referência.

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Similar como medicamento equivalente


intercambiável
• Consulta Pública nº 1 de 16 de janeiro de 2014
“Dispõe sobre as medidas a serem adotadas junto
à Anvisa pelos titulares de registro de
medicamentos para a intercambialidade de
medicamentos similares com o medicamento de
referência.”

Na prática  propõem equiparar similares a genéricos

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Similar como medicamento equivalente


intercambiável
• Art. 2º (editado)
“Será considerado intercambiável, o medicamento similar
cujos estudos de equivalência farmacêutica e
bioequivalência tenham sido apresentados, analisados e
aprovados pela Anvisa.”
• Art. 3º (editado)
“Os rótulos das embalagens secundárias dos
medicamentos similares considerados intercambiáveis
devem possuir o logotipo que os identifica, impresso
dentro de uma faixa amarela disposta em sua face
principal e faces laterais.”

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Propostas de embalagens

• Originalmente foi proposto estampar nas


embalagens a inicial EQ sobre faixa amarela.

http://www.unasus.gov.br/noticia/remedios-equivalentes- http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/01/medi
terao-mesmo-preco-e-embalagem-de-originais camento-similar-deve-passar-por-testes-de-
equivalencia-propoe-anvisa.html

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Medicamento Equivalente
• RDC nº 58 de 10 de outubro de 2014
• Destaques:
– descartada a faixa amarela com as iniciais EQ
(equivalente);
– obrigatória para similares aprovados em
bioequivalência;
– excluem-se os medicamentos isentos de prescrição
(MIP);
– a informação sobre equivalência e intercambialidade
deve constar na bula do produto.

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Intercambialidade dos medicamentos equivalentes


e medicamentos genéricos
Regras de intercambialidade: similar equivalente não
pode ser trocado por outro nem por genérico

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Opções no mercado

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