Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
História Estratégia Concursos
História Estratégia Concursos
Aula 00
SUMÁRIO
Com o Brasil independente, vários desafios se colocaram diante de D. Pedro quando foi
coroado como Imperador do Brasil. Seu reinado foi curto, pois durou de 1822 a 1831 quando,
devido à queda de sua popularidade foi obrigado, por inexistir saída política, a abdicar o trono. A
historiografia (produção cientifica da história) do Brasil sobre o período tende a retratar o período
do primeiro reinado destacando os desmandos de Dom Pedro, principalmente pelos historiadores
republicanos no começo do século XX. Em Portugal, quando morreu era Duque e Herói nacional,
por ter liderado uma guerra civil vitoriosa.
Com o país independente era necessário escrever uma constituição para o Brasil. Em 1823
foi promulgada (votada) uma constituição que ficou conhecida como constituição da mandioca,
pois previa voto censitário (o eleitor para votar tem que ter determinada renda anual que era
calculada pela quantidade de mandioca plantada, por ser o alimento dos escravos). Esta
constituição possuía a divisão do país em 3 poderes (executivo, legislativo e judiciário influência
do pensamento liberal) e limitava os poderes do imperador. D. Pedro não gostou disso e dissolveu
a constituição.
4. A GUERRA DA CISPLATINA.
A Cisplatina corresponde ao atual território do Uruguai. Logo que Dom João VI estabeleceu
a corte no Rio de Janeiro iniciou uma política externa expansionista. Invadiu a Guiana francesa, em
retaliação à Napoleão Bonaparte, o general francês que forçou a transferência da Corte e invadiu o
território do atual Uruguai, na época conhecido como província Cisplatina. Dominando este
território o Brasil teria acesso à um ponto estratégico muito disputado até o século XIX entre o
Brasil e os vizinhos, que é a dominação do rio da prata. Com a Cisplatina a borda superior, norte do
rio da prata pertenceria ao Brasil, que poderia exercer o domínio da navegação. Logo após a
independência brasileira a população da cisplatina se organizou contra a ocupação militar e
iniciaram uma guerra de independência. Foi uma das medidas mais impopulares durante o curto
governo de D. Pedro. O então Imperador enviou tropas sem ter recursos financeiros. Foi gasta uma
enorme soma e morreram milhares de pessoas. A população era radicalmente contra o conflito e
as formas de recrutamento forçado geravam uma grande revolta.
Ela teve muito trabalho pela frente coma as revoltas regenciais. Além do quadro de
instabilidade as tropas existentes no país em sua alta oficialidade eram ocupadas por portugueses
e o país estava em um contexto de forte sentimento antilusitano (anti português), pois além dos
oficialatos das armas os portugueses também eram grandes comerciantes e ocupavam altos cargos
públicos.
Até na guarda nacional, os cargos de oficiais do exército eram ocupados por militares
portugueses e a massa dos soldados e baixas patentes eram em geral pessoas consideradas vadias,
viajantes errantes e indolentes, cuja sorte não se importava a ninguém. O serviço militar era
à à à à à à à à à à à à à
principalmente porque os métodos de recrutamento na época da guerra da cisplatina eram
violentos e involuntários, quero dizer, as pessoas eram alistadas à força no exército. Em um
contexto desse, de grande agitação política, que a Regência Trina Permanente criou, em agosto de
1831, a Guarda Nacional. Ela não era parte do exército e não era submetido a ele. Na lei previa
um alistamento censitário, pois era necessário possuir certa posse. Passou a ser visto com uma
forma de fugir do terrível alistamento militar, que era muito mal visto e temido pela maioria. De
acordo com o historiador Flávio Henrique Saldanha:
“O serviço prestado pelos milicianos era gratuito e a Guarda Nacional foi requisitada para várias
atividades. Além de reprimir revoltas e combater quilombos, os guardas eram solicitados para
participar de procissões religiosas, patrulhar e escoltar presos. Essa prestação de serviços às
vezes dava margem a reclamações. Nas épocas de colheita, quando mais braços eram
necessários nas plantações, os guardas que eram escalados para vigiar cadeias ou escoltar presos
implicavam ausência de mão de obra nas lavouras e no comércio, resultando em perigosa falta de
suprimentos nas cidades. Requisições constantes, especialmente nas vésperas das eleições,
geravam queixas por parte dos comandantes da milícia e dos presidentes de província. “Não se
dá maior injustiça! Manuel João está todos os dias vestindo a farda. Ora pra levar presos, ora pra
dar nos quilombos... É um nunca acabar”, lamenta a personagem Maria Rosa, da peça O juiz de
paz na roça (1838), de Martins Pena, sobre seu marido ter que servir à Guarda Nacional e perder
o trabalho na lavoura.”
Em 1834 os liberais moderados conseguiram uma grande conquista: a aprovação de uma lei
chamada Ato Adicional à constituição promulgada neste mesmo ano. Este ato previa:
Criação de uma regência una (que foi ocupada pelo Pe. Antônio Diogo Feijó). Era um
padre de orientação liberal em várias de suas posições políticas, defendendo a maior
autonomia das províncias e uma maior descentralização do poder. Em termos religiosos era
defensor do fim do celibato ao clero. Perceba a grande influência da Igreja Católica, associada
à Portugal desde as grandes navegações, uma união que durou até a proclamação da
república. O cargo mais influente e poderoso do país, basicamente o regente governa no
lugar do rei, ficou a cargo de um clérigo (pessoa pertencente ao clero).
Uma maior descentralização política, que fundamentalmente era a proposta dos liberais.
Novo código de processo civil, que descentralizava a justiça e estabelecia por exemplo a
à à à à à à à à à à à à àE à à
descentralização jurídica que tinha profundos impactos na segurança pública. A guarda
nacional foi criada de forma que a defesa foi descentralizada, sobretudo por que seus
integrantes passaram a ser apreciados pelos juízes de paz.
Basicamente ambos são membros da elite proprietária, são escravistas, senhores brancos
que não executam trabalhos manuais. Os conservadores são defensores do centralismo e os
liberais do federalismo. No primeiro caso defendem que todas as medidas importantes, que não
forem possíveis de se resolver no âmbito local, das câmaras municipais, deveriam ser de
competência da união, o governo central, que governaria por ordens diretas do Rio de Janeiro. Os
liberais defendiam maior autonomia provincial, ou seja, uma assembleia legislativa estadual, para
criar as leis localmente, juízes escolhidos localmente com defesa da ordem pública submetida aos
poderes locais (descentralização da segurança). Uma avaliação que vale por todo o império, da
regência à proclamação da república a regra geral era que basicamente eram a mesma coisa
pois todos os interesses que de verdade representavam eram ligados ao
latifúndio escravista. Suas propostas eram fundamentalmente ligadas à organização e gestão do
Estado Nacional que naquela época encontrava-se ainda em construção e a independência era
muito recente.
A independência era tão recente que alguns consideraram que verdadeiramente começava
ali o império totalmente independente livre da influência portuguesa com um imperador nascido
no Brasil e criado para o papel de reinar sobre uma nação em construção.
Durante a regência de Feijó eclodiram várias revoltas separatistas, como teve dificuldades
de sufocá-las, então a guarda nacional foi criada como instrumento de defesa dos grandes
proprietários rurais contra as revoltas populares e separatistas. Entre elas podemos citar:
Cabanagem (PA)1835.
Sabinada (Ba)1837.
Balaiada (Ma) 1838.
Farroupilha (RS) 1837.
A Revolta do Malês na Bahia, que foi a revolta de africanos islâmicos que foram
escravizados e levados para salvador.
Foram revoltas separatistas e republicanas. A mais importante delas foi a Farroupilha que
durou 10 anos e chegou a proclamar uma república independente. Para os políticos da época a
onda de rebeliões ocorria devido à regência, então seria necessário empossar o príncipe (o que era
dificultado pela sua idade).
Feijó é pressionado de todos os lados e é responsabilizado pelas revoltas regenciais, de que
não era capaz de manter a estabilidade e que a instabilidade política daquele momento ocorria
devido à ausência do rei, pois a ausência de um poder centralizador é o que estimulava as guerras
civis separatistas e republicanas em curso. Feijó renunciou em favor de um conservador: Araújo
Lima.
Foi um período de grande prosperidade econômica devido ao ciclo do café. O Brasil foi
durante décadas o maior produtor e exportador de café do mundo. O modelo agrícola era o
implantado pelos portugueses e que permanece até os dias de hoje: O plantation (monoculturas
de exportação em latifúndios). O café começou a ser plantado no RJ e espalhou-se pelo estado de
SP que foi seu maior produtor, chegando ao sul de MG. A principal região produtora era o Vale do
Paraíba (entre SP e RJ). Quando foi para o interior no Oeste Paulista foi necessária a instalação de
ferrovias, devido à distância do litoral, promovendo uma grande modernização no Brasil que até
àquela altura transportava o gado através dos tropeiros. Não havia indústrias no país e tudo o que
consumíamos de origem industrial era da Inglaterra. Desde os tratados de comércio e navegação
de 1810 os ingleses pagavam impostos muito reduzidos, a ponto de nossa arrecadação de
impostos não cobrir os gastos do Estado. Dessa forma o ministro da fazenda criou uma tarifa
protecionista que aumentava os impostos dos ingleses, a Tarifa Alves Branco. Os Ingleses não
gostaram e há tempos vinham pressionando o Brasil a abolir o tráfico de escravos, então fizeram
isso a força decretando o Bill Aberdeen. De acordo com esta medida inglesa eles poderiam abater
qualquer navio brasileiro que tivesse carregado de africanos para serem escravizados. A pressão
inglesa fez com que fosse lançada em 1850 a Lei Eusébio de Queiroz, que proibia o tráfico de
escravos.
1846 64.262
1847 75.893
1848 76.338
1849 70.827
1850 37.672
1851 7.058
1852 1.234
Uma das consequências desta lei foi o aumento do tráfico interno (a região nordeste com a
economia decadente vendia os escravos para o sudeste), a imigração europeia (pois com o fim do
tráfico, em pouco tempo a escravidão acabaria), e a lei de terras (toda terra teria que ser
comprada à vista em leilão. Uma medida para impedir que imigrantes tivessem acesso à terra).
A migração europeia é um dos elementos fundamentais da formação da população
brasileira. Ela ocorreu durante muitas décadas. Como vimos seu início ocorre durante o ciclo do
café e ocorre em torno de 1500 até 1530. As primeiras experiências de imigração influenciadas
pelas ideias do Darwinismo social, pseudo-ciência racista do século XIX, que sugeria a existência de
raças e que as superiores estavam destinadas a dominar, então foi realizada a imigração europeia
pois além de muitos europeus estarem fugindo da guerra, a vinda de imigrantes iria branquear a
população brasileira. Esta é a chamada teoria do branqueamento. No início os imigrantes vinham
com a promessa de pagarem sua passagem com trabalho. Estas experiências não têm sucesso, pois
eram superexplorados e os fazendeiros brasileiros acusados de estarem praticando a escravidão
por dívidas, a ponto de governos europeus proibirem a imigração para o Brasil. A imigração tem
sucesso a partir do momento em que o governo intervêm e paga a passagem dos trabalhadores
que chegavam no país sem dívidas. Vinham direto para a lavoura de café em São Paulo ou para
colônias de imigrantes na região sul do país.
No início do século XX o Brasil ainda atrai muitos imigrantes e é quando migram para cá os
japoneses e sírio-libaneses, principalmente no contexto da primeira Guerra Mundial.
A partir de 1930 no início da Era Vargas foi criada uma legislação de controle mais rígido da
imigração.
Foram criadas cotas de migração. 2% da população total da nacionalidade de origem (por
exemplo se entraram 100.000 imigrantes italianos era reservada anualmente uma cota de 2.000
daquela nacionalidade). Portugal ficou isento da cota. Também foram tomadas medidas sanitárias
e de seleção social. Não poderiam migrar portadores de doenças infecciosas (como a tuberculose,
que ainda era muito comum no início do século XX) nem pessoas com antecedentes criminais. A
migração diminuiu bastante nos anos seguintes.
Nos anos 60 recebemos muitos asiáticos, sobretudo coreanos, estabelecidos em São Paulo,
e atualmente somos o destino dos vizinhos latino americanos mais pobres, como os Bolivianos.
Merece destaque a imigração dos haitianos que recentemente passaram a migrar para o Brasil,
entrando em nosso território pelo Acre. A postura do governo para com os migrantes, sobretudo
os latino americanos, é de acolhida e não temos leis xenófobas quanto a imigração.
Após o conflito o exército torna-se uma instituição forte e com grande participação na
política nacional. Aderiram ao abolicionismo e ao republicanismo. A produção histórica durante
muito tempo caracterizou o conflito como inevitável e que a Inglaterra, que se beneficiou do
conflito, teria manipulado os países ao conflito, mas esta visão já caiu por terra e é consenso que
foi por tentativas expansionistas do Brasil na bacia do rio da prata.
As artes possuem uma profunda relação com a política. O estilo estético que vigorava no
século XIX era o romantismo, que entre suas características estão a criação da imagem de líderes
populares, como vemos nas pinturas sobre Dom Pedro I, ou sobre a Batalha de Riachuelo, na
guerra do Paraguai. A ideia de heroísmo militar e nacionalismo é um tema sempre presente. Já
Dom Pedro II sempre foi também retratado com uma visão glorificada de imperador, e nas
maiorias das telas em que foi representado, mesmo jovem, é um senhor sábio ou um jovem
homem que inspira confiança, responsabilidade e que conduziria um governo de forma estável.
Na literatura temos uma figura de destaque que é José de Alencar, que foi um grande
político, senador do império e sua obra é marcada pelo indigenismo. Retratava o indígena de
forma romântica e idealizada e procurou criar a ideia da identidade nacional fundada na
miscigenação do europeu e do índio. A valorização da influência cultural e social do negro só seria
discutida e aceita na década de 30 do século XX com a obra de Gilberto Freyre.
O fim da escravidão teve um caráter gradual. Ocorreu a participação dos escravos com sua
resistência ao cativeiro através de fugas, formação de quilombos, abortos, suicídios e várias
revoltas. Surgiu depois da lei Eusébio de Queiroz o movimento abolicionista que fazia forte
militância artística, jurídica e política pelo fim da escravidão. Também devemos lembrar a pressão
inglesa. Várias leis foram decretadas:
1850: Lei Eusébio de Queiroz (proibição do tráfico).
1871: Lei do Ventre Livre (estavam livres os recém-nascidos).
1885: Lei dos Sexagenários (liberdade aos maiores de 60 anos).
1888: Lei Áurea (a abolição definitiva).
11. EXERCÍCIOS
1.
Após o retorno de uma viagem a Minas Gerais, onde Pedro I fora recebido com grande frieza,
seus partidários prepararam uma série de manifestações a favor do imperador no Rio de
Janeiro, armando fogueiras e luminárias na cidade. Contudo, na noite de 11 de março,
tiveram início os conflitos que ficaram conhecidos como a Noite das Garrafadas, durante os
à à à à à à à à à à s iluminadas,
sendo respondidos com cacos de garrafas jogadas das janelas.
VAINFAS, R. (Org.). Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008 (adaptado).
Os anos finais do I Reinado (1822-1831) se caracterizaram pelo aumento da tensão política.
Nesse sentido, a análise dos episódios descritos em Minas Gerais e no Rio de Janeiro revela:
A) estímulos ao racismo.
B) apoio ao xenofobismo.
C) críticas ao federalismo.
D) repúdio ao republicanismo.
E) questionamentos ao autoritarismo.
Comentários
Oà P à‘ à à à à à à à à àI à
que governava de forma autoritária e centralizado a partir da Constituição outorgada, e
à à à à à à à à iversas formas de pressão para
dificultar a acabar com seu reinado.
Gabarito: E
2.
Art. 92. São excluídos de votar nas Assembleias Paroquiais:
Os menores de vinte e cinco anos, nos quais não se compreendam os casados, e Oficiais
militares que forem maiores de vinte e um anos, os Bacharéis Formados e Clérigos de Ordens
Sacras.
Os Religiosos, e quaisquer que vivam em Comunidade claustral.
Os que não tiverem de renda líquida anual cem mil réis por bens de raiz, indústria, comércio
ou empregos.
Constituição Política do Império do Brasil (1824). Disponível em:
https://legislação.planalto.gov.br. Acesso em: 27 abr. 2010 (adaptado).
3.
4.
No clima das ideias que se seguiram à revolta de São Domingos, o descobrimento de planos
para um levante armado dos artífices mulatos na Bahia, no ano de 1798, teve impacto muito
especial; esses planos demonstravam aquilo que os brancos conscientes tinham já começado
a compreender: as ideias de igualdade social estavam a propagar-se numa sociedade em que
só um terço da população era de brancos e iriam inevitavelmente ser interpretados em
termos raciais.
MAXWELL. K. Condicionalismos da Independência do Brasil. In: SILVA, M.N. (coord.)
O Império luso-brasileiro, 1750-1822. Lisboa: Estampa, 1986.
O temor do radicalismo da luta negra no Haiti e das propostas das lideranças populares da
Conjuração Baiana (1798) levaram setores da elite colonial brasileira a novas posturas diante
das reivindicações populares. No período da Independência, parte da elite participou
ativamente do processo, no intuito de:
A) instalar um partido nacional, sob sua liderança, garantindo participação controlada dos
afro-brasileiros e inibindo novas rebeliões de negros.
B) atender aos clamores apresentados no movimento baiano, de modo a inviabilizar novas
rebeliões, garantindo o controle da situação.
C) firmar alianças com as lideranças escravas, permitindo a promoção de mudanças exigidas
pelo povo sem a profundidade proposta inicialmente.
D) impedir que o povo conferisse ao movimento um teor libertário, o que terminaria por
prejudicar seus interesses e seu projeto de nação.
E) rebelar-se contra as representações metropolitanas, isolando politicamente o Príncipe
Regente, instalando um governo conservador para controlar o povo.
Comentários
Uma das afirmações mais tradicionais na História do Brasil, apoiada no senso comum, é de que a
Independência foi pacífica, sem derramamento de sangue. Essa ideia está baseada na participação
ativa das elites agrárias no processo de independência como forma de garantir uma ruptura
política frente à metrópole, e ao mesmo tempo garantir a preservação da estrutura
socioeconômica apoiada no latifúndio e na escravidão.
Gabarito: D
5.
Após a Independência, integramo-nos como exportadores de produtos primários à divisão
internacional do trabalho, estruturada ao redor da Grã-Bretanha. O Brasil especializou-se na
produção, com braço escravo importado da África, de plantas tropicais para a Europa e a
América do Norte. Isso atrasou o desenvolvimento de nossa economia por pelo menos uns
oitenta anos. Éramos um país essencialmente agrícola e tecnicamente atrasado por depender
de produtores cativos. Não se poderia confiar a trabalhadores forçados outros instrumentos
de produção que os mais toscos e baratos.
O atraso econômico forçou o Brasil a se voltar para fora. Era do exterior que vinham os
bens de consumo que fundamentavam um padrão de vida "civilizado", marca que distinguia
as classes cultas e "naturalmente" dominantes do povaréu primitivo e miserável. (...) E de
fora vinham também os capitais que permitiam iniciar a construção de uma infraestrutura de
serviços urbanos, de energia, transportes e comunicações.
Paul Singer. Evolução da economia e vinculação internacional. In: I. Sachs; J. Willheim; P.
S. Pinheiro (Orgs.). Brasil: um século de transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p.
80.
Levando-se em consideração as afirmações anteriores, relativas à estrutura econômica do
Brasil por ocasião da independência política (1822), é correto afirmar que o país
A) se industrializou rapidamente devido ao desenvolvimento alcançado no período colonial.
B) extinguiu a produção colonial baseada na escravidão e fundamentou a produção no
trabalho livre.
C) se tornou dependente da economia europeia por realizar tardiamente sua industrialização
em relação a outros países.
D) se tornou dependente do capital estrangeiro, que foi introduzido no país sem trazer
ganhos para a infraestrutura de serviços urbanos.
E) teve sua industrialização estimulada pela Grã-Bretanha, que investiu capitais em vários
setores produtivos.
Comentários
O texto destaca a estrutura agrário exportadora do Brasil, organizada no período colonial e que foi
preservada após a independência. A manutenção de tal estrutura manteve a dependência
econômica, vinculando a economia do país aos interesses ingleses, em um contexto marcado pela
expansão da industrialização e de um modelo de capitalismo expansionista. Desde a
independência até o segundo reinado percebe-se a presença de interesses e capitais ingleses no
Brasil.
Gabarito: C
6.
A Confederação do Equador contou com a participação de diversos segmentos sociais,
incluindo os proprietários rurais que, em grande parte, haviam apoiado o movimento de
independência e a ascensão de D. Pedro I ao trono. A necessidade de lutar contra o poder
central fez com que a aristocracia rural mobilizasse as camadas populares, que passaram
então a questionar não apenas o autoritarismo do poder central, mas o da própria
aristocracia da província. Os líderes mais democráticos defendiam a extinção do tráfico
negreiro e mais igualdade social. Essas ideias assustaram os grandes proprietários de terras
que, temendo uma revolução popular, decidiram se afastar do movimento. Abandonado
pelas elites, o movimento enfraqueceu e não conseguiu resistir à violenta pressão organizada
pelo governo imperial.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1996 (adaptado).
7.
É simplesmente espantoso que esses núcleos tão desiguais e tão diferentes se tenham
mantido aglutinados numa só nação. Durante o período colonial, cada um deles teve relação
direta com a metrópole. Ocorreu o extraordinário, fizemos um povo-nação, englobando
todas aquelas províncias ecológicas numa só entidade cívica e política.
RIBEIRO, D. O povo brasileiro: formação e sentido do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1988.
Após a conquista da autonomia, a questão primordial do Brasil residia em como garantir sua
unidade político-territorial diante das características e práticas herdadas da colonização.
Relacionando o projeto de independência à construção do Estado nacional brasileiro, a sua
particularidade decorreu da:
A) ordenação de um pacto que reconheceu os direitos políticos aos homens,
independentemente de cor, sexo ou religião.
B) estruturação de uma sociedade que adotou os privilégios de nascimento como critério de
hierarquização social.
C) realização de acordos entre as elites regionais, que evitou confrontos armados contrários
ao projeto luso-brasileiro.
D) concessão da autonomia política regional, que atendeu aos interesses socioeconômicos
dos grandes proprietários.
E) Afirmação de um regime constitucional monárquico que garantiu a ordem associada à
permanência da escravidão.
Comentários
A manutenção da unidade político-territorial no pós-Independência foi garantida pelo fato de D.
Pedro, então Príncipe Regente, ter comandado o processo independentista e ter adotado a
monarquia como forma de governo, dando início ao Primeiro Reinado. Não só as ordens política e
territorial foram mantidas. As ordens econômicas e sociais também permaneceram as mesmas.
Gabarito: E
8. (Fuvest 2015)
Considerando-se o intervalo entre o contexto em que transcorre o enredo da obra Memórias
de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, e a época de sua publicação, é
correto afirmar que a esse período corresponde o processo de
A) reforma e crise do Império Português na América.
B) triunfo de uma consciência nativista e nacionalista na colônia.
C) Independência do Brasil e formação de seu Estado nacional.
D) consolidação do Estado nacional e de crise do regime monárquico brasileiro.
E) Proclamação da República e instauração da Primeira República.
Comentários
A história do livro citado se passa no Rio de Janeiro do início do século XIX e a obra foi publicada,
em forma de folhetim, originalmente, na década de 1850. Logo, esse período de tempo engloba a
Independência do Brasil e a formação do Estado nacional brasileiro.
Gabarito: C
9. (Unicamp 2015)
Um elemento importante nos anos de 1820 e 1830 foi o desejo de autonomia literária,
à à à à àI à àOà‘ à à à à à
caminho favorável à expressão própria da nação recém-fundada, pois fornecia concepções e
modelos que permitiam afirmar o particularismo, e portanto a identidade, em oposição à
M à
CANDIDO, Antonio. O Romantismo no Brasil. São Paulo: Humanitas, 2004, p. 19.
Tendo em vista o movimento literário mencionado no trecho acima, e seu alcance na história
do período, é correto afirmar que:
A) o nacionalismo foi impulsionado na literatura com a vinda da família real, em 1808,
quando houve a introdução da imprensa no Rio de Janeiro e os primeiros livros circularam no
país.
B) o indianismo ocupou um lugar de destaque na afirmação das identidades locais,
expressando um viés decadentista e cético quanto à civilização nos trópicos.
C) os autores românticos foram importantes no período por produzirem uma literatura que
expressava aspectos da natureza, da história e das sociedades locais.
D) a população nativa foi considerada a mais original dentro do Romantismo e, graças à
atuação dos literatos, os indígenas passaram a ter direitos políticos que eram vetados aos
negros.
Comentários
Somente a alternativa [C] está correta. A questão remete à chegada do Romantismo ao Brasil. O
texto do escritor Antônio Cândido aponta para o desejo de autonomia literária brasileira nas
décadas de 1820 e 1830. Do ponto de vista político também havia o desejo do Brasil de buscar sua
emancipação política frente a metrópole portuguesa, o que ocorreu em setembro de 1822 com o
G à àI àN à à à àá à à àD àP àIà à à à à à à àP à
Regencial que durou de 1831 até 1840. Neste contexto, consolidou-se a independência do Brasil
considerando que pela primeira vez o Brasil foi governado por brasileiros, e surgiu o Estado
Nacional Brasileiro através de uma gradativa substituição dos portugueses por brasileiros. Daí
havia uma necessidade de construir uma identidade nacional mostrando nossas particularidades
em relação às demais nações. Os autores do Romantismo foram importantes ao expressar
à à à à
Gabarito: C
C) Não obstante pressões britânicas contra o tráfico negreiro em direção ao Brasil, ele se
manteve alto, contribuindo para que a ordem nacional surgida com a Independência fosse
escravista.
D) Desde o final do século XVIII, criaram-se as condições para que a economia e a sociedade
do Império do Brasil deixassem de ser escravistas, pois o tráfico negreiro estava estagnado.
E) Rapidamente, o Brasil aderiu à agenda antiescravista britânica formulada no final do século
XVIII, firmando tratados de diminuição e extinção do tráfico negreiro e acatando as
imposições favoráveis ao trabalho livre.
Comentários
A despeito da pressão inglesa para que ocorresse o fim do tráfico negreiro para o Brasil, o mesmo
manteve-se em alta entre 1810 e 1830, o que contribuiu para a formação escravista da nossa
sociedade.
Gabarito: C
A campanha abolicionista ganhou força nacional, mas ainda encontrava alguns obstáculos,
tais como:
A) a falta de apoio de alguns setores sociais, como o intelectual e o artístico.
B) a noção de escravo como um bem, o que exigia a indenização para os proprietários de
escravos.
C) a reação do proletariado urbano, pelo temor da concorrência da mão de obra escrava.
D) o apoio dos senhores de engenho para a abolição, principalmente do setor açucareiro,
devido à mecanização da agricultura nordestina.
Comentários
A questão aponta para um grande debate que se estabeleceu no Brasil ao longo do século XIX. A
discussão era sobre a utilização da mão de obra escrava e o desenvolvimento econômico nacional.
Muitos intelectuais e políticos criticavam a escravidão associando-a ao atraso, porém entendiam a
relevância da escravidão para a economia do Brasil. O escravo era um bem, uma propriedade,
acabar com a escravidão poderia exigir indenização.
Gabarito: B
Comentários
A Confederação do Equador (1824) eclodiu em razão do autoritarismo de D. Pedro I, que, no ano
anterior, fechou a Assembleia Constituinte, prendeu os deputados que a compunham e autorizou a
escritura de uma Constituição claramente absolutista para o país.
Gabarito: E
áà à à à à à à à à à à à à à
independência na Bahia, pode ser explicada pela:
A) ameaça dos negros, escravizados e libertos, de se revoltarem contra os brancos e lutarem
pela continuidade do domínio lusitano sobre a colônia.
B) existência de uma organização partidária de negros livres e escravizados, que regulava
ações conjugadas em toda a colônia pela extinção do trabalho escravo.
C) participação de grande número de escravizados e negros livres na guerra de independência
do Brasil, que poderia evoluir para uma luta contra o regime de escravidão.
D) Ameaça de união entre as organizações antiescravistas brasileiras e os grupos
revolucionários que estabeleceram uma República de negros no Haiti, no final do século XVIII.
E) aliança firmada entre os negros libertos e os portugueses contra os proprietários de terras
brasileiros, que poderia resultar num decreto do governo lusitano extinguindo o trabalho
escravo na colônia.
Comentários
A questão aponta para a participação dos negros no processo de independência do Brasil, em
à à à à P àN à àB à à à à àáà à à à à
à à à à à à à à à àH à à à à à
movimento, porém imprimiram um caráter social muito forte tomando o poder e exterminando
muitos brancos que eram associados à exploração. Desta forma, na guerra de independência do
Brasil a participação dos negros representava um risco aos interesses da elite.
Gabarito: C
A) promovia uma relativa descentralização do poder, uma vez que o regente deveria ser
eleito pelo povo.
B) significava um rompimento maior com a metrópole e a fragmentação do antigo império
colonial.
C) facilitava a manutenção de um vasto território nas mãos dos chefes de Estado e dos
proprietários rurais.
D) garantia a implantação do princípio da soberania popular e da igualdade de direitos na
América.
E) atendia o desejo de políticos liberais e conservadores de libertar as províncias do poder
metropolitano.
Comentários
Basicamente, o grande diferencial entre a Independência do Brasil e as Independências da América
Espanhola foi a LIDERANÇA: no Brasil, um membro da Família Real portuguesa e na América
Espanhola, a classe social crioulla, excluída durante o período colonial. Daí os diferentes caminhos
políticos seguidos após as independências.
Gabarito: B
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
D) Apenas I e II.
E) I, lI e III.
Comentários
A afirmativa [I] está incorreta porque não existia nenhum tipo de democracia racial na época da
escravidão no Brasil. A divisão brancos/negros sempre existiu e foi rígida;
A afirmativa [III] está incorreta porque a Lei Áurea tinha apenas dois parágrafos, a saber: (1) está
abolida a escravidão no Brasil e (2) revogam-se todas as disposições em contrário.
Gabarito: B
Imperador Dom Pedro I e romperam todos os laços com as Cortes de Lisboa, defensoras da
recolonização brasileira.
B) ocorreu de forma homogênea, com a divisão da liderança do movimento emancipacionista
entre os principais comandos regionais do Brasil e com a constituição de acordos políticos
que garantiram a unidade territorial e a efetivação do federalismo.
C) dividiu as regiões brasileiras entre as defensoras de uma emancipação vinculada ao fim do
tráfico de escravos, caso das províncias do Norte e do Nordeste, e as províncias do Centro-
Sul, contrárias à separação definitiva de Portugal e favoráveis à constituição de uma
monarquia dual.
D) foi um processo complexo, no qual não houve adesão imediata de algumas províncias ao
Rio de Janeiro, representado pelo poder do imperador Dom Pedro I, pois essas províncias
continuaram fiéis às Cortes de Lisboa, levando à guerras de independência.
E) diferencia-se radicalmente das experiências da América espanhola, porque a América
portuguesa obteve a sua independência sem que houvesse qualquer movimento de
resistência armada por parte dos colonos ou da metrópole, interessados em uma separação
negociada.
Comentários
Somente a proposição [D] está correta. O mapa aponta para o processo de independência do
Brasil. O processo de independência do Brasil foi bem complexo começando em 1808 com a vinda
da corte portuguesa para o Brasil e a Abertura dos Portos rompendo com o pacto colonial e foi
concluído em 1831 quando D. Pedro I abdicou ao trono deixando para seu filho de apenas 5 anos
de idade. Havia dois grupos: os brasileiros compostos pela elite agrária e favoráveis a
independência e o grupo português muito forte no nordeste e contrário a independência. Assim,
quando ocorreu o grito do Ipiranga no dia 7 de setembro de 1822, era preciso nacionalizar a
independência considerando que boa parte era contrário a ela. Daí surgiram as guerras de
independência em 1823 constituindo praticamente uma guerra civil.
Gabarito: D
C) Apenas I e III.
D) Apenas II e III.
E) I, II e III.
Comentários
A questão se refere à primeira constituição do Brasil, outorgada em 1824. Por meio dela o Brasil
tornou-se um Estado unitário, monárquico e hereditário, com voto direto, censitário (de acordo
com a renda) e aberto. Estabeleceu o Padroado e o Beneplácito, ou seja, a Igreja católica era
submissa ao Estado. Não havia independência da Igreja diante do Estado, isto surgiu apenas na
constituição brasileira de 1891.
Gabarito: C
província sendo eleito para eleger deputados e senadores) eram características do voto no
Primeiro Reinado.
Gabarito: C
28.
A Confederação do Equador contou com a participação de diversos segmentos sociais,
incluindo os proprietários rurais que, em grande parte, haviam apoiado o movimento de
independência e a ascensão de D. Pedro I ao trono. A necessidade de lutar contra o poder
central fez com que a aristocracia rural mobilizasse as camadas populares, que passaram
então a questionar não apenas o autoritarismo do poder central, mas o da própria
aristocracia da província. Os líderes mais democráticos defendiam a extinção do tráfico
negreiro e mais igualdade social. Essas ideias assustaram os grandes proprietários de terras
Comentários
A 1ª Constituição do Brasil foi outorgada (imposta) por Dom Pedro I. Esta Carta Constitucional
organizava os poderes de Estado em 4: Judiciário, Legislativo, Executivo, além do Poder
M àE à à à àI à à à à - à à à à
organização da política do Império. Este poder permitia ao Imperador intervir em todos os demais
poderes do Estado.
Gabarito: E
Pernambuco logo após a constituição. O voto não era secreto. Havia quatro poderes sendo o
à à à à M àáà à à à à à àMaio de 1888.
Gabarito: A
Comentários
A Assembleia Constituinte de 1823 foi dissolvida por d. Pedro I porque propunha uma Constituição
que restringia o poder imperial, e não porque excluía a população de baixa renda do jogo político.
Gabarito: B
I. As duas Constituições foram feitas por Assembleias Constituintes (no século XIX, chamadas
de Câmaras) e, portanto, as duas Cartas foram promulgadas.
II. Na primeira Constituição Brasileira há a ideia de que o poder Executivo existe pela graça de
Deus, enquanto, na atual, a Assembleia Constituinte se colocou sob a proteção de Deus.
III. A Constituição Imperial trazia quatro poderes, sendo o poder Moderador o mais
importante, pois dele dependiam os outros poderes; na Constituição de 1988, não se
apresenta a superioridade de nenhum poder sobre os demais, pois tornou- se fundamental, à
época, a busca da igualdade perante a lei e a prática da justiça.
Assinale a alternativa:
A) se I, II e III forem corretas.
B) se apenas II e III forem corretas.
C) se apenas I e II forem corretas.
D) se apenas I e III forem corretas.
E) se apenas a I for correta.
Comentários
A Constituição de 1824 foi outorgada (imposta) pelo Imperador D. Pedro I e é considerada
centralizadora e autoritária, principalmente pela existência do Poder Moderador, de uso exclusivo
do Imperador e colocado acima dos demais. Nessa época, as ideias iluministas, que defendiam a
à à à à à à à à à à à à à à à à
Brasil.
Gabarito: B
37.
Após a abdicação de D. Pedro I, o Brasil atravessou um período marcado por inúmeras crises:
as diversas forças políticas lutavam pelo poder e as reivindicações populares eram por
melhores condições de vida e pelo direito de participação na vida política do país. Os conflitos
representavam também o protesto contra a centralização do governo. Nesse período,
ocorreu também a expansão da cultura cafeeira e o surgimento do poderoso grupo dos
"barões do café", para o qual era fundamental a manutenção da escravidão e do tráfico
negreiro.
O contexto do Período Regencial foi marcado:
taxação do charque gaúcho, não tinha como objetivo acabar com a escravidão e não defendia o
trabalho assalariado.
Gabarito: C
Está(ão) correta(s):
A) Somente a I.
B) I e II.
C) I e III.
D) II e III.
E) I, II e III.
Comentários
Somente a proposição [E] está correta. A questão aponta para o Golpe Liberal da Maioridade em
julho de 1840 quando D. Pedro II assumiu o trono com 15 anos incompletos. Neste momento
acabou o período Regencial caracterizado por inúmeras revoltas, algumas com caráter separatista.
As três assertivas estão condizentes com o texto. ==0==
Gabarito: E
A) liberais e conservadores.
B) conservadores e socialistas.
C) liberais e republicanos.
D) comunistas e republicanos.
E) liberais e anarquistas.
Comentários
A questão remete ao Brasil no século XIX. Em 7 de abril de 1831, D. Pedro I abdicou do trono
passando o poder para seu filho de 5 anos. Entre 1831 e 1840, ocorreu o Período Regencial com a
consolidação da independência do Brasil, a formação do estado nacional brasileiro, o surgimento
de partidos políticos como o Partido Liberal e o Partido Conservador. Estes dois partidos
dominaram a vida política do país ao longo do Segundo Reinado, 1840-1889.
Gabarito: A
Em nome do povo do Rio Grande, depus o governador Braga e entreguei o governo ao seu
substituto legal Marciano Ribeiro. E em nome do Rio Grande do Sul eu lhe digo que nesta
província extrema [...] não toleramos imposições humilhantes, nem insultos de qualquer
espécie. [...] O Rio Grande é a sentinela do Brasil, que olha vigilante para o Rio da Prata.
Merece, pois, maior consideração e respeito. Não pode e nem deve ser oprimido pelo
despotismo. Exigimos que o governo imperial nos dê um governador de nossa confiança, que
olhe pelos nossos interesses, pelo nosso progresso, pela nossa dignidade, ou nos separaremos
do centro e com a espada na mão saberemos morrer com honra, ou viver com liberdade.
(Bento Gonçalves [carta ao Regente Feijó, setembro de 1835] apud Sandra Jatahy Pesavento.
A Revolução Farroupilha, 1986.)
[C] Incorreta. A formação do partido Republicano ocorre em meados do século XIX e sua
consolidação, no final do século, não havendo aspirações republicanas formais no início do
Segundo Império.
[D] Incorreta. A fundação das agremiações abolicionistas se deu em meados do século XIX,
sobretudo após as limitações do tráfico negreiro pelos ingleses.
[E] Incorreta. D. Pedro I permaneceu em Portugal, sendo declarado Rei sob o Título de Dom
Pedro IV.
Gabarito: A
(Moura,Clóvis. Os Quilombos e a Rebelião Negra. 7 ed. São Paulo, Brasiliense, 1987. pp. 63-
69.)
Comentários
Rebelião que ocorreu no período regencial é pouco conhecida e pouco estudada. Organizada por
escravos africanos muçulmanos, o principal objetivo era a luta pela liberdade e, ao mesmo tempo,
à à à à à à à à à à à áà à à
escravos de Salvador foi, ao longo do tempo, influenciada pelos acontecimentos no Haiti, que
redundaram na independência daquele país, a partir de uma v à ‘ àN à
Gabarito: B
Com relação à Guarda Nacional, criada durante o Império, é CORRETO afirmar que:
A) funcionava como única força armada que podia defender os interesses dos escravistas e
coibir a fuga dos escravos.
B) objetivava o controle da Corte e da burocracia imperial, alvos frequentes de manifestações
populares de descontentamento.
C) tinha por finalidade a garantia da segurança e da ordem, defendendo a Constituição, a
obediência às leis e a integridade do Império.
D) atuava na defesa das fronteiras externas brasileiras, impedindo a expansão dos países
platinos em direção ao território brasileiro.
Comentários
A Guarda Nacional foi uma força paramilitar organizada por lei no Brasil durante o período
regencial para assegurar o respeito à Constituição em vigor e conter rebeliões nas províncias. Foi
desmobilizada em 1922.
Gabarito: C
Art. 26º - Se o Imperador não tiver parente algum, que reúna as qualidades exigidas, será o
Império governado, durante a sua menoridade, por um regente eletivo e temporário, cujo
cargo durará quatro anos, renovando-se para esse fim a eleição de quatro em quatro anos.
Art. 32º - Fica suprimido o Conselho de Estado.
(Ilmar Rohloff de Mattos. O Império da Boa Sociedade: A consolidação do Estado Imperial
Brasileiro)
Os artigos devem ser relacionados com:
A) Constituição de 1891;
B) Código do Processo Criminal;
C) Projeto da Mandioca;
D) Código do Processo Civil;
E) Ato Adicional de 1834.
Comentários
Questão que exige conhecimento específico e memorização. Ao ler o texto é necessário saber e
lembrar que tais mudanças foram realizadas pelo Ato Adicional, conjunto de leis de 1834 que
promoveu alterações na Constituição do país. Tais medidas pretendiam promover menos
centralização da estrutura política e, para muitos historiadores, à à à
à à à à à à à à à à à à à
com mandato definido, num modelo que se assemelhava ao existente nos Estados Unidos.
Gabarito: E
55.
Ninguém desconhece a necessidade que todos os fazendeiros têm de aumentar o número de
seus trabalhadores. E como até há pouco supriam-se os fazendeiros dos braços necessários?
As fazendas eram alimentadas pela aquisição de escravos, sem o menor auxílio pecuniário do
governo. Ora, se os fazendeiros se supriam de braços à sua custa, e se é possível obtê-los
ainda, posto que de outra qualidade, por que motivo não hão de procurar alcançá-los pela
mesma maneira, isto é, à sua custa?
Resposta de Manuel Felizardo de Sousa e Mello, diretor geral das Terras Públicas, ao Senador
Vergueiro. In: ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das
Letras, 1988 (adaptado).
56.
A dependência regional maior ou menor da mão de obra escrava teve reflexos políticos
importantes no encaminhamento da extinção da escravatura. Mas a possibilidade e a
habilidade de lograr uma solução alternativa caso típico de São Paulo desempenharam, ao
mesmo tempo, papel relevante.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2000.
A crise do escravismo expressava a difícil questão em torno da substituição da mão de obra,
que resultou:
A) na constituição de um mercado interno de mão de obra livre, constituído pelos libertos,
uma vez que a maioria dos imigrantes se rebelou contra a superexploração do trabalho.
B) no confronto entre a aristocracia tradicional, que defendia a escravidão e os privilégios
políticos, e os cafeicultores, que lutavam pela modernização econômica com a adoção do
trabalho livre.
C) à à à à ra afastar o predomínio das raças consideradas
inferiores e concretizar a ideia do Brasil como modelo de civilização dos trópicos.
D) no tráfico interprovincial dos escravos das áreas decadentes do Nordeste para o Vale do
Paraíba, para a garantia da rentabilidade do café.
E) na adoção de formas disfarçadas de trabalho compulsório com emprego dos libertos nos
cafezais paulistas, uma vez que os imigrantes foram trabalhar em outras regiões do país.
Comentários
Na segunda metade do século XIX, tornou-se cada vez mais perceptível as diferenças entre setores
de elite, principalmente na região sudeste. Enquanto a aristocracia tradicional, predominante no
Rio de janeiro e no Vale do Paraíba, defendia a manutenção do escravismo, a elite latifundiária do
oeste de São Paulo, área de maior expansão do café, defendia a abolição da escravidão, tendo sua
expressão política no Partido Republicano Paulista.
Gabarito: B
57.
Ó sublime pergaminho
Libertação geral
A princesa chorou ao receber
A rosa de ouro papal
Uma chuva de flores cobriu o salão
E o negro jornalista
De joelhos beijou a sua mão
Uma voz na varanda do paço ecoou:
M àD à àD
E à à à
MELODIA, Z.; RUSSO, N.; MADRUGADA, C. Sublime Pergaminho. Disponível em http://
www.letras.terra.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010.
O samba-enredo de 1968 reflete e reforça uma concepção acerca do fim da escravidão ainda
viva em nossa memória, mas que não encontra respaldo nos estudos históricos mais
recentes. Nessa concepção ultrapassada, a abolição é apresentada como:
A) conquista dos trabalhadores urbanos livres, que demandavam a redução da jornada de
trabalho.
B) concessão do governo, que ofereceu benefícios aos negros, sem consideração pelas lutas
de escravos e abolicionistas.
C) ruptura na estrutura socioeconômica do país, sendo responsável pela otimização da
inclusão social dos libertos.
D) fruto de um pacto social, uma vez que agradaria os agentes históricos envolvidos na
questão: fazendeiros, governo e escravos.
E) forma de inclusão social, uma vez que a abolição possibilitaria a concretização de direitos
civis e sociais para os negros.
Comentários
A letra da música reflete uma concepção tradicional da abolição da escravidão, segundo a qual a
alforria foi uma dádiva da Princesa Isabel aos escravos. Valoriza um ato heroico e de bondade da
governante, visão predominante na historiografia oficial. Nas últimas décadas, a abolição é
entendida como parte da luta de escravos e abolicionistas e das contradições do próprio modelo
escravocrata no contexto de expansão do capitalismo.
Gabarito: B
58.
Constituição de 1824:
"Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organização política, e é delegado
privativamente ao Imperador. (...) para que incessantemente vele sobre a manutenção da
Independência, equilíbrio, e harmonia dos demais poderes políticos (...) dissolvendo a
Câmara dos Deputados nos casos em que o exigir a salvação do Estado."
Frei Caneca:
"O Poder Moderador da nova invenção maquiavélica é a chave mestra da opressão da nação
brasileira e o garrote mais forte da liberdade dos povos. Por ele, o imperador pode dissolver a
Câmara dos Deputados, que é a representante do povo, ficando sempre no gozo de seus
direitos o Senado, que é o representante dos apaniguados do imperador."
(Voto sobre o juramento do projeto de Constituição)
Para Frei Caneca, o Poder Moderador definido pela Constituição outorgada pelo Imperador
em 1824 era
A) adequado ao funcionamento de uma monarquia constitucional, pois os senadores eram
escolhidos pelo Imperador.
B) eficaz e responsável pela liberdade dos povos, porque garantia a representação da
sociedade nas duas esferas do poder legislativo.
C) arbritário, porque permitia ao Imperador dissolver a Câmara dos Deputados, o poder
representativo da sociedade.
D) neutro e fraco, especialmente nos momentos de crise, pois era incapaz de controlar os
deputados representantes da Nação.
E) capaz de responder às exigências políticas da nação, pois supria as deficiências da
representação política.
Comentários
OàP àM à à à à à à à à à à à àI à à
garantia a este a superioridade aos demais poderes, caracterizando um governo autoritário.
Através do Moderador, o Imperador poderia fechar a Câmara de Deputados que representava a
sociedade, apesar de seus membros serem eleitos pelo voto censitário. Portanto, representava
uma elite, porém, opositora do Imperador.
Gabarito: C
59.
Respeitar a diversidade de circunstâncias entre as pequenas sociedades locais que
constituem uma mesma nacionalidade, tal deve ser a regra suprema das leis internas de cada
Estado. As leis municipais seriam as cartas de cada povoação doadas pela assembleia
provincial, alargadas conforme o seu desenvolvimento, alteradas segundo os conselhos da
experiência. Então, administrar-se-ia de perto, governar-se-ia de longe, alvo a que jamais se
atingirá de outra sorte.
BASTOS, T. A província (1870). São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1937 (adaptado).
60.
O texto abaixo foi extraído de uma crônica de Machado de Assis e refere-se ao trabalho de
um escravo.
"Um dia começou a guerra do Paraguai e durou cinco anos, João repicava e dobrava, dobrava
e repicava pelos mortos e pelas vitórias. Quando se decretou o ventre livre dos escravos, João
é que repicou. Quando se fez a abolição completa, quem repicou foi João. Um dia
proclamou-se a república. João repicou por ela, repicara pelo Império, se o Império
retornasse."
(MACHADO, Assis de. Crônica sobre a morte do escravo João, 1897)
B) não poderia tocar os sinos pelo retorno do Império, visto que era escravo.
C) tocou os sinos pela República, proclamada pelos abolicionistas que vieram libertá-lo.
D) tocava os sinos quando ocorriam fatos marcantes porque era costume fazê-lo.
E) tocou os sinos pelo retorno do Império, comemorando a volta da Princesa Isabel.
Comentários
Interpretação de texto, que mostra o trabalho do escravo que é responsável por tocar o sino,
sineiro, independentemente do acontecimento. Pode ser um fato favorável ou não; sua função
deveria ser cumprida.
Gabarito: D
61.
A cessação do tráfico lançou sobre a escravidão uma sentença definitiva. Mais cedo ou mais
tarde estaria extinta, tanto mais quanto os índices de natalidade entre os escravos eram
extremamente baixos e os de mortalidade, elevados. Era necessário melhorar as condições
de vida da escravaria existente e, ao mesmo tempo, pensar numa outra solução para o
problema da mão de obra.
COSTA, E. V. Da Monarquia à República: momentos decisivos. São Paulo: Unesp, 2010.
62.
Passada a festa da abolição, os ex-escravos procuraram distanciar-se do passado de
escravidão, negando-se a se comportar como antigos cativos. Em diversos engenhos do
Nordeste, negaram-se a receber a ração diária e a trabalhar sem remuneração. Quando
decidiram ficar, isso não significou que concordassem em se submeter às mesmas condições
de trabalho do regime anterior.
FRAGA, W; ALBUQUERQUE, W. R. Uma história da cultura afro-brasileira. São Paulo:
Moderna, 2009 (adaptado).
Segundo o texto, os primeiros anos após a abolição da escravidão no Brasil tiveram como
característica o (a):
A) caráter organizativo do movimento negro.
B) equiparação racial no mercado de trabalho.
C) busca pelo reconhecimento do exercício da cidadania.
D) estabelecimento do salário mínimo por projeto legislativo.
E) entusiasmo com a extinção das péssimas condições de trabalho.
Comentários
Fica explícito através do texto que os ex-escravos, após a abolição, iniciaram uma busca pelo
reconhecimento de sua cidadania, recusando-se a aceitar antigas práticas escravocratas, como a
ração e o trabalho não remunerado.
Gabarito: C
63.
Os escravos, obviamente, dispunham de poucos recursos políticos, mas não desconheciam o
que se passava no mundo dos poderosos. Aproveitaram-se das divisões entre estes,
selecionaram temas que lhes interessavam do ideário liberal e anticolonial, traduziram e
emprestaram significados próprios às reformas operadas no escravismo brasileiro ao longo
do século XIX.
REIS, J. J. Nos achamos em campo a tratar da liberdade: a resistência negra no Brasil
oitocentista. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000).
São Paulo: Senac, 1999.
Ao longo do século XIX, os negros escravizados construíram variadas formas para resistir à
escravidão no Brasil. A estratégia de luta citada no texto baseava-se no aproveitamento das:
A) estruturas urbanas como ambiente para escapar do cativeiro.
B) dimensões territoriais como elemento para facilitar as fugas.
64.
1846 64.262
1847 75.893
1848 76.338
1849 70.827
1850 37.672
1851 7.058
1852 1.234
Disponível em: www.slavevoyages.org. Acesso em 24 fev. 2012 (adaptado).
65.
Decreto-lei 3.509, de 12 de setembro de 1865
Art. 1º O cidadão guarda-nacional que por si apresentar outra pessoa para o serviço do
Exército por tempo de nove anos, com a idoneidade regulada pelas leis militares, ficará isento
não só do recrutamento, senão também do serviço da Guarda Nacional. O substituído é
responsável por o que o substituiu, no caso de deserção.
Arquivo Histórico do Exército. Ordem do dia do Exército, n. 455, 1865 (adaptado).
No artigo, tem- à à à à à à à V à à P à
encaminhados para lutar na Guerra do Paraguai. Tal prática passou a ocorrer com muita
frequência no Brasil nesse período e indica o (a):
A) forma como o Exército brasileiro se tornou o mais bem equipado da América do Sul.
B) Incentivo de grandes proprietários à participação dos seus filhos no conflito.
C) solução adotada pelo país para aumentar o contingente de escravos no conflito.
D) envio de escravos para os conflitos armados, visando sua qualificação para o trabalho.
E) Fato de que muitos escravos passaram a substituir seus proprietários em troca de
liberdade.
Comentários
Na formação dos Voluntários da Pátria para compor o exército brasileiro, na Guerra do Paraguai,
muitos senhores acabaram convencendo seus escravos a se alistarem em seus lugares em troca da
alforria. O Exército brasileiro que lutou tal Guerra teve maciça presença de negros, o que chegou a
ser objeto de piada no Paraguai.
Gabarito: E
Gabarito: D
Comentários
Somente a alternativa [A] está correta. A questão remete à participação de três mulheres ao longo
do século XIX. A Imperatriz Leopoldina, esposa de D. Pedro I, atuou durante o Primeiro Reinado,
1822-1830, dentro do processo de independência do Brasil. Anita Garibaldi, companheira de
Giuseppe Garibaldi, participou da Farroupilha, 1845-1845, defendeu a separação do Sul e a ideia
de República. Chiquinha Gonzaga atuou na campanha republicana e abolicionista.
Gabarito: A
que começara, de dotar a cidade de luz e energia elétrica. A inauguração foi procedida a 5 de
novembro de 1889...
NAVA, Pedro. Baú de ossos memórias 1; 5ª. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978, pp. 200-
201.
I. Como expressão mais forte dessas mudanças, o pavilhão imperial adotou o lema positivista.
II. A ideia de uma democracia representativa levou à adoção do sistema do voto universal, o
que permitia a acomodação das classes sociais.
III. A presença do ideário positivista destacou-se no setor militar, sobretudo entre os oficiais
de alta patente.
IV. A formação de um governo de cunho autoritário caracterizou-se pela imposição da ordem
através da força militar, na chamada República de Espadas.
Comentários
A Lei do Ventre Livre previa que toda criança nascida a partir da data da promulgação da Lei seria
considerada livre. Mas previa, também, que o senhor da mãe da criança poderia manter a mesma
sob sua guarda até ela completar 21 anos.
Gabarito: C
II. se mantivesse o alto custo do registro imobiliário, impedindo que os posseiros mais pobres
obtivessem a propriedade do solo onde plantavam.
III. ficasse assegurado o direito dos imigrantes cujo trabalho, em muitos casos, substituiria o
trabalho dos escravos de se tornarem proprietários das terras onde laboravam.
IV. fossem possíveis a aquisição e a posse de terras públicas, a baixo custo, pelos grandes
proprietários, seus herdeiros e descendentes.
áà à à à à à à à à à àB à àB àáà à
origem e significado remetem a um contexto marcado
I. Os capitais advindos da grande produção cafeeira foram aplicados no setor industrial. Este
se beneficiou também da entrada de levas de imigrantes europeus que seriam utilizados
como mão de obra operária.
II. Na virada do século XIX para o XX, o Brasil ainda possuía como principal pilar de sua
economia a exportação de produtos agrícolas, produzidos em larga escala nas grandes
propriedades.
III. O fluxo imigratório para o Brasil nesse período foi elevado. A totalidade dos imigrantes
fixou-se nas áreas urbanas em função do baixo recrutamento de mão de obra no campo.
Após a abolição da escravidão estes postos de trabalho foram ocupados por negros e seus
descendentes.
IV. A intensa produção cafeeira no final do século XIX saturou tanto o mercado interno como
o externo, gerando uma queda nos preços. Essa crise foi estimulada pela ausência de
medidas que viessem defender e valorizar o café, levando à falência dos produtores já na
primeira década de século XX.
Segundo o texto, uma das preocupações da política externa brasileira para a região do Rio da
Prata, durante o Segundo Reinado, era:
A) estimular a participação militar da Argentina na Tríplice Aliança.
B) limitar a influência argentina e preservar a divisão política na área.
C) facilitar a penetração e a influência política britânicas na área.
D) impedir a autonomia política e o desenvolvimento econômico do Paraguai.
Em 1850, por meio da Lei Eusébio de Queiroz, o tráfico de escravos para o Brasil foi proibido
definitivamente. Sobre a importação de escravos e sua proibição, assinale a alternativa
CORRETA.
A) A Lei Eusébio de Queiroz foi uma resposta à pressão estrangeira, principalmente exercida
pela França sobre o Brasil, após a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
B) O fim do tráfico de escravos baseou-se em mais uma lei sem aplicação no Brasil, pois
quando ela foi promulgada, já não existia mais escravidão no país.
C) O fim do tráfico foi resultado dos crescentes movimentos armados empreendidos pelos
escravos brasileiros.
D) A proibição do tráfico de escravos para o Brasil não surtiu efeito, pois o trabalho realizado
por eles já não era economicamente relevante.
E) A Lei Eusébio de Queiroz levou ao aumento do comércio interno e do preço dos escravos
entre as regiões Nordeste e Sudeste do Brasil.
Comentários
Somente a proposição [E] está correta. A questão remete à lei Eusébio de Queiroz aprovada no
Brasil em 1850. Esta lei proibiu o tráfico de escravos para o Brasil. Devido ao café, havia uma
grande demanda por mão de obra, assim, ocorreu um comércio interprovincial de escravos e, ao
mesmo tempo, aumentou o preço cobrado pelo escravo. Neste contexto, intensificou a imigração
para o Brasil.
Gabarito: E
Somente a alternativa [C] está correta. A questão aponta para a crise da monarquia brasileira que
ocorreu no Segundo Reinado, 1840-1889, em especial a partir de 1870 com o fim da Guerra do
Paraguai. A monarquia foi perdendo suas bases de apoio. Perdeu apoio da Igreja, exército e da
elite agrária após a Lei Áurea que não indenizou os proprietários de escravos. Em 1873 surgiu em
Itu, na Convenção de Itu, o Partido Republicano Paulista, partido dos barões do café que não tinha
mais interesse em apoiar a monarquia. Este partido defendia a República e o Federalismo.
Gabarito: C
B) Apenas II.
C) Apenas I e II.
D) Apenas II e III.
E) I, II e III.
Comentários
A afirmativa [III] está incorreta porque as regiões que mais receberam imigrantes no Brasil foram o
Sudeste e o Sul e esses imigrantes eram absorvidos tanto no mercado de produção de café quanto
no mercado industrial.
Gabarito: C
D) Revolta dos Malês, em que negros islamizados propunham uma aliança com os brancos
baianos para libertar o Brasil de Portugal e estabelecer um regime republicano.
E) Guerra de Canudos, onde os seguidores de Antônio Conselheiro procuraram derrubar o
recém-instalado regime republicano e restaurar a Monarquia e o poder imperial de D. Pedro
II.
Comentários
A questão aponta para a resistência dos negros diante da escravidão e exploração. A partir da
segunda metade do século XIX, no contexto do Segundo Reinado, surgiu a campanha abolicionista
que visava abolir a escravidão no Brasil. Neste cenário, apareceram diversos grupos que apoiavam
à à à à à àC à à“ àP à à à à à à
Gabarito: C
No trecho, há um argumento:
A) político, que reconhece a importância da emancipação dos escravos, ainda que de forma
paulatina, para a construção de novos elementos de cidadania social, condição mínima para o
país abandonar a violência cotidiana e sistemática contra a maioria da população.
B) social, que assinala a inconsistência da defesa do fim da escravidão no país, em razão da
incapacidade dos homens escravizados de participar das estruturas hierárquicas e culturais,
estabelecidas ao longo dos séculos, durante os quais prevaleceu o trabalho compulsório.
C) econômico, que distingue os cidadãos ativos dos passivos, estes considerados um estorvo
para as atividades produtivas, fossem na agricultora ou na procura de metais preciosos, por
causa da desmotivação para o trabalho, elemento central para explicar a estagnação
econômica do país.
Comentários
Somente a proposição [E] está em consonância com o excerto elaborado por uma Comissão da
Câmara dos Deputados sobre a Lei de 1871, a lei do Ventre Livre. No documento há um argumento
moral que faz referência aos malefícios que a experiência da escravidão provoca nos próprios
escravos contaminando toda a sociedade, inclusive os brancos eram prejudicados.
Gabarito: E
A pintura histórica alcançou no século XIX importante lugar no projeto político do Segundo
Reinado. Esse gênero artístico mantinha intenso diálogo com a produção do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro. Por meio da pintura histórica, forjou-se um passado épico e
monumental, em que toda a população pudesse se sentir representada nos eventos gloriosos
da história nacional. O trabalho de Araújo Porto-Alegre como crítico de arte e diretor da
Academia Imperial de Belas Artes possibilitou a visibilidade da pintura histórica com seus
pintores oficiais, Pedro Américo e Victor Meirelles.
CASTRO, Isis Pimentel de. Adaptado de periodicos.ufsc.br.
[II] Incorreta. O voto que elegia os regentes era dado pela Assembleia Geral, formada por
deputados.
[III] Incorreta. O Segundo Reinado foi marcado pela existência de dois partidos: Liberal e
Conservador.
Gabarito: B
O texto refere-se:
A) à República Oligárquica, cujo revezamento político das oligarquias paulista e mineira, no
plano federal, consolidou os interesses da elite agroexportadora.
B) ao sistema político vigente no Segundo Reinado, que fortaleceu a figura do monarca e
consolidou a ordem aristocrática-latifundiária-escravista imperial.
político e social do Período Regencial, 1831-1840. O retorno da monarquia era visto por muitos
como a possibilidade de restaurar a ordem social. O jovem imperador consolidou a ordem
aristocrática-latifundiária-escravista e criou o Parlamentarismo no Brasil em 1847 inspirado no
modelo Inglês para buscar a estabilidade política através da acomodação no poder de
representantes dos partidos Liberal e Conservador. Daí a sucessão de 36 gabinetes, um verdadeiro
à à à à à àV à à à à à à à inha do mesmo
à à à à à à à à à à
Gabarito: B
A) ocorreu dentro dos parâmetros de exploração do trabalho antes imposto aos negros
escravizados no campo e na cidade.
B) promoveu o nascente mercado de trabalho livre e assalariado, caracterizado pela exclusão
das populações negras antes vinculadas à escravidão.
C) realizou-se especialmente nas províncias setentrionais do país, marcadamente desfalcadas
de mão de obra após a abolição da escravidão.
D) acirrou as disputas por vagas no mercado de trabalho entre negros e brancos, o que
dificultou a inserção de trabalhadores de origem europeia.
E) demonstrou a ineficácia da introdução de mão de obra europeia no pais, dada a
abundância de trabalhadores negros e mestiços.
Comentários
Somente a proposição [B] está correta. A questão remete ao processo de imigração europeia para
o Brasil durante o Segundo Reinado, 1840-1889. Ancorados em ideias racistas importadas da
Europa, a elite agrária brasileira preferiu imigrantes europeus para substituir os negros. Desta
forma, contribuiu para o surgimento de um mercado interno de trabalho livre e assalariado,
caracterizado pelas pessoas negras que antes eram escravas.
Gabarito: B
Comentários
O fim do tráfico intercontinental obrigou os senhores de escravo brasileiros a promover o chamado
tráfico interprovincial: compra e venda de escravos de uma província para a outra, em especial do
Nordeste para o Sudeste.
Gabarito: D
A charge sobre o período da guerra do Paraguai demonstra o claro preconceito dos autores
da charge contra os soldados brasileiros negros que lutaram na Guerra do Paraguai. Sobre o
alistamento de soldados para essa guerra é CORRETO afirmar que:
A) Como é demonstrado na charge, no Brasil um grande número de militares de alta patente,
como coronéis e generais, eram negros.
B) Ao alistarem-se para lutarem na Guerra do Paraguai, os escravos negros eram alforriados
de seus senhores.
C) Apesar da promessa de alforria para os que lutaram na Guerra do Paraguai, a lei não foi
cumprida.
D) O sucesso do alistamento de escravos brasileiros na Guerra do Paraguai foi continuado em
outras guerras como a Primeira Guerra Mundial.
E) Apesar de a charge retratar os brasileiros, o número de soldados negros do Brasil foi muito
reduzido em comparação aos negros argentinos e uruguaios.
Comentários
Somente a proposição [B] está correta. A questão remete a Guerra do Paraguai, 1865-1870. A
Guerra do Paraguai aconteceu dentro do Segundo Reinado, 1840-1889. Neste período estava
ocorrendo a transição do trabalho escravo para o trabalho livre assalariado com a chegada dos
imigrantes europeus. O nordeste brasileiro estava em grave crise econômica desde a crise
açucareira ocorrida no final do século XVII. Desta forma, a Guerra do Paraguai foi utilizada pela
elite branca e racista do Brasil para fazer uma limpeza étnica com alistamento dos negros para
lutar na Guerra do Paraguai. Ao compor o exército brasileiro, os negros eram alforriados dos seus
senhores. As demais alternativas estão incorretas.
Gabarito: B
nada determinou a respeito da inclusão dos recém-libertos na cidadania do Império (afirmativa [I]).
Ainda assim, como previsto na Constituição vigente na época, era válida em todo o território
imperial (afirmativa [II]) e pôs fim ao tráfico e a prática escravista em todo o Império (afirmativa
[III]).
Gabarito: B
A Guerra do Paraguai foi o maior conflito militar no qual o Brasil se envolveu em sua história.
Nas novas interpretações dos historiadores para a guerra,
A) tem sido destacada a natureza democrática do governo de Solano López, bem como a
crescente industrialização do Paraguai.
B) tem sido enfatizada a importância do conflito para o fortalecimento do regime monárquico
brasileiro.
C) tem sido valorizada a dinâmica geopolítica interna do continente sul-americano, em
oposição às teorias da responsabilidade externa pela guerra.
D) têm sido destacados os interesses expansionistas brasileiros como a principal causa da
guerra.
Comentários
A dinâmica geopolítica interna citada na opção correta diz respeito aos interesses dos países sul-
americanos no controle da Bacia do Rio da Prata. Hoje, essa dinâmica é vista como uma das
principais causas para a ocorrência da Guerra do Paraguai.
Gabarito: C
fatores que contribuiu para a ascensão dos militares ao poder no Brasil, logo no início da
República, foi:
A) o apoio incondicional das oligarquias rurais e dos grandes cafeicultores paulistas, que
tinham, em sua maioria, representantes no exército brasileiro.
B) a vitória do Brasil na Guerra do Paraguai, que de uma certa forma fortaleceu o exército,
que passou a exigir maiores saldos e maior participação política.
C) a subvenção inglesa na implantação da República Brasileira interessada na expansão da
Doutrina Monroe, que defendia o fim dos regimes monárquicos na América.
D) a tendência latino-americana de estabelecer governos ditatoriais e militares, atrelados às
concepções imperialistas e bolivarianas e, naturalmente, desvinculados da influência norte-
americana.
Comentários
A participação brasileira na Guerra do Paraguai fortaleceu o Exército brasileiro. Após a empreitada
na Guerra, os militares brasileiros voltaram valorizados, e passaram a discutir a situação do país a
partir da própria situação das Forças Armadas, exigindo melhores condições de trabalho e mais
participação política.
Gabarito: B
As diferenças entre os republicanos de São Paulo e do Rio de Janeiro, nas décadas de 1870 e
1880, podem ser explicadas, entre outros fatores,
A) pelo interesse dos paulistas em reduzir a interferência do governo central nos seus
assuntos econômicos e em concentrar, na própria província, a maior parte dos recursos
obtidos com exportação.
B) pela disposição dos intelectuais da capital de assumir o controle pleno da administração
política nacional e de eliminar a hegemonia econômica dos cafeicultores e comerciantes de
São Paulo.
C) pela ausência de projetos políticos nacionais comuns aos representantes de São Paulo e do
Rio de Janeiro e pela defesa pragmática dos interesses econômicos das respectivas
províncias.
De acordo com o texto, a tensão entre as quatro nações envolvidas na Guerra do Paraguai,
iniciada pouco depois do contexto descrito, teria sido motivada pela:
A) ação imperialista da Inglaterra.
B) disputa geopolítica no estuário do Prata.
C) expansão do modelo federalista da Argentina.
D) reprovação ao governo autoritário do Uruguai.
E) convergência de interesses econômicos na América.
Comentários
A disputa pelo domínio do estuário do rio da Prata e, consequentemente, da sua riqueza foi um
dos motores para o início da Guerra do Paraguai. Brasil, Argentina e Paraguai desejavam controlar
tal região.
Gabarito: B
Desde então, parte dos movimentos populares, que se destacam pelos gritos e barulhos dos
manifestantes, levam o nome dessa ousada bailarina.
É correto afirmar que, no período histórico em que Baderna chegou ao Brasil, o governo
enfrentava:
A) a Revolução Praieira.
B) a Guerra de Canudos.
C) a Revolta da Vacina.
D) a Inconfidência Mineira.
E) o Quilombo dos Palmares.
Comentários
O texto é muito interessante, porém a questão é factual e envolve apenas o conhecimento
cronológico. Das alternativas apresentadas, a única que ocorreu durante o reinado de D. Pedro II
foi a Revolução Praiera, movimento de curta duração em 1848, na cidade de Recife, reprimida pelo
governo e que produziu pequenos efeitos nos anos seguintes (que não são retratados nos livros
didáticos e apostilas).
Gabarito: A
( ) Nesse movimento não se tem notícias de insurreições ou ações dos próprios escravos
em prol da própria liberdade, em virtude da forte repressão presenciada nos últimos
momentos do período escravocrata.
( ) A abolição da escravatura se deu ainda no Reinado de D. Pedro II e representou um
grande avanço para a inserção do ex-escravo como cidadão na sociedade brasileira.
O desenraizamento do escravo crioulo provocado pelo tráfico interno teve peso considerável
para o fim da escravidão, pois:
A) a separação de famílias, ou o perigo dela, gerava revoltas, fugas, formação de quilombos e
atentados individuais contra senhores e feitores, sem contar os suicídios.
B) o progressivo aparecimento de pequenos proprietários de escravos contribuiu para a
crescente deslegitimação da propriedade escrava e o aumento das forças opositoras ao
escravismo.
1.
Após o retorno de uma viagem a Minas Gerais, onde Pedro I fora recebido com grande frieza,
seus partidários prepararam uma série de manifestações a favor do imperador no Rio de
Janeiro, armando fogueiras e luminárias na cidade. Contudo, na noite de 11 de março,
tiveram início os conflitos que ficaram conhecidos como a Noite das Garrafadas, durante os
à à à à à à à à à à à à
sendo respondidos com cacos de garrafas jogadas das janelas.
VAINFAS, R. (Org.). Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008 (adaptado).
Os anos finais do I Reinado (1822-1831) se caracterizaram pelo aumento da tensão política.
Nesse sentido, a análise dos episódios descritos em Minas Gerais e no Rio de Janeiro revela:
A) estímulos ao racismo.
B) apoio ao xenofobismo.
C) críticas ao federalismo.
D) repúdio ao republicanismo.
E) questionamentos ao autoritarismo.
2.
Art. 92. São excluídos de votar nas Assembleias Paroquiais:
Os menores de vinte e cinco anos, nos quais não se compreendam os casados, e Oficiais
militares que forem maiores de vinte e um anos, os Bacharéis Formados e Clérigos de Ordens
Sacras.
Os Religiosos, e quaisquer que vivam em Comunidade claustral.
Os que não tiverem de renda líquida anual cem mil réis por bens de raiz, indústria, comércio
ou empregos.
Constituição Política do Império do Brasil (1824). Disponível em:
https://legislação.planalto.gov.br. Acesso em: 27 abr. 2010 (adaptado).
3.
4.
No clima das ideias que se seguiram à revolta de São Domingos, o descobrimento de planos
para um levante armado dos artífices mulatos na Bahia, no ano de 1798, teve impacto muito
especial; esses planos demonstravam aquilo que os brancos conscientes tinham já começado
a compreender: as ideias de igualdade social estavam a propagar-se numa sociedade em que
só um terço da população era de brancos e iriam inevitavelmente ser interpretados em
termos raciais.
MAXWELL. K. Condicionalismos da Independência do Brasil. In: SILVA, M.N. (coord.)
5.
Após a Independência, integramo-nos como exportadores de produtos primários à divisão
internacional do trabalho, estruturada ao redor da Grã-Bretanha. O Brasil especializou-se na
produção, com braço escravo importado da África, de plantas tropicais para a Europa e a
América do Norte. Isso atrasou o desenvolvimento de nossa economia por pelo menos uns
oitenta anos. Éramos um país essencialmente agrícola e tecnicamente atrasado por depender
de produtores cativos. Não se poderia confiar a trabalhadores forçados outros instrumentos
de produção que os mais toscos e baratos.
O atraso econômico forçou o Brasil a se voltar para fora. Era do exterior que vinham os
bens de consumo que fundamentavam um padrão de vida "civilizado", marca que distinguia
as classes cultas e "naturalmente" dominantes do povaréu primitivo e miserável. (...) E de
fora vinham também os capitais que permitiam iniciar a construção de uma infraestrutura de
serviços urbanos, de energia, transportes e comunicações.
Paul Singer. Evolução da economia e vinculação internacional. In: I. Sachs; J. Willheim; P.
S. Pinheiro (Orgs.). Brasil: um século de transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p.
80.
Levando-se em consideração as afirmações anteriores, relativas à estrutura econômica do
Brasil por ocasião da independência política (1822), é correto afirmar que o país
A) se industrializou rapidamente devido ao desenvolvimento alcançado no período colonial.
B) extinguiu a produção colonial baseada na escravidão e fundamentou a produção no
trabalho livre.
6.
A Confederação do Equador contou com a participação de diversos segmentos sociais,
incluindo os proprietários rurais que, em grande parte, haviam apoiado o movimento de
independência e a ascensão de D. Pedro I ao trono. A necessidade de lutar contra o poder
central fez com que a aristocracia rural mobilizasse as camadas populares, que passaram
então a questionar não apenas o autoritarismo do poder central, mas o da própria
aristocracia da província. Os líderes mais democráticos defendiam a extinção do tráfico
negreiro e mais igualdade social. Essas ideias assustaram os grandes proprietários de terras
que, temendo uma revolução popular, decidiram se afastar do movimento. Abandonado
pelas elites, o movimento enfraqueceu e não conseguiu resistir à violenta pressão organizada
pelo governo imperial.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1996 (adaptado).
7.
É simplesmente espantoso que esses núcleos tão desiguais e tão diferentes se tenham
mantido aglutinados numa só nação. Durante o período colonial, cada um deles teve relação
direta com a metrópole. Ocorreu o o extraordinário, fizemos um povo-nação, englobando
todas aquelas províncias ecológicas numa só entidade cívica e política.
RIBEIRO, D. O povo brasileiro: formação e sentido do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1988.
Após a conquista da autonomia, a questão primordial do Brasil residia em como garantir sua
unidade político-territorial diante das características e práticas herdadas da colonização.
Relacionando o projeto de independência à construção do Estado nacional brasileiro, a sua
particularidade decorreu da:
A) ordenação de um pacto que reconheceu os direitos políticos aos homens,
independentemente de cor, sexo ou religião.
B) estruturação de uma sociedade que adotou os privilégios de nascimento como critério de
hierarquização social.
C) realização de acordos entre as elites regionais, que evitou confrontos armados contrários
ao projeto luso-brasileiro.
D) concessão da autonomia política regional, que atendeu aos interesses socioeconômicos
dos grandes proprietários.
E) Afirmação de um regime constitucional monárquico que garantiu a ordem associada à
permanência da escravidão.
8. (Fuvest 2015)
Considerando-se o intervalo entre o contexto em que transcorre o enredo da obra Memórias
de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, e a época de sua publicação, é
correto afirmar que a esse período corresponde o processo de
A) reforma e crise do Império Português na América.
B) triunfo de uma consciência nativista e nacionalista na colônia.
C) Independência do Brasil e formação de seu Estado nacional.
D) consolidação do Estado nacional e de crise do regime monárquico brasileiro.
E) Proclamação da República e instauração da Primeira República.
9. (Unicamp 2015)
Um elemento importante nos anos de 1820 e 1830 foi o desejo de autonomia literária,
à à à à àI à àOà‘ à à à à à
caminho favorável à expressão própria da nação recém-fundada, pois fornecia concepções e
modelos que permitiam afirmar o particularismo, e portanto a identidade, em oposição à
M à
CANDIDO, Antonio. O Romantismo no Brasil. São Paulo: Humanitas, 2004, p. 19.
Tendo em vista o movimento literário mencionado no trecho acima, e seu alcance na história
do período, é correto afirmar que:
A) o nacionalismo foi impulsionado na literatura com a vinda da família real, em 1808,
quando houve a introdução da imprensa no Rio de Janeiro e os primeiros livros circularam no
país.
B) o indianismo ocupou um lugar de destaque na afirmação das identidades locais,
expressando um viés decadentista e cético quanto à civilização nos trópicos.
C) os autores românticos foram importantes no período por produzirem uma literatura que
expressava aspectos da natureza, da história e das sociedades locais.
D) a população nativa foi considerada a mais original dentro do Romantismo e, graças à
atuação dos literatos, os indígenas passaram a ter direitos políticos que eram vetados aos
negros.
D) Desde o final do século XVIII, criaram-se as condições para que a economia e a sociedade
do Império do Brasil deixassem de ser escravistas, pois o tráfico negreiro estava estagnado.
E) Rapidamente, o Brasil aderiu à agenda antiescravista britânica formulada no final do século
XVIII, firmando tratados de diminuição e extinção do tráfico negreiro e acatando as
imposições favoráveis ao trabalho livre.
A campanha abolicionista ganhou força nacional, mas ainda encontrava alguns obstáculos,
tais como:
A) a falta de apoio de alguns setores sociais, como o intelectual e o artístico.
B) a noção de escravo como um bem, o que exigia a indenização para os proprietários de
escravos.
C) a reação do proletariado urbano, pelo temor da concorrência da mão de obra escrava.
D) o apoio dos senhores de engenho para a abolição, principalmente do setor açucareiro,
devido à mecanização da agricultura nordestina.
D) Balaiada;
E) Confederação do Equador.
áà à à à à à à à à à à à à à
independência na Bahia, pode ser explicada pela:
A) ameaça dos negros, escravizados e libertos, de se revoltarem contra os brancos e lutarem
pela continuidade do domínio lusitano sobre a colônia.
B) existência de uma organização partidária de negros livres e escravizados, que regulava
ações conjugadas em toda a colônia pela extinção do trabalho escravo.
C) participação de grande número de escravizados e negros livres na guerra de independência
do Brasil, que poderia evoluir para uma luta contra o regime de escravidão.
D) Ameaça de união entre as organizações antiescravistas brasileiras e os grupos
revolucionários que estabeleceram uma República de negros no Haiti, no final do século XVIII.
E) aliança firmada entre os negros libertos e os portugueses contra os proprietários de terras
brasileiros, que poderia resultar num decreto do governo lusitano extinguindo o trabalho
escravo na colônia.
a extinção do tráfico de escravos foi um longo processo de desavenças e acordos entre Brasil
e Inglat
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2007, p. 192.
A) promovia uma relativa descentralização do poder, uma vez que o regente deveria ser
eleito pelo povo.
B) significava um rompimento maior com a metrópole e a fragmentação do antigo império
colonial.
C) facilitava a manutenção de um vasto território nas mãos dos chefes de Estado e dos
proprietários rurais.
D) garantia a implantação do princípio da soberania popular e da igualdade de direitos na
América.
E) atendia o desejo de políticos liberais e conservadores de libertar as províncias do poder
metropolitano.
resistência armada por parte dos colonos ou da metrópole, interessados em uma separação
negociada.
C) Modificou o país, pois a Lei de Terras propiciou um maior acesso à terra pela população.
D) Não chegou a modificar o país concretamente, pois as ideias de fim de escravidão e de
adoção de uma política agrária para o país não foram cumpridas, como queriam os
cafeicultores.
E) Representou um avanço social, pois o país passou a ser governado por uma família real
cuja mentalidade era abolicionista.
A) Moderador.
B) Justificador.
C) Executivo.
D) Judiciário.
E) Legislativo.
28.
A Confederação do Equador contou com a participação de diversos segmentos sociais,
incluindo os proprietários rurais que, em grande parte, haviam apoiado o movimento de
independência e a ascensão de D. Pedro I ao trono. A necessidade de lutar contra o poder
central fez com que a aristocracia rural mobilizasse as camadas populares, que passaram
então a questionar não apenas o autoritarismo do poder central, mas o da própria
aristocracia da província. Os líderes mais democráticos defendiam a extinção do tráfico
negreiro e mais igualdade social. Essas ideias assustaram os grandes proprietários de terras
que, temendo uma revolução popular, decidiram se afastar do movimento. Abandonado
pelas elites, o movimento enfraqueceu e não conseguiu resistir à violenta pressão organizada
pelo governo imperial.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1996 (adaptado).
I. As duas Constituições foram feitas por Assembleias Constituintes (no século XIX, chamadas
de Câmaras) e, portanto, as duas Cartas foram promulgadas.
II. Na primeira Constituição Brasileira há a ideia de que o poder Executivo existe pela graça de
Deus, enquanto, na atual, a Assembleia Constituinte se colocou sob a proteção de Deus.
III. A Constituição Imperial trazia quatro poderes, sendo o poder Moderador o mais
importante, pois dele dependiam os outros poderes; na Constituição de 1988, não se
apresenta a superioridade de nenhum poder sobre os demais, pois tornou- se fundamental, à
época, a busca da igualdade perante a lei e a prática da justiça.
Assinale a alternativa:
A) se I, II e III forem corretas.
B) se apenas II e III forem corretas.
C) se apenas I e II forem corretas.
D) se apenas I e III forem corretas.
E) se apenas a I for correta.
37.
Após a abdicação de D. Pedro I, o Brasil atravessou um período marcado por inúmeras crises:
as diversas forças políticas lutavam pelo poder e as reivindicações populares eram por
melhores condições de vida e pelo direito de participação na vida política do país. Os conflitos
representavam também o protesto contra a centralização do governo. Nesse período,
ocorreu também a expansão da cultura cafeeira e o surgimento do poderoso grupo dos
B) I, II e III.
C) I, III e IV.
D) II e III.
E) II, III e IV.
Está(ão) correta(s):
A) Somente a I.
B) I e II.
C) I e III.
D) II e III.
E) I, II e III.
C) liberais e republicanos.
D) comunistas e republicanos.
E) liberais e anarquistas.
Em nome do povo do Rio Grande, depus o governador Braga e entreguei o governo ao seu
substituto legal Marciano Ribeiro. E em nome do Rio Grande do Sul eu lhe digo que nesta
província extrema [...] não toleramos imposições humilhantes, nem insultos de qualquer
espécie. [...] O Rio Grande é a sentinela do Brasil, que olha vigilante para o Rio da Prata.
Merece, pois, maior consideração e respeito. Não pode e nem deve ser oprimido pelo
despotismo. Exigimos que o governo imperial nos dê um governador de nossa confiança, que
olhe pelos nossos interesses, pelo nosso progresso, pela nossa dignidade, ou nos separaremos
do centro e com a espada na mão saberemos morrer com honra, ou viver com liberdade.
(Bento Gonçalves [carta ao Regente Feijó, setembro de 1835] apud Sandra Jatahy Pesavento.
A Revolução Farroupilha, 1986.)
D) seu líder Zumbi dos Palmares, após longa resistência às tropas do governo, acabou sendo
preso e enforcado e o quilombo foi destruído.
E) nessa rebelião, denominada Conjuração Baiana, os revoltosos queriam a independência do
Brasil e o fim da escravidão.
Com relação à Guarda Nacional, criada durante o Império, é CORRETO afirmar que:
A) funcionava como única força armada que podia defender os interesses dos escravistas e
coibir a fuga dos escravos.
B) objetivava o controle da Corte e da burocracia imperial, alvos frequentes de manifestações
populares de descontentamento.
C) tinha por finalidade a garantia da segurança e da ordem, defendendo a Constituição, a
obediência às leis e a integridade do Império.
D) atuava na defesa das fronteiras externas brasileiras, impedindo a expansão dos países
platinos em direção ao território brasileiro.
55.
Ninguém desconhece a necessidade que todos os fazendeiros têm de aumentar o número de
seus trabalhadores. E como até há pouco supriam-se os fazendeiros dos braços necessários?
As fazendas eram alimentadas pela aquisição de escravos, sem o menor auxílio pecuniário do
governo. Ora, se os fazendeiros se supriam de braços à sua custa, e se é possível obtê-los
ainda, posto que de outra qualidade, por que motivo não hão de procurar alcançá-los pela
mesma maneira, isto é, à sua custa?
Resposta de Manuel Felizardo de Sousa e Mello, diretor geral das Terras Públicas, ao Senador
Vergueiro. In: ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das
Letras, 1988 (adaptado).
56.
A dependência regional maior ou menor da mão de obra escrava teve reflexos políticos
importantes no encaminhamento da extinção da escravatura. Mas a possibilidade e a
habilidade de lograr uma solução alternativa caso típico de São Paulo desempenharam, ao
mesmo tempo, papel relevante.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2000.
A crise do escravismo expressava a difícil questão em torno da substituição da mão de obra,
que resultou:
A) na constituição de um mercado interno de mão de obra livre, constituído pelos libertos,
uma vez que a maioria dos imigrantes se rebelou contra a superexploração do trabalho.
B) no confronto entre a aristocracia tradicional, que defendia a escravidão e os privilégios
políticos, e os cafeicultores, que lutavam pela modernização econômica com a adoção do
trabalho livre.
C) à à à à à à à à à à à
inferiores e concretizar a ideia do Brasil como modelo de civilização dos trópicos.
D) no tráfico interprovincial dos escravos das áreas decadentes do Nordeste para o Vale do
Paraíba, para a garantia da rentabilidade do café.
E) na adoção de formas disfarçadas de trabalho compulsório com emprego dos libertos nos
cafezais paulistas, uma vez que os imigrantes foram trabalhar em outras regiões do país.
57.
Ó sublime pergaminho
Libertação geral
O samba-enredo de 1968 reflete e reforça uma concepção acerca do fim da escravidão ainda
viva em nossa memória, mas que não encontra respaldo nos estudos históricos mais
recentes. Nessa concepção ultrapassada, a abolição é apresentada como:
A) conquista dos trabalhadores urbanos livres, que demandavam a redução da jornada de
trabalho.
B) concessão do governo, que ofereceu benefícios aos negros, sem consideração pelas lutas
de escravos e abolicionistas.
C) ruptura na estrutura socioeconômica do país, sendo responsável pela otimização da
inclusão social dos libertos.
D) fruto de um pacto social, uma vez que agradaria os agentes históricos envolvidos na
questão: fazendeiros, governo e escravos.
E) forma de inclusão social, uma vez que a abolição possibilitaria a concretização de direitos
civis e sociais para os negros.
58.
Constituição de 1824:
"Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organização política, e é delegado
privativamente ao Imperador. (...) para que incessantemente vele sobre a manutenção da
Independência, equilíbrio, e harmonia dos demais poderes políticos (...) dissolvendo a
Câmara dos Deputados nos casos em que o exigir a salvação do Estado."
Frei Caneca:
"O Poder Moderador da nova invenção maquiavélica é a chave mestra da opressão da nação
brasileira e o garrote mais forte da liberdade dos povos. Por ele, o imperador pode dissolver a
Câmara dos Deputados, que é a representante do povo, ficando sempre no gozo de seus
direitos o Senado, que é o representante dos apaniguados do imperador."
(Voto sobre o juramento do projeto de Constituição)
Para Frei Caneca, o Poder Moderador definido pela Constituição outorgada pelo Imperador
em 1824 era
A) adequado ao funcionamento de uma monarquia constitucional, pois os senadores eram
escolhidos pelo Imperador.
B) eficaz e responsável pela liberdade dos povos, porque garantia a representação da
sociedade nas duas esferas do poder legislativo.
C) arbritário, porque permitia ao Imperador dissolver a Câmara dos Deputados, o poder
representativo da sociedade.
D) neutro e fraco, especialmente nos momentos de crise, pois era incapaz de controlar os
deputados representantes da Nação.
E) capaz de responder às exigências políticas da nação, pois supria as deficiências da
representação política.
59.
Respeitar a diversidade de circunstâncias entre as pequenas sociedades locais que
constituem uma mesma nacionalidade, tal deve ser a regra suprema das leis internas de cada
Estado. As leis municipais seriam as cartas de cada povoação doadas pela assembleia
provincial, alargadas conforme o seu desenvolvimento, alteradas segundo os conselhos da
experiência. Então, administrar-se-ia de perto, governar-se-ia de longe, alvo a que jamais se
atingirá de outra sorte.
BASTOS, T. A província (1870). São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1937 (adaptado).
60.
O texto abaixo foi extraído de uma crônica de Machado de Assis e refere-se ao trabalho de
um escravo.
"Um dia começou a guerra do Paraguai e durou cinco anos, João repicava e dobrava, dobrava
e repicava pelos mortos e pelas vitórias. Quando se decretou o ventre livre dos escravos, João
é que repicou. Quando se fez a abolição completa, quem repicou foi João. Um dia
proclamou-se a república. João repicou por ela, repicara pelo Império, se o Império
retornasse."
(MACHADO, Assis de. Crônica sobre a morte do escravo João, 1897)
61.
A cessação do tráfico lançou sobre a escravidão uma sentença definitiva. Mais cedo ou mais
tarde estaria extinta, tanto mais quanto os índices de natalidade entre os escravos eram
extremamente baixos e os de mortalidade, elevados. Era necessário melhorar as condições
de vida da escravaria existente e, ao mesmo tempo, pensar numa outra solução para o
problema da mão de obra.
COSTA, E. V. Da Monarquia à República: momentos decisivos. São Paulo: Unesp, 2010.
62.
Passada a festa da abolição, os ex-escravos procuraram distanciar-se do passado de
escravidão, negando-se a se comportar como antigos cativos. Em diversos engenhos do
Nordeste, negaram-se a receber a ração diária e a trabalhar sem remuneração. Quando
decidiram ficar, isso não significou que concordassem em se submeter às mesmas condições
de trabalho do regime anterior.
FRAGA, W; ALBUQUERQUE, W. R. Uma história da cultura afro-brasileira. São Paulo:
Moderna, 2009 (adaptado).
Segundo o texto, os primeiros anos após a abolição da escravidão no Brasil tiveram como
característica o (a):
A) caráter organizativo do movimento negro.
B) equiparação racial no mercado de trabalho.
C) busca pelo reconhecimento do exercício da cidadania.
D) estabelecimento do salário mínimo por projeto legislativo.
E) entusiasmo com a extinção das péssimas condições de trabalho.
63.
Os escravos, obviamente, dispunham de poucos recursos políticos, mas não desconheciam o
que se passava no mundo dos poderosos. Aproveitaram-se das divisões entre estes,
selecionaram temas que lhes interessavam do ideário liberal e anticolonial, traduziram e
emprestaram significados próprios às reformas operadas no escravismo brasileiro ao longo
do século XIX.
REIS, J. J. Nos achamos em campo a tratar da liberdade: a resistência negra no Brasil
oitocentista. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000).
São Paulo: Senac, 1999.
Ao longo do século XIX, os negros escravizados construíram variadas formas para resistir à
escravidão no Brasil. A estratégia de luta citada no texto baseava-se no aproveitamento das:
A) estruturas urbanas como ambiente para escapar do cativeiro.
B) dimensões territoriais como elemento para facilitar as fugas.
C) limitações econômicas como pressão para o fim do escravismo.
D) contradições políticas como brecha para a conquista da liberdade.
E) ideologias originárias como artifício para resgatar as raízes africanas.
64.
Estimativa do número de escravos africanos desembarcados no Brasil
entre os anos de 1846 a 1852.
1846 64.262
1847 75.893
1848 76.338
1849 70.827
1850 37.672
1851 7.058
1852 1.234
Disponível em: www.slavevoyages.org. Acesso em 24 fev. 2012 (adaptado).
65.
Decreto-lei 3.509, de 12 de setembro de 1865
Art. 1º O cidadão guarda-nacional que por si apresentar outra pessoa para o serviço do
Exército por tempo de nove anos, com a idoneidade regulada pelas leis militares, ficará isento
não só do recrutamento, senão também do serviço da Guarda Nacional. O substituído é
responsável por o que o substituiu, no caso de deserção.
Arquivo Histórico do Exército. Ordem do dia do Exército, n. 455, 1865 (adaptado).
No artigo, tem- à à à à à à à V à à P à
encaminhados para lutar na Guerra do Paraguai. Tal prática passou a ocorrer com muita
frequência no Brasil nesse período e indica o (a):
A) forma como o Exército brasileiro se tornou o mais bem equipado da América do Sul.
B) Incentivo de grandes proprietários à participação dos seus filhos no conflito.
as casas passam a ser numeradas. Em 1886, grande animação com uma Exposição Industrial
que reflete a pujança do município. (...) Meu avô teve certa pena de não terminar os serviços
que começara, de dotar a cidade de luz e energia elétrica. A inauguração foi procedida a 5 de
novembro de 1889...
NAVA, Pedro. Baú de ossos memórias 1; 5ª. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978, pp. 200-
201.
O memorialista Pedro Nava mostra na cidade de Juiz de Fora aspectos do processo de
transformação que ocorria na sociedade brasileira no final do século XIX. Acerca deste
contexto, assinale a afirmativa INCORRETA:
A) Era um período de expansão do capitalismo que se estendia mundialmente.
B) Caracterizava-se pela preservação da herança luso-brasileira do período colonial que
adentrou pelo Império.
C) Marcava-se pela organização de indústrias têxteis e alimentícias com capitais excedentes
do café.
D) Processava-se o aumento da malha ferroviária e a criação de novos núcleos urbanos.
E) Ocorria a intensificação da imigração para substituição do trabalho escravo.
áà à à à à à à à à à àB à àB àáà à
origem e significado remetem a um contexto marcado
II. Na virada do século XIX para o XX, o Brasil ainda possuía como principal pilar de sua
economia a exportação de produtos agrícolas, produzidos em larga escala nas grandes
propriedades.
III. O fluxo imigratório para o Brasil nesse período foi elevado. A totalidade dos imigrantes
fixou-se nas áreas urbanas em função do baixo recrutamento de mão de obra no campo.
Após a abolição da escravidão estes postos de trabalho foram ocupados por negros e seus
descendentes.
IV. A intensa produção cafeeira no final do século XIX saturou tanto o mercado interno como
o externo, gerando uma queda nos preços. Essa crise foi estimulada pela ausência de
medidas que viessem defender e valorizar o café, levando à falência dos produtores já na
primeira década de século XX.
no fato de Paraguai e Uruguai serem países independentes, com governos livres da influência
argentina.
(Francisco Doratioto. A Guerra do Paraguai, 1991.)
Segundo o texto, uma das preocupações da política externa brasileira para a região do Rio da
Prata, durante o Segundo Reinado, era:
A) estimular a participação militar da Argentina na Tríplice Aliança.
B) limitar a influência argentina e preservar a divisão política na área.
C) facilitar a penetração e a influência política britânicas na área.
D) impedir a autonomia política e o desenvolvimento econômico do Paraguai.
E) integrar a economia brasileira às economias paraguaia e uruguaia.
A) A Lei Eusébio de Queiroz foi uma resposta à pressão estrangeira, principalmente exercida
pela França sobre o Brasil, após a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
B) O fim do tráfico de escravos baseou-se em mais uma lei sem aplicação no Brasil, pois
quando ela foi promulgada, já não existia mais escravidão no país.
C) O fim do tráfico foi resultado dos crescentes movimentos armados empreendidos pelos
escravos brasileiros.
D) A proibição do tráfico de escravos para o Brasil não surtiu efeito, pois o trabalho realizado
por eles já não era economicamente relevante.
E) A Lei Eusébio de Queiroz levou ao aumento do comércio interno e do preço dos escravos
entre as regiões Nordeste e Sudeste do Brasil.
I. A lei orgânica de 1867 previa uma série de benefícios e facilidades à vinda dos imigrantes
europeus, como, por exemplo, o pagamento de suas passagens às colônias e a atribuição de
um lote de terra de até 60 hectares por família imigrante.
II àU à à à à à à à à à à à à à à
país, exemplificada pelo decreto n.º 528 de 1890, que, entre outras medidas, proibia a
entrada de imigrantes africanos no país, salvo em condições excepcionais.
III. As regiões do país que mais atraíra imigrantes foram o Sudeste e o Nordeste,
principalmente pela ausência de latifúndios significativos e de mão de obra disponível à
industrialização de ambas as regiões.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e II.
D) Apenas II e III.
E) I, II e III.
No trecho, há um argumento:
A) político, que reconhece a importância da emancipação dos escravos, ainda que de forma
paulatina, para a construção de novos elementos de cidadania social, condição mínima para o
país abandonar a violência cotidiana e sistemática contra a maioria da população.
B) social, que assinala a inconsistência da defesa do fim da escravidão no país, em razão da
incapacidade dos homens escravizados de participar das estruturas hierárquicas e culturais,
estabelecidas ao longo dos séculos, durante os quais prevaleceu o trabalho compulsório.
C) econômico, que distingue os cidadãos ativos dos passivos, estes considerados um estorvo
para as atividades produtivas, fossem na agricultora ou na procura de metais preciosos, por
causa da desmotivação para o trabalho, elemento central para explicar a estagnação
econômica do país.
A pintura histórica alcançou no século XIX importante lugar no projeto político do Segundo
Reinado. Esse gênero artístico mantinha intenso diálogo com a produção do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro. Por meio da pintura histórica, forjou-se um passado épico e
monumental, em que toda a população pudesse se sentir representada nos eventos gloriosos
da história nacional. O trabalho de Araújo Porto-Alegre como crítico de arte e diretor da
Academia Imperial de Belas Artes possibilitou a visibilidade da pintura histórica com seus
pintores oficiais, Pedro Américo e Victor Meirelles.
CASTRO, Isis Pimentel de. Adaptado de periodicos.ufsc.br.
C) operários e intelectuais.
D) banqueiros e religiosos.
E) fazendeiros e militares.
A) a decadência econômica do vale do Paraíba tem fortes vínculos com as periódicas crises
internacionais que reduziam a demanda pelo café, mas a causa central da derrocada do
cultivo nessa região foi a ação do Império combatendo a imigração.
B) o Centro-Sul, especialmente a região do vale do Paraíba, manteve uma constante crítica à
Monarquia, em razão da defesa que esta fazia do federalismo, opondo-se ao centralismo
político-administrativo, prejudicial aos negócios do café.
C) a decadência da produção cafeeira no vale do Paraíba, relacionada aos problemas de solo,
foi impulsionada pela abolição da escravatura, fato que levou os grandes proprietários de
terra da região a retirarem o seu apoio à Monarquia.
D) as divergências entre os cafeicultores do vale do Paraíba e a liderança do Partido
Conservador cristalizaram-se com o fim do tráfico de escravos, culminando no rompimento
definitivo com a lei do Ventre Livre.
E) a posição antimonarquista dos cafeicultores do vale do Paraíba, fundadores do Partido
Republicano, resultou na imposição de medidas, por parte da elite imperial, prejudiciais a
essa elite, como a proibição da entrada de imigrantes.
O texto refere-se:
A) à República Oligárquica, cujo revezamento político das oligarquias paulista e mineira, no
plano federal, consolidou os interesses da elite agroexportadora.
B) ao sistema político vigente no Segundo Reinado, que fortaleceu a figura do monarca e
consolidou a ordem aristocrática-latifundiária-escravista imperial.
C) ao sistema bipartidário do Regime Militar no Brasil, que criou mecanismos fraudulentos de
eleições e suprimiu as liberdades individuais dos cidadãos.
D) às divisões políticas e partidárias da República Populista, com os embates entre os
conservadores e os entreguistas, no tocante à condução da política econômica.
E) aos mecanismos de poder existentes na Era Vargas, que permitiu o fortalecimento do
presidente ao alternar no poder os grupos políticos aliados a ele.
A) ocorreu dentro dos parâmetros de exploração do trabalho antes imposto aos negros
escravizados no campo e na cidade.
B) promoveu o nascente mercado de trabalho livre e assalariado, caracterizado pela exclusão
das populações negras antes vinculadas à escravidão.
C) realizou-se especialmente nas províncias setentrionais do país, marcadamente desfalcadas
de mão de obra após a abolição da escravidão.
D) acirrou as disputas por vagas no mercado de trabalho entre negros e brancos, o que
dificultou a inserção de trabalhadores de origem europeia.
E) demonstrou a ineficácia da introdução de mão de obra europeia no pais, dada a
abundância de trabalhadores negros e mestiços.
A charge sobre o período da guerra do Paraguai demonstra o claro preconceito dos autores
da charge contra os soldados brasileiros negros que lutaram na Guerra do Paraguai. Sobre o
alistamento de soldados para essa guerra é CORRETO afirmar que:
A) Como é demonstrado na charge, no Brasil um grande número de militares de alta patente,
como coronéis e generais, eram negros.
B) Ao alistarem-se para lutarem na Guerra do Paraguai, os escravos negros eram alforriados
de seus senhores.
C) Apesar da promessa de alforria para os que lutaram na Guerra do Paraguai, a lei não foi
cumprida.
D) O sucesso do alistamento de escravos brasileiros na Guerra do Paraguai foi continuado em
outras guerras como a Primeira Guerra Mundial.
E) Apesar de a charge retratar os brasileiros, o número de soldados negros do Brasil foi muito
reduzido em comparação aos negros argentinos e uruguaios.
Artigo 1º: É declarada extinta desde a data desta Lei a escravidão no Brasil.
Artigo 2º: Revogam-se as disposições em contrário.
(Disponível em: http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-de-
apoio/legislacao/trabalho-escravo/lei_3353_1888.pdf.)
B) a vitória do Brasil na Guerra do Paraguai, que de uma certa forma fortaleceu o exército,
que passou a exigir maiores saldos e maior participação política.
C) a subvenção inglesa na implantação da República Brasileira interessada na expansão da
Doutrina Monroe, que defendia o fim dos regimes monárquicos na América.
D) a tendência latino-americana de estabelecer governos ditatoriais e militares, atrelados às
concepções imperialistas e bolivarianas e, naturalmente, desvinculados da influência norte-
americana.
As diferenças entre os republicanos de São Paulo e do Rio de Janeiro, nas décadas de 1870 e
1880, podem ser explicadas, entre outros fatores,
A) pelo interesse dos paulistas em reduzir a interferência do governo central nos seus
assuntos econômicos e em concentrar, na própria província, a maior parte dos recursos
obtidos com exportação.
B) pela disposição dos intelectuais da capital de assumir o controle pleno da administração
política nacional e de eliminar a hegemonia econômica dos cafeicultores e comerciantes de
São Paulo.
C) pela ausência de projetos políticos nacionais comuns aos representantes de São Paulo e do
Rio de Janeiro e pela defesa pragmática dos interesses econômicos das respectivas
províncias.
D) pelo esforço dos paulistas em eliminar as disparidades regionais e em aprofundar a
unidade do país em torno de um projeto de desenvolvimento econômico nacional.
E) pela presença dos principais teóricos ingleses e franceses do liberalismo no Rio de Janeiro e
por sua influência junto à intelectualidade local e ao governo monárquico.
De acordo com o texto, a tensão entre as quatro nações envolvidas na Guerra do Paraguai,
iniciada pouco depois do contexto descrito, teria sido motivada pela:
A) ação imperialista da Inglaterra.
B) disputa geopolítica no estuário do Prata.
C) expansão do modelo federalista da Argentina.
D) reprovação ao governo autoritário do Uruguai.
E) convergência de interesses econômicos na América.
Julgue os próximos itens, tendo o texto acima como referência inicial e considerando o
processo histórico brasileiro ao longo do século XIX.
O autor do texto Um Imenso Portugal defende a tese de que, no Brasil, o Estado teria
precedido a nação. O tema da grandeza geográfica do país está, por sua vez, implícito. Julgue
(C ou E) os itens a seguir, considerando a coerência com as ideias expressas no referido texto.
A adoção da forma império no Brasil, em vez de reino, atendeu aos interesses das grandes
potências da época, neles incluídos os dos Estados Unidos da América (EUA).
Acerca da história do Brasil monárquico, julgue os itens seguintes, tendo o texto acima como
referência inicial.
Ao se reportar à à à àI à à à à à à à à
Estado brasileiro, marca histórica do Brasil, a qual surgiu com a Independência e perdura até
hoje.
Tendo o texto como referência inicial e considerando a experiência histórica brasileira a partir
da redemocratização iniciada em 1946, julgue o item a seguir:
A Inglaterra, com seu poderio naval, manteve, durante a guerra, o peso econômico da City
londrina e seu poder internacional herdado do velho império do século XIX.
As tarifas aduaneiras impostas pelo Brasil no século XIX, que começaram a ser criadas a partir
da década de 40 daquele século, impulsionaram o país a um programa de industrialização de
tipo inglesa já no Império.
O Senado era fator de estabilidade política no Império, tanto pelo caráter vitalício dos
mandatos dos senadores, quanto por ter prerrogativas constitucionais como a de aprovar a
nomeação de presidentes das províncias e a de assinar tratados internacionais.
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a inserção internacional do Brasil
ao longo do período republicano, julgue o item subsequente.
Figura emblemática da diplomacia brasileira, Rio Branco veio do Império para se agigantar
como estadista nas primeiras décadas republicanas. À frente do Itamaraty por dez anos, teve
papel preponderante na resolução de problemas de fronteira e, no que concerne à intenção
de consolidar uma identidade continental para o país, vislumbrou a crescente importância
que teriam os EUA no cenário mundial.
Originalmente uma questão concernente apenas ao eixo das relações simétricas entre os
Estados envolvidos, a Guerra da Cisplatina encerrou-se com a interferência de uma potência
externa ao conflito.
O governo de Floriano Peixoto obteve a simpatia das camadas médias urbanas e estimulou a
indústria nacional por meio de auxílio financeiro.
identidade do indivíduo moderno, e é por ele reivindicada, uma vez que não se quer mais ser
à à à à àà à à à à à vo de comandos.
André Botelho e Lilia Moritz Schwarcz (Orgs). Cidadania, um projeto em construção: minorias,
justiça e direitos. São Paulo: Claro Enigma, 2012, p. 19.
Tendo o texto acima como referência e considerando a questão da cidadania no Brasil, julgue
o item.
Em 1881, no Brasil, uma nova legislação eleitoral marcou o fim da eleição em dois turnos no
Império e vedou o direito de voto aos analfabetos, tendo garantido tal direito aos libertos.
Até logo...