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∙ Não esquecer de perguntar quais os fios que serão usados nos procedimentos;
∙ Não dar as costas para os campos do paciente ou para mesa e pacotes estéreis abertos;
∙ Retirar sempre o material deixado em cima do paciente e separar todo o material perfuro
cortante utilizado ao final da cirurgia;
∙ Quando for utilizar o álcool ou tintura de benjoim solicitar ao circulante para desligar o
bisturi elétrico.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM A
FERIDA CIRÚRGICA
Segundo Fernandes (2016), a equipe de Enfermagem é
muito importante no tratamento de feridas, pois a maioria
dos casos são acompanhados, inicialmente, por ela. É
necessário que o profissional tenha domínio no
conhecimento teórico para que haja um acompanhamento e
tratamento eficaz. Qualquer tratamento escolhido de forma
equivocada poderá prolongar ainda mais o tratamento da
ferida. Assim, cabe ao(a) enfermeiro(a) a realização da
evolução da ferida cirúrgica, sendo imprescindível avaliar
todo seu aspecto a fim de decidir, juntamente com a equipe
médica, qual o melhor tratamento a ser seguido.
Nesse sentido, alguns elementos devem ser minuciosamente
avaliados e registrados. Vejamos:
• Área de abrangência e extensão da lesão: define a área onde está
localizada a lesão através de medidas de largura e comprimento,
devendo ser anotados periodicamente para realização de
comparação e evolução da ferida.
• Aspecto da área adjacente: a área que se estende ao redor da
ferida (perilesional) deve ser observada especificando se ela se
encontra: íntegra, lacerada, macerada, com presença de eczema,
celulite, edema, corpos estranhos ou sujidades.
• Aspecto da lesão: tipo de tecido predominante (granulação\
esfacelo\necrose). • Características do Exsudato: importante durante
a avaliação observar a presença de exsudato, a quantidade e a
qualidade tem ligação direta a suas condições, devendo portanto ser
evidenciado o tipo de exsudato, coloração, o volume, se muito ou
pouco, se fluido ou espesso, purulento, hemático, seroso ou
serossanguíneo, além da presença ou não de odor.
• Dor: na pele encontramos uma variada rede de terminações
nervosas sensitivas, nos permitindo a realizar estímulos mecânicos,
térmicos e dolorosos provenientes de meio externo. Devem ser
levados em consideração todos os aspectos relacionados à dor: a
existência ou não, tipo de dor apresentada (pontada, queimação,
ardência ou latejante), tempo e intensidade, se cessa com uso de
analgésicos e se vem acompanhada de sinais flogísticos.
• Infecção: a pele representa uma barreira
consideravelmente eficaz contra agentes patogênicos.
Quando ocorre uma lesão, essa barreira é rompida,
facilitando a penetração de agentes patogênicos. Os mais
comuns são Staphylococcus e Streptococcus. Sabe-se que
alguns microrganismos estão se tornando cada vez mais
resistentes, como o Staphylococcus aureus e o Streptococcus
aureus, podendo causar graves prejuízos à ferida e ao
paciente, retardando o processo de cicatrização
(FERNANDES, 2016).
A identificação precoce de infecção nas feridas é
fundamental para determinar o tratamento com coberturas
apropriadas e remover os tecidos desvitalizados. Deve-se
identificar sinais clínicos de infecção como a presença de
exsudato purulento com odor. É imprescindível avaliar e
registrar a presença dos sinais de inflamação: rubor, calor,
edema, febre.
Os tipos de tecido encontrados em uma
ferida pós operatória
• Tecido de granulação: Com coloração rósea ou
avermelhada, é de extrema importância no processo de
cicatrização; aparentemente brilhante e úmido, é rico em
colágeno. Localizado na superfície da lesão, é indolor,
porém sangra ao mínimo toque; sendo assim, deve-se ter
muito cuidado na realização da limpeza e no curativo. Esse
tecido não pode ser friccionado ou removido; deve ser
protegido e mantido em meio úmido para proliferar até
que se torne um tecido fibroso.
• Tecido epitelial ou de epitelização: Aparece na ferida
como um novo tecido róseo e brilhante (pele) e desenvolve
se a partir das bordas, favorecendo o fechamento da ferida.
Com o passar do tempo, o epitélio torna-se mais espesso e
sedimentado.
• Tecido macerado: Caracterizado pela borda
esbranquiçada, essa característica ocorre devido ao
excesso de umidade na ferida pelo aumento da exsudação.
A permanência de coberturas por longos períodos sem
substituição também contribui para umidade excessiva;
portanto, ao perceber que a o curativo está saturado, deve
ser realizada a limpeza e a troca de cobertura antes do
prazo máximo.
• Esfacelo (necrose de liquefação: É descrito como uma
membrana fibrosa, composta pelo conjunto de células
mortas acumuladas no exsudato. Pode ter presença de
bactérias e leucócitos, com aparência de tecido fibrinoso,
que se adere ao leito da ferida. Pode cobrir grandes áreas.
É considerado um tecido inviável e deve ser removido.
• Fibrina: Proteína formada no plasma a partir da ação da
trombina sobre o fibrinogênio, é a principal componente
dos coágulos sanguíneos.
• Tecido necrótico: Resultante da morte celular e tecidual,
com consequência perda da função orgânica e do
metabolismo de forma irreversível. Tem como
característica coloração preta, marrom ou acastanhada.
• Necrose caseoso: Ocasionada por infecções tuberculosas,
com características de um queijo, tornando-se friável, com
coloração que varia do esbranquiçado ao acinzentado.
• Necrose gangrenosa: Pode ser chamada de gangrena. Em
alguns casos, se não for revertida com o tratamento, leva à
amputação do membro por ela acometido. Neste tipo de
necrose, o tecido sofre alterações por agentes externos
como, por exemplo, bactéria; o tecido, por ser úmido ou
seco, torna-se endurecido e escuro com presença de
proliferação de microrganismos na lesão com odor pútrido.
• Necrose coagulativa: Esse tipo de necrose é o mais
comum; ocorre devido à isquemia tecidual, muitas vezes
por pressão contínua.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
PERIOPERATÓRIA
A enfermagem perioperatória, como já mencionamos, pode ser
entendida, segundo Almeida (2015, p. 9), como “a assistência de
Enfermagem prestada ao paciente que irá ser submetido a um
procedimento cirúrgico e que está inserido nos períodos pré,
trans e pós-operatórios”.
para a viabilização da assistência de Enfermagem perioperatória,
as ações desta equipe devem contemplar:
1) A assistência de Enfermagem integral, individualizada e
documentada em todas as fases perioperatórias (pré, intra e
pós) com a realização do registro das ações adequadas em
cada uma dessas fases, preferencialmente em impresso
próprio.
2) O levantamento e a análise das necessidades individuais do
paciente a ser submetido ao procedimento anestésico-
cirúrgico e a realização do planejamento da sua assistência.
3) A colaboração e elucidação do paciente, acompanhantes e
familiares na compreensão do problema de saúde,
preparando-os para a cirurgia.
4) Possibilitar a redução ao máximo dos riscos inerentes ao
ambiente cirúrgico.
5) A provisão de medidas que minimizem a inquietação e a
ansiedade do paciente, colaborando para a sua recuperação.
A Sistematização da Assistência de Enfermagem
Perioperatória (SAEP) deve ser realizada com base em uma
assistência integral continuada, participativa,
individualizada, documentada e avaliada, devendo atender
aos seguintes propósitos:
1) Ajudar o paciente e a família na compreensão do
tratamento anestésico-cirúrgico proposto e no preparo
para tal evento.
2) Diminuir ao máximo os riscos decorrentes da utilização
dos materiais e equipamentos necessários para o
desenvolvimento desses procedimentos.
3) Prever, providenciar e controlar os recursos humanos.
4) Reduzir ao máximo os riscos inerentes ao ambiente
específico do centro cirúrgico e da recuperação pós-
anestésica.
Transoperatório
A recepção do paciente no centro cirúrgico é realizada pelo
enfermeiro que confirma a chegada, confere o termo de
consentimento da cirurgia, verifica o estado geral do
paciente, a presença de prontuário, de exames laboratoriais
e do preparo realizado, faz a confirmação do jejum e da
retirada de próteses e adornos, finalizando com um exame
físico simplificado a verificação dos sinais vitais e, junto
com os demais membros da equipe, a realização do
protocolo da cirurgia segura.
Já na sala operatória, as ações de enfermagem devem seguir
a prescrição de enfermagem transoperatória e o registro de
todas as etapas até o término da cirurgia, apontando as
intercorrências, alterações hemodinâmicas, balanço hídrico,
utilização de materiais especiais de órteses e próteses,
passagem, de cateteres, sondas, drenos e a realização de
curativos.
Pré-operatório imediato
Nesta fase, recomenda-se a realização do histórico de
enfermagem, do exame físico, dos diagnósticos e das
prescrições para o pré-operatório e o transoperatório.
Ressalta-se que muitos pacientes possuem a indicação de
realizar o preparo cirúrgico meses antes da cirurgia, como:
regime alimentar, diminuição do tabagismo ou controle
glicêmico.
A avaliação do paciente nesse período deve considerar o
porte da cirurgia, a duração do procedimento, o tipo de
anestesia, o estado físico geral do indivíduo, sua idade, seu
peso e altura, seu estado nutricional, a gravidade da doença
cirúrgica, os riscos no transoperatório e as possíveis
complicações.
Com base nos dados levantados, o enfermeiro deve, juntamente
com a equipe cirúrgica, formular um plano de cuidados,
considerando os problemas de enfermagem que necessitam de
intervenções para diminuição do risco cirúrgico.
Em suma, esta fase é marcada pelos preparos específicos para a
cirurgia, tais como:
1) jejum oral absoluto, conforme idade.
2) Tricotomia da região a ser abordada, feita em espaço de
tempo mais próximo da cirurgia, preferencialmente no
máximo duas horas antes do procedimento.
3) Higiene corporal, utilizando soluções degermantes quando
indicado.
4) Remoção dos adornos metálicos, próteses metálicas,
esvaziamento vesical.
Todas as ações de enfermagem executadas deverão ser
registradas no prontuário do paciente.
Pós-operatório
A assistência de Enfermagem no pós-operatório imediato
vai da alta do paciente da sala operatória até 2 horas na
recuperação pós-anestésica (RPA).
Cabe frisar que, no pós-operatório, o enfermeiro deve
realizar uma avaliação da assistência prestada no período
perioperatório, avaliar a complexidade do procedimento
anestésico- -cirúrgico a que o indivíduo foi submetido e
realizar o plano de cuidados até que receba alta
Assistência de Enfermagem na recuperação
pós-anestésica
Ao término da cirurgia, e ao término do procedimento anestésico
ao qual o paciente foi submetido, ele é retirado da sala
operatória e encaminhado para a RPA sob a responsabilidade do
anestesiologista e do enfermeiro.
O transporte do paciente recém-operado exige cautela e deve ser
realizado de forma segura, mesmo que a RPA seja próxima, pois
é um período considerado crítico, já que as pessoas se encontram
sob a ação de anestésicos e podem estar inconscientes,
entorpecidas e com uma diminuição dos reflexos protetores.
Na RPA, o paciente deve permanecer em monitorização e
observação constantes até que apresente estabilidade
hemodinâmica, frequência e amplitude respiratória
normalizadas, saturação de oxigênio nos limites de normalidade,
estabilidade da temperatura corporal e do nível de consciência. A
alta do paciente da RPA é de responsabilidade do anestesiologista.
Principais recomendações para a admissão de Enfermagem do paciente na
recuperação pós-anestésica:
1) Conferir a identificação do paciente.
2) Orientar o paciente sobre o término da cirurgia e sua permanência na
RPA.
3) Explicar os procedimentos e as atividades a serem realizadas durante a
sua permanência na RPA.
4) Garantir a privacidade do paciente.
5) Verificar o procedimento anestésico cirúrgico realizado e a equipe
responsável.
6) Realizar exame físico.
7) Monitorar frequência cardíaca, pulso, pressão arterial, temperatura,
saturação de oxigênio, dor pós-operatória e nível de consciência.
8) Manter as vias aéreas permeáveis.
9) Instalar a nebulização com oxigênio úmido, de acordo com a necessidade
10) Verificar a localização e fixação de drenos, sondas e
condições do curativo cirúrgico, observando sinais de
sangramento, distensão e desconforto abdominal, assim
como a verificação da perfusão periférica.
11) Promover conforto e aquecimento do paciente.
12) Evitar a lesão de nervos e tensão muscular, apoiando e
acolchoando corretamente as zonas de pressão e
proeminências ósseas, além de manutenção do
alinhamento corporal, sempre em posição anatômica.
13) Zelar pela segurança do paciente, deixando as grades
laterais do leito elevadas.
14) Aplicar o índice de Aldrete e Kroulik ou algum outro,
preestabelecido pela instituição, segundo a gravidade do
paciente.
15) Observar náuseas e vômitos, recorrendo às manobras que
impeçam a aspiração pelo paciente.
16) Implementar intervenções de início imediato, como, por exemplo,
a administração de analgésicos e antieméticos, conforme prescritos
17) Verificar, anotar e identificar a data dos drenos e sondas, assim
como dos débitos e características das secreções.
18) Observar a queixa de retenção urinária, realizar manobras para o
estímulo da diurese espontânea e/ou proceder com o cateterismo
vesical de alívio ou de demora, conforme prescrito. 19) Fazer balanço
hídrico, se necessário.
20) Manter e observar as infusões venosas e atentar-se para possíveis
infiltrações e irritações cutâneas nos locais de inserções dos cateteres.
21) Minimizar os fatores de estresse, evitando ruídos desnecessários
que possam perturbar o paciente.
22) Identificar os diagnósticos de Enfermagem, propor as intervenções
pertinentes, avaliar os resultados obtidos e registrar tais dados.
23) Comunicar as intercorrências ao anestesiologista, a exemplo de
alterações no nível de consciência, nos sinais vitais, nos resultados dos
exames laboratoriais, em sangramentos não esperados e queixas
dolorosas.
Escala de Aldrete e Kroulik
A escala de Aldrete e Kroulik é um método que avalia as
condições fisiológicas dos pacientes submetidos a
procedimentos anestésicos. Esse índice avalia o sistema
cardiovascular, respiratório, nervoso central e muscular
utilizando parâmetros clínicos de fácil verificação, como
frequência respiratória, pressão arterial, nível de
consciência e porcentagem de saturação de oxigênio no
sangue, que é realizado com oxímetro de pulso. Cada
parâmetro clínico avaliado é pontuado de 0 a 2 pontos, cuja
soma de pontos vale 10. O uso de escala de Aldrette (Quadro
2) tem como objetivo sistematizar a observação das
condições fisiológicas dos pacientes em SRPA de um modo
simples e objetivo.
Paramentação cirúrgica descartável
O uso da paramentação cirúrgica descartável tem como
finalidade a formação de uma barreira microrganismo no
sitio cirúrgico do paciente, oriundo dele mesmo, dos
profissionais, matérias equipamentos e ar ambiente.
∙ Avental cirúrgico;
∙ Mascara descartável;
• Gorro descartável;
• Propé descartável.
∙ Pinçamento de vasos;
∙ Ligadura de vasos;
∙ Eletrocoagulação;
∙ Compressão.
Hemostasia prévia, preventiva ou pré-operatória:
Medicamentosa = baseada nos exames laboratoriais;
Cirúrgicas = interromper em caráter provisório o fluxo de
sangue para a ferida cirúrgica para prevenir ou diminuir a
perda sanguínea (garrote pneumático, faixa de smarch).
Hemostasia temporária: feita durante a intervenção
cirúrgica para deter ou impedir temporariamente o fluxo
de sangue no local da cirurgia (compressão por
instrumentais – pinças, aplicação de medicações, uso de
hemostáticos).
Hemostasia definitiva: obliteração do vaso sanguíneo em caráter
permanente (sutura, bisturi – eletrocoagulação, laqueadura, uso de
hemostáticos).