Relatório Filosofia

Segunda-feira, dia 29 de setembro de 2022 às 8h30.

A aula foi iniciada com a leitura dos relatórios realizados pelas alunas Alice e Alexandra
abordando os conteúdos lecionados nas aulas anteriores.

Com isto, a professora começou por fazer uma breve revisão das diversas perspetivas
filosóficas em relação ao problema da organização de uma sociedade justa, concluindo que,
das três, o prioritarismo seria a única aceite por John Rawls já que esta tem em consideração a
situação dos mais desfavorecidos e tem como objetivo torna-la melhor.

Depois desta introdução à aula, a professora deu exemplos de situações em que os alunos
teriam que sugerir uma possível solução:

Situação 1: Imaginemos que há 24 rebuçados que têm que ser distribuídos por uma turma de
24 alunos. Qual a solução?
Situação 2: Agora imaginemos que estes mesmos 24 rebuçados funcionam como prémio de
boas notas. Seriam distribuídos da mesma forma que a situação anterior?
Situação 3: Imaginemos que há alunos que se esforçam bastante para conseguir de alguma
forma atingir boas notas, porem não as conseguem alcançar. Como se deve agir neste caso?

Após estas questões, os alunos deram algumas sugestões como: uma distribuição igualitária no
primeiro caso, no segundo caso, uma distribuição desigual, mas em que se beneficiasse os que
merecem, no terceiro, uma consideração por aqueles que se esforçaram e mais algumas
ideias.

Com isto, a professora colocou uma questão pertinente: Como é que realmente se deve agir
perante questões como estas?

Segundo Rawls, para constituir uma sociedade justa o estado não deve beneficiar apenas os
melhores. Segundo o mesmo, todos os seres humanos são considerados o resultado de uma
lotaria natural. (por exemplo: se eu nasci inteligente, bonito(a) e tenho algum tipo de talento
artístico não devo considerar que o mereço, mas sim que faz parte da natureza eu ter nascido
assim).

Rawls refere também que há necessidade de fazer um pacto social, isto é, um acordo
hipotético em que as pessoas que têm a responsabilidade de criar uma sociedade justa devem
fazê-lo perante uma estratégia que garanta imparcialidade e, claro, justiça.

Posteriormente, a professora propôs uma outra situação:

Situação 4: Imaginemos um cenário em que há necessidade de que uma pessoa parta um bolo
e distribua pela turma. O que fariam se essa pessoa fossem vocês?

Através desta pergunta tira-se a conclusão de que o ser humano é um ser egoísta por
natureza. Sendo, assim, inevitável o facto de este garantir sempre o melhor para si mesmo.

Com isto, a professora e os alunos discutiram brevemente acerca do tema comentando

possíveis formas de evitar o “egoísmo natural” do Homem, como, por exemplo, nunca tirar o
melhor proveito das circunstâncias.
De seguida, foram esclarecidas algumas definições relacionadas com o tema de John Rawls,
das quais: a posição original e o véu de ignorância.

Rawls propõe uma experiência mental: imaginemos que nos encontramos na situação
hipotética de termos de contruir de raiz uma sociedade, isto é, de podermos fazer a escolha
das regras e princípios fundamentais que a vão organizar. Como agiríamos?

O filosofo chama de posição original a esta situação hipotética. Nela o individuo em causa
encontra-se coberto por um véu de ignorância que o impede de ver as suas características
particulares. Este véu hipotético mantem a pessoa por ele coberta na completa ignorância
face a sua condição socioeconómica, etnia, religião, género, capacidades, convicções políticas,
entre outras características. Embora ele não saiba que posição ocupa na sociedade, tem noção
da forma de funcionamento da mesma.

Assim, tem-se a certeza de que este individuo, dotado de racionalidade e sentido de justiça,
tem tendência para dar mais oportunidades e benefícios aos mais desfavorecidos, tornando
esta situação melhor e mais segura.

Por último, aula foi finalizada com a regra maximin. Esta, consiste numa estratégia que garante
a maximização do mínimo perante um cenário de imparcialidade e é através da sua aplicação
que a situação anterior sucede.