Você está na página 1de 3

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Faculdade de Comunicação Social


Programa de Pós‐Graduação em Comunicação

Disciplina: Estudos Avançados em Teoria da Comunicação – FCS018058


Professor: Erick Felinto
Quinta‐feira, das 14h às 17h.

Vilém Flusser, uma Poética da Perturbação:


Arte, Ciência, Comunicação e Epistemologia Imaginativa

Flusser is one of our lost gems—the other McLuhan, and dare I say the better. A global citizen writing
alternately in German, Portuguese, English, or French, Flusser meditated on words and gestures,
translation and doubt, cities and images. He was a master of the essay form. I believe he had the ear
of both gods and men. In this important book on Flusser we are introduced for the first time in English
to perhaps our greatest media philosopher.

Alexander R. Galloway, New York University (apresentação de Vilém Flusser, an Introduction)

Imagine Walter Benjamin’s essays of the 1930s had only just become available, or that Marshall
McLuhan had died in obscurity but was now for the first time appearing in dribs and drabs. That is the
significance of the translations of Flusser that have appeared in English in the last five years.

Sean Cubitt, Goldsmiths College London (review de The Shape of Things: a Philosophy of Design)

Acossada por uma multidão de preconceitos e profunda incompreensão, a obra de Vilém


Flusser permanece quase que completamente ignorada no Brasil, mesmo mais de 20 anos
após a sua morte. Enquanto isso, no contexto anglo‐saxão, numerosas menções a Flusser
têm frequentado os trabalhos de autores como Katherine Hayles, Alexander Galloway, John
Maoilearca, John Durham Peters e Eugene Thacker. Na Alemanha, é referência fundamental
de praticamente todos os manuais de teoria da mídia há mais de 30 anos. Autodidata e
polímata, Flusser escreveu sobre filosofia, comunicação, arte e design, entre diversos outros
temas. Precisamente na interface entre arte, comunicação e epistemologia, este curso tem
como objetivo investigar especificamente as propostas flusserianas para a criação de novos
métodos e saberes no âmbito das pesquisas sobre a cultura. Materializada em sua obra mais
peculiar (escrita em parceria com o bio‐artista Louis Bec), VampyroteuthisInfernalis, o que
chamamos de “epistemologia imaginativa” será o tema central deste curso. Nossa proposta
se assenta numa hipótese dupla: o pensamento de Flusser não apenas antecipa (de maneira,
diríamos, quase “profética”) certas tendências e problemáticas características de nosso
momento presente, senão que também pode constituir‐se em valioso instrumento para
combater a sensação de cansaço e esgotamento que se abateu sobre campos como a crítica
literária, os estudos de comunicação e a teoria estética. Desse modo, buscaremos apontar
curiosas ressonâncias entre as teses de Flusser e noções mais recentes, como “hiperstição”
(Nick Land), “aceleracionismo”, “pós‐humanismo”, “filosoficção” (Peter Szendy), “filo‐ficção”
(François Laruelle), entre outras. Não se trata exatamente de produzir erudição em torno da
obra flusseriana, mas sim de lê‐la a partir de (e por vezes em tensão com) referências
correntes e um olhar informado pelo presente. Ao mesmo tempo, pretendemos
empreender uma crítica do forte conservadorismo reinante no domínio da epistemologia da
comunicação no Brasil.
Unidades Temáticas:

I. Epistemologia, método e a produção de conhecimento nas ciências humanas.


II. A Comunicação e o Futuro dos Saberes
III. Arte, Ciência e Imaginação: Encontros e desencontros
IV. Ficção Filosófica e Epistemologia Fabulatória

Plano de Aulas (a definir)

Bibliografia Preliminar:

I. Obras de Flusser (leremos apenas os títulos em português e inglês)

FLUSSER, Vilém. A História do Diabo. São Paulo: Martins. 1965.

_____________. Série “Bichos”. In: Folha de São Paulo, Caderno Folha Ilustrada(22 de março
a 28 de março de 1972), 1972.

______________. FüreinePhilosophie der Photographie. Göttingen: EuropeanPhotography,


1983.

______________. Die Schrift: HatSchreibenZukunft?. Frankfurt amMain: Fischer Taschenbuch,


1992.

______________ . DingeundUndinge – PhänomenologischeSkizzen. München: Carl Hanser,


1993.

______________ . VomSubjekt zum Projekt – Menschwerdung. Düsseldorf: Bollman, 1994.

______________. Von der FreiheitdesMigranten: EinsprüchegegendenNationalismus. Berlin:


Bollman, 1994b.
______________. Gesten: VersucheinerPhänomenologie. Frankfurt amMain: Fischer
Taschenbuch, 1994c.

______________ . Nachgeschichte – EinekorrigierteGeschichtsschreibung. Frankfurt amMain:


Fischer, 1997.
______________ . Ficções Filosóficas. São Paulo: Edusp, 1998.

______________ . Medienkultur. Frankfurt amMain: Fischer Taschenbuch, 1999.


______________. A Dúvida. Rio de Janeiro: Relume‐Dumará, 1999b.
______________. Filosofia da Caixa Preta – Ensaios para uma Futura Filosofia da Caixa Preta.
Rio de Janeiro: Relume‐Dumará, 2002 (1° ed. 1983).

______________. VampyroteuthisInfernalis:
EineAbhandlungsamtBefunddesInstitutScientifique de RechercheParanaturaliste.
Göttingen: EuropeanPhotography, 2002b.

______________ . Kommunikologie. Frankfurt amMain: Fischer, 2007.


______________ . Bodenlos: uma Autobiografia Filosófica. São Paulo: Annablume, 2007b.
______________. Língua e Realidade. São Paulo: Annablume, 2007c.
______________. O Mundo Codificado. São Paulo: Cosac &Naif, 2007d.
______________. O Universo das Imagens Técnicas, Elogio da Superficialidade. São Paulo:
Annablume, 2008.
______________ . AbsoluteVilémFlusser(orgs. WAGNERMEIER, Silvia & RÖLLER, Nills).
Freiburg: Orange Press, 2009.

II. Outros Autores


Felinto, Erick &Santaella, Lucia. O Explorador de Abismos: VilémFlusser e o Pós‐
Humanismo. São Paulo: Paulus, 2012.

Latour, Bruno. Jamais Fomos Modernos. São Paulo: Editora 34, 2000.
Morton, Timothy. Hyperobjects: PhilosophyandEcologyaftertheEndofthe World.
Minneapolis: Universityof Minnesota Press, 2013.

Sloterdijk, Peter. Normas para el parque humano. Madrid: Siruela, 2006.

Krapp, Peter. NoiseChannels: GlitchandError in Digital Culture. Minneapolis: Universityof


Minnesota Press, 2011.

Lovink, Geert. Zero Comments: BloggingandCritical Internet Culture. New York:


Routledge, 2008.

Parikka, Jussi. Insect Media: an Archaeology of Animals and Technology. Minneapolis:


University of Minnesota Press, 2010.

Pickering, Andrew. The Cybernetic Brain: Sketches of Another Future. Chicago: The
University of Chicago Press, 2010.

Winthrop‐Young, Geoffrey & WUTZ, Michael. “Introduction: Friedrich Kittler and media
discourse analysis”. In: KITTLER, Friedrich. Gramophone, Film, Typewriter. Stanford:
Stanford University Press, 1999.

Winthrop‐Young, Geoffrey. “SiliconSociology, or, Two Kings onHegel’sThrone? Kittler,


LuhmannandthePosthumanMergerofGerman Media Theory”, The Yale
JournalofCriticism, Vol. 13, Number 2, Fall 2000, 2000.

Você também pode gostar