Você está na página 1de 4

Prescrição é uma ordem clara, escrita no imperativo, feita a proprio punho pelo profissional habilitado

com o objetivo de transmitir instruções ao paciente e ao farmacêutico, logo, é um documento e deve ser
escrito com caneta azul ou preta, com validade de 30 dias (exceto antimicrobianos, cujo validade é de 10
dias). Na atualidade, receitas digitalizadas também são aceitas. Como a prescrição é um documento
legal, o autor é responsavel pela exatidão das instruções descritas, nos aspectos:

Clínico: o diagnóstico do paciente reflete na decisão dos medicamentos mais adequados.

Profissional: o medicamento deve ser prescrito na posologia adequada, para que não aconteça
intoxicações ou ineficiência do tratamento.

Legal: prescrever apenas medicamentos que obedecem a legislação específica.

Há também as prescrições higiênicas, que contém instruções para auxiliar no tratamento de


enfermidades ou podem ser necessárias para o restabelecimento da saúde do paciente, essas instruções
são chamadas de regime ou dieta.

Nas prescricões medicamentosas os medicamentos indicados podem ser de três categorias:

Farmocopeicos: são os medicamentos inscritos na Farmocopeia Brasileira, que são baseados na RENAME
ou na OMS. Ainda, são incluidos os medicamentos de escolha dos programas especiais de saúde e os
produtos novos de grande interesse terapêutico.

Magistrais: são aqueles preparados na farmacia a partir da prescrição feita pelo profissional, que
estabelece a composição, a forma farmaceutica e a posologia.

Especialidades: são os medicamentos fornecidos pela industria farmacêutica, cujas fórmulas são
aprovadas e registradas em órgãos governamentais. Desde que satisfaçam ás exigencias necessárias,
esses medicamentos podem receber um nome comercial dado pelo fabricante e, logo abaixo dele, deve
ser colocado o nome do princípio ativo, considerando a DCB ou na ausência dessa, a DCI.

A Lei número 9.787 de 10 de fevereiro de 1999, que dispôs sobre a utilização de nomes genéricos em
produtos farmacêuticos de uso humano, introduziu os seguintes conceitos:

Medicamento de referência: “produto inovador registrado no órgão federal responsável pela vigilância
sanitária e comercializado no país, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas
cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro”

Medicamento similar: “aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta a
mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica,
preventiva ou diagnóstica, do medicamento de referência registrado no órgão federal responsável pela
vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do
produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, devendo sempre ser
identificado por nome comercial ou marca”

Medicamento genérico: “medicamento similar a um produto de referência ou inovador, que se pretende


ser com este intercambiável, geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária
ou de outros direitos de exclusividade, comprovada sua eficácia, segurança e qualidade, e designado
pela DCB ou, na sua ausência, pela DCI”

Biodisponibilidade: “indica a velocidade e a extensão de absorção de um princípio ativo em uma forma


de dosagem, a partir de sua curva concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na
urina”. Em farmacocinética, a biodisponibilidade descreve a velocidade e o grau com que uma substância
química ou a sua forma molecular terapeuticamente ativa é absorvida a partir de um medicamento e se
torna disponível no local de ação

Bioequivalência: “consiste na demonstração de equivalência farmacêutica entre produtos apresentados


sob a mesma forma farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e quantitativa de
princípio(s) ativo(s), e que tenham comparável biodisponibilidade, quando estudados sob um mesmo
desenho experimental”.

Quanto aos medicamentos veterinários, recentemente foi promulgada a Lei número 12.689 de 19 de
julho de 2012 (que altera o Decreto-Lei no 467 de 13 de fevereiro de 1969) que introduz o conceito de
produto de uso veterinário, medicamento de referência e medicamento similar e genérico de uso
veterinário. Assim, tem-se:

Produto de uso veterinário: “toda substância química, biológica, biotecnológica ou preparação


manufaturada cuja administração seja de forma individual ou coletiva, direta ou misturada com os
alimentos, destinada à prevenção, ao diagnóstico, à cura ou ao tratamento das doenças dos animais,
incluindo os aditivos, suprimentos promotores, melhoradores da produção animal, medicamentos,
vacinas, antissépticos, desinfetantes de uso ambiental ou equipamentos, pesticidas e todos os produtos
que, utilizados nos animais ou no seu hábitat, protejam, restaurem ou modifiquem suas funções
orgânicas e fisiológicas, bem como os produtos destinados ao embelezamento dos animais”

Medicamento de referência de uso veterinário: “medicamento veterinário inovador registrado no órgão


federal competente e comercializado no país, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas
cientificamente nesse órgão, por ocasião do registro”

Medicamento similar de uso veterinário: “medicamento de uso veterinário que contém o mesmo
princípio ativo do medicamento de referência de uso veterinário registrado no órgão federal
competente, com a mesma concentração e forma farmacêutica, mas cujos excipientes podem ou não ser
idênticos, devendo atender às mesmas especificações das farmacopeias autorizadas e aos padrões de
qualidade pertinentes e sempre ser identificado por nome comercial ou marca”

Medicamento genérico de uso veterinário: “medicamento que contém os mesmos princípios ativos do
medicamento de referência de uso veterinário, com a mesma concentração, forma farmacêutica, via de
administração, posologia e indicação terapêutica, podendo ser com este intercambiável, permitindose
diferir apenas em características relativas ao tamanho, formato, prazo de validade, embalagem,
rotulagem, excipientes e veículos do produto, geralmente produzido após a expiração ou a renúncia da
proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada suas bioequivalência, eficácia e
segurança por meio de estudos farmacêuticos, devendo sempre ser designado pela DCB ou, na sua
ausência, pela DCI”.

Os medicamentos de referência e similares de uso veterinário devem apresentar obrigatoriamente, com


o mesmo destaque e de forma legível, nas embalagens, nos rótulos, nas bulas, nos impressos, nos
prospectos e nos materiais promocionais a DCB ou, na sua falta, a DCI.

Dentre os códigos oficiais de cada país sobre o emprego de substâncias químicas com fins terapêuticos,
destacase a Farmacopeia. A função de uma Farmacopeia é estabelecer os requisitos de qualidade a que
os medicamentos devem obrigatoriamente obedecer; Incluindo todos os componentes usados na
fabricação dos medicamentos. Em particular, a Farmacopeia Brasileira, que é o Código Oficial
Farmacêutico do país, encontrase atualmente na sua quinta edição. O volume 1 da Farmacopeia aborda
generalidades, métodos gerais, recipientes para medicamentos e correlatos, preparação de produtos
estéreis, procedimentos estatísticos aplicáveis aos ensaios biológicos, radiofármacos etc. O volume 2
contém as monografias oficiais das matériasprimas, as quais devem apresentar a DCI, a fórmula
molecular e a massa molecular, a DCB, o nome químico (segundo as regras da IUPAC) e do registro CAS,
bem como a descrição, a identificação, os ensaios de pureza, o doseamento, a embalagem, o
armazenamento e a rotulagem.

O Formulário Nacional também é uma publicação oficial do país direcionada às farmácias de


manipulação. Atualmente, este formulário encontrase em sua segunda edição e é denominado
Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira; esse documento apresenta fórmulas de uso consagrado
em seres humanos ou de necessidade premente à saúde pública e, portanto, largamente prescritas. Há
ainda algumas publicações não oficiais, que visam facilitar a prescrição de medicamentos e, em
particular, das especialidades farmacêuticas e dos produtos de uso veterinário. Exemplos:

-------------

Compêndio médico: publicação que relaciona as especialidades farmacêuticas comercializadas no país,


dispostas em ordem alfabética, para uso na espécie humana. Contém novos lançamentos, moléstias e
indicações terapêuticas, relação de laboratórios e indústrias farmacêuticas com os respectivos endereços
e produtos comercializados. É uma publicação atualizada anualmente, que obedece a interesses
comerciais

Compêndio veterinário: publicação semelhante à descrita no item anterior, porém contém


exclusivamente medicamentos de uso veterinário

Dicionário de especialidades farmacêuticas (DEF): publicação que contém exclusivamente especialidades


farmacêuticas de uso na espécie humana. Esta publicação, que também está disponível como um
aplicativo, permite localizar medicamentos de várias maneiras, como, por exemplo, pelo grupo
farmacológico, pelo nome químico, pela indicação terapêutica e pelo nome comercial (bulário); contém
também endereço e produtos comercializados por laboratório ou indústria farmacêutica. É atualizado
anualmente, visando a interesses comerciais
Índice terapêutico veterinário (ITV): publicação destinada ao médicoveterinário, contendo
exclusivamente medicamentos de uso veterinário, os quais podem ser localizados por grupo
farmacológico, nomes químicos, indicações terapêuticas e nome comercial (bulário)

Você também pode gostar