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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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SUMÁRIO

1. SIGLAS E CONCEITOS .......................................................................................................2

2. OBJETIVOS ......................................................................................................................2

3. JUSTIFICATIVAS ...............................................................................................................2

4. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E DE EXCLUSÃO .........................................................................3

5. ATRIBUIÇÕES, COMPETÊNCIAS, RESPONSABILIDADES ......................................................3

6. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE INFECÇÃO CIRÚRGICA ........................................................3

6.1 Pré-operatório ..............................................................................................................3


6.2 Intraoperatório .............................................................................................................4
6.3 Pós-operatório ..............................................................................................................6
7. FLUXOGRAMAS ...............................................................................................................7

8. MONITORAMENTO .........................................................................................................8

9. REFERÊNCIAS ..................................................................................................................8

10. HISTÓRICO DE REVISÃO .................................................................................................9

ANEXO 1 ............................................................................................................................11

ANEXO 2 ............................................................................................................................12
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1. SIGLAS E CONCEITOS

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária


HULW – Hospital Universitário Lauro Wanderley
ISC - Infecção do Sítio Cirúrgico
IRAS – Infecções Relacionada à Assistência à Saúde

2. OBJETIVOS

 Estabelecer e implementar práticas adequadas a serem consolidadas na


instituição, a fim de reduzir a incidência das ISC a partir da disponibilização das principais medidas
preventivas;

 Atualizar as medidas de prevenção de infecção cirúrgica para garantir o


controle da ocorrência de infecções nas unidades do HULW.

3. JUSTIFICATIVAS

Infecção de sítio cirúrgico é a infecção, que ocorre na incisão cirúrgica, ou em tecidos


manipulados durante o procedimento cirúrgico, e, diagnosticada até 30 dias após a data do
procedimento ou dentro de 90 dias se o material protético for implantado na cirurgia. As ISC são
classificadas como incisional superficial, profunda ou de órgão/cavidade.
As infecções do sítio cirúrgico (ISC) figuram entre as complicações oriundas do ato
cirúrgico mais recorrente, aparecendo aproximadamente entre 3% e 20% no pós-operatório dos
procedimentos realizados (ANVISA, 2017).
No Brasil, apesar de não haver dados sistematizados, elas são apontadas em terceiro
lugar entre o conjunto das IRAS, sendo encontradas em, aproximadamente, 14% a 16% dos
pacientes hospitalizados (ANVISA, 2017).
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É inegável o seu impacto significativo na mortalidade ou na morbidade do paciente,


uma vez que a ISC pode causar dano físico, social e/ou psicológico do indivíduo, sendo uma ameaça
à sua segurança (ANVISA, 2017).
Além dos prejuízos físicos, psicológicos e financeiros aos pacientes acometidos, as ISC
podem estender a sua estadia cerca de sete a onze dias, além de aumentar a chance de readmissão
hospitalar, cirurgias adicionais e, por conseguinte, incrementar os gastos assistenciais com o
tratamento (ANVISA, 2017).
Diante dos impactos apresentados e considerando a sua evitabilidade, torna-se
imprescindível à implementação de medidas de prevenção dessas ISC por meio da adesão a boas
práticas, com a utilização de protocolos, guias, manuais baseados em evidências científicas. Pacotes
de medidas reconhecidos como bundles e listas de verificação têm sido apontados como relevantes
para a redução das taxas de ISC.

4. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E DE EXCLUSÃO

O protocolo para prevenção de infecção do sítio cirúrgico deverá ser aplicado em


todas as unidades do HULW que realizam procedimentos cirúrgicos dentro ou fora de centro
cirúrgico, por qualquer profissional de saúde.

5. ATRIBUIÇÕES, COMPETÊNCIAS, RESPONSABILIDADES

Compete a todo profissional de saúde envolvido no cuidado aos pacientes que se


submeterão a procedimentos cirúrgicos de pequeno, médio e grande porte realizados no âmbito do
HULW, ter conhecimento do presente protocolo para prevenção de infecção do sítio cirúrgico,
seguindo as normas aqui estabelecidas.
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6. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE INFECÇÃO CIRÚRGICA

6.1. Pré-operatório
 Internação no dia da cirurgia ou anterior (exceção: preparo de
cólon/desnutrição);
 Sempre que possível, identificar e tratar qualquer infecção remota com
relação ao local cirúrgico, antes de cirurgia eletiva;
 Incentivar a suspensão do tabagismo pelo menos 30 dias antes da cirurgia;
 Manter o controle da glicemia no período intraoperatória em pacientes
diabéticos e não diabéticos, tendo como alvo níveis glicêmicos < 180mg/dl;
 Tricotomia na unidade do paciente somente se necessário, imediatamente
antes do ato operatório e preferencialmente com tricotomizador elétrico (ANEXO 1). Não utilizar
lâminas;
 Tomar banho com água e sabão antes da realização do procedimento
cirúrgico, noite anterior ou manhã da cirurgia;
 O banho com antisséptico está reservado a situações especiais como antes da
realização de cirurgias de grande porte, cirurgias com implantes ou em situações específicas como
surtos;
 Observar que o cabelo deve estar seco antes de ir para o bloco operatório;
 Deve-se ter indicação apropriada para o uso de antimicrobianos, pois ensaios
clínicos sugerem benefícios mesmo em cirurgias limpas, nas quais não se indicava profilaxia;
 Administrar dose efetiva de 0 a 60 minutos antes da incisão cirúrgica
(consultar Protocolo Antibioticoprofilaxia).

6.2. Intraoperatório
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6.2.1. Ventilação

 Manter ventilação que gere pressão positiva na sala de cirurgia, com relação
aos corredores e áreas subjacentes.
 Manter um mínimo de 15 trocas de ar por hora, das quais pelo menos três
devem ser com ar fresco.
 Manter as portas das salas de cirurgia fechadas durante o ato operatório,
exceto para passagem do equipamento, do pessoal e do paciente.
 Limitar o número de pessoas na sala cirúrgica, manter o número de pessoas
necessário para atender o paciente e realizar o procedimento.
 Evitar abrir e fechar a porta da sala cirúrgica desnecessariamente.
 Não levar celular e bolsas para dentro da sala cirúrgica.

6.2.2. Roupas e Campos cirúrgicos

 Usar máscara cirúrgica que cubra totalmente a boca e o nariz, quando entrar
na sala de cirurgia, se houver cirurgia a ser iniciada ou em andamento ou se instrumentos estéreis
estiverem expostos. Usar a máscara ao longo da cirurgia.
 Usar gorro que cubra totalmente os cabelos, quando entrar na sala de
cirurgia.
 O uso do propé é dispensável.
 Usar capote e campos que sejam barreiras efetivas quando úmidos, dando
preferência a material que resista à penetração de líquidos.
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6.2.3. Assepsia e Técnica Cirúrgica

 Aderir a princípios de assepsia quando instalar dispositivos intravasculares


(p.ex. cateteres venosos centrais) ou quando preparar e administrar medicação intravenosa.
 Manipular os tecidos delicadamente, manter hemostasia efetiva, minimizar
tecidos desvitalizados e corpos estranhos (suturas, tecidos cauterizados, debris necróticos) e
erradicação de espaçamento no local cirúrgico.
 Se o cirurgião considerar o local cirúrgico muito contaminado, deve retardar
o fechamento da pele ou deixar a ferida cicatrizar por segunda intenção.
 Se for necessária a drenagem, utilizar um dreno fechado de sucção. Instalar
drenos por meio de incisões separadas, distantes da incisão cirúrgica. Remover o dreno assim que
possível.

6.2.4. Esterilização do Instrumental Cirúrgico

 Esterilizar todo o instrumental cirúrgico de acordo com as recomendações


publicadas.
 Não utilizar a esterilização flash como rotina ou alternativa para redução do
tempo.

6.2.5. Limpeza e Desinfecção de Superfícies do Ambiente

 Quando ocorrer sujeira ou contaminação com sangue ou outros líquidos


corpóreos visíveis durante uma cirurgia, em superfícies ou equipamentos, usar desinfetante
apropriado, segundo recomendação do Serviço de Higiene e Limpeza, para limpar as áreas afetadas
antes da cirurgia seguinte.
 Não fazer limpeza especial, nem fechamento da sala de cirurgia após cirurgias
contaminadas ou infectadas.
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 Não usar tapetes com antissépticos na entrada do bloco cirúrgico ou de salas


de cirurgia para controle de infecção.
 Promover limpeza terminal da sala de cirurgia, depois da última cirurgia do
dia ou noite, com um desinfetante apropriado.

6.3. Pós-operatório

 Proteger o curativo estéril por 24 a 48h no pós-operatório nas quais as


incisões tenham sido fechadas primariamente.
 Lavar as mãos conforme protocolo da instituição, antes e depois das trocas de
curativos e de qualquer contato com o local cirúrgico.
 Não há recomendação para cobrir incisões fechadas primariamente além de
48h, nem sobre o tempo apropriado para se tomar banho com incisão não coberta.
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7. FLUXOGRAMAS

Preparo da
Pele da Equipe
Cirúrgica

Cuidados com Preparo da


o Ambiente e Pele do
Estrutura Paciente

MEDIDAS DE
PREVENÇÃO DE
INFECÇÃO DE SÍTIO
CIRÚRGICO Remoção
Glicemia Adequada dos
Pelos

Profilaxia
Normotermia Antimicrobiana
Adequada
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8. MONITORAMENTO

As infecções de sítio cirúrgico de notificação nacional obrigatória são as que ocorrem


após: cirurgia cesariana, implante de prótese mamária, implante de prótese de quadril primária,
implante de prótese de joelho primária, infecções de órgão/cavidade pós-revascularização do
miocárdio e infecções de órgão/cavidade pós-cirurgia de derivação interna neurológica. A
classificação e os critérios definidores de infecção de sítio cirúrgico seguem as orientações contidas
na Nota Técnica GVIMS/GGTES/ANVISA nº 02/2021 (ANEXO 2).

O monitoramento é realizado através da:

 Busca ativa nas clínicas de cirurgia e UTI com revisão nos prontuários;
 Consulta nos livros de microbiologia do laboratório de análise clínica;
 Calculo de taxas de infecção hospitalar, de taxas de infecção de sítio cirúrgico;
 Consolidação dos dados para os indicadores epidemiológicos.

9. REFERÊNCIAS

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada


à Assistência à Saúde/Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2017.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços
de Saúde: Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Brasília: ANVISA,
2017.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Nota Técnica GVIMS/GGTES/ANVISA nº 02/2021.
Critérios Diagnósticos das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Brasília: ANVISA,2021
CARRARA, D. Controle de Infecção: a prática no terceiro milênio. 1ª Ed. Rio de Janeiro, 2017.

CAVALCANTE, GFNS. OLIVEIRA, GDM. Procedimento Operacional Padrão de Cuidado Pré-


operatório – Banho com clorexidina. HULW,2016.

DANTAS, VPC. MAIA, FSB. Martins, DL. Procedimento Operacional Padrão para Higiene das Mãos.
HULW, 2019.
DANTAS, VPC. MAIA, FSB. Martins, DL. Procedimento Operacional Padrão para Prevenção de
Infecção de Sítio Cirúrgico. HULW, 2019.
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EBSERH. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Norma para Elaboração e Controle de


Documentos Institucionais. v.2. Brasília, 2019, 30p.
EBSERH. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Manual de Diretrizes e Requisitos do
programa e Selo Ebserh de Qualidade. Brasília, 2018, 158p.
YOKOE DS, ANDERSON DJ, BERENHOLTZ SM, et al. Um compêndio de estratégias para prevenir
infecções associadas à saúde em hospitais de cuidados agudos: atualizações de 2014. Infect
Control Hosp Epidemiol. 2014; 35 (8): 967-977. doi: 10.1086 / 677216
PAIVA, FAZ. Procedimento Operacional Padrão de Antibioticoprofilaxia em Cirurgia. HULW,2019.
PEDROSO, ERP. Série Medicina Interna: doenças infecciosas. 1ª edição. Rio de Janeiro: Rubio,
2015.

10. HISTÓRICO DE REVISÃO

VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA ALTERAÇÃO


08/05/2015 Elaboração do Protocolo para Prevenção de Infecção de Sítio

Cirúrgico

2ª 30/08/2017 Revisão do Protocolo para Prevenção de Infecção de Sítio Cirúrgico

3ª 31/05/2019 Revisão do Protocolo para Prevenção de Infecção de Sítio Cirúrgico


05/10/2021 Revisão e adequação a Norma Zero de Elaboração de Documentos

da Ebserh do PRT.SCIRAS.004/2021

(Poderão ser incluídas no quadro abaixo as identificações dos responsáveis pela


elaboração/revisão e avaliação)
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