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Não a condição de se tornar uma barata de Kafka e sim um ser não autônomo, destruído e
desmontado.
Por mais estranho que isso soe, percebo que tais situações muito acontecem e se repetem em nosso
cotidiano.
Vai ser um texto grande, caso queira vá pulando pelos causos ou mesmo vá direto ao fechamento.
1- Passa para lá passa para cá. Ou a bolinha no dedo e no dedal. Ou jogo das tampinhas
Há uma atividade de “pegar bobo” que vi muitas vezes no começo da avenida Brigadeiro Faria Lima.
Já trabalhava como office-boy e ao voltar para casa, antes do ponto de ônibus sempre assistia a este
jogo.
Como funciona:
O palco da ação.
Sobre uma caixa de papelão (raro naquela época) ou sobre uma caixa de tomate era colocado um
tabuleiro na forma de um quadrado.
Começa o desafio.
O pato é identificado.
Desafio aceito. O pato se move para pegar dinheiro no bolso. A tampinha é movida. O dinheiro é
perdido.
Se aparecer polícia alguns dos parças “avisa”. Tudo é desmontado, todos somem.
Passeávamos pelo largo da concórdia quando somos interpelados por um vendedor de carnês do
BAU.
Nunca tinha comprado. Até me atrevia a menosprezar minha irmã que muito acreditava nisso.
E tinha a certeza de já ter ganho o televisor e daqui a quatro semanas iria participar do programa
Silvio Santos para concorrer a um carro ZERO.
Contando o televisor e a moto, mesmo que prêmios de consolação, era muito mais do que ainda iria
pagar pelos carnês.
Fomos a uma loja e retiramos uma mala e um eletrodoméstico que não me lembro qual.
Me lembro, sim que somados o valor da mala e do eletrodoméstico. Tal valor não atingia uma das
mensalidades dos oito carnês.
Observação.
Se identifica como um funcionário do SBT. Me informa do Prêmio que ganhei. Um carro zero.
Que realmente não entendi nada, nunca soube e nem nunca conheci.
Hoje perto de R$ 3.000,00. Fácil. Qualquer um tem este valor a qualquer hora.
Como fazer.
Nos diga onde está que um de nossos colaboradores (Não. Esta palavra ainda não era tão comum)
vai te informar a qual dos caixas eletrônicos mais próximo a você deve ser feito o depósito.
Incompetentes.
Não tive contato com o SBT. No caso dos carnês não fiz nenhum registro.
Na próxima eu caio.
4- Mil grau e o jogo fora do Brasil.
Conheci o Mil grau por meio de vídeos que meu filho me mostrou.
Não conheço o “ser” que encarna o Mil Grau. Não sei sua condição social.
A condição?
Simples.
Ou mesmo o pato.
Porque não contribuir com tantas socialites que muitos nos auxiliam em nosso dia a dia.
5- Cartas de um presidiário.
Foi preso.
A solução.
Me mande dinheiro.
Contribui diariamente com o equivalente atual a R$ 50,00. Para que refizesse a vida. Para que
arrumasse emprego e outros que tais ...
Tudo que podia ser levado e trocado foi tirado de minha casa.
Dei um basta.
A mãe disse algumas vezes que agora poderia visitá-lo sempre. Pois não sairia do cemitério.
E os relógios, celulares...
Foi roubado.
É questão de idoneidade.
Que tenhamos meritocracia.
6- Velório.
Muito humildes.
Adoro a Célia.
Desnorteado. Claro.
Era cerca de 14 h.
O translado do corpo da Célia custaria cerca de R$ 4.000,00, que claro ele não tinha.
Ouvi coisas:
Nada falei.
O Celso chegou.
Não tem como conseguir ou mesmo emprestar R$ 4.000,00 não terá como pagar.
Entrei no assunto.
Mandei mensagem para Márcia, para Mary, para o Danilo, que prontamente retornaram.
Me pergunto.
Não merecia (ele e ninguém) ser colocado numa situação vexatória como esta.
7- Sequestro e inação.
O Raul é um lorde.
Se algum dia eu estiver com os olhos roxos é porque consegui tirá-lo do sério.
Neste meu tempo de 39 anos como professor, não consigo citar outro que me respeite e que eu
respeite mais.
Temos tido trabalhos de orientação com ex-alunos. É muito profissional, gratificante e respeitoso.
Fui dormir.
Me pede ajuda, tem medo de morrer e que está num carro sequestrado.
Não estou raciocinando. Só sei que é meu filho que está lá.
Era golpe.
Me tranco no quarto.
CONDUZA A CONVERSA.
Fechamento
Considerações