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ORGANIZANDO A AUTOAVALIAÇÃO

Fonte: Bruna Ribeiro, 2016.

Vamos apresentar aqui uma proposta didática para organização e planejamento visando a realização da autoavaliação.
Para nos ajudar a compreender os detalhes e nuances envolvidos no processo autoavaliativo, vamos apresentar a organização em duas etapas
que, embora distintas, são complementares. A saber: 1. Autoavaliação e 2. Plano de Ação.
Cada uma destas etapas se subdivide em duas que contemplam: a fase da organização (1) e da realização (2). A figura a seguir ilustra e ajuda
a melhor compreender essa organização.

Fonte: São Paulo, 2016.

Apresentamos, a seguir, sugestões de como você pode organizar cada uma destas etapas. Ressaltamos, entretanto, que estudos realizados a
partir de experiências de autoavaliação realizadas no Brasil, com base no INDIQUE, apontaram que é de fundamental importância se constituir, no
âmbito da Secretaria Municipal de Educação e/ou em cada Unidade Educacional, um grupo e/ou pessoas que se encarreguem de organizar e
coordenar a autoavaliação.
Os itens apontados a seguir foram adaptados da experiência ocorrida em um município que realizou a autoavaliação institucional participativa
por muitos anos e, por isso, foi capaz de sistematizar itens indispensáveis para uma autoavaliação assertiva e eficaz.

A autoavaliação: pontos de atenção


As orientações apresentadas a seguir têm como objetivo explicitar os pontos de atenção a serem considerados no procedimento da
organização do processo de autoavaliação. Esses itens devem ser observados tanto pelas Unidades educacionais, como no âmbito das Secretarias
de Educação, que devem orientar as escolas para que estas se atentem aos itens descritos a seguir.

Para a organização da autoavaliação é necessário:

1. A constituição de um grupo em cada Unidade Educacional que será o responsável pelo processo de organização da autoavaliação.
2. A realização da leitura minuciosa de todo o documento.
3. A definição de uma data para realização da autoavaliação, de acordo com o calendário escolar do município, e buscando garantir a
participação efetiva dos membros da comunidade escolar.
4. A mobilização das famílias/responsáveis e da comunidade para participar da autoavaliação com uso de cartazes, bilhetes, blog da
unidade educacional, reuniões, rádio local, entre outros.
5. Realizar convites para membros da Secretaria Municipal de Educação, Entidade Mantenedora (no caso de instituições conveniadas com
o Poder Público), Conselho Tutelar, entre outros, para participarem da autoavaliação.
6. A organização prévia de todos os materiais necessários para a realização da autoavaliação, como: cópias das dimensões e indicadores,
cartazes ou slides para apresentação da proposta à equipe e à comunidade, lápis de cor, giz de cera, cartolinas, cartões coloridos para a
plenária.
7. A definição dos espaços a serem utilizados no dia da autoavaliação e identificação desses locais com cartazes. Importante lembrar que
serão necessários espaços para debates de sete pequenos grupos e um espaço maior para a plenária com todas/os as/os participantes.
8. A organização de um espaço com materiais e brinquedos para que as crianças que eventualmente acompanharem seus familiares
possam ficar brincando durante o decorrer da reunião (o ideal é orientar as famílias a não levarem as crianças nesse dia, mas caso isso
ocorra, é bom que a Unidade educacional esteja preparada).
9. A elaboração prévia de uma apresentação (por meio de cartazes, murais, retroprojetor, apresentação digital) a ser feita no dia da
autoavaliação, que explicite a proposta e os objetivos da reunião e explique a metodologia de trabalho.
Fonte: adaptado de São Paulo, 2016.

Para saber mais sobre a experiência realizada pelo


município de São Paulo e conhecer seu documento
Indicadores de Qualidade da Educação Infantil
Paulistana

Importante lembrar, ainda, que será necessário realizar a escolha de sete relatores e sete
coordenadores, sendo um relator e um coordenador para cada uma das sete dimensões de qualidade
discutidas no documento. Eles podem ser definidos previamente (incluindo familiares/responsáveis
e pessoas da comunidade) ou no dia da autoavaliação; no entanto, é importante que a/o
coordenadora/or tenha lido o documento com antecedência para se apropriar da metodologia.

De acordo com o documento, é papel da/o relatora/or e da/o coordenadora/or:


Coordenadora/or: cuidará para que todas as perguntas sejam respondidas no tempo
previsto, buscando chegar, depois da discussão, à consensos sobre a situação da instituição de
Educação Infantil, em relação aos indicadores, ou identificando as opiniões conflitantes quando
não for possível estabelecer um consenso. Além disso, ela/e ajudará o grupo a compreender
como se dá o processo de atribuição de cores (é muito importante que essa pessoa tenha isso
bem claro, para ajudar as/os demais).
Relatora/or: será responsável por tomar nota, cuidar da elaboração do quadro-síntese e
expor na plenária o resultado da discussão do grupo, com base nesse quadro (BRASIL, 2009, p.
20).

Fonte: Indicadores da Qualidade na Educação Infantil/Ministério da Educação/Secretaria da Educação Básica.


Brasília: MEC/SEB, 2009.

A autoavaliação: a realização

Tudo organizado. Chegou o momento da realização da autoavaliação!

Todas/os devem estar ansiosas/os para esse momento, por isso é importante lembrar que a cultura da autoavaliação participativa, conforme
evidenciado nos princípios discutidos no início deste módulo, é algo a ser construído e não está dado.

Por isso, tenha paciência e perseverança, pois a cultura da participação exige tempo para que se instale e seja apropriada por todas/os as/os
envolvidas/os. Ainda assim, você verá que desde a primeira realização da autoavaliação já é possível colher importantes frutos que colaboram para
a melhoria da qualidade. Quanto mais se avalia participativamente, mais potente o processo fica.

Importante ressaltar que algo simples, mas que faz toda a diferença para criar um “clima propício à autoavaliação”, é a forma como os
familiares/responsáveis e comunidade são recebidos e acolhidos. Por isso, é importante que se busque acolher todas/os participantes de forma que
sua participação seja reconhecida e valorizada.

Um ambiente especialmente preparado para a data, com cartazes de boas-vindas, oferecendo, se possível, um lanche gostoso, ou mesmo, uma
recepção calorosa, demonstra a importância atribuída à reunião por parte da equipe da Unidade e a comunidade se sente bem-vinda e valorizada.

Após o acolhimento é necessário que se adote os seguintes procedimentos:


1. Apresentação da proposta da autoavaliação.
2. Apresentação dos objetivos da autoavaliação, o que são indicadores, a metodologia do uso das cores e a proposta de trabalho para o dia
(divisão em pequenos grupos e plenária).
3. Após essa apresentação, divida os presentes em sete grupos, sendo cada um responsável pela discussão e avaliação de uma dimensão.

“Cada grupo deve ler coletivamente o texto introdutório de sua dimensão. Em seguida, deverá debater e responder, também coletivamente,
as perguntas de cada indicador, atribuindo cores às questões. Após a atribuição de cores para cada bloco de perguntas, se inicia a discussão
e atribuição de cor ao respectivo indicador. Terminada essa fase do trabalho, o relator do grupo e o grupo elaboram um quadro-síntese que
será apresentado na plenária.” (São Paulo, 2016, p. 21).

Foto: Adriana Caminitti

Após a discussão nos pequenos grupos, todas/os são convidadas/os para a realização de uma plenária.

Foto: Bruna Ribeiro, 2016.

Veja o texto a seguir que contém orientações para a realização da plenária.


PLENÁRIA

 A/O coordenadora/or da plenária deve atuar como facilitadora/or e


mediadora/or do debate, de forma a problematizar se os demais
participantes concordam com as cores e com os argumentos
apresentados pelos nove grupos.

 Na plenária, os presentes podem se manifestar por meio de intervenções


orais e/ou uso dos cartões coloridos.

 Mudanças nas cores dos quadros-síntese trazidas pelos grupos podem


ocorrer (e são bem-vindas) durante a plenária.

 Sugere-se evitar a simples votação para decidir entre diferentes cores.

 É sempre importante priorizar o debate e levar em conta os diferentes


pontos de vista. Finalizada esta etapa, a comunidade e a equipe escolar
terão um retrato sobre os pontos fortes e os desafios a serem
enfrentados pela Unidade Educacional.

 O trabalho pode ser encerrado convidando todas/os a participarem da


próxima reunião para a elaboração do plano de ação.

 Conserve os quadros-síntese para que elas/es possam ser o ponto de


partida da próxima reunião, onde os resultados da autoavaliação serão
utilizados para a elaboração de um plano de ação da Unidade.

Fonte: São Paulo, 2016, p. 19-20.

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