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Apresentação
Nesta aula, estudaremos alguns conceitos imprescindíveis da teoria durkheimiana
presente na obra Da divisão social do trabalho. Para tanto, buscaremos entender o
processo de divisão social do trabalho que emergiu junto à sociedade industrial.
Segundo Durkheim, esse processo ocorre com bases em princípios morais mais do
que em econômicos, já que a divisão do trabalho, nas sociedades modernas, é um
fenômeno essencialmente social.
Bons estudos!
Objetivos
Apontar os conceitos de solidariedade social, e da transição da consciência
coletiva para a individual visando à coesão na divisão social do trabalho;
Descrever o papel da especialização para manter a coerência social e minimizar
os conflitos entre os indivíduos;
Identificar a passagem do direito repressivo para o direito restitutivo de divisão
social do trabalho.
Teoria Funcionalista
Collins (1999) aponta que David Émile Durkheim - juntamente com outros
autores clássicos como Montesquieu e Auguste Comte propõe os alicerces
para a Teoria Funcionalista, que apresenta a ideia de que a sociedade seria
um sistema de peças interligadas que deveria funcionar de forma harmônica e
interdependente. Cada instituição existente neste quebra-cabeça possui um
papel a ser exercido para manter a coesão social.
Steiner (2016, p.37)
Aron (1993, p. 296)
Comte
Durkheim
Noções de solidariedade,
especialização e estrutura jurídica
A Sociologia se relaciona ao processo de modernização e esse processo é
caracterizado pelo surgimento de uma sociedade urbana, industrial, racionalista,
capitalista e laica.
Mas, a fim de melhor explicar esta noção de solidariedade, o autor faz uma
comparação entre as relações sociais estabelecidas nas sociedades tradicionais com o
novo modelo de vínculo estabelecido na sociedade moderna:
“(...) o mais notável efeito da divisão do trabalho não é que
existiriam.
Solidariedade mecânica
“Resulta deste capítulo [II Solidariedade Mecânica ou por Similitudes] que existe
uma solidariedade social proveniente do fato de que certo número de estados de
consciência é comum a todos os membros da mesma sociedade. É ela que o
direito repressivo figura materialmente, pelo menos no que ela tem de essencial.
O papel que ela representa na integração geral da sociedade depende,
evidentemente, da extensão da vida social que a consciência comum abraça e
regulamenta. Quanto mais houver relações diversas em que esta última faz
sentir sua ação, mais ela cria vínculos que ligam o indivíduo ao grupo; e mais,
por conseguinte, a coesão social deriva completamente dessa causa e traz a sua
marca” (DURKHEIM, 1991, p. 83).
Solidariedade orgânica
“Há dois tipos de sanções. Umas consistem essencialmente numa dor, ou, pelo
menos, numa diminuição infligida ao agente; elas têm por objeto atingi-lo em
sua fortuna, ou em sua honra, ou em sua vida, ou em sua liberdade, privá-lo de
algo de que desfruta. Diz-se que são repressivas - é o caso do Direito Penal. É
verdade que as que se prendem às regras puramente morais têm o mesmo
caráter, só que são distribuídas de uma maneira difusa por todo o mundo
indistintamente, enquanto as do Direito Penal são aplicadas apenas por
intermédio de um órgão definido: elas são organizadas. Quanto ao outro tipo,
ele não implica necessariamente um sofrimento do agente, mas consiste apenas
na reparação das coisas, no restabelecimento das relações perturbadas sob sua
forma normal” (DURKHEIM, 1991, p. 37).
Caso essa estrutura jurídica não desse conta de manter o estado normal da
sociedade, haveria a emergência de um desregramento social, cujo termo é associado
à noção de anomia. Logo, a divisão do trabalho social apresentaria consequências
positivas e negativas.
Positivas
No entanto, não bastaria haver regras para garantir a coesão social, era preciso,
antes de tudo que o trabalhador não apenas trabalhasse, mas conhecesse seu
trabalho e se interessasse por ele.
Cite os tipos de solidariedade mencionados pelo autor e suas relações com estas
diferentes sociedades.
3 - Marque a alternativa correta, correspondente às afirmativas verdadeiras (V)
e falsas (F) sobre as formulações teóricas de Émile Durkheim sobre a divisão
social do trabalho.
a) Competição
b) Especialização
c) Concorrência
d) Enriquecimento
e) Aglomeração
Notas
1
Karl Marx
Buscava explicar o Movimento operário, que diz respeito à organização coletiva de
trabalhadores para a defesa de seus próprios interesses, por meio da implementação
de leis específicas a fim de gerir as relações de trabalho. Abrange o conjunto dos
fatos políticos e organizacionais relacionados com a vida política, ideológica e social
da classe operária ou, mais em geral, do mundo do trabalho, cuja emergência se dá
logo após as revoluções industriais. Tem como primeira condição a subsistência de
um proletariado industrial, isto é, de um conjunto de homens que baseiam sua
existência econômica no trabalho assalariado, estando privados da posse dos meios
de produção, em oposição aos quais se encontram os detentores desses meios, isto
é, o capital. Adaptado de BOBBIO et al, 2004, p.781.
2
Socialismo
Ideologias liberais 3
Preza pelo uso da razão humana e do direito inviolável à ação individual. Esse
otimismo da razão exigia não só a liberdade de pensamento, mas também a
liberdade política e econômica. Incentivava as associações livres (partidos, sindicatos
etc.), quer para estimular a participação política do cidadão, que o individualismo
(dos proprietários) pretendia reduzir à esfera da vida particular, quer como proteção
do indivíduo contra o Estado burocrático. Adaptado de BOBBIO et al, 2004, p. 699.
Contratualistas 4
Sui generis 5
Expressão em latim que significa único em seu gênero, ímpar, peculiar. Nesse
aspecto, a Sociologia passou a ser uma ciência sui generis diante de outras ciências
já instituídas na época, como Psicologia, Economia e Filosofia.
6
Anomia
Referências
QUINTANEIRO, Tânia et. alli. Um Toque de Clássicos. Belo Horizonte: UFMG, 1995.
Explore mais
Assista ao filme:
• Oliver Twist <http://www.ccine10.com.br/oliver-twist-critica/> , dirigido
por Roman Polanski, baseado no livro de Charles Dickens.
Leia o livro:
• MUMFORD, Lewis. A cidade na história: suas origens, transformações e
perspectivas. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1982.