Você está na página 1de 34

UNIDADE 4

ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

Objetivos
• Realizar uma introdução às críticas à Hermenêutica filosófica.
• Apresentar as teses sobre a Hermenêutica de Emilio Betti, Eric D. Hirsch, e
Karl-Otto Apel.
• Apresentar o problema das relações entre as pretensões de sentido e as de
validade na interpretação.

Conteúdos
• O conceito de validação de interpretação.
• A questão da diversidade de interpretações e a diferença entre verdade e
validade.
• Atitude crítica na compreensão e na interpretação.

Orientações para o estudo da unidade


Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:

1) A leitura desta obra deve ser vista como uma indicação dos termos e
tópicos a serem estudados e aprofundados; procure outras informações
e apresentações desses assuntos nos livros indicados nas referências
bibliográficas e em sites confiáveis. Lembre-se de que, na modalidade EaD,
o engajamento pessoal e a organização pessoal dos estudos são fatores
determinantes para o seu crescimento intelectual.

2) A compreensão adequada dos temas e conceitos de Hermenêutica está


associada ao domínio de vários outros conteúdos e competências, incluindo

155
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

vários domínios de conhecimento. Para adquirir uma competência


mínima, são necessários conhecimentos básicos de Teoria da Linguagem,
de Historiografia e de Humanidades. Uma referência bibliográfica básica
são os seguintes livros:
• APEL, K.-O. Transformação da Filosofia I. São Paulo: Martins Fontes,
2000.
• RICOEUR, P. Teoria da interpretação. Trad. Artur Morão. Lisboa. Edições
70, 1976.

3) O estudo sistemático de qualquer assunto exige organização e um trabalho


de esquematização dos conceitos e teorias. Por isso, anote os termos
principais usados na unidade, faça mapas conceituais e busque fixar o
sentido em que são usados e, sobretudo, qual função ou papel teórico
esses conceitos exercem na teoria. Consulte dicionários e outros textos
para elaborar e aprofundar a caracterização desses termos, registrando as
frases em que eles ocorrem e as diferenças de uso entre os autores.

156 © HERMENÊUTICA
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

1. INTRODUÇÃO
Nesta unidade, serão apresentados alguns tópicos
relacionados a debates teóricos atuais em Hermenêutica. Esses
tópicos dizem respeito à compreensão linguística e também aos
aspectos pragmáticos da compreensão em geral. Embora tenham
sido abordados nas grandes teorias fundadoras de Schleiermacher
e Dilthey, as contribuições e acréscimos provenientes dos estudos
linguísticos e teorias da ação fazem parte hoje das discussões
hermenêuticas e estão incorporadas nas teorias recentes, como
é o caso das teorizações de E. Betti, E. D. Hirsch e K.-O. Apel.
O aspecto mais relevante está no posicionamento crítico em
relação às pretensões de universalidade de alguns hermeneutas,
e também no delineamento da reflexão hermenêutica como
capaz de embasar uma atitude crítica frente a pretensões de
validade e objetividade na interpretação.
As propostas hermenêuticas e filosóficas de Heidegger
e Gadamer receberam fortes críticas, no que diz respeito aos
problemas e procedimentos de interpretação, sobretudo em
referência ao deslocamento da teoria hermenêutica para fora das
discussões metodológicas da interpretação de textos. O elemento
central dessas críticas tem seu ponto fundamental na ideia
de que a concepção existencial e ontológica da Hermenêutica
implicaria a impossibilidade do ajuizamento crítico das diferentes
interpretações em termos objetivos. Destacam-se nesse aspecto
as objeções dos hermeneutas Emilio Betti e Eric D. Hirsch. Esta
unidade tratará dessas objeções em detalhe.

© HERMENÊUTICA 157
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA


O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de
forma sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua
compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo
estudo do Conteúdo Digital Integrador.

2.1. OS PRINCÍPIOS HERMENÊUTICOS DE E. BETTI

O jurista e filósofo Emilio Betti (1890-1968), autor de uma


extensa obra sobre Direito romano e teoria e Filosofia do Direito,
marca a história do pensamento hermenêutico com uma obra
ímpar por seu rigor e completude teórica, na qual apresenta uma
teoria hermenêutica abrangente dentro do marco metodológico
iniciado por Schleiermacher e Dilthey. Destacam-se o livro Teoria
generale della interpretazione, publicado em 1955, e os opúsculos
Zur Grundlegung einer allgemeinen Auslegungslehre, de 1954, e
Attualità di una teoria generale dell’interpretazione (1967), nos
quais Betti delineia um método de interpretação pelo qual seria
possível garantir a objetividade e a validade de modo racional e
fundamentado.
Betti mantém-se firmemente vinculado à Hermenêutica
metodológica que, enquanto reconhece e descreve os momentos
de constituição e apreensão de sentido, se impõe também a
tarefa de fornecer procedimentos e critérios para a adjudicação
da validade e também da correção de interpretações capazes de
orientar a compreensão em meio a condições históricas diferentes
no momento de novas aplicações.
Esse imperativo advém sobretudo do interesse de que
sua teoria hermenêutica pudesse ser um instrumento de
fundamentação da Hermenêutica jurídica. Em franca oposição

158 © HERMENÊUTICA
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

às hermenêuticas existenciais e fenomenológicas, Betti apontava


como uma deficiência metodológica grave a ausência de uma
explicação razoável para o procedimento de circunstanciação da
interpretação em novas situações, de modo a não ser uma decisão
arbitrária ou subjetiva do intérprete. Para resolver esse problema,
Betti estabelece quatro regras básicas, nas quais estão embutidos
os princípios fundantes de sua teoria hermenêutica. A aplicação
refletida dessas quatro regras conformaria uma base segura
para a correção formal e material das interpretações, decisões e
aplicações:
• A regra da autonomia hermenêutica ou da imanência
do critério hermenêutico (a partir do qual o sentido a
ser apreendido deverá ser o sentido original, imanente,
do texto, e não a projeção do intérprete: “Sensus non
est inferendus sed efferendus”;
• A regra da totalidade e da coerência significativa
interna do objeto hermenêutico, regra que incita
a considerar, até prova em contrário, o texto a ser
interpretado como um todo coerente e concordante;
• A regra da atualidade da compreensão, segundo a qual
o intérprete deve perseguir em um sentido inverso,
na sua própria subjetividade, o processo de criação,
e tentar reconstruir e traduzir, a partir de seu interior
um pensamento estranho, um trecho do passado ou
uma lembrança vivida, na sua própria atualidade vital
e interioridade;
• A regra da adequação da compreensão ou da
correspondência e da congenialidade hermenêutica,
que ensina que o intérprete deverá se esforçar para
colocar a sua própria atualidade vivida em acordo e
em estreita harmonia com a mensagem que lhe chega
do objeto, de maneira tal que sujeito e objeto, assim
harmonizados, vibrem em uníssono (BETTI, 1955, p.
304-320, passim, tradução nossa).

© HERMENÊUTICA 159
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

A inteira proposta de Betti (1955, p. 59) está ancorada


no conceito de forma representativa, cujo papel teórico
é fundamentar os aspectos objetivos da interpretação
hermenêutica, ao mesmo tempo que indica o pertencimento
histórico a uma “comunidade de falantes”, seja do autor dessa
forma, seja do intérprete. Propriamente, não pode ocorrer uma
compreensão ou interpretação “sem a presença de uma forma
representativa” (BETTI, 1955, p. 62, tradução nossa).
Um caso exemplar de forma representativa são os
códigos e leis. Essas formas representativas correspondem às
“exteriorizações e manifestações do espírito, enquanto respostas
a uma dada situação” (BETTI, 1955, p. 2, tradução nossa) e que,
para o autor e também para o intérprete, se apresentam como
um horizonte circunscrito e condicionado historicamente.
Betti fundamenta a sua teoria da interpretação com base
em uma tese idealista da objetividade da compreensão. Essa
teoria pretendia valer para todos os tipos de interpretação,
os quais Betti subdivide em três espécies que indicam uma
hierarquia de complexidade:
• a interpretação como mero reconhecimento de um
conteúdo ou pensamento objetivado em alguma forma
representativa (como é o caso exemplar da Filologia e
da Historiografia);
• a interpretação como apresentação e reprodução,
como é o caso das interpretações nas artes dramáticas,
musicais e na tradução, nas quais se quer fazer entender
um pensamento e reapresentá-lo;
• a interpretação em função normativa, como é o caso
no Direito e na Teologia, cujas ações de interpretar um
texto têm por objetivo a aplicação atual, e nas quais a

160 © HERMENÊUTICA
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

apreensão do sentido ou pensamento tem uma função


normativa e prática para uma ação atual.
No caso das interpretações jurídica e teológica, não basta
o reconhecimento e a reprodução do sentido ou do pensamento
original codificado em uma forma representativa. Para além
desse momento reprodutivo, o intérprete precisa tornar
operacional e aplicável outra vez aquele sentido ou pensamento,
transformando-o e adaptando-o às exigências da situação atual:
Aqui, portanto, o intérprete não termina de cumprir seu objetivo
quando reconstrói a ideia originária da fórmula legislativa
– coisa que antes de tudo deve fazer –, mas deve, depois
disso, pôr em acordo aquela ideia com a atualidade presente
infundindo-lhe a vida que essa contém, pois é justamente a ela
que a valoração normativa deve ser referida (BETTI, 2018, p. 43,
tradução nossa).

Para fundamentar a objetividade dessa operação, que


precisa recuperar o conteúdo original e também reaplicá-
lo à situação atual, Betti distingue dois planos diferentes de
objetividade a que o intérprete precisa responder e interligar:
o plano da objetividade real ou fenomênica, que corresponde
ao vivido e à experiência histórica, e o da objetividade ideal, das
condições estruturais no qual estariam os valores, pensamentos
e conceitos. Com efeito, Betti assume a possibilidade de um
parâmetro ideal:
Os valores éticos ou estéticos, juntos com as categorias lógicas,
pertencem a uma segunda dimensão de objetividade, que não é
aquela meramente fenomênica, mas que, não menos que esta,
distingue-se da subjetividade da consciência: uma objetividade
que, configurando um modo de ser não fenomênico da
espiritualidade, pode bem qualificar-se ideal. Longe de ser
uma criação arbitrária do eu pensante individual e fruto de
uma valoração meramente subjetiva, os valores do espírito

© HERMENÊUTICA 161
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

constituem uma objetividade ideal que obedece infalivelmente


uma lei própria (BETTI, 1955, p. 11, tradução nossa).

A partir desse posicionamento, Betti apresentou uma das


primeiras críticas à Hermenêutica filosófica fenomenológico-
existencial de Heidegger e Bultmann, por ver nela uma inversão
entre interpretar e compreender, a qual tornaria a interpretação
e a aplicação dependentes de uma compreensão prévia
incontrolável pelo intérprete e portanto não passível de revisão.
O ponto da crítica de Betti é que o sentido objetivo não
é um efeito da compreensão, mas sim o seu pressuposto, e é
tarefa da interpretação alcançá-lo de modo a reconhecê-lo,
reproduzi-lo e aplicá-lo na situação presente. Contra Gadamer,
Betti procurou mostrar que, em Verdade e método, se dilui e
confunde o significado (Bedeutung) de um texto com a significação
(Bedeutsamkeit) que ele possa ter para um leitor ou outro, já
que, para Gadamer, interpretar é sempre interpretar diferente,
não havendo, portanto, a possibilidade de se falar de uma
interpretação objetiva e correta. Nesse sentido, Betti reafirma
a orientação que determinou a história da Hermenêutica como
uma disciplina metodológica de validação de interpretações em
contextos de conflitos quanto ao sentido de um texto.
A teoria da interpretação proposta por Betti tem seu eixo
na busca da compreensão objetiva do sentido de uma forma
representativa, especialmente de textos cuja interpretação tem
consequências e aplicações para a situação atual do intérprete.
Embora admitisse que este deve manter a diferença entre a
significação original e a atual, essa teoria está orientada de
antemão para a compreensão do significado intencional, do
sentido visado pelo autor e dos agentes históricos, como ponto
de partida do processo interpretativo. As formas representativas,

162 © HERMENÊUTICA
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

como textos e obras, são objetivações do espírito e, assim,


possuem um sentido fixado que teria de ser recuperado com
procedimentos objetivos, mesmo que esse sentido seja depois
objeto de valorações e interpretações diferentes.
A partir dessa posição, conquanto Heidegger e Gadamer,
e também Dilthey, recusem justamente esse aspecto fixo do
sentido e do significado, abdicando de qualquer sentido original,
Betti entende que suas respectivas hermenêuticas implicam
o relativismo e o subjetivismo, pois, em última instância, a
validação de uma interpretação seria sempre uma questão de
pertencimento a tradições e vinculação histórica.
Para além disso, o que Betti recusa propriamente é a
transformação da Hermenêutica em um componente ontológico
avesso a qualquer procedimento metódico e racional de decisão
e escolha, em termos de validade e objetividade, entre as
diferentes interpretações, no sentido de não haver como decidir
entre uma correta e outra incorreta, o que para ele acarretava a
deslegitimação científica de todo o campo das Ciências Humanas.
As leituras indicadas no Tópico 3.1 tratam a disputa
de Gadamer e Betti sobre os aspectos metodológicos da
Hermenêutica. Neste momento, você deve realizar essas
leituras para aprofundar o tema abordado.

2.2. A HERMENÊUTICA CRÍTICA DE E. D. HIRSCH

O teórico americano E. D. Hirsch (1928-) defende uma


Hermenêutica objetiva, sobretudo no campo dos estudos
literários. Foi um dos primeiros a resenhar e criticar a Hermenêutica

© HERMENÊUTICA 163
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

filosófica apresentada por Gadamer em Verdade e método. Nos


livros Validity in interpretation (Validade na Interpretação),
de 1967, Hirsch defendeu uma teoria da interpretação cuja
principal característica é tornar possível a validação (validation),
o que constituiria a tarefa fundamental da interpretação como
uma disciplina, e que seria uma tarefa distinta da compreensão
(understanding): “a compreensão elabora uma construção de
sentido; o trabalho de validação consiste em avaliar as diversas
construções que a compreensão produziu” (HIRSCH, 1967, p.
170, tradução nossa).
O processo de validade de interpretações, contudo, implica
justamente o reconhecimento de que a correção mesma de
uma dada interpretação não é ela mesma certificável em última
instância, como já havia proposto Schleiermacher, ao estabelecer
que não há regras para a aplicação das regras de interpretação.
Hirsch aceita essa condição como uma decorrência do
círculo hermenêutico, enquanto condição inextirpável do
processo de leitura e interpretação de qualquer texto, pois
cada parte do texto precisa ser compreendida no contexto do
inteiro texto, e este, tanto a partir da compreensão de todas as
suas partes, quanto a partir do contexto histórico mais amplo,
enquanto ele mesmo é parte dos fatos linguísticos e culturais de
uma situação histórica. Sob este aspecto, tanto o texto quanto
o seu contexto são indeterminados e inabarcáveis quanto às
possíveis leituras e interpretações.
Ainda assim, Hirsch defende ser sempre possível
mostrar qual, dentre várias interpretações, é mais plausível,
procedendo-se com base no ajuizamento das probabilidades
a partir das evidências disponíveis. Isso significa dizer que as
noções de interpretação e de compreensão, e suas correlatas,

164 © HERMENÊUTICA
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

de sentido e de significado, implicam sempre (e assim é como


lidamos em nossas práticas desde os antigos) a possibilidade de
crítica e correção.
No processo interpretativo, Hirsch (1967, p. 203) distingue
dois momentos, com o primeiro constituindo-se pela proposição
de palpites e conjecturas, para o qual não há método nem regras,
o que corresponde ao momento da descoberta e da invenção. O
que Hirsch propõe é que há sim princípios de validação que podem
ser explicitados e justificados, os quais incidiriam no segundo
momento do processo interpretativo, que é o da validação das
conjecturas e suposições feitas no primeiro momento. A base
por sobre a qual esses princípios são erigidos está no peso e
na relevância das evidências interpretativas. Hirsch caracteriza
assim esses princípios:
Para fazer uma avaliação confiável, todas as evidências
relevantes, “internas” e “externas”, devem ser consideradas.
A admissibilidade da evidência é determinada pelo critério
de relevância. Evidência relevante é a que ajuda a definir
uma classe sob a qual o objeto de interpretação (uma palavra
ou um texto inteiro) pode ser incluído. O peso relativo ou
confiabilidade de um julgamento baseado nessas evidências é
determinado pela relativa estreiteza da classe, pela abundância
de instâncias dentro da classe e pela frequência relativa do
traço entre as instâncias. Um julgamento baseado em uma
classe mais estreita é sempre mais ponderado ou confiável do
que um baseado em uma classe mais ampla, por menor que
seja a classe mais estreita (HIRSCH, 1967, p. 197-198, tradução
nossa).

Para Hirsch, as regras e os cânones tradicionais da


interpretação, tais como os propostos por Schleiermacher, são
inadequados para a adjudicação da validade entre interpretações
concorrentes. A argumentação de Hirsch para justificar esses
princípios parte do fato de que o intérprete busca o sentido do

© HERMENÊUTICA 165
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

texto, o qual seria determinado pelo seu autor. Com efeito, Hirsch
(1967, p. 207) defende que, de qualquer modo, o problema geral
da interpretação é o de “advinhar o que o autor quis dizer” com
determinada frase ou com seu texto.
Nesse ponto, Hirsch se contrapõe à tese da autonomia
semântica do texto, que ele associa às teorias hermenêuticas
provenientes da influência de Heidegger e Gadamer. Contra essa
autonomia, Hirsch mantém o caráter normativo da intenção
do autor frente a qualquer interpretação ou leitura, pois, do
contrário, o papel do autor seria usurpado pelo crítico ou leitor.
Ainda assim, Hirsch reconhece os problemas associados
à recuperação e à consideração da intenção do autor no
processo interpretativo. Ele elenca quatro tópicos já clássicos
na Hermenêutica e nos estudos literários. Contra o privilégio
normativo da intenção do autor, pode-se mostrar, primeiro, que
o significado de um texto muda, inclusive para o próprio autor;
segundo, que o autor pode ter pretendido, mas não conseguido
expressar um sentido ou significado; terceiro, que, de qualquer
modo, o significado do autor é inacessível e não disponível no
momento da leitura do texto; por fim, que o próprio autor não
tem controle e não sabe o que quer dizer e disse com seu texto.
Todavia, apesar dessas dificuldades, Hirsch entende que
se busca interpretar e compreender justamente a intenção e o
sentido do autor. E, embora eles sejam difíceis de estabelecer,
não seria impossível fazê-lo. Para isso, a teoria do significado de
Hirsch, de saída, supõe a publicidade do sentido e da linguagem, e
também que o sentido é consciente, conquanto o autor em geral
sabe o que quer dizer. Além disso, os textos são reproduzíveis
e, em grande medida, objetos determinados ou, ao menos,
determináveis.

166 © HERMENÊUTICA
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

A partir dessa visada, Hirsch distingue o sentido codificado


no texto e o significado que esse sentido tem para um leitor,
argumentando que o sentido de um texto é fixo, e apenas o
significado é variável. Essa distinção embasa a principal crítica
que Hirsch dirige à Hermenêutica filosófica, sobretudo aquela
defendida por Gadamer. Tal como E. Betti, a acusação é que,
ao não fazer a distinção entre sentido e significado, Gadamer
incorre em um historicismo relativista incontornável, que implica
a impossibilidade de se decidir por uma ou outra interpretação,
e que resulta na perda permanente dos sentidos originais com
os quais os autores do passado escreveram seus textos, pois
sempre os compreenderíamos a partir unicamente do nosso
horizonte de sentido.
Contra essa relativização e impossibilidade de recuperação
do sentido do autor, Hirsch retomará uma tese clássica que
consiste em pensar os textos como, antes de tudo, determinados
em termos linguísticos, como construídos e reconstrutíveis
conforme regras gramaticais. Também, do ponto de vista
semântico, os textos seriam determinados quanto aos gêneros. O
enquadramento no gênero seria o que propriamente delimitaria
e permitiria um controle sobre o sentido e o significado originais:
a concepção genérica preliminar de um intérprete de um texto
é constitutiva de tudo o que ele subsequentemente entende e
[...] isso permanece o caso, a menos e até que essa concepção
genérica seja alterada (HIRSCH, 1967, p. 74, tradução nossa).

O ponto de Hirsch é que, no processo interpretativo, e


no distanciamento histórico, a compreensão e a significação
do gênero pode se alterar. O enquadramento de gênero sofre
também do problema do círculo hermenêutico, pois a questão
de a qual gênero um texto pertence depende também do modo
como o texto é lido. Um texto antigo poderia ser originalmente

© HERMENÊUTICA 167
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

cômico e sarcástico, como supomos que o texto As nuvens, de


Aristófanes, o seja em relação ao personagem Sócrates. Todavia,
hoje o lemos muitas vezes como uma fonte de informação séria
sobre o homem Sócrates. Nesse caso, embora as frases do texto
não se alterem, muda, sim, o seu significado, ao se alterar o
sentido, cômico ou descritivo, pelo qual se lê o inteiro texto.
Na fundamentação de sua teoria da interpretação, Hirsch
recorre à classificação proposta por E. Betti, pela qual se diferenciam
interpretação como reconhecimento (literária e histórica), como
apresentação (dramática e musical) e, por fim, como dotada de
função normativa em vista de uma aplicação.
Para Hirsch, todavia, o único sentido adequado de
interpretação de um texto é o primeiro, no sentido de
reconhecimento daquilo que o autor quis dizer, ou seja, do sentido
com que o texto foi escrito. Isso porque toda interpretação válida se
fundamenta no reconhecimento do sentido em que o autor usou
as palavras e frases e do pensamento que ele quis expressar. Os
outros tipos de interpretação, com efeito, como já reconhecia Betti,
supõem esse primeiro tipo, e apenas acrescentam um momento
posterior e derivado de aplicação ou ajuste circunstancial.
De todo modo, Hirsch (1967, p. 126, tradução nossa)
mantém um princípio decisivo da hermenêutica tradicional,
a saber, que “toda interpretação válida de qualquer tipo é
fundamentada na re-cognição do que um autor quis dizer”, o
que foi objeto de revisão e crítica já a partir de Schleiermacher
como algo impossível de se realizar. Todavia, a principal alegação
de Hirsch, tal como já havia sido reclamada também por Betti,
refere-se ao que ele considerou ser uma leitura e versão injusta
da história do confronto teórico, dada por Gadamer, quanto ao
papel da aplicação na realização da compreensão, por entender

168 © HERMENÊUTICA
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

que esse aspecto estava contemplado justamente na distinção


entre sentido e significado.
De modo preciso, Hirsch mostra que a concepção de
interpretação defendida por Gadamer está modelada pela tradição
de leitura e exegese de textos sagrados e jurídicos, modelo que
Gadamer (2005, p. 411) pretende que seja válido para todo e
qualquer texto, e pelo qual interpretar é um submeter-se ao que
vale e deve valer, pelo qual o sentido, a verdade e a validade são
confundidos.
Para Hirsch, trata-se de um modelo inadequado como geral,
pois a literatura e a poesia não devem ser lidas segundo esse
modelo. Nesse ponto, a distinção entre sentido e significado, que
permite distinguir e separar o sentido de um texto da sua verdade
e validade para a situação atual do intérprete, mostra-se efetiva:
Quando nós construímos o sentido de um outro nós não somos
agentes livres. Enquanto o nosso objeto for o sentido de seu
enunciado, nós somos completamente subservientes de sua
vontade, porque o sentido de seu enunciado é o sentido que
ele quer transmitir. Uma vez construído o seu sentido, contudo,
nós somos bem independentes de sua vontade. Nós não temos
que aceitar mais nenhum valor ou suposição que ele entretinha.
Nós podemos relacionar o seu sentido com qualquer coisa que
desejarmos e valorá-lo do modo que nos agradar (HIRSCH,
1967, p. 142, tradução nossa).

A compreensão ou o entendimento, sim, implica uma


certa submissão ao texto e seu sentido, mas ainda não nos
diz nada sobre sua verdade, validade e uso para nós. Essa
adjudicação normativa é um momento posterior no qual se julga
o compreendido, e que implica uma independência em relação
ao julgado, isto é, ao compreendido.

© HERMENÊUTICA 169
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

2.3. A HERMENÊUTICA PRAGMÁTICO-TRANSCENDENTAL

O filósofo Karl-Otto Apel (1922-2017) elaborou uma das


obras mais relevantes no contexto hermenêutico de meados
do século 20, cuja marca característica está na retomada da
questão da justificação e da validade da compreensão. O seu
pensamento, todavia, retoma elementos centrais da tradição
hermenêutica, se define mais pela tentativa de contribuir
para uma fusão transformadora da própria Filosofia europeia,
fazendo um exame crítico das principais correntes da Filosofia
moderna e contemporânea, chegando a uma síntese por ele
mesmo denominada de Filosofia transcendental hermenêutica
semiótico-pragmática, que está melhor expressa na obra
Transformação da Filosofia, em dois volumes, publicados em
1973.
A transformação está justamente na superação do modelo
da consciência e da representação, em geral pensadas como
individuais e a-históricas, e sua substituição por um modelo
pragmático e hermenêutico, com a inclusão de elementos práticos
e praxiológicos na reflexão transcendental, por meio de uma
revisão do conceito de teoria e de linguagem como enraizados no
engajamento prático-corpóreo de uma comunidade de agentes
falantes:
[…] do ponto de vista cognitivo-antropológico, é a estrutura
da intervenção corpórea que possibilita toda “percepção”
concreta de mundo como um prosseguimento cultural de
nossa organização sensória relativamente estável: tal estrutura
descerra o mundo e determina-se a si mesma a partir do mundo
que vai descerrando, de modo que, com isso, vai também se
corrigindo a si mesma. Além disso, ela se manifesta também na
encarnação do sentido de mundo no corpo da linguagem (APEL,
2005, p. 157).

170 © HERMENÊUTICA
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

Essa intervenção prático-corpórea é desde sempre um


engajamento comunitário, comunicacional e intersubjetivo. Na
configuração dessa tese, Apel recorre, revisando-as criticamente,
a diversas contribuições, sobretudo de Kant, Peirce, Heidegger,
Gadamer, Weber e Wittgenstein.
Uma contribuição central de seu pensamento é o conceito
de “a priori da comunidade de comunicação”, pelo qual ele aceita
e desenvolve uma abordagem hermenêutica dos fundamentos
tanto da Filosofia quanto da Ciência. Esse conceito é uma
retomada e uma expansão das teses de Heidegger, especialmente
aquelas relativas à compreensão em Ser e tempo, em que se
elaboram os conceitos de engajamento prático no mundo e de
estruturas prévias da compreensão que antecedem e embasam
os fenômenos da subjetividade dos agentes individuais, da
dizibilidade do mundo, e da verdade e da validade dos discursos.
Sob essa perspectiva, de saída, o conhecimento e a
linguagem são concebidos como fundados na existência fática,
na qual uma pré-compreensão antecipa desde sempre um certo
sentido de ser, inclusive em relação ao próprio ser daquele que
age e conhece. Todavia, embora aceite a perspectiva aberta pela
elaboração hermenêutico-interpretativa de Heidegger, Apel fará
uma das mais contundentes revisões críticas justamente quanto
à possibilidade de introduzir a questão da verdade e da validade
a partir da Fenomenologia hermenêutica heideggeriana.
Com efeito, para Apel, deve-se acrescentar ao problema do
“descerramento e da ocorrência de sentido a problemática da
validação de sentido” (APEL, 2005, p. 47). O ponto teórico está
em manter-se no horizonte da reflexão filosófica a questão da
justificação e da validação de interpretações e compreensões,
e não apenas tratá-las como “acontecimentos e destinações do
ser” (APEL, 2005, p. 51) incontornáveis.

© HERMENÊUTICA 171
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

A proposta do autor postula que faz sentido retomar a


questão de Gadamer acerca de como é possível a compreensão,
questão posta em relação “ao todo da experiência do mundo
feita pelo homem e ao todo de sua prática de vida”, como cerne
de uma “filosofia transcendental que reflita a pré-estrutura do
compreender para todas as formas de cognição científica e pré-
científica” (APEL, 2005, p. 52).
Apel entende que a perspectiva teórica da Hermenêutica
filosófica, heideggeriana e também gadameriana, não é capaz de
estabelecer uma plataforma de validação aceitável, pois tem de
tratar toda compreensão e também toda má-compreensão como
ocorrências histórico-ontológicas, como acontecimentos de ser,
em última instância impossíveis de ajuizar e criticar. Por isso, ele
defende que um tratamento teórico minimamente adequado
precisa indicar um critério de diferenciação entre o compreender
adequado e o mal compreender, entre uma interpretação correta
e uma incorreta – do contrário, qualquer pretensão de defender
uma ou outra compreensão e interpretação, com o argumento de
que se trata de uma “ocorrência de ser ou ocorrência de verdade
caracterizaria uma falácia naturalista” (APEL, 2005, p. 53).
Apel tem em vista o conflito, na teoria hermenêutica de
Gadamer, entre a presumida capacidade reflexiva sobre as
próprias experiências e sua capacidade de superar os próprios
preconceitos, e a tese de que interpretar é sempre interpretar
de modo diferente, não havendo uma interpretação correta, o
que implicaria que cada situação histórica e cada perspectiva
individual enraizada no mundo redundaria em interpretações
distintas, impossibilitando a própria ideia de uma compreensão
melhor. A saída consiste em aceitar a introdução de um critério
de validação prévio e realizado em um nível distinto das

172 © HERMENÊUTICA
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

experiências individuais e históricas, sem que se tenha de apelar


para fatores ideais ou míticos. A sua proposição é que:
Se a hermenêutica deve conservar criticamente o legado do
Esclarecimento, ela precisa conservar, a meu ver, além da
suposição da superioridade virtual do interpretandum, também
o discernimento hegeliano quanto à exigência precípua,
no Compreender, de um autoprevalecimento reflexivo do
intérprete. Ora, se este último não atribui a si mesmo o direito
ao julgamento crítico do que há para entender, e se dessa
forma não confia a verdade a si mesmo, então ele não chega
nem mesmo a assumir o ponto de vista de uma hermenêutica
filosófica; insiste, sim, em permanecer aferrado ao ponto de
vista de uma hermenêutica que se põe a serviço de uma crença
dogmática (APEL, 2005, p. 56).

Para desdobrar uma Hermenêutica filosófica capaz de


enfrentar o ajuizamento crítico da questão da validade da
compreensão e interpretação, Apel propôs uma transformação
pragmático-linguística da Filosofia transcendental. Retomando
um dos motes mais repetidos da tradição hermenêutica, qual
seja, que é preciso compreender o autor melhor do que ele
compreende a si mesmo, Apel sugere que não só é possível
recuperar a dimensão crítica e o conceito de validade, mas que
esse mote torna isso inevitável.
Com efeito, esse mote aponta para a possibilidade de
um ajuizamento em termos de compreender melhor uma
determinada doação de sentido e, sobretudo, para a ideia
de poder argumentar pela validade de uma tal compreensão
melhor, inclusive contra o próprio autor. Ambas essas indicações
pressupõem que se possa alcançar um “entendimento ou acordo
mútuo” (APEL, 2005, p. 68).
Esse conceito de acordo mútuo é o motor da transformação
da Filosofia contemporânea, que estaria no cerne da “pré-

© HERMENÊUTICA 173
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

estrutura” transcendental-hermenêutica da compreensão.


Diferentemente da Filosofia moderna da consciência e da
representação, que funda a validação intersubjetiva em supostas
condições a priori do conhecimento e da verdade, o modelo
proposto por Apel parte:
da pressuposição de que nós estamos condenados a priori
a um acordo intersubjetivo, mesmo que apenas cada um,
isoladamente, esteja obrigado a entender-se no mundo e a
chegar em razão desse “pré-entendimento” a conhecimentos
válidos sobre as coisas e sobre a sociedade (APEL, 2005, p. 69).

A partir desse esclarecimento das condições fundantes de


todo conhecer e validar, como dirigidos de antemão e orientados
pelas condições de um possível acordo mútuo, já no plano do
sentido linguístico e sobretudo da verdade passível de ser
validada, os modelos clássicos baseados na autorreflexão do
intelecto e na introspecção da consciência deixam de fazer
sentido. Apel é enfático quanto a esse ponto metodológico:
Não é possível chegar a uma consciência cognitiva quanto a
algo como algo ou quanto a si mesmo como pessoa passível
de ser identificada por meio da referência dêitica ao eu,
sem que se tenha tomado parte em um processo de acordo
mútuo linguístico e interpessoal. Para mim, portanto, uma
“evidência” somente pode valer como verdade no âmbito do
consenso interpessoal. Desse modo, a filosofia transcendental
hermeneuticamente transformada parte do a priori de uma
comunidade real de comunicação, que para nós é praticamente
idêntica à espécie humana ou à sociedade (APEL, 2005, p. 70).

Por conseguinte, o entendimento mútuo entre os indivíduos


e os acordos interpessoais não são pensados como um resultado
a ser talvez alcançado, mas antes formam a base por sobre a qual
são possíveis a própria linguagem e demais instituições sociais. No
caso do conhecimento e da compreensão, a validação e fixação

174 © HERMENÊUTICA
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

de verdades pressupõem já esse pré-entendimento mútuo, e


o recurso ao acordo mútuo é a única forma de legitimação e
validação de uma pretensão de conhecimento.
O entendimento intersubjetivo está na base da validação
em todas as áreas do conhecimento comum, e também das
ciências experimentais, até mesmo na área das ciências formais,
pois em todas elas é o caráter público e a argumentação
consensual que validam qualquer tipo de conhecimento. Nesse
sentido, o entendimento mútuo entre os cientistas é a condição
de possibilidade da objetividade para as ciências.
Com isso, a compreensão linguística mútua sobre o que
é proposto e sobre o que é estabelecido por uma teoria ou
demonstração constitui-se em um momento complementar
indispensável para a objetividade e legitimidade científicas. Além
disso, o entendimento intersubjetivo por meio de uma linguagem
comum, enquanto momento indispensável, é ele mesmo objeto
de reflexão, como é o caso das teorizações filosóficas, éticas e
políticas. Nesse âmbito também é o acordo mútuo o critério de
validação. Contudo, nesse caso, o interesse cognitivo não é o
domínio técnico e a explicitação das leis da natureza; o interesse
que conduz esse entendimento intersubjetivo funda-se nas
necessidades sociais e éticas da práxis política dirigida para uma
emancipação comum.
Esse modelo é facilmente transferido para a leitura e
compreensão de textos e discursos. Longe de ser uma relação
monológica de um intérprete, a interpretação e a compreensão
são ações interativas interpessoais cuja orientação e validação
apenas pode se realizar objetivamente sob o pressuposto e a
meta do acordo mútuo entre diferentes intérpretes.

© HERMENÊUTICA 175
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

As leituras indicadas no Tópico 3.2 tratam das críticas


de Apel e seu papel na Hermenêutica. Neste momento, você
deve realizar essas leituras para aprofundar o tema abordado.

Para continuar seus estudos––––––––––––––––––––––––––


Como indicação para o aprofundamento dos estudos, destacamos as seguintes
obras, brasileiras e estrangeiras:
• CAPUTO, J. Hermeneutics: facts and interpretation in the age of
information. New Orleans: Pelican, 2018.
• CAPUTO, J. More radical Hermeneutics: on not knowing who we are.
Bloomington: Indiana University Press, 2000.
• CAPUTO, J. Radical Hermeneutics: repetition, deconstruction and the
hermeneutic project. Bloomington: Indiana University Press, 1987.
• DETEL, W. Geist und Verstehen: Historische Grundlagen einer
modernen Hermeneutik. Frankfurt am Main: Klostermann 2011.
• DETEL, W. Hermeneutik der Literatur und Theorie des Geistes.
Frankfurt am Main: Klostermann, 2015.
• DRUCKER, C. A obra de arte musical: uma pergunta para
Heidegger. Revista Filosófica de Coimbra, v. 28, n. 55, p. 7-34,
2019. Disponível em: https://impactum-journals.uc.pt/rfc/article/
download/0872-0851_55_1/6310. Acesso em: 24 ago. 2020.
• DRUCKER, C. A palavra nova: o diálogo entre Nelson Rodrigues e
Dostoiévski. 1. ed. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 2010.
• DUQUE-ESTRADA, P. C. (Org.). Às margens – a propósito de
Jacques Derrida. São Paulo: Loyola; Rio de Janeiro: PUC-RJ, 2012.
• DUQUE-ESTRADA, P. C. (Org.). Espectros de Derrida. Bonsucesso:
NAU, 2008.
• ECO, U. Interpretação e superinterpretação. 2. ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2005.
• ECO, U. Os limites da interpretação. 2. ed. São Paulo: Perspectiva,
2004.
• FIGAL, G. Der Sinn des Verstehens. Beiträge zur hermeneutischen
Philosophie. Ditzingen: Reclam, 1996.

176 © HERMENÊUTICA
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

• FIGAL, G. Oposicionalidade: o elemento hermenêutico e a filosofia.


Petrópolis: Vozes, 2007.
• FLICKINGER, H.-G. A caminho para uma pedagogia hermenêutica.
Porto Alegre: Autores Associados, 2011.
• FLICKINGER, H.-G. Gadamer & a Educação. São Paulo: Autêntica,
2014.
• GRONDIN, J. Du sens de la vie. Montréal: Bellarmin, 2003.
• GRONDIN, J. L’horizon herméneutique de la pensée contemporaine.
Paris: Vrin, 1993.
• GRONDIN, J. L’universalité de l’herméneutique. Paris: PUF, 1993.
• IHDE, D. Expanding Hermenutics: visualism in science. Evanston:
Northwestern University Press, 1999.
• IHDE, D. Experimental Phenomenology – second edition:
multistabilities. Albany: State University of New York Press, 2012.
• IHDE, D. Postphenomenology: essays in the postmodern context.
Evanston: Northwestern University Press, 1993.
• KAHLMEYER-MERTENS, R. S. 10 lições sobre Gadamer. Petrópolis:
Vozes, 2017.
• KAHLMEYER-MERTENS, R. S. 10 Lições sobre Heidegger. 1. ed.
Petrópolis: Vozes, 2015.
• REIS, R. R. Aspectos da modalidade: a noção de possibilidade na
Fenomenologia hermenêutica. Rio de Janeiro: Viaverita, 2014.
• ROHDEN, L. Hermenêutica filosófica: entre a linguagem da experiência
e a experiência da linguagem. São Leopoldo: Ed. Unisinos, 2009.
• ROHDEN, L. Entre Filosofia e Literatura. Belo Horizonte: Relicário,
2015.
• ROMANO, C. R. L’événement et le monde. Paris: PUF, 1998.
• ROMANO, C. R. L’événement et le temps. Paris: PUF, 1999.
• RUEDELL, A. Hermenêutica: da necessidade de interpretar para um
modo de pensar. Ijuí: Editora Unijuí, 2016.
• RUEDELL, A. Da representação ao sentido: através de Schleiermacher
à hermenêutica atual. Veritas, Porto Alegre, v. 45, n. 2, p. 249-258, jun.
2000. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.
php/veritas/article/view/35061/18397. Acesso em: 24 ago. 2020.
• STEIN, E. Compreensão e finitude. Ijuí: Unijuí, 2001.
• STEIN, E. Crítica da ideologia e racionalidade. 1. ed. Porto Alegre:
Movimento, 1987.

© HERMENÊUTICA 177
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

• STEIN, E. Diferença e metafísica. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000.


• STEIN, E. Pensar é pensar a diferença. 2. ed. Ijuí: Unijuí, 2006.
• STEINER, G. Depois de Babel: questões de linguagem e tradução.
Curitiba: Editora UFPR, 2005.
• STRECK, L. L. Hermenêutica jurídica e(m) crise. 10. ed. Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2011.
• STRECK, L. L. Jurisdição constitucional e Hermenêutica. 2. ed. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2004.
• STRECK, L. L. Lições de crítica hermenêutica do Direito. 1. ed. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2014.
• STRECK, L. L. Verdade e consenso. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
• TENGELYI, L. Neue Phänomenologie in Frankreich. Frankfurt am
Main: Suhrkamp, 2012.
• TENGELYI, L. Welt und Unendlichkeit: zum Problem
phänomenologischer Metaphysik. Freiburg: Karl Alber, 2014.
• VATIMO, G. Adeus à verdade. Petrópolis: Vozes, 2016.
• VATIMO, G. Al di là del soggetto. Milano: Feltrinelli, 1981.
• VATIMO, G. Il pensiero debole. Milano: Feltrinelli, 1983.
• VATIMO, G. La fine della modernità. Milano: Garzanti, 1985.
• VATIMO, G. Le avventure della differenza. Milano: Garzanti, 1980.
• WU, R. Transcendência originária e possibilitação: sobre o problema
da intencionalidade na ontologia fundamental. O que nos faz pensar,
Rio de Janeiro, PUC-RJ, v. 27, p. 361-381, dez. 2018. Disponível em:
http://www.oquenosfazpensar.fil.puc-rio.br/index.php/oqnfp/article/
view/620/592. Acesso em: 24 ago. 2020.
• WU, R.; NASCIMENTO, C. R. (Orgs.). Pensar Ricoeur: vida e
narração. 1. ed. Porto Alegre: Clarinete, 2016.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Vídeo complementar ––––––––––––––––––––––––––––––––
Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar 4.
• Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique na aba Videoaula,
localizado na barra superior. Em seguida, busque pelo nome da disciplina
para abrir a lista de vídeos.
• Caso você adquira o material, por meio da loja virtual, receberá também um
CD contendo os vídeos complementares, os quais fazem parte do material.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

178 © HERMENÊUTICA
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR


O Conteúdo Digital Integrador é a condição necessária
e indispensável para você compreender integralmente os
conteúdos apresentados nesta unidade.

3.1. ASPECTOS METODOLÓGICOS DA HERMENÊUTICA, SE-


GUNDO GADAMER E BETTI

A disputa sobre os aspectos metodológicos da hermenêutica


entre Gadamer e Betti é determinante na atual compreensão
da disciplina. Por isso, para aprofundar o entendimento deste
ponto, leia os seguintes artigos:
• GADAMER, H.-G. Emilio Betti e a herança idealista,
Cadernos de Filosofia Alemã, v. 1, p. 83-90, 1996.
Disponível em: http://www.revistas.usp.br/
filosofiaalema/article/view/72077. Acesso em: 24 ago.
2020.
• SPAREMBERGER, R. F. L. Betti x Gadamer: da
Hermenêutica objetivista à Hermenêutica criativa.
Revista da Faculdade de Direito da Universidade Federal
do Paraná, v. 39, p. 171-189, 2003. Disponível em: https://
revistas.ufpr.br/direito/article/view/1753/1450. Acesso
em: 24 ago. 2020.

3.2. AS CRÍTICAS DE APEL E A FUNDAMENTAÇÃO DAS ABOR-


DAGENS HERMENÊUTICAS

As críticas de Apel têm um papel fundamental no


atual debate em torno da fundamentação das abordagens

© HERMENÊUTICA 179
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

hermenêuticas. A leitura dos seguintes textos pode lhe ajudar a


compreender melhor o problema:
• COELHO, C. C. Hermenêutica e desconstrução: a
conciliação de Paul Ricoeur e a aporia de Jacques
Derrida. Veritas, Porto Alegre, v. 64, n. 1, jan./mar. 2019.
Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/
index.php/veritas/article/view/31264. Acesso em: 24
ago. 2020.
• POKER, J. G. A. B. Os sentidos de compreensão nas
teorias de Weber e Habermas. Trans/Form/Ação,
Marília, v. 36, p. 221-244, 2013. Disponível em: http://
www.scielo.br/pdf/trans/v36nspe/14.pdf. Acesso em:
24 ago. 2020.
• SIMÕES, P. H. O. Entre a Linguística e a Filosofia: a
pragmática transcendental de Karl-Otto Apel. Língua,
Literatura e Ensino, v. 8, p. 333-337, 2013. Disponível
em: http://revistas.iel.unicamp.br/index.php/lle/
article/view/2470. Acesso em: 24 ago. 2020.

4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder as questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Reflita sobre os critérios e métodos de validação para interpretações
divergentes e explique a proposta de Emilio Betti.

2) Explique a distinção entre sentido e significação de Hirsch e sua relação com


a distinção entre descoberta e validação de um sentido ou interpretação.

180 © HERMENÊUTICA
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

3) Explique a crítica de Apel à Hermenêutica filosófica.

4) Explique o papel do entendimento consensual intersubjetivo na validação


da objetividade dos processos interpretativos segundo Apel.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, consideramos alguns tópicos problemáticos
em relação à Hermenêutica, tendo em vista a possibilidade de um
ajuizamento crítico das pretensões de sentido e da validação de
interpretações. As posições teóricas resumidas estão associadas
à Hermenêutica, mas todas elas contêm algum distanciamento
crítico em relação aos fundamentos e desenvolvimentos da
Hermenêutica moderna, sobretudo aquela que se configurou
como Hermenêutica filosófica. Dois posicionamentos críticos
decisivos para a conformação atual das teorias hermenêuticas
que merecem atenção são representados pelas críticas dos
filósofos Jürgen Habermas (1987, 2000) e Jacques Derrida (1973,
1995).
O que vimos até aqui, ao percorrer as teorizações
hermenêuticas, permite-nos concluir que os sentidos em que
algo pode se dar e ser apreendido por um agente intérprete já
estão pré-antecipados nas estruturações que o perfazem como
agente capaz de compreender e nas articulações e conexões
entre as coisas constitutivas do seu campo de ação.
Enquanto agentes históricos, nós somos precedidos por
outros agentes e agências, por ações e cursos de ações que já estão
em andamento, e também pelos efeitos desses agenciamentos.
O ambiente em que emergimos como capazes de compreender
está todo ele vincado por estruturações e articulações que se
enraízam no passado de nossos cuidadores e educadores. No

© HERMENÊUTICA 181
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

nosso quarto, já havia uma cama; no banheiro, já havia uma


pia, uma torneira e um vaso sanitário; ou não havia nada disso,
mas o fato é que o “mundo” ao qual nós mesmos pertencemos
e viemos a ser agentes efetivos capazes de entendimento já
estava, em grande parte, preparado para as nossas capacidades
e habilidades.
O mundo faz sentido a despeito de nós e de nossas
intervenções; as coisas fazem sentido, ao se conectarem e se
articularem de vários modos, mas apenas porque são já o efeito
das ações das gerações anteriores. Há um sentido prévio embutido
no mundo, que não é nosso, e também nós, enquanto agentes
sencientes inteligentes, somos constituídos de tal modo que uma
compreensão prévia das coisas já está operando em qualquer de
nossos atos e pensamentos, pois viemos a ser no contexto das
ações de outros agentes intérpretes. Enfim, o mundo no qual nós
vivemos e agimos, desde os primeiros passos, enquanto mundo
humano, é “sempre já um mundo expressivo (Ausdruckswelt) e
não apenas um mundo de objetos sem sentido” (MISCH, 1994,
p. 78-79, tradução nossa).
Para finalizar esta introdução à Hermenêutica, é necessário
dizer que, além das teorias e autores apresentados nas quatro
unidades, as discussões atuais de Hermenêutica incluem várias
outras teorias e vários outros autores, os quais atestam tanto
a vitalidade quanto a vivacidade dessa corrente filosófica.
Não deixe de consultar as obras indicadas e de sempre buscar
aprofundar seus conhecimentos. Bons estudos!

182 © HERMENÊUTICA
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

6. E-REFERÊNCIAS

Sites consultados
COELHO, C. C. Hermenêutica e desconstrução: a conciliação de Paul Ricoeur e a aporia
de Jacques Derrida. Veritas, Porto Alegre, v. 64, n. 1, jan./mar. 2019. Disponível em:
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/veritas/article/view/31264. Acesso
em: 24 ago. 2020.
DRUCKER, C. A obra de arte musical: uma pergunta para Heidegger. Revista Filosófica
de Coimbra, v. 28, n. 55, p. 7-34, 2019. Disponível em: https://impactum-journals.
uc.pt/rfc/article/download/0872-0851_55_1/6310. Acesso em: 24 ago. 2020.
DRUCKER, C. Fundação e mediação poéticas em Hölderlin e Heidegger. O Que nos
Faz Pensar, Rio de Janeiro: PUC-RJ, v. 36, p. 185-212, 2015. Disponível em: http://
oquenosfazpensar.fil.puc-rio.br/import/pdf_articles/OQNFP_36_11_claudia_drucker.
pdf. Acesso em: 24 ago. 2020.
GADAMER, H.-G. Emilio Betti e a herança idealista. Cadernos de Filosofia Alemã, v.
1, p. 83-90, 1996. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/
view/72077. Acesso em: 24 ago. 2020.
GAY, M. E. Hermenêutica filosófica e conhecimento nas Humanidades. In: ______.
Estou de altos – as possibilidades do jogo para a história. Dissertação (Mestrado
em História Social da Cultura) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, 2010. p. 70-123. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.
br/16288/16288_4.PDF. Acesso em: 24 ago. 2020.
POKER, J. G. A. B. Os sentidos de compreensão nas teorias de Weber e Habermas.
Trans/Form/Ação, Marília, v. 36, p. 221-244, 2013. Disponível em: http://www.scielo.
br/pdf/trans/v36nspe/14.pdf. Acesso em: 24 ago. 2020.
RUEDELL, A. Da representação ao sentido: através de Schleiermacher à hermenêutica
atual. Veritas, Porto Alegre, v. 45, n. 2, p. 249-258, jun. 2000. Disponível em: https://
revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/veritas/article/view/35061/18397. Acesso
em: 24 ago. 2020.
SIMÕES, P. H. O. Entre a Linguística e a Filosofia: a pragmática transcendental de Karl-
Otto Apel. Língua, Literatura e Ensino, v. 8, p. 333-337, 2013. Disponível em: http://
revistas.iel.unicamp.br/index.php/lle/article/view/2470. Acesso em: 24 ago. 2020.
SPAREMBERGER, R. F. L. Betti x Gadamer: da Hermenêutica objetivista à Hermenêutica
criativa. Revista da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná, v. 39, p.

© HERMENÊUTICA 183
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

171-189, 2003. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/direito/article/view/1753/1450.


Acesso em: 24 ago. 2020.
WU, R. Transcendência originária e possibilitação: sobre o problema da intencionalidade
na ontologia fundamental. O que nos faz pensar, Rio de Janeiro, PUC-RJ, v. 27, p. 361-
381, dez. 2018. Disponível em: http://www.oquenosfazpensar.fil.puc-rio.br/index.
php/oqnfp/article/view/620/592. Acesso em: 24 ago. 2020.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APEL, K.-O. Transformação da Filosofia I: Filosofia analítica, semiótica, hermenêutica.
2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
APEL, K.-O. Transformação da Filosofia II: O a priori da comunidade de comunicação.
São Paulo: Martins Fontes, 2000.
AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
AUSTIN, J. L. How to do things with words. New York: Oxford University Press, 1962.
BETTI, E. Teoria generale della interpretatione. Milano: Dott. A. Giuffrè, 1955.
BETTI, E. Interpretación de las leyes y de los actos jurídicos. Trad. J. L. Mozos. Santiago:
Ediciones Olejnik, 2018.
CAPUTO, J. Hermeneutics: facts and interpretation in the age of information. New
Orleans: Pelican, 2018.
CAPUTO, J. More radical Hermeneutics: on not knowing who we are. Bloomington:
Indiana University Press, 2000.
CAPUTO, J. Radical Hermeneutics: repetition, deconstruction and the hermeneutic
project. Bloomington: Indiana University Press, 1987.
DRUCKER, C. A palavra nova: o diálogo entre Nelson Rodrigues e Dostoiévski. 1. ed.
Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 2010.
DERRIDA, J. Gramatologia. Trad. Miriam Schnaiderman e Renato Janine Ribeiro. São
Paulo: Perspectiva/Edusp, 1973.
DERRIDA, J. A escritura e a diferença. Tradução de Maria Beatriz Marques Nizza da
Silva. São Paulo: Perspectiva, 1995.
DETEL, W. Geist und Verstehen: Historische Grundlagen einer modernen Hermeneutik.
Frankfurt am Main: Klostermann 2011.

184 © HERMENÊUTICA
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

DETEL, W. Hermeneutik der Literatur und Theorie des Geistes. Frankfurt am Main:
Klostermann, 2015.
DUQUE-ESTRADA, P. C. (Org.). Às margens – a propósito de Jacques Derrida. São Paulo:
Loyola; Rio de Janeiro: PUC-RJ, 2012.
DUQUE-ESTRADA, P. C. (Org.). Espectros de Derrida. Bonsucesso: NAU, 2008.
ECO, U. Interpretação e superinterpretação. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
ECO, U. Os limites da interpretação. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2004.
FIGAL, G. Der Sinn des Verstehens. Beiträge zur hermeneutischen Philosophie.
Ditzingen: Reclam, 1996.
FIGAL, G. Oposicionalidade: o elemento hermenêutico e a filosofia. Petrópolis: Vozes,
2007.
FLICKINGER, H.-G. A caminho para uma pedagogia hermenêutica. Porto Alegre:
Autores Associados, 2011.
FLICKINGER, H.-G. Gadamer & a Educação. São Paulo: Autêntica, 2014.
GRICE, H. P. Lógica e conversação. In: DASCAL, M. (Org.). Fundamentos metodológicos
da Linguística. Volume 4: Pragmática – problemas, críticas, perspectivas da lingüística
– bibliografia. Campinas: Global, 1982. p. 81-104.
GRICE, H. Studies in the way of words. Cambridge: Harvard UP, 1989.
GRONDIN, J. Du sens de la vie. Montréal: Bellarmin, 2003.
GRONDIN, J. L’horizon herméneutique de la pensée contemporaine. Paris: Vrin, 1993.
GRONDIN, J. L’universalité de l’herméneutique. Paris: PUF, 1993.
HABERMAS, J. Dialética e Hermenêutica. Porto Alegre: L&PM, 1987.
HABERMAS, J. O conteúdo normativo da modernidade. In: ______. O discurso filosófico
da modernidade. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. 467-509.
HIRSCH, E. D. Validity in interpretation. New Haven: Yale University Press, 1967.
IHDE, D. Expanding Hermenutics: visualism in science. Evanston: Northwestern
University Press, 1999.
IHDE, D. Experimental Phenomenology – second edition: multistabilities. Albany: State
University of New York Press, 2012.
IHDE, D. Postphenomenology: essays in the postmodern context. Evanston:
Northwestern University Press, 1993.

© HERMENÊUTICA 185
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

KAHLMEYER-MERTENS, R. S. 10 lições sobre Gadamer. Petrópolis: Vozes, 2017.


KAHLMEYER-MERTENS, R. S. 10 Lições sobre Heidegger. 1. ed. Petrópolis: Vozes, 2015.
MISCH, G. Der Aufbau der Logik auf dem Boden der Philosophie des Lebens. Hsgb. G.
Hühne-Bertam und F. Rodi. München: Alber, 1994.
NIETZSCHE, F. W. Genealogia da moral. Trad. P. C. Souza. São Paulo: Brasiliense, 1988.
PEIRCE, C. S. Semiótica e Filosofia. São Paulo: Cultrix, 1972.
PLATÃO. Íon. Trad. Cláudio Oliveira. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.
REIS, R. R. Aspectos da modalidade: a noção de possibilidade na Fenomenologia
hermenêutica. Rio de Janeiro: Viaverita, 2014.
RICOEUR, P. Interpretação e ideologias. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1977.
RICOEUR, P. Teoria da interpretação. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1976.
ROHDEN, L. Hermenêutica filosófica: entre a linguagem da experiência e a experiência
da linguagem. São Leopoldo: Ed. Unisinos, 2009.
ROHDEN, L. Entre Filosofia e Literatura. Belo Horizonte: Relicário, 2015.
ROMANO, C. R. L’événement et le monde. Paris: PUF, 1998.
ROMANO, C. R. L’événement et le temps. Paris: PUF, 1999.
RUEDELL, A. Hermenêutica: da necessidade de interpretar para um modo de pensar.
Ijuí: Editora Unijuí, 2016.
SEARLE, J. R. Expression and Meaning: studies in the theory of speech acts. Cambridge:
Cambridge University Press, 1979.
SEARLE, J. R. Intencionalidade. Trad. J. Fisher e T. R. Bueno. São Paulo, Martins Fontes,
1995.
SEARLE, J. R. Speech acts: an essay in the philosophy of language. Cambridge:
Cambridge University Press, 1969.
STEIN, E. Compreensão e finitude. Ijuí: Unijuí, 2001.
STEIN, E. Crítica da ideologia e racionalidade. 1. ed. Porto Alegre: Movimento, 1987.
STEIN, E. Dialética e Hermenêutica: uma controvérsia sobre método em filosofia. In.
HABERMAS, J. Dialética e hermenêutica. Porto Alegre: L&PM, 1987. p. 98-134.
STEIN, E. Diferença e metafísica. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000.
STEIN, E. Pensar é pensar a diferença. 2. ed. Ijuí: Unijuí, 2006.

186 © HERMENÊUTICA
UNIDADE 4 – ASPECTOS CRÍTICOS DA HERMENÊUTICA

STEINER, G. Depois de Babel: questões de linguagem e tradução. Curitiba: Editora


UFPR, 2005.
STRECK, L. L. Dicionário de Hermenêutica: quarenta temas fundamentais da teoria do
Direito à luz da crítica hermenêutica do Direito. Belo Horizonte: Letramento, 2017.
STRECK, L. L. Hermenêutica Jurídica e(m) Crise. 10. ed. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2011.
STRECK, L. L. Jurisdição constitucional e Hermenêutica. 2. ed. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2004.
STRECK, L. L. Lições de crítica Hermenêutica do Direito. 1. ed. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2014.
STRECK, L. L. Verdade e consenso. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
TENGELYI, L. Erfahrung und Ausdruck. Phänomenologie im Umbruch bei Husserl und
seinen Nachfolgern. Dordrecht: Springer, 2007.
TENGELYI, L. Neue Phänomenologie in Frankreich. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 2012.
TENGELYI, L. Welt und Unendlichkeit: zum Problem phänomenologischer Metaphysik.
Freiburg: Karl Alber, 2014.
VATIMO, G. Adeus à verdade. Petrópolis: Vozes, 2016.
VATIMO, G. Al di là del soggetto. Milano: Feltrinelli, 1981.
VATIMO, G. Il pensiero debole. Milano: Feltrinelli, 1983.
VATIMO, G. La fine della modernità. Milano: Garzanti, 1985.
VATIMO, G. Le avventure della differenza. Milano: Garzanti, 1980.
WITTGENSTEIN, L. Investigações filosóficas. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
WU, R. Imagem e símbolo: em torno de uma diferença entre as hermenêuticas de
Gadamer e Ricoeur. In: WU, R.; NASCIMENTO, C. R. (Orgs.). Pensar Ricoeur: vida e
narração. 1. ed.Porto Alegre: Clarinete, 2016. v. 1. p. 327-350.
WU, R. O todo, o singular e o hermenêutico em Ser e Tempo. In: VEIGA, I. S.; SCHIO,
S. M. (Orgs.). Heidegger e sua época 1920-1930. 1. ed. Porto Alegre: Clarinete, 2012.
v. 1, p. 95-110.
WU, R.; NASCIMENTO, C. R. (Orgs.). Pensar Ricoeur: vida e narração. 1. ed. Porto
Alegre: Clarinete, 2016.

© HERMENÊUTICA 187
© HERMENÊUTICA

Você também pode gostar