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AS MELHORES DICAS PARA SUA APROVAÇÃO

LIVRO 02

@OABAIVOUEU - XXXV EXAME DE ORDEM


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01 DIA 08
08 DIA 09
10 DIA 10
DE CONTEÚDO
19 DIA 11
29 DIA 12

Nós, do OABaivouEU, após o sucesso ABSOLUTO do


"DICAS MATADORAS", nosso material de reta final,
elaboramos o nosso novíssimo material de DICAS
OABENÇOADAS para que você consiga obter o
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ÍNDICE

OABENÇOADAS, fato que, com certeza, turbinará o


seu aprendizado e te deixará ainda mais perto da
aprovação!
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DICAS OABENÇOADAS
AS MELHORES DICAS RUMO À APROVAÇÃO NA OAB XXXV

DIREITO CONSTITUCIONAL em 1789 (a primeira constituição escrita da


França foi em 1791) e com a Declaração dos
DICA DO DIA 08
Direitos do Homem e do Cidadão.
1. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
A Declaração do Homem e do Cidadão traz as
O QUE VOCÊ DEVE SABER: matérias que devem ser matéria expressa em
qualquer constituição, como a separação dos
O constitucionalismo foi um movimento, que
poderes, direitos fundamentais e estrutura do
tinha como objetivo limitar o poder do estado,
estado.
garantir os direitos fundamentais e buscar a
separação dos poderes, em face do No constitucionalismo Clássico, o Estado era
absolutismo. Liberal/de Direito, o qual limitava os direitos
que o soberano tinha em seu poder.
Tal movimento vai muito mais além do que
conferir constituições aos estados, até porque Surgiu os direitos da Primeira geração, ou seja,
estas já existiam materialmente, mas não os direitos relacionados a liberdade (direitos
possuíam força para garantir os direitos que a civis e políticos).
sociedade precisava, assim como para separar
CONSTITUCIONALISMO MODERNO OU SOCIAL:
as funções estatais e romper com os ideais
Inicia com o fim da 1ª Guerra Mundial e vai até
absolutistas da época.
o fim da 2ª Guerra Mundial.
CONSTITUCIONALISMO ANTIGO: Ocorreu entre
Com a crise do liberalismo econômico, no final
a idade clássica até o fim do século. XVII. No
do século XIX, os constitucionalistas modernos
início do constitucionalismo antigo tinha-se a
deram ênfase a 2º geração dos direitos
limitação do poder estatal por dogmas
fundamentais, tendo como modelo a
religiosos, o que originou o Estado Teocrático.
Constituição do México de 1917 e a de Weimar
Em um segundo momento, nas cidades-estados de 1919.
gregas (Carta Magna 1215), as constituições
Neste momento surge o ESTADO SOCIAL, o qual
eram consuetudinárias, pois tinham como base
se caracteriza pelo abandono de um estado
costumes e precedentes judiciais. Caracteriza-se
abstencionista e o surgimento de um estado
pela existência de direitos perante um monarca
que implementa a igualdade e que intervém
limitando seu poder.
em inúmeras questões que antes eram deixas a
CONSTITUCIONALISMO CLÁSSICO OU LIBERAL: livre iniciativa.
Inicia do fim do século XVIII e permanece até o
CONSTITUCIONALISMO CONTEMPORÂNEO:
fim da 1ª Guerra Mundial.
inicia com o fim da 2º Guerra Mundial.
Uma das suas principais características é o
Tem como uma das suas características a
surgimento das constituições escritas.
garantia jurisdicional da supremacia da
Momento em que surgiu a 1ª constituição dos
Constituição, o surgimento da 3ª geração dos
EUA (1787), na França surgiu com o liberalismo
direitos fundamentais.

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No constitucionalismo Contemporâneo surge SENTIDO SOCIOLÓGICO DA CONSTITUIÇÃO


duas concepções: o neoconstitucionalismo, e o (FERDINAND LASSALLE):Para Lassalle a
pós-positivismo. constituição deve ser puro reflexo da sociedade,
a qual adota. NÃO É FORMA DE DEVER SER,
O neoconstitucionalismo tem como
MAS DE SER.
fundamento a dignidade da pessoa humana. O
Estado constitucional de Direito é o seu marco Os fatores reais do poder (a sociedade) é quem
histórico, a legalidade se subordina a possui força ativa e eficaz de informar quais leis
constituição, é o chamado força normativa da são necessárias, do contrário, as constituições
constituição. escritas se tornaram ineficazes e passarão a ser
uma mera folha de papel.
NEOCONSTITUCIONALISMO
SENTIDO POLÍTICO (CARL SCHIMITT): Para
Marco Histórico Estado de Direito
Schimitt a constituição é uma decisão política
Marco Filosófico Pós-Positivismo fundamental, ou seja, é um conjunto de normas
que disciplinam sobre o modo e a forma de
Marco Teórico Força Normativa da
existência de um Estado. As outras normas que
Constituição
formalmente estão inseridas neste conjunto,
mas que não tratam sobre esses temas, são leis
Diferença entre Constitucionalismo/ constitucionais e não constituição.
Jusnaturalismo X Positivismo X Pós-Positivismo SENTIDO JURÍDICO (HANS KELSEN): Para Kelsen
X Neoconstitucionalismo a verdadeira constituição está dissociada de
Jusnaturalismo: Para o Jusnaturalismo, o direito qualquer fundamento político, filosófico ou
é algo natural e anterior ao ser humano, sociológico. A constituição é uma norma, ela
devendo seguir sempre aquilo que condiz aos descreve como as coisas DEVEM SER e não a
valores da humanidade (direito à vida, à maneira real de ser das coisas. (VEJA QUE
liberdade, à dignidade, etc) e ao ideal de justiça. DIFERE DO CONCEITO SOCIOLÓGICO)
O Jusnaturalismo ou direito natural é aquele que Para Kelsen, a Constituição posta, a constituição
o homem já nasce sendo este imutável. em si, é a norma suprema (sentido jurídico-
Positivismo: Representa a ultra valorização da positivo), pois é dela que todas as outras leis
lei, além de separar o direito e a moral. devem tirar a sua validade. Contudo, além de
uma constituição posta há ainda uma
Pós-Positivismo: Surge para aperfeiçoar o pressuposta (sentido lógico-jurídico), é a
positivismo e ponderar a relação entre direito e verdadeira norma hipotética fundamental, é a
ética com o intuito de dar aos princípios jurídicos norma que serve de fundamento de validade
caráter normativo. para a própria constituição.
Neoconstitucionalismo: visa refundar o direito SENTIDO CULTURA (KONRAD HESSE E
constitucional com base em novas premissas, HABERLE): A constituição é uma norma aberta
como a difusão e o desenvolvimento da teoria em correlação aos fatos sociopolíticos, sempre
dos direitos fundamentais e a força normativa disposta a conectar a realidade com o texto
da constituição constitucional, para que este de fato possua
Sentidos da Constituição: Em regra, todo Estado força normativa.
tem uma constituição, que a regulamentação e Existe inúmeras formas de classificar as
a forma que o estado deve ser, deve ser constituições, vejamos algumas delas:
organizado.

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QUANTO AO CONTEÚDO IMUTÁVEL : todo o texto é


imutável.
Conjunto de normas,
escritas ou
costumeiras, onde o
QUANTO Á ORIGEM
importante é o
OUTORGADA Imposta por
MATERIAL conteúdo delas, e
quem está com
não a fonte
detenção do
normativa em que
poder
veiculadas.
PROMULGADA Elaborada com
Conjunto de normas
participação
que,
popular
independentemente
CESARISTA(BONAPATISTA) o soberano
do conteúdo,
elabora o texto e,
FORMAL consideram-se
posteriormente,
constitucionais, pois
o submete a um
estão inseridas em
referendo
ato escrito dotados
popular.
de hierarquia jurídica
superior PACTUADA(DUALISTA) elaborada POR
MEIO de um
pacto realizado
entre os
QUANTO A FORMA
detentores do
formalizada em um poder político.
ESCRITA/DOGMÁTICA texto escrito.
não há texto único
centralizado. É QUANTO Á VOLUNTARIEDADE
NÃO baseada, muitas HETERÔNOMA É elaborada por
ESCRITA/HISTÓRICA vezes, pelos um pais
costumes e diferente de
jurisprudência do onde será
país. executada
AUTÔNOMA É Elaborada pelo
próprio país que
QUANTO A ESTABILIDADE será executada.
FLEXÍVEL é alterada da mesma
forma que as leis
inferiores. QUANTO A DOGMÁTICA
SEMIRÍGIDA uma parte é flexível e ORTODOXA Formada por uma
outra é rígida. só ideologia
RÍGIDA a sua alteração é mais ECLÉTICA Formada por
rígida do que as leis várias ideologias.
inferiores
SUPER-RÍGIDA uma parte é rígida e QUANTO À FINALIDADE
outra é imutável, ou DIRIGENTE/ANALÍTICA Estabelece um
seja, não pode ser projeto de estado
modificada de modo para o futuro
algum

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GARANTIA Garante buscar a Já os imanentes estão relacionados ao Poder


liberdade e Constituinte formal, ou seja, a configuração do
limitar o poder. estado, como a soberania e forma do estado.
BALANÇO descreve e
registra a OBS: Não pode LEI ESTADUAL prevê
organização prerrogativa de foro no Tribunal de Justiça para
política atual, o PGE.
estabelecida
PODER CONSTITUINTE DERIVADO: É o poder
de modificar a constituição, assim como o de
criar as constituições estaduais.
Podemos classificar a CF/88 em PRAFED(ê)
Promulgada
Poder constituinte derivado reformador- é
Rígida
poder de modificar a constituição
Autônoma
FORMALMENTE, por meio do Congresso
Formal
Nacional, mediante o poder legislativo.
Escrita
Dogmática
As alterações constitucionais poderão ocorrer
FORMALMENTE, por meio da revisão
2. PODER CONSTITUINTE
constitucional e das emendas constitucionais.
O QUE VOCÊ DEVE SABER:
Revisão constitucional (rito do art. 3º do ADCT):
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO: O poder é uma reforma geral, global, de uma vez só se
constituinte originário é inicial, ilimitado, reforma todo o texto.
incondicionado, é soberano, autônomo e Art. 3º. A revisão constitucional será realizada
permanente. após cinco anos, contados da promulgação da
• Inicial: inicia a ordem jurídica. Não há Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos
nenhuma força jurídica acima dele, pois o
Direito Natural não é aceito por essa concepção membros do Congresso Nacional, em sessão
• Autônomo: não convive com nenhuma força unicameral.
jurídica de mesma hierarquia. Essa revisão ocorreu em 1993, motivo pelo qual
• Incondicionado ou ilimitado juridicamente: o STF entende não ser possível nova revisão
não há nenhuma força jurídica nem superior, constitucional: a norma do art. 3º do ADCT teve
nem de mesma hierarquia para limitar o Poder sua APLICABILIDADE ESGOTADA e EFICÁCIA
Constituinte. EXAURIDA, de forma a NÃO ser mais possível
Para maioria dos doutrinadores é um poder de nova manifestação do poder constituinte
fato. derivado revisor.
O poder constituinte tem Limites? Depende.
Para os Positivistas não. Contudo, a doutrina Emendas constitucionais (rito do art. 60 da
moderna entende que está concepção está CF/88): dizem respeito a reformas pontuais, por
refutada, pois existe os limites transcendentes, temas.
iminentes. Existe 3 tipos de emendas:
Os Limites transcendentes estão relacionados Inclusiva- Inclui dispositivo novo.
ao Poder Constituinte Material (Relacionado a Supressiva- Retira dispositivo
matéria), são direitos que toda uma sociedade já Híbrida- Inclusiva + supressiva.
conquistou e que deve transcender a próxima,
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada
ainda que surja uma nova constituição. EX:
mediante proposta:
Direitos Fundamentais conexos com a dignidade
I - De um terço, no mínimo, dos membros da
da pessoa humana. É o princípio da proibição do Câmara dos Deputados ou do Senado Federal ;(
retrocesso (Efeito Cliquet). é ou um ou outro ta?)

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II - Do Presidente da República (o VICE- As que dizem respeito à forma de criação de


PRESIDENTE NÃO PODE) norma constitucional, bem como as que
III - de mais da metade das Assembleias impedem a pura e simples supressão dos
Legislativas das unidades da Federação, dispositivos atinentes à intocabilidade dos
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria temas já elencados, tais como: A titularidade
relativa de seus membros. do poder, o exercício do Poder de Reforma, o
procedimento das Emendas, a República e o
Limitações ao poder de reforma: Presidencialismo, o Próprio rol das cláusulas
pétreas, pois não se adota o critério da dupla
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na modificação
vigência de intervenção federal, de estado de
defesa ou de estado de sítio (Limitações § 5º A matéria constante de proposta de
circunstanciais) emenda rejeitada ou havida por prejudicada não
pode ser objeto de nova proposta na mesma
CUIDADO: É VEDADO EMENDAR A sessão legislativa.
CONSTITUIÇÃO NA VIGÊNCIA DO ESTADO DE
SÍTIO E NÃO PROMOVER/PROPOR A EMENDA. As cláusulas pétreas poderão ser objeto de
Para que o estado de sítio entre em vigor faz-se emendas constitucionais quando estas
necessário autorização do CN, ou seja, é possuírem o intuito de ampliar ou sofisticar
vedado emendar a CF na vigência do estado de (não de eliminar) os assuntos relacionados no
sítio e não no momento em que o Presidente 60, §4º, CF. Exemplo: EC 45/2004, art. 5º,
formaliza a proposta e ainda está esperando a LXXVIII, CF: direito à razoável duração do
autorização do CN. processo.

§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Poder constituinte derivado decorrente- é o


Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, poder de criar e modificar as constituições
considerando-se aprovada se obtiver, em estaduais. É um poder limitado, condicionado,
ambos, três quintos dos votos dos respectivos de segundo grau, pois deve observar, como
membros (Limitações formais) regra geral, as limitações materiais impostas ao
Obs. Os Legitimados a propor a PEC também poder constituinte decorrente inicial, além
fazem parte das limitações formais. daquelas estatuídas pela própria Constituição
Estadual
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada
pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do As constituições Estaduais devem observar
Senado Federal, com o respectivo número de certos limites constitucionais em respeito ao
ordem. princípio da simetria, esses limites são divididos
em categoria de PRINCÍPIO.
OBS: QUEM PROMULGA E PUBLICA AS EC SÃO
AS MESAS. NÃO É UMA OU OUTRA, SÃO AS 1-PRINCÍPIOS SENSÍVEIS- Essência da
DUAS. organização constitucional federativa (Art. 34,
VIII da CF: hipóteses que admitem intervenção_
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta 2-PRINCÍPIOS EXTENSÍVEIS-Normas
de emenda tendente a abolir: (LIMITAÇÕES organizatórias da União que se estendem aos
MATERIAIS EXPRESSAS/CLAUSULAS PETREAS) Estados, por previsão constitucional expressa
I - A forma federativa de Estado; ou implícita;
II - O voto direto, secreto, universal e periódico; 3- PRINCÍPIOS ESTABELECIDOS- Normas já
III - a separação dos Poderes; ESTABELECIDA S na Constituição sobre Estados
IV - Os direitos e garantias individuais. e DF

Obs. Limitações Materiais IMPLÍCITAS

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Art. 25 da CF- Os Estados organizam-se e regem- para prover a execução de lei, de ordem ou de
se pelas Constituições e leis que adotarem, decisão judicial
observados os princípios desta Constituição. §
1º - São reservadas aos Estados as competências PODER CONSTITUINTE DIFUSO: O poder
que não lhes sejam vedadas por esta constituinte difuso, por meio da mutação
Constituição. constitucional, poderá dar um novo sentido a
constituição, sem alterar seu texto, sem
Não há que se falar em reprodução obrigatória reforma, sem processo legislativo, apenas
de cláusulas pétreas nas Constituições modificando informalmente o seu sentido.
Estaduais, todavia, norma da constituição
Estadual não pode atentar contra as mesmas. A mutação constitucional é feita indiretamente
Elas PODEM ser reproduzidas, mas não existe pela população, pois de acordo com a evolução,
obrigatoriedade. novos costumes, novas práticas, nova realidade
cultural, a sociedade pressiona o judiciário para
- A Constituição Estadual não pode trazer que seja dado novo sentido a constituição, mas
hipóteses de intervenção estadual diferentes sem modifica-la.
daquelas que são elencadas no art. 35 da
Constituição Federal. As hipóteses de #olhaolinkmental
intervenção estadual previstas no art. 35 da Mutação X OVERRULING: A mutação
CF/88 são taxativas. Caso concreto: STF julgou Constitucional é a alteração na interpretação ou
inconstitucionais os incisos IV e V do art. 25 da no sentido de um texto constitucional, em razão
Constituição do Estado do Acre, que previa que das transformações da realidade social. O
o Estado-membro poderia intervir nos overruling é a superação de um precedente, sem
Municípios quando: IV – se verificasse, sem justo a modificação fática na realidade, mas pelo
motivo, impontualidade no pagamento de amadurecimento da corte sobre o direito
empréstimo garantido pelo Estado; V – fossem aplicado anteriormente.
praticados, na administração municipal, atos de
corrupção devidamente comprovados. STF. CONSTITUCIONALIZAÇÃO SUPERVINIENTE:
Plenário. ADI 6616/AC, Rel. Min. Cármen Lúcia, Ocorre quando uma norma originalmente
julgado em 26/4/2021 (Info 1014). inconstitucional é constitucionalizada em razão
do surgimento de uma nova constituição. Ela
Art. 35 da CF O Estado não intervirá em seus não é aceita no nosso ordenamento.
Municípios, nem a União nos Municípios
localizados em Território Federal, exceto Obs. O poder constituinte supranacional busca
quando: a sua fonte de validade na cidadania universal,
I - Deixar de ser paga, sem motivo de força no pluralismo de ordenamentos jurídicos, na
maior, por dois anos consecutivos, a dívida vontade de integração e em um conceito
fundada; remodelado de soberania.
II - Não forem prestadas contas devidas, na
forma da lei; RECEPÇÃO E DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO:
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da
receita municipal na manutenção e Recepção: Quando surge uma nova
desenvolvimento do ensino; constituição, dois fenômenos ocorrem em
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da relação às normas infraconstitucionais
receita municipal na manutenção e anteriores. Primeiro as que forem
desenvolvimento do ensino e nas ações e materialmente compatíveis são recepcionadas;
serviços públicos de saúde as que forem materialmente incompatíveis não
IV - O Tribunal de Justiça der provimento a são recepcionadas. As que são recepcionadas
representação para assegurar a observância de perdem o fundamento de validade antigo e
princípios indicados na Constituição Estadual, ou ganham um novo fundamento de validade, elas

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deixam de constitucionais, afinal a nova Poder Constituinte Originário é absoluto e,


constituição acabou de surgir, não teria como portanto, não é possível alegar direito adquirido
ela ser uma norma constitucional. em face de uma nova Constituição. Contudo, em
A incompatibilidade formal superveniente (a face de uma Emenda à Constituição
norma era formalmente constitucional perante (Constituinte Reformador), esse poder é
a constituição anterior, mas deixou de ser limitado e o direito adquirido poderá ser
perante a nova) não impede a recepção, mas arguido, uma vez que se trata de um direito
faz com que a norma adquira uma nova fundamental, assegurado expressamente no art.
roupagem, um novo status. 5, XXXVI, da CF/88.

Para ocorrer a RECEPÇÃO a lei precisa: ter Obs. O OABençoado PIRA quando cai direito
compatibilidade formal e material perante a adquirido.
Constituição sob cuja regência ela foi editada
(no ordenamento anterior); ter compatibilidade Segundo o STF NÃO há direito adquirido em
somente material, pouco importando a face de:
compatibilidade formal, com a nova P- Poder constituinte originário
Constituição.
I- Instituição ou Majoração de Tributos
Obs: A incompatibilidade FORMAL
R- Regime Jurídico
superviniente não impede a recepção( estamos
falando de uma lei, mas faz com que a norma A- Atualização monetária (Mudança de
adquira uma nova roupagem. Ex: Código Moeda)
Tributário Nacional.
Obs: O princípio da interpretação conforme a
Existe uma exceção: no caso de normas cuja constituição interpreta normas
competência era atribuída a entes federativos INFRACONSTITUCIONAIS e não a constituição
distintos (inconstitucionalidade formal propriamente dita. É Técnica interpretativa,
orgânica). Nessas hipóteses a recepção só é cujo objetivo é preservar a validade da norma,
admitida quando a competência anterior era de evitando que sejam declaradas
um ente maior e passa a ser de um ente menor, inconstitucionais. A interpretação conforme
por exemplo, a competência era do Município e poderá ser: Com redução de texto e sem
passa a ser do Estado, dessa forma a norma não redução de texto.
é recepcionada. Por sua vez, no caso, a
competência fosse da União e passasse a ser dos
Estados, a lei seria recepcionada.
3. NACIONALIDADE:
Desconstitucionalização: É o fenômeno pelo O QUE VOCÊ DEVE SABER:
qual as normas da Constituição anterior (leis
constitucionais e não a Constituição Espécies de Nacionalidade:
propriamente dita), desde que compatíveis com Nacionalidade primária (adquirida por razão do
a nova ordem, permanecem em vigor, mas com nascimento)
o status de lei infraconstitucional. ESSA TEORIA Art. 12. São brasileiros:
NÃO É ACEITA NO BRASIL. I - Natos:
Perceba que a diferença é que a a) os nascidos na República Federativa do Brasil,
desconstitucionalização trata de normas ainda que de pais estrangeiros, desde que estes
constitucionais anteriores e a recepção de não estejam a serviço de seu país (Critério
normas infraconstitucionais. territorial)
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro
E o poder adquirido sobre a constituição ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
antiga? esteja a serviço da República Federativa do
Brasil (Critério sanguíneo)

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c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou PROCESSO CIVIL


de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham DICA DO DIA 09
a residir na República Federativa do Brasil e 1. JURISDIÇÃO E AÇÃO
optem, em qualquer tempo, depois de atingida
a maioridade, pela nacionalidade brasileira O QUE VOCÊ DEVE SABER:
(Critério jus sanguinis + residência no Brasil + Os artigos principais correspondentes a tal tema
opção pela nacionalidade)
encontram-se entre os arts. 16 ao 20 do CPC.
Nacionalidade Secundária (adquirida por A jurisdição nada mais é do que o poder e
manifestação de vontade) atividade de dizer o direito, ou seja, de aplicar o
direito a um caso concreto. Poder do Estado de
II - Naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a solucionar litígios e aplicar a lei ao caso
nacionalidade brasileira, exigidas aos originários concreto.
de países de língua portuguesa apenas A jurisdição é aplicada pelos órgãos destinados
residência por um ano ininterrupto e idoneidade
à tal função, a fim de obter a composição da
moral (Secundária Ordinária)
lide.
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
residentes na República Federativa do Brasil há No caso, a jurisdição civil é exercida pelos juízes
mais de quinze anos ininterruptos e sem e pelos tribunais em todo o território nacional.
condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira (Secundária Sempre, portanto, temos a necessidade de
Extraordinária) haver um conflito ou uma lide para que o
estado-juiz, incumbido do poder Jurisdicional,
diga de quem é o direito (art. 2º, CPC).
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
A jurisdição civil será regida pelas normas
DECORA: MP3.COM processuais brasileiras, ressalvadas as
disposições específicas previstas em tratados,
convenções ou acordos internacionais de que o
I - De Presidente e Vice-Presidente da República;
Brasil seja parte (importante). (art. 13º, CPC).
P1
Também é importante mencionar que a norma
II - De Presidente da Câmara dos Deputados; P2
processual não retroagirá e será aplicável
III - de Presidente do Senado Federal; P3 imediatamente aos processos em curso,
respeitados os atos processuais praticados e as
IV - De Ministro do Supremo Tribunal Federal;
situações jurídicas consolidadas sob a vigência
V - Da carreira diplomática; da norma revogada (art. 14º, CPC).
O CPC é utilizado como fonte subsidiária em
VI - De oficial das Forças Armadas. caso de omissão das normas que regulem
processos eleitorais, trabalhistas ou
administrativos.
VII - de Ministro de Estado da Defesa Para postular em juízo é necessário ter interesse
e legitimidade.
Logo, temos que o interesse e a legitimidade
são pressupostos processuais.

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Isso significa dizer que acaso verifique o juiz, ao II - em matéria de sucessão hereditária,
receber a inicial, que não se encontram proceder à confirmação de testamento
presentes o interesse de agir ou legitimidade particular e ao inventário e à partilha de
para a causa, haverá o indeferimento da bens situados no Brasil, ainda que o autor
petição inicial, nos termos do art. 330, II e III do
da herança seja de nacionalidade
CPC.
estrangeira ou tenha domicílio fora do
Ninguém poderá pleitear direito alheio em território nacional;
nome próprio, salvo quando autorizado pelo III - em divórcio, separação judicial ou
ordenamento jurídico. dissolução de união estável, proceder à
O interesse do autor pode limitar-se à partilha de bens situados no Brasil, ainda
declaração? que o titular seja de nacionalidade
Sim, nos exatos termos do art. 19º, do CPC e é estrangeira ou tenha domicílio fora do
possível a ação meramente declaratória, art. território nacional.
20º, CPC. ATENÇÃO: A ação proposta perante
tribunal estrangeiro não induz
OBSERVAÇÃO: A ação meramente declaratória
é imprescritível. litispendência e não obsta a que a
autoridade judiciária brasileira conheça
Compete à autoridade judiciária brasileira
da mesma causa e das que lhe são
processar e julgar as ações em que: I – réu de
conexas, ressalvadas as disposições em
qualquer nacionalidade domiciliado no Brasil
(Em se tratando de PESSOA JURÍDICA, considera-
contrário de tratados internacionais e
se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica acordos bilaterais em vigor no Brasil.
estrangeira que nele tiver agência, filial ou Não compete à autoridade judiciária brasileira
sucursal); II – Obrigação tiver que ser cumprida o processamento e o julgamento da ação
no Brasil; III – A ação se der por fato ocorrido no quando houver cláusula de eleição de foro
Brasil. exclusivo estrangeiro em contrato
A Ação de alimentos, quando o credor tiver internacional, arguida pelo réu na contestação.
domicílio ou residência no Brasil ou o réu
mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou
propriedade de bens e recebimento de renda 2. LITISPENDÊNCIA
também devem ser de competência da O QUE VOCÊ DEVE SABER:
autoridade judiciária brasileira!
Litispendência nada mais é que a repetição de
 IMPORTANTE: AS HIPÓTESES ACIMA ação que se encontra em curso.
NÃO EXCLUEM A COMPETÊNCIA Verifica-se a litispendência quando se reproduz
INTERNACIONAL CONCORRENTE. ação anteriormente ajuizada.
 IMPORTANTE: AS HIPÓTESES ABAIXO
A litispendência pressupõe identidade de
EXCLUEM A COMPETÊNCIA
partes, causas de pedir e pedidos.
INTERNACIONAL, portanto, cabe tão
somente a autoridade judiciária Como matéria de defesa, a litispendência
Brasileira: deverá ser alegada pelo réu antes de discutir o
I - conhecer de ações relativas a imóveis mérito (art. 337, VI, CPC).
situados no Brasil; Acaso verificada a litispendência o mérito NÃO
SERÁ RESOLVIDO (art. 485, V, do CPC).

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No caso de extinção em razão de litispendência, #linkultramental


a propositura da nova ação depende da
Súmula 523-STF: No processo penal, a falta da
correção do vício que levou à sentença sem
defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua
resolução do mérito (art. 486, §1º, CPC).
deficiência só o anulará se houver prova de
A ação proposta perante tribunal estrangeiro prejuízo para o réu.
não induz litispendência, ressalvadas as
Contraditório: O contraditório é o direito que o
disposições em contrário de tratados
acusado tem de participar do processo assim
internacionais e acordos bilaterais em vigor no
tomar ciência dos atos processuais. É o direito
Brasil.
de saber que existe um processo contra você,
A citação válida, ainda quando ordenada por para que você possa se defender daquilo que
juízo incompetente, induz litispendência (art. lhe foi imputado.
240, CPC).
Em algumas ocasiões o contraditório poderá
LITISPENDÊCIA É DIFERENTE DE COISA ser diferido ou postergado, ou seja, poderá ser
JULGADA, porque nesta o processo já findou, ou feito em um momento posterior, do qual
seja, houve o trânsito em julgado da sentença. usualmente é realizado. Como por exemplo,
nos casos de interceptação telefônica.
#OLHAOLINK
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Art. 10 DO CPC: O juiz não pode decidir, em
DICA DO DIA 10
grau algum de jurisdição, com base em
1. PRINCÍPIOS - BÔNUS fundamento a respeito do qual não se tenha
O QUE DEVO SABER: dado às partes oportunidade de se manifestar,
ainda que se trate de matéria sobre a qual deva
Em uma breve introdução ao tema que será decidir de ofício.
estudado, destacamos alguns princípios
norteadores do Direito Processual Penal. O art. 10 do CPC traz o chamado contraditório
substancial.
Princípio da Ampla defesa: Este princípio está
expresso no art.5º, LV da CF. A ampla defesa se Princípio da Verdade Real: Doutrinariamente,
desdobra em dois subprincípios: a autodefesa entende-se que o Direito Processual Penal busca
e a defesa técnica. a verdade real dos fatos, a verdade efetiva.
Contudo, sabe-se que é muito difícil chegar
1- A autodefesa: é o direito que sempre a essa efetividade, por isso, os
acusado tem dele próprio se doutrinadores modernos falam em uma
defender. É o direito de ser ouvido verdade aproximada, uma verdade
pelo juiz, é o direito de presença, é processualmente possível.
o direito de permanecer em Princípio do Favor Rei: Este princípio é um
silêncio, sem que isso seja utilizado desdobramento do “in dubio pro reo”, na
em seu desfavor, muito menos dúvida deve-se favorecer o réu. De acordo com
atrelado como confissão... este princípio, na existência de várias maneiras
2- Defesa técnica: é o direito que interpretativas, deve-se favorecer aquela em
todo acusado tem de ser defendido favor do réu.
por um profissional habilitado. A Princípio do Juiz Natural: é garantia que o réu
ausência desse direito é causa de será julgado por um juízo imparcial e
nulidade ABSOLUTA. competente. Além disso, este princípio garante

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a impossibilidade de criação do tribunal de presidido pela autoridade policial, que consiste


exceção, ou seja, aquele criado posteriormente em um conjunto de diligências realizadas pela
e especificamente para julgar determinado fato. polícia investigativa objetivando a identificação
das fontes de prova e a colheita de elementos
Princípio da identidade física do Juiz: É um de informação quanto à autoria e materialidade
desdobramento do juiz natural, o qual garante a da infração penal, a fim de possibilitar que o
imparcialidade do juízo, de forma que o juiz da titular da ação prossiga em juízo.
instrução deverá ser o mesmo a prolatar a
sentença. Características: Escrito; instrumental;
dispensável; sigiloso; inquisitorial; informativo;
Princípio do estado/PRESUNÇÃO de inocência:
indisponível; discricionário.
Ninguém poderá ser considerado culpado,
senão após trânsito em julgado da sentença Flávia, as garantias da Ampla defesa e do
penal condenatória. Encontra-se Contraditório se aplicam ao inquérito policial?
expressamente no art. 5º, LVII da CF. O inquérito policial é um PROCEDIMENTO
Publicidade: Em regra, os atos processuais administrativo e não um processo. Não existe
penais deverão ter publicidade ampla. acusado, mas investigado. Neste caso, não é
Excepcionalmente, diante do interesse público, garantida a ampla defesa e o contraditório.
a publicidade poderá ser restrita. O inquérito Policial não é indispensável para a
Algumas observações extras: propositura da ação penal. A sua finalidade é
encontrar a justa causa para dar início a ação
Art. 1o do CPP: O processo penal reger-se-á, em
penal, ou seja, é encontrar a materialidade e
todo o território brasileiro, por este Código,
indícios de autoria. Logo, caso o MP obtenha
ressalvados (Como regra, o CPP utiliza o
informações do acusado, por outros meios, e
princípio da territorialidade)
que estão sejam suficientes para configurar
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde indícios de autoria e materialidade do crime,
logo, sem prejuízo da validade dos atos poderá essas informações serem utilizadas
realizados sob a vigência da lei anterior. (A lei para sustentar a inicial acusatória,
processual penal tem aplicação IMEDIATA, é o independentemente da instauração anterior
“tempus regit actum”) de um inquérito policial.

Art. 3o A lei processual penal admitirá Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito
interpretação extensiva e aplicação analógica, policial será iniciado:
bem como o suplemento dos princípios gerais
I - De ofício;
de direito. ESTE ARTIGO SEMPRE CAI!
II - Mediante requisição da autoridade judiciária
ou do Ministério Público, ou a requerimento do
2. INQUÉRITO POLICIAL ofendido ou de quem tiver qualidade para
representá-lo.
O QUE DEVO SABER:
§ 1o O requerimento a que se refere o no II
O nosso sistema processual é acusatório, ou
conterá sempre que possível:
seja, entre inúmeras características, ele possui a
divisão de funções entre as autoridades, a de a) a narração do fato, com todas as
defender, acusar e julgar. circunstâncias;

O inquérito Policial é um procedimento b) a individualização do indiciado ou seus sinais


administrativo inquisitório e preparatório, característicos e as razões de convicção ou de

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presunção de ser ele o autor da infração, ou os A atuação do juiz de garantias abrange todas as
motivos de impossibilidade de o fazer; infrações penais, exceto crimes de menor
potencial ofensivo (com penas de até dois anos)
c) a nomeação das testemunhas, com indicação
e contravenções penais. E é encerrada com o
de sua profissão e residência.
recebimento da proposta de ação penal
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento (denúncia ou queixa). Outro magistrado vai
de abertura de inquérito caberá recurso para o tratar do processo após a ação penal, até a
chefe de Polícia. sentença.
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver O JUIZ DAS GARANTIAS ENCONTRA-SE, NO
conhecimento da existência de infração penal MOMENTO, SUSPENSO.CONTUDO, COLOCAREI
em que caiba ação pública poderá, verbalmente OS ARTIGOS CORRESPONDENTES PARA QUE
ou por escrito, comunicá-la à autoridade VOCÊ TENHA CONHECIMENTO SOBRE.
policial, e esta, verificada a procedência das
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura
informações, mandará instaurar inquérito.
acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação de investigação e a substituição da atuação
pública depender de representação, não poderá probatória do órgão de acusação
sem ela ser iniciado.
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade pelo controle da legalidade da investigação
policial somente poderá proceder a inquérito a criminal e pela salvaguarda dos direitos
requerimento de quem tenha qualidade para individuais cuja franquia tenha sido reservada à
intentá-la. autorização prévia do Poder Judiciário,
Os elementos colhidos no inquérito processual competindo-lhe especialmente:
não podem ser utilizados, isoladamente, para I - Receber a comunicação imediata da prisão,
fundamentar uma condenação, afinal são nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da
elementos de informação, forma colhidos sem o Constituição Federal;
contraditório e a ampla defesa.
II - Receber o auto da prisão em flagrante para o
O valor probatório do inquérito é RELATIVO. controle da legalidade da prisão, observado o
O MP é o destinatário, em regra, do inquérito disposto no art. 310 deste Código
processual, não podendo o magistrado interferir III - zelar pela observância dos direitos do preso,
nas investigações. Contudo, existe algumas podendo determinar que este seja conduzido à
providências, que dependem obrigatoriamente sua presença, a qualquer tempo;
da autorização do juiz. São as chamadas
IV - Ser informado sobre a instauração de
clausulas de reserva de Plenário.
qualquer investigação criminal;
O pacote Anticrime (lei nº 13.964/2019) trouxe
V - Decidir sobre o requerimento de prisão
uma grande novidade, o juiz das garantias. Esse
provisória ou outra medida cautelar, observado
magistrado possui competência “exclusiva “para
o disposto no § 1º deste artigo;
atuar na fase de investigação, exatamente para
autorizar, quando necessário, as cláusulas de VI - Prorrogar a prisão provisória ou outra
reserva de plenário. A sua criação teve como medida cautelar, bem como substituí-las ou
finalidade garantir um juízo imparcial, que revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o
controlará a legalidade e observará se os exercício do contraditório em audiência pública
direitos fundamentais do réu estão sendo e oral, na forma do disposto neste Código ou em
violados. legislação especial pertinente;

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VII - decidir sobre o requerimento de produção XVI - deferir pedido de admissão de assistente
antecipada de provas consideradas urgentes e técnico para acompanhar a produção da
não repetíveis, assegurados o contraditório e a perícia;
ampla defesa em audiência pública e oral;
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de
VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, não persecução penal ou os de colaboração
estando o investigado preso, em vista das razões premiada, quando formalizados durante a
apresentadas pela autoridade policial e investigação
observado o disposto no § 2º deste artigo;
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições
IX - Determinar o trancamento do inquérito definidas no caput deste artigo
policial quando não houver fundamento
§ 1º (VETADO).
razoável para sua instauração ou
prosseguimento; § 1º O preso em flagrante ou por força de
mandado de prisão provisória será
X - requisitar documentos, laudos e informações
encaminhado à presença do juiz de garantias no
ao delegado de polícia sobre o andamento da
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, momento em
investigação;
que se realizará audiência com a presença do
XI - decidir sobre os requerimentos de: Ministério Público e da Defensoria Pública ou de
advogado constituído, vedado o emprego de
a) interceptação telefônica, do fluxo de
videoconferência.
comunicações em sistemas de informática e
telemática ou de outras formas de § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das
comunicação; garantias poderá, mediante representação da
autoridade policial e ouvido o Ministério
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de
Público, prorrogar, uma única vez, a duração do
dados e telefônico;
inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se
c) busca e apreensão domiciliar ainda assim a investigação não for concluída, a
d) acesso a informações sigilosas prisão será imediatamente relaxada

e) outros meios de obtenção da prova que Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias
restrinjam direitos fundamentais do abrange todas as infrações penais, exceto as de
investigado; menor potencial ofensivo, e cessa com o
recebimento da denúncia ou queixa na forma
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do do art. 399 deste Código
oferecimento da denúncia;
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões
XIII - determinar a instauração de incidente de pendentes serão decididas pelo juiz da instrução
insanidade mental e julgamento.
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia § 2º As decisões proferidas pelo juiz das
ou queixa, nos termos do art. 399 deste garantias não vinculam o juiz da instrução e
Código; julgamento, que, após o recebimento da
XV - assegurar prontamente, quando se fizer denúncia ou queixa, deverá reexaminar a
necessário, o direito outorgado ao investigado e necessidade das medidas cautelares em curso,
ao seu defensor de acesso a todos os elementos no prazo máximo de 10 (dez) dias.
informativos e provas produzidos no âmbito da § 3º Os autos que compõem as matérias de
investigação criminal, salvo no que concerne, competência do juiz das garantias ficarão
estritamente, às diligências em andamento; acautelados na secretaria desse juízo, à

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disposição do Ministério Público e da defesa, e investigações de qualquer natureza, findos ou


não serão apensados aos autos do processo em andamento, ainda que conclusos à
enviados ao juiz da instrução e julgamento, autoridade, podendo copiar peças e tomar
ressalvados os documentos relativos às provas apontamentos, em meio físico ou digital;
irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou
Súmula Vinculante 14: “É direito do defensor,
de antecipação de provas, que deverão ser
no interesse do representado, ter acesso amplo
remetidos para apensamento em apartado
aos elementos de prova que, já documentados
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso em procedimento investigatório realizado por
aos autos acautelados na secretaria do juízo das órgão com competência de polícia judiciária,
garantias digam respeito ao exercício do direito de
defesa”
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação,
praticar qualquer ato incluído nas O inquérito Policial tem início quando a
competências dos arts. 4º e 5º deste Código autoridade policial toma conhecimento da
ficará impedido de funcionar no processo. ocorrência de uma infração penal (NOTICIA
CRIMINIS), podendo ser, nos casos de AÇÃO
O art. 21 do CPP, o qual trata da
PENA PÚBLICA INCONDICIONADA:
incomunicabilidade do investigado, não foi
recepcionado pela CF/1988. 1- De ofício- Nos casos de ação penal
#LINKMENTAL pública incondicionada
2- De requisição do Juiz ou do MP
Art. 7º do EOAB- São direitos do advogado:
(NOTICIA CRIMINIS INDIRETA)
III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e 3- Por qualquer do povo (DELATIO
reservadamente, mesmo sem procuração, CRIMINIS)
quando estes se acharem presos, detidos ou 4- Pelo ofendido ou seu
recolhidos em estabelecimentos civis ou representante legal
militares, ainda que considerados 5- Pelo auto de prisão em flagrante
incomunicáveis;
Por sua vez, nos casos de ação penal pública
Uma das características do Inquérito Policial é
condicionada a instauração do IP poderá ser por
o sigilo, contudo, este não alcança ao
requisição do Ministro da JUSTIÇA OU PELO
advogado.
OFENDIDO.
Art. 7º do EOAB- São direitos do advogado:
Por fim, nos casos de ação penal privada será
XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes iniciado mediante requerimento do ofendido ou
Judiciário e Legislativo, ou da Administração do seu representante legal.
Pública em geral, autos de processos findos ou
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento
em andamento, mesmo sem procuração,
de abertura de inquérito caberá recurso para o
quando não estiverem sujeitos a sigilo ou
chefe de Polícia.
segredo de justiça, assegurada a obtenção de
cópias, com possibilidade de tomar Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática
apontamentos; (Redação dada pela Lei da infração penal, a autoridade policial deverá:
nº 13.793, de 2019) NOVIDADE LEGISLATIVA
I - Dirigir-se ao local, providenciando para que
XIV - examinar, em qualquer instituição não se alterem o estado e conservação das
responsável por conduzir investigação, mesmo coisas, até a chegada dos peritos criminais
sem procuração, autos de flagrante e de

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II - Apreender os objetos que tiverem relação prestadoras de serviço de telecomunicações


com o fato, após liberados pelos peritos e/ou telemática que disponibilizem
criminais; imediatamente os meios técnicos adequados –
como sinais, informações e outros – que
III - colher todas as provas que servirem para o
permitam a localização da vítima ou dos
esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
suspeitos do delito em curso.
IV - Ouvir o ofendido;
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo
V - ouvir o indiciado, com observância, no que de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em
for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título flagrante, ou estiver preso preventivamente,
Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia
assinado por duas testemunhas que Ihe tenham em que se executar a ordem de prisão, ou no
ouvido a leitura; prazo de 30 dias, quando estiver solto,
VI - Proceder a reconhecimento de pessoas e mediante fiança ou sem ela.
coisas e a acareações; § 1o A autoridade fará minucioso relatório do
VII - determinar, se for caso, que se proceda a que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz
exame de corpo de delito e a quaisquer outras competente.
perícias; § 2o No relatório poderá a autoridade indicar
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo testemunhas que não tiverem sido inquiridas,
processo datiloscópico, se possível, e fazer mencionando o lugar onde possam ser
juntar aos autos sua folha de antecedentes; encontradas.

IX - Averiguar a vida pregressa do indiciado, sob § 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o
o ponto de vista individual, familiar e social, sua indiciado estiver solto, a autoridade poderá
condição econômica, sua atitude e estado de requerer ao juiz a devolução dos autos, para
ânimo antes e depois do crime e durante ele, e ulteriores diligências, que serão realizadas no
quaisquer outros elementos que contribuírem prazo marcado pelo juiz.
para a apreciação do seu temperamento e Art. 16. O Ministério Público não poderá
caráter. requerer a devolução do inquérito à autoridade
X - Colher informações sobre a existência de policial, senão para novas diligências,
filhos, respectivas idades e se possuem alguma imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
deficiência e o nome e o contato de eventual Art. 17. A autoridade policial não poderá
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado mandar arquivar autos de inquérito.
pela pessoa presa.
CABE AO MP REQUERER O ARQUIVAMENTO
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a DO IP, NO CASO DE:
infração sido praticada de determinado modo, a
- Atipicidade da conduta;
autoridade policial poderá proceder à
reprodução simulada dos fatos, desde que esta - Exclusão de ilicitude ou da culpabilidade,
não contrarie a moralidade ou a ordem pública. salvo inimputabilidade;
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à - Extinção de punibilidade;
repressão dos crimes relacionados ao tráfico de
- Ausência de um mínimo probatório para a
pessoas, o membro do Ministério Público ou o
instauração da ação criminal.
delegado de polícia poderão requisitar,
mediante autorização judicial, às empresas

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Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da
policial ou de quaisquer elementos execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº
informativos da mesma natureza, o órgão do 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Ministério Público comunicará à vítima, ao Penal);
investigado e à autoridade policial e
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada
encaminhará os autos para a instância de
nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848,
revisão ministerial para fins de homologação,
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a
na forma da lei. (NOVIDADE LEGILSLATIVA)
entidade pública ou de interesse social, a ser
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, indicada pelo juízo da execução, que tenha,
não concordar com o arquivamento do preferencialmente, como função proteger bens
inquérito policial, poderá, no prazo de 30 jurídicos iguais ou semelhantes aos
(trinta) dias do recebimento da comunicação, aparentemente lesados pelo delito;
submeter a matéria à revisão da instância
V - Cumprir, por prazo determinado, outra
competente do órgão ministerial, conforme
condição indicada pelo Ministério Público,
dispuser a respectiva lei orgânica
desde que proporcional e compatível com a
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes infração penal imputada.
praticados em detrimento da União, Estados e
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao
Municípios, a revisão do arquivamento do
delito a que se refere o caput deste artigo, serão
inquérito policial poderá ser provocada pela
consideradas as causas de aumento e
chefia do órgão a quem couber a sua
diminuição aplicáveis ao caso concreto.
representação judicial.
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se
OBS: O juiz não mais se manifesta acerca do
aplica nas seguintes hipóteses
arquivamento ou não do Inquérito Policial
I - Se for cabível transação penal de competência
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL
dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e lei
tendo o investigado confessado formal e
II - Se o investigado for reincidente ou se houver
circunstancialmente a prática de infração penal
elementos probatórios que indiquem conduta
sem violência ou grave ameaça e com pena
criminal habitual, reiterada ou profissional,
mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério
exceto se insignificantes as infrações penais
Público poderá propor acordo de não
pretéritas;
persecução penal, desde que necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco)
crime, mediante as seguintes condições anos anteriores ao cometimento da infração,
ajustadas cumulativa e alternativamente: em acordo de não persecução penal, transação
penal ou suspensão condicional do processo;
I - Reparar o dano ou restituir a coisa à vítima,
e
exceto na impossibilidade de fazê-lo;
IV - Nos crimes praticados no âmbito de
II - Renunciar voluntariamente a bens e direitos
violência doméstica ou familiar, ou praticados
indicados pelo Ministério Público como
contra a mulher por razões da condição de sexo
instrumentos, produto ou proveito do crime;
feminino, em favor do agressor.
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades
§ 3º O acordo de não persecução penal será
públicas por período correspondente à pena
formalizado por escrito e será firmado pelo
mínima cominada ao delito diminuída de um a

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membro do Ministério Público, pelo investigado certidão de antecedentes criminais, exceto para
e por seu defensor. os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo
§ 4º Para a homologação do acordo de não § 13. Cumprido integralmente o acordo de não
persecução penal, será realizada audiência na persecução penal, o juízo competente decretará
qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, a extinção de punibilidade.
por meio da oitiva do investigado na presença
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério
do seu defensor, e sua legalidade
Público, em propor o acordo de não persecução
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, penal, o investigado poderá requerer a remessa
insuficientes ou abusivas as condições dispostas dos autos a órgão superior, na forma do art. 28
no acordo de não persecução penal, devolverá deste Código
os autos ao Ministério Público para que seja
PRAZOS PARA CONCLUSÃO DOS INQUÉRITOS
reformulada a proposta de acordo, com
concordância do investigado e seu defensor. NATUREZA PRESO SOLTO

§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não REGRA GERAL 10 dias + 15* 30 DIAS


persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Justiça 15 + 15 30 DIAS
Ministério Público para que inicie sua execução Federal (art.
perante o juízo de execução penal. 66 Lei
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à 5.010/66 e
art. 10, CPP)
proposta que não atender aos requisitos legais
ou quando não for realizada a adequação a que Drogas (art. 30+30 90+90
se refere o § 5º deste artigo. 51, Lei
11.343/06)
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá
os autos ao Ministério Público para a análise da Crimes contra 10 DIAS 10 DIAS
necessidade de complementação das a Economia
investigações ou o oferecimento da Popular (art.
denúncia. 10, Lei
1.521/51)
§ 9º A vítima será intimada da homologação do
acordo de não persecução penal e de seu CPPM 20 DIAS 40 + 20 DIAS
descumprimento
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições
estipuladas no acordo de não persecução penal,
o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, 3. DA AÇÃO PENAL
para fins de sua rescisão e posterior O QUE DEVO SABER:
oferecimento de denúncia.
A ação penal é direito do Estado em aplicar a lei
§ 11. O descumprimento do acordo de não penal no caso concreto.
persecução penal pelo investigado também
É um direito subjetivo, público, autônomo e
poderá ser utilizado pelo Ministério Público
abstrato.
como justificativa para o eventual não
oferecimento de suspensão condicional do Ação penal de iniciativa Pública: A ação penal
processo. pública é de iniciativa privativa do MP (princípio
da oficialidade). Se presentes a materialidade e
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo
indícios de autoria, o MP não possui
de não persecução penal não constarão de

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discricionariedade sobre iniciar ou não a ação, lhe, por escrito, informações sobre o fato e a
pois em vista do interesse público está obrigado autoria e indicando o tempo, o lugar e os
a propor a ação (princípio da obrigatoriedade). elementos de convicção.
A ação penal PÚBLICA está norteada pelo Ação Penal de Iniciativa Privada: Tem como
princípio da Indisponibilidade, pois não pode o princípios norteadores :o da conveniência ou
MP desistir de ação penal em curso, nem de oportunidade, cabendo ao ofendido decidir se
recurso já interposto, salvo nos casos de ingressa ou não em juízo; disponibilidade, pois
suspensão condicional do processo. poderá haver desistência da ação.
Conforme o STF, o MP está amparado pelo #linkmental
princípio da DIVISIBILIDADE, podendo propor a
ESSA DISPONIBILIDADE ESTÁ RELACIONADA
ação penal perante alguns autores, sem prejuízo
COM A PEREMPÇÃO NO PROCESSO PENAL:
de posteriormente incluir outros na denúncia.
Art. 107 do CP- Extingue-se a punibilidade:
Ação Penal Pública poderá ser incondicionada
ou condicionada. A incondicionada, o MP possui IV - Pela prescrição, decadência ou perempção;
sua titularidade, já a condicionada a Art. 60 do CPP- Nos casos em que somente se
representação tem como representante o procede mediante queixa, considerar-se-á
ofendido ou seu representante, assim como a perempta a ação penal:
condicionada a requisição tem como seu titular
o Ministro da Justiça. I - Quando, iniciada esta, o querelante deixar de
promover o andamento do processo durante 30
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será dias seguidos;
promovida por denúncia do Ministério Público,
mas dependerá, quando a lei o exigir, de II - quando, falecendo o querelante, ou
requisição do Ministro da Justiça, ou de sobrevindo sua incapacidade, não comparecer
representação do ofendido ou de quem tiver em juízo, para prosseguir no processo, dentro do
qualidade para representá-lo. prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das
pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o
§ 1o No caso de morte do ofendido ou quando disposto no art. 36;
declarado ausente por decisão judicial, o
direito de representação passará ao cônjuge, III - quando o querelante deixar de comparecer,
ascendente, descendente ou irmão. sem motivo justificado, a qualquer ato do
processo a que deva estar presente, ou deixar de
§ 2o Seja qual for o crime, quando praticado em formular o pedido de condenação nas alegações
detrimento do patrimônio ou interesse da finais;
União, Estado e Município, a ação penal será
pública. IV - Quando, sendo o querelante pessoa jurídica,
está se extinguir sem deixar sucessor.
Art. 25. A representação será irretratável,
depois de oferecida a denúncia. OBS: PEREMPÇÃO SÓ OCORRE NAS AÇÕES DE
INICIATIVA PRIVADA.
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será
iniciada com o auto de prisão em flagrante ou Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha
por meio de portaria expedida pela autoridade qualidade para representá-lo caberá intentar a
judiciária ou policial. ação privada.

Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá Art. 31. No caso de morte do ofendido ou
provocar a iniciativa do Ministério Público, nos quando declarado ausente por decisão judicial,
casos em que caiba a ação pública, fornecendo- o direito de oferecer queixa ou prosseguir na

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ação passará ao cônjuge, ascendente, Como regra, se utiliza o conceito tripartido da


descendente ou irmão. teoria analítica. Sendo crime o fato típico, ilícito
e culpável.
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o
ofendido, ou seu representante legal, decairá no Para teoria Bipartida, crime é fato típico e
direito de queixa ou de representação, se não o ilícito, sendo a culpabilidade um pressuposto
exercer dentro do prazo de seis meses, contado de aplicação da pena e não um elemento do
do dia em que vier a saber quem é o autor do crime.
crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se
Principais classificações doutrinárias dos
esgotar o prazo para o oferecimento da
crimes:
denúncia.
a) Crime comum: O tipo penal não
Ação penal Privada subsidiária da Pública:
exige nenhuma qualidade
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes específica do sujeito ativo
de ação pública, se esta não for intentada no b) Crime Próprio: O tipo legal exige
prazo legal, cabendo ao Ministério Público
uma qualificação especial do
aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
sujeito ativo Ex: O crime de
substitutiva, intervir em todos os termos do
peculato, que exige a qualidade de
processo, fornecer elementos de prova, interpor
recurso e, a todo tempo, no caso de negligência
funcionário Público,
do querelante, retomar a ação como parte c) Crime de mão própria: O tipo
principal. penal, além de exigir qualidade
específica para o sujeito ativo,
somente ele pessoalmente poderá
DIREITO PENAL realizar a conduta, não admitindo
DICA DO DIA 11 coautoria.
d) Crime comissivo: O tipo penal
1. TEORIA GERAL DO CRIME
exige uma ação proibida.
O QUE VOCÊ DEVE SABER: e) Crime omissivo próprio: O tipo
Conceito de crime: Doutrinariamente existe penal descreve um não fazer para
vários conceitos sobre o que venha a ser crime. o agente. É uma norma penal
Vejamos alguns dos principais conceitos: mandamental
f) Crime omissivo impróprio
a) Legal- Conceitua Crime como a
(comissivo por omissão) :o A gente
infração penal, a qual a lei impõe
deixa de evitar o resultado quando
pena de reclusão ou detenção.
deveria e podia agir. É necessário
b) Material- Está relacionado ao
que o agente tenha o dever legal
conteúdo do ilícito penal. Conceitua
de impedir o resultado.
crime como o comportamento
g) Crime consumado: Quando a
humano que causa lesão ou perigo
infração penal possui todos os
de lesão ao bem jurídico.
elementos de sua definição legal
c) Formal- Contradição ao ato descrito
h) Crime tentado: Quando iniciada a
na norma penal como crime
execução o resultado não ocorre
d) Analítico- Enfoca elementos ou
por circunstâncias alheias a sua
requisitos do crime.
vontade.

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i) Crime material: Para consumar o 2- TEORIA CAUSAL – NEOKANTISTA


delito faz-se necessário resultado Para esta teoria, a culpabilidade para a ter
naturalístico. elementos psicológicos e normativos (que
j) Crime formal: Para consumar o demandam um juízo de valor), vindo esta a ser
delito o resultado naturalístico a culpabilidade psicológica-normativa.
pode ou não acontecer.
3- TEORIA FINALSITA- Wetzel
k) Crime de mera conduta: Para
consumar o crime o resultado Para esta teoria o querer interno do agente (o
naturalístico não precisa dolo e a culpa) está relacionado ao fato típico e
não a culpabilidade. Com isso o dolo e a culpa
acontecer.
migram da culpabilidade para o fato típico. A
Obs.: Cuidado para não confundir os culpabilidade passa a ser normativa pura.
conceitos de crime formal e de mera
Para esta teoria o dolo deixa de ser normativo
conduta.
e passa a ser natural. O tipo passa a ser objetivo
CONDUTA: e subjetivo.

O crime é composto pelo fato típico DOLO NATUTAL = CONSCIÊNCIA DA CONDUTA


+ ilicitude + Culpabiliade. + RESULTADO E NEXO CAUSAL

O primeiro elemento do crime, o fato típico, não DOLO NORMATIVO = CONSCIÊNCIA DA


deve se confundir com conduta. E por quê? ILICITUDE DO FATO + CONSCIÊNCIA DA
Porque tem crimes que necessariamente para se CONDUTA + RESULTADO + NEXO CAUSAL.
consumarem faz-se necessário a conduta +
Falou-se sobre as teorias da conduta, o que seria
resultado naturalístico+ nexo causal
crime, seus conceitos, mas quais seriam as
naturalístico (crimes materiais), assim como
funções do Direito Penal?
tem crimes que o fato só é composto pela
conduta, que é caso dos crimes formais e de Existe duas teorias, que são as que predominam
mera conduta. a doutrina penal.

FATO = CONDUTA + NEXO CAUSAL + 1-Funcionalismo Moderado/ teleológico de


RESULTADO NATURALÍSITCO (crimes materiais) Roxin: O autor dessa teoria procura uma
reconstrução para o conceito de crime com base
FATO= CONDUTA (crimes formais e de mera
em critérios políticos-criminais. Ele acredita que
conduta)
as políticas- criminais podem ser exigidas
TEORIAS DA CONDUTA juridicamente para obtermos o socialmente
correto.
1-TEORIA CAUSAL- NATURALISTICA: Para a
teoria clássica o delito constitui-se de elementos Roxin defende os princípios garantistas, a pena
objetivos e subjetivos. Os elementos objetivos possui finalidade preventiva e a culpabilidade é
são o fato típico e a ilicitude, por sua vez o o limite desta.
elemento subjetivo é a culpabilidade.
Para ele crime é composto pelo injusto +
A culpabilidade está relacionada ao querer responsabilidade.
interno do agente, ou seja, ao dolo e a culpa.
2-Funcionalismo sistêmico/radical de Gunther
Assim, o tipo para esta teoria é objetivo, pois se
Jakobs- Para o autor o Direito Penal deverá
encontra ausente de elementos subjetivos.
reafirmar o valor das normas violadas, assim
A culpabilidade para esta teoria é psicológica. como fortalecer as expectativas dos

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destinatários que essas normas possuem valor e exterior, sendo exatamente resultado, esta
serão cumpridas. modificação.
Para Jakobs praticar um crime é violar todo o Observe, que para os crimes de mera conduta
sistema, pois se viola a norma. A pena possui não irá existir modificação no mundo exterior,
função da prevenção integradora, ou seja, pois eles se consumam mesmo sem haver o
reafirma a força da norma viola e reforçando a resultado naturalístico. Ex: Porte ilegal de arma.
confiança da sociedade nesta. É crime apenas o fato de você portar a arma,
independente de você obter um resultado
Formas de conduta: Como já mencionado, duas
naturalístico.
são as formas de conduta: As comissivas
(descreve uma ação proibida) e a omissivas No art. 13, Caput do CP, consta que “O
próprias (descrevem uma violação resultado, de que depende a existência do
mandamental) crime, somente é imputável a quem lhe deu
causa”.
Excludentes de Conduta: Na realidade o mais
correto seria dizer, ausência de conduta, pois Para Alguns doutrinadores, deve-se interpretar
para se caracterizar conduta faz-se necessária restritivamente este artigo, do contrário
consciência e vontade, logo, inexistência um estaríamos excluindo os crimes de mera
desses elementos sequer a conduta irá existir e conduta, afinal este não possuem resultado. Já
não excluir. Como a conduta é um dos para outros doutrinadores, o artigo em questão
elementos do fato típico, a ausência de um dos está tratando do resultado NORMATIVO
elementos da conduta incorre na atipicidade da (jurídico), onde todo crime tem e não o
conduta. resultado naturalístico, o qual nem todo crime
possui.
a) Coação física irresistível: é você
praticar uma conduta porque NEXO CAUSAL: Causa é a ação ou omissão, sem
irresistivelmente você teve que a qual o resultado não teria acontecido.
utilizar a sua força física e não Logo, para o nexo causal existir faz-se necessário
porque você teve vontade de uma ligação entre a conduta praticada e o
realizar realmente os seus resultado obtido. (TEORIA NATURALÍSTICA)
movimentos (um dos elementos da Existem várias teorias sobre a relação de
conduta) causalidade, as quais explicam quando uma
Ex: Um lutador de sumô pegar a ação é causa ou não de um resultado.
força a mão de uma criança e fazer Destacam-se:
com que ela assine, mesmo contra
1-Teoria da causalidade adequada: Para esta
a sua vontade.
teoria causa é a condição mais adequada, mais
idônea para produzir o resultado. Ela afasta
b) Inconsciência: é você praticar
qualquer causa que acidentalmente contribua
movimentos estando ausente da para o resultado.
sua capacidade psíquica. Ex:
2- Teoria da equivalência dos antecedentes
Sonambulismo, hipnose, crise de
causais (conditio sine qua non): Esta é a teoria
epilepsia.
adotada pelo nosso Código Penal em seu artigo
RESULTADO: é um dos elementos do fato típico. 13, caput. Ela considera causa qualquer
Conforme a teoria naturalística, a prática da condição que contribua para a produção do
conduta ocasiona modificação no mundo resultado.

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Observa-se que esta teoria é muito extensa e 2- Causa Realtivamente independente: O


pode levar o regresso ao infinito, afinal qualquer agente constribui relativamente com a causa
causa poderá ser considera uma condição para que produziu o resultado.
o resultado, como exemplo, o dono do
Preexistente: Duas causas interligadas
supermercado que vende veneno para ratos, e
produziram o resultado. Uma preexistente a
que uma esposa o utilizou para matar o marido.
conduta do agente e a conduta do agente.
Diante disto, é necessário impor limites a teoria
Ex: A esfaqueia B (hemofílico), que vem a morrer
da equivalência dos antecedentes, como a
devido aos ferimentos aliados ao seu estado de
presença ou não do dolo ou culpa, de forma a
saúde. A responde por homicídio consumado.
afastar a responsabilidade objetiva.
Obs: Alguns doutrinadores defendem que A só
Espécies de Causa:
irá responder pelo homicídio consumado, caso
1-Causa absolutamente independente: Neste soubesse do estado de saúde de B.
de causa/concausa a conduta do agente não
Concomitante: Duas causas interligadas
possui relação como resultado. Ela pode ser:
produziram o resultado, uma concomitante a
Preexistente- A causa que produziu o resultado conduta do agente.
existia antes da conduta do agente.
Ex: A atira em B, no momento que este sofre um
Ex: A desferiu 3 tiros contra B, porém B morreu ataque cardíaco e vem a falecer pela
por envenenamento, devido a um suco que contribuição do disparo feito por A. A responde
havia ingerido antes. A conduta de A não tem por homicídio consumado.
causa com relação a morte de B, contudo, tem
Superveniente independente: Duas causas
relevância para o direito penal, afinal ele tinha
interligadas produziram o resultado, uma
intenção de matar, logo, A irá responder por
superveniente e a conduta do agente. Esta pode
TENTATIVA de homicídio.
ser: Causa superveniente relativamente, que
Concomitante: A causa que produziu o NÃO por si só produziu o resultado e Causa
resultado surge no mesmo momento que a superveniente relativamente que por si só
conduta do agente. produziu o resultado.
Ex: A esfaqueou B, que no mesmo momento foi Superveniente que NÃO por si só produziu o
baleado por C. C não sabia da existência de A. B resultado: Uma causa posterior a conduta do
faleceu devido ao disparo de C. A irá responder agente, que NÃO produziu o resultado sozinha.
por tentativa de homicídio ou por lesão Existe Nexo causal, ele não foi interrompido.
corporal, a depender da sua intenção, do seu
Ex: A esfaqueia B. que veio a falecer no Hospital
dolo.
devido a uma broncopneumonia que pegou,
Superveniente: A causa que produziu o enquanto estava internado devido as facadas. A
resultado surgiu posteriormente a conduta do responde pela morte de B.
agente.
Superveniente Independente que por si só
Ex: A coloca veneno na comida de B, mas antes produziu o resultado: O agente praticou
que o veneno venha a fazer efeito, B morre por uma causa e posteriormente ocorreu outra
um disparo efetuado por C. A irá responder por causa, que por si só, produziu o resultado.
Tentativa de Homicídio.
Superveniência de causa independente

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Art. 13, § 1º do CP - A superveniência de Tipicidade material = Desvalor da conduta


causa relativamente independente exclui a e do resultado.
imputação quando, por si só, produziu o
Tipicidade subjetiva = Realização do tipo
resultado; os fatos anteriores, entretanto,
subjetivo.
imputam-se a quem os praticou.
Obs: A teoria adotada pelo nosso CP é a da
Ex: A esfaqueou B, que foi para o hospital
“ratio cognoscendi”, POIS OCORRENDO O
e morreu decorrente a um desabamento. A
FATO TÍPICO HÁ INDICIO QUE ELE TAMBÉM
responde por tentativa de homicídio e não
SEJA ILÍCITO, PODENDO A ILICITUDE SER
pela morte de B.
AFASTADA CASO SEJA APRESENTADA
Como que eu faço para saber se a causa ALGUMA CAUSA EXCLIDENTE DE
superveniente relativamente por si só ILICITUDE.
produziria ou não o resultado? Se o
OBS: Tipicidade conglobante (Zaffaroni):
resultado obtido atingiu apenas a vítima, a
Para Zaffaroni, a tipicidade comglobante é
causa por si só não produziria o resultado,
a tipicidade legal + conglobante
é causa da broncopneumonia, que a vítima
(antinormatividade)
pegou no hospital. Só a vítima pegou essa
doença ou o hospital todo pegou? Só a Tipo Doloso: Dolo é a consciência e a
vítima. A causa da morte da vítima, por mais vontade de realizar o fato típico.
que tenha relação com a conduta do agente Teorias sobre o dolo:
só atingiu a vítima e mais ninguém. Por isso,
que o agente responde pelo crime Teoria da Vontade- é à vontade e
consumado. consciência de realizar o resultado. É a
teoria adotada pelo CP, para o dolo direto.
Agora, se o resultado atingiu além da vítima,
Teoria do assentimento ou consentimento-
o agente responde apenas pelos atos que
praticou. É o caso do desabamento. O O a gente tem a consciência e a previsão do
desabamento atingiu só o a vítima ou o resultado, mas não necessariamente a
hospital todo? O hospital todo! Logo, é uma vontade de produzir o resultado. O agente
causa superveniente relativamente que prevê o resultado e assume o risco de que
PRO SI SÓ produziu o resultado. O agente ele possa vir a ocorrer. É a teoria utilizada
responde pelo crime tentado, pois fica pelo CP para o dolo eventual
excluído o nexo de causalidade. #linkmental
TIPICIDADE: A tipicidade penal é composta Não confunda a teoria do assentimento
pela tipicidade objetiva e a tipicidade com a culpa consciente, pois nesta o
subjetiva. agente prevê o resultado, mas NÃO
assume o risco da sua produção.
Tipicidade objetiva = Tipicidade formal +
tipicidade material. Teoria da representação- É a vontade e a
Tipicidade Formal = Conformidade do fato previsão de produzir o resultado.
praticado ao tipo penal Espécies de dolo:

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Dolo direto: o AGENTE QUE A PRODUÇÃO observado, é o que ocorrer com a


DO RESULTADO. Ele pode ser de primeiro imprudência, negligência e imperícia.
grau, que o fim em si mesmo, não causa
Previsibilidade: Em regra, no crime culposo
qualquer efeito colateral. Como também
não há PREVISÃO, que é diferente de
dolo direto de segundo grau, que é previsão
previsível. NÃO CONFUNDA! FGV, AMA ISSO
de efeitos colaterais pra produzir seu
resultado. Por ex: A quer matar B e decide Resultado naturalístico INVOLUNTÁRIO: A
colocar uma bomba no avião que ele vai conduta é voluntária, mas o resultado é
viajar, logo irá matar B e todas as pessoas involuntário. NÃO CONFUDA!
que estão no avião, pois os efeitos Modalidades da culpa:
colaterais para o resultado que A pretende
Imprudência: Imprudência é uma atitude
é necessário.
precipitada, sem ponderação. Ex: Dirigir
Dolo indireto: A vontade do agente não se em alta velocidade.
resume a um resultado determinado.
Podendo ser, dolo eventual, o agente Negligência: Ausência de precaução. Ex:
arrisca a produção do resultado previsível Deixar uma arma próximo a uma criança.
(Teoria do Assentimento) ou dolo Imperícia: Inaptidão para o exercício da
alternativo, o agente possui uma vontade arte ou profissão.
dirigida a um ou outro resultado.
Espécies de Culpa:
Dolo eventual x Dolo de Segundo Grau: No
Culpa Consciente (ex lasciva): O agente
dolo eventual o resultado colateral é
prevê o resultado, mas não assume o risco
previsível, poderá ocorrer ou não. Já no dolo
de produzi-lo.
de segundo grau, para que o agente consiga
a sua finalidade NECESSARIAMENTE irá Culpa Inconsciente (ex ignorantia): O
ocorrer uma consequência colateral. agente não prevê o resultado e nem assume
(Teoria da representação) o risco de produzir. Deve ser previsível para
o homem médio.
Dolo direto x Dolo eventual: No direito o
resultado é previsto e pretendido, no Culpa Própria: O agente não prevê e nem
eventual é previsto e aceito. assume o risco, mas pratica o resultado por
imprudência, negligência ou imperícia.
Tipo Culposo: No crime culposo, o agente
não quer o resultado, mas assume o risco de Culpa Impropria: Deriva do erro
produzi-lo. evitável/inescusável ou do excesso nas
justificativas. O agente imagina que está
Elementos do tipo Culposo:
diante de uma causa excludente ou que
Voluntariedade: O agente possui vontade pode agir excessivamente, que não será
de praticar a conduta, contudo o resultado punido. Na verdade, é uma conduta dolosa,
é causado involuntariamente. mas por políticas criminais o tratam como
Inobservância do dever objetivo de crime culposo.
cuidado- Nem sempre o dever de cuidado é #LINKMENTAL

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Erro sobre elementos do tipo a) O direto é o erro sobre a ilicitude real do fato.
É você achar que está fazendo algo que não é
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do
proibido
tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a
punição por crime culposo, se previsto em lei. b) O indireto está relacionado as discriminantes
putativas ou aos limites jurídicos da ilicitude. É
O erro de tipo é incidente sobre elementos
você saber que está agindo ilicitamente, mas
OBJETIVOS da conduta. Neste caso há má
que está amparado por uma causa excludente
interpretação sobre os fatos, ele recai sobre
de ilicitude ou achar que está agindo dentro dos
elementos descritivo dos fatos, os quais ao
limites de uma causa excludente de ilicitude,
desaparecer excluem o crime, pois o fato deixa
mas não está.
de ser típico.
§ 1º - É isento de pena quem, por erro
O erro de tipo pode ser ESCUSÁVEL
plenamente justificado pelas circunstâncias,
(desculpável) ou INESCUSÁVEL (indesculpável).
supõe situação de fato que, se existisse, tornaria
Quando ele for escusável, ou seja, desculpável,
a ação legítima. Não há isenção de pena quando
exclui o dolo e quando ele for inescusável, o
o erro deriva de culpa e o fato é punível como
agente responderá a título de culpa, caso o
crime culposo (erro de proibição INDIRETO)
crime seja previsto também na modalidade
culposa. Essa culpa, a qual o artigo 20 do CP traz, OBS: ERRO DE PROIBIÇÃO NÃO É CAUSA
é a culpa IMPRÓPRIA. EXCLUDENTE DE ILICITUDE. É ERRO SOBRE A
ILICITUDE DO FATO. NÃO CONFUNDA!
Erro sobre a ilicitude do fato/ Erro de proibição
OBS: Erro de proibição é erro sobre a ilicitude do
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável.
fato, mas exclui a CULPABILIDADE e não a
O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável,
ilicitude. Até porque o fato é ilícito, o agente
isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de
apenas não sabia que era, logo não tem como
um sexto a um terço. (erro de proibição
ser excluída a ilicitude “apenas” porque o
DIRETO)
agente não sabia, mas a sua culpabilidade sim.
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se
o agente atua ou se omite sem a consciência da
#VOCÊSQUELUTEM
ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas #TOMEMAISLINKMENTAL =)
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência CRIMEPRETERDOLOSO: O crime
O erro de proibição é o erro sobre a ilicitude do preterdoloso ocorre quando o agente quer
fato. O agente sabe que o fato está o resultado (dolo), mas causa um resultado
acontecendo, mas ele não sabe que é ilícito. além do pretendido (culpa)
Diante do caso concreto, caso a consciência da ILICITUDE: Ilicitude é a contrariedade do
ilicitude seja INEVITÁVEL(DESCULPÁVEL) o fato com o ordenamento jurídico.
agente é isento de pena, caso seja EVITÁVEL, a
pena poderá ser diminuída de 1/6 a 1/3. Discriminante = Causas de exclusão de
ilicitude
Perceba, que diferentemente do erro de tipo, o
erro de proibição diminui a pena caso seja Causas legais de exclusão de Ilicitude:
evitável, o erro de tipo pune o agente por crime
(art. 23 do CP)
culposo, caso seja previsto.
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica
O erro de proibição pode ser Direto ou indireto:
o fato:

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I - Em estado de necessidade pela vontade do agente. EX: Extorsão mediante


sequestro, tráfico ilícito de drogas...
II - Em legítima defesa;
Tanto no crime permanente, como no crime
III - em estrito cumprimento de dever legal
continuado será aplicado a súmula 711 do STF
ou no exercício regular de direito
sobre o momento em que o crime foi praticado.
Art. 24 - Considera-se em estado de
Súmula 711 STF - A lei penal mais grave aplica-
necessidade quem pratica o fato para se ao crime continuado ou ao crime
salvar de perigo atual, que não provocou permanente, se a sua vigência é anterior à
por sua vontade, nem podia de outro cessação da continuidade ou da permanência.
modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo
Formas de estado de necessidade:
sacrifício, nas circunstâncias, não era
razoável exigir-se. Estado de necessidade próprio: Proteção
de direito próprio do agente
§ 1º - Não pode alegar estado de
necessidade quem tinha o dever legal de Estado de necessidade de terceiro: O
enfrentar o perigo. agente protege direito de terceiro.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o Estado de necessidade agressivo: A
sacrifício do direito ameaçado, a pena conduta recai sobre direito/bem de quem
poderá ser reduzida de um a dois terço não concorreu para a produção da situação
de perigo. A conduta recai sobre o direito de
Obs: Não configura estado de necessidade
terceiro alheio a situação.
se a conduta lesiva for um crime
permanente ou habitual, tendo em vista Estado de necessidade defensivo: A
que não se terá o perigo ATUAL, tão pouco conduta lesiva recai sobre direito de quem
será INEVITÁVEL A CONDUTA. provocou o perigo.
#linkmentalmeupovo Estado de necessidade Real: Existe uma
situação real de perigo acontecendo. É o
CRIME CONTINUADO E CRIME PERMANENTE
próprio artigo 24 do CP.
O crime continuado está previsto no art. 71 do
CP: Estado de necessidade putativo: O agente
imagina estar diante de um estado de
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de
necessidade real ou erra sobre os limites da
uma ação ou omissão, prática dois ou mais
crimes da mesma espécie e, pelas condições de
excludente, acreditando estar praticando
tempo, lugar, maneira de execução e outras um ato LICITO.
semelhantes, devem os subsequentes ser Estado de necessidade justificante:
havidos como continuação do primeiro, Exclusão de Ilicitude
aplicasse-lhe a pena de um só dos crimes, se
idênticas, ou a mais grave, se diversas, Estado de necessidade exculpante:
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a Excludente de culpabilidade
dois terços.
#PLUS
Já o crime permanente é aquele em que a
consumação se prolonga/se protrai no tempo, O estado de necessidade poderá ser uma
causa exclusão de ilicitude, o justificante ou

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causa excludente de culpabilidade, o LEGÍTIMA DEFESA REAL X LEGÍTIMA DEFESA


exculpante. Irá depende de qual teoria será REAL = Não pode ocorrer
adotada. LEGÍTIMA DEFESA REAL x LEGÍTIMA DEFESA
Para a teoria diferenciadora, se o bem PUTATIVA = Pode ocorrer, pois quem imagina
estar sob legítima defesa, pratica uma agressão
protegido pelo agente for de valor superior
injusta.
ao bem sacrificado, ocorrerá a exclusão de
ilicitude. Ex: Para Salvar a vida e alguém, o LEGÍTIMA DEFESA X ESTADO DE NECESSIDADE
agente danifica um patrimônio. Entretanto, = Não pode
caso o bem protegido seja inferior ou igual ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL-
ao bem sacrificado, ocorrerá a exclusão da
Não se aplica as obrigações sociais, morais,
culpabilidade. ESTA TEORIA NÃO É
culturais ou religiosas.
ADOTADA PELO CP
EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO- o que é
Para teoria Unitária, O ESTADO DE
permitido não pode ao mesmo tempo ser
NECESSIDADE SEMPRE SERÁ CAUSA DE
ilícito. Contudo, o exercício não pode ser
EXCLUSÃO DE ILICITUDE.
abusivo, deverá ser regular.
LEGÍTIMA DEFESA:
Ex: PRISÃO EM FLAGRANTE FEITA POR
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa PARTICULAR.
quem, usando moderadamente dos meios
Obs: Para a doutrina ofendículos constitui
necessários, repele injusta agressão, atual
exercício regular do direito. Ofendículos são
ou iminente, a direito seu ou de
mecanismo de defesa visíveis. EX: cacos de
outrem.
vidro no muro de casa.
Parágrafo único. Observados os CONSENTIMENTO DO OFENDIDO
requisitos previstos no caput deste artigo,
O consentimento do ofendido é uma criação
considera-se também em legítima defesa o
doutrinária, pois não existe previsão legal.
agente de segurança pública que repele
agressão ou risco de agressão a vítima Em determinados casos ele será exclusão da
mantida refém durante a prática de crimes tipicidade, caso o consentimento seja um
(NOVIDADE LEGISLATIVA) NÃO elementar do tipo, e em outros, uma causa
SUPRALEGAL (que está “fora” da lei)
CONFUNDA COM EXERCÍCIO REGULAR DO
excludente de ilicitude.
DIREITO.
As causas legais excludentes de ilicitude são
Art. 23, Parágrafo único do CP - O agente, aquelas previstas no art. 23, do CP. Já causas
em qualquer das hipóteses deste artigo, supralegais são aquelas que não estão previstas
responderá pelo excesso doloso ou em lei, como, por exemplo, o consentimento do
culposo. ofendido, logo, quando a ausência do
consentimento for um requisito para que o
Obs: legítima defesa putativa: legítima
delito seja tipificado, a sua presença irá
defesa imaginária. Poderá ocorrer no caso
configurar a atipicidade da conduta, porém
de erro de tipo permissivo (art. 20, §1º do quando ela não for um elementar do tipo,
CP) ou erro de proibição indireto (art.21 do poderá configurar uma causa supralegal de
CP) exclusão da ilicitude.

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CULPABILIDADE: A culpabilidade é o juízo de Os menores de 18 anos são inimputáveis, não se


reprovação do agente, devido este ter praticado sujeitam à Justiça Penal, respondem pela
um fato típico e ilícito. sistemática do ECA. Em relação a menoridade o
nosso código utiliza o sistema biológico.
O código penal adotou a teoria normativa pura
da culpabilidade, a qual a culpabilidade tem Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são
como elementos a: imputabilidade, potencial penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às
consciência de ilicitude e exigibilidade de normas estabelecidas na legislação especial.
conduta diversa.
Obs. A emancipação civil do menor de 18 anos
A culpabilidade é composta por três elementos: não alterada em nada a inimputabilidade
a imputabilidade, a potencial consciência da penal. Desta forma, o menor de 18 anos é capaz
ilicitude e inexigibilidade de conduta diversa para o Direito Civil, mas inimputável para o
Direito Penal.
Imputabilidade: é a capacidade que o agente
possui para ser responsabilizado criminalmente. Embriaguez
O CP adotou o sistema biopsicológico ou misto
Art. 28, § 1ºdo CP - É isento de pena o agente
para verificar a capacidade do agente. De acordo
que, por embriaguez completa, proveniente de
com Este sistema a anomalia psíquica o agente,
caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da
era, ao tempo da conduta, incapaz de ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse. (art. 26 determinar-se de acordo com esse
do CP). entendimento

A inimputabilidade é a falta da imputabilidade, Para que a embriaguez seja cause a


ou seja, é a falta de um dos elementos da inimputabilidade, ela precisa ser
culpabilidade. INVOLUNTÁRIA, PROVENIENTE DE CASO
FORTUITO OU FORÇA MAIOR, AO TEMPO DA
EXCLUDENTES DA CULPABILIDADE:
AÇÃO OU OMISSÃO, O AGENTE PRECISA ESTAR
Doença mental INTEIRAMENTE INCAPAZ. Caso o agente apenas
não possuísse a plena capacidade no momento
Art. 26 do CP - É isento de pena o agente que,
da ação ou omissão será causa de diminuição de
por doença mental ou desenvolvimento mental
pena e não de isenção.
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação
ou da omissão, inteiramente incapaz de Art. 28, § 2º do CP - A pena pode ser reduzida de
entender o caráter ilícito do fato ou de um a dois terços, se o agente, por embriaguez,
determinar-se de acordo com esse proveniente de caso fortuito ou força maior, não
entendimento. possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a
plena capacidade de entender o caráter ilícito
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de
do fato ou de determinar-se de acordo com esse
um a dois terços, se o agente, em virtude de
entendimento
perturbação de saúde mental ou por
desenvolvimento mental incompleto ou A potencial. consciência da ilicitude, outro
retardado não era inteiramente capaz de elemento da culpabilidade, está relacionada ao
entender o caráter ilícito do fato ou de erro de proibição inevitável do art.21 do CP.
determinar-se de acordo com esse
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável.
entendimento
O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável,
MENORIDADE:

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isenta de pena; (erro de proibição/causa da punibilidade pelo integral cumprimento da


excludente da culpabilidade) pena
Por fim, a exigibilidade de conduta diversa,
terceiro elemento da culpabilidade, se encontra ECA
no art. 22 do CP
DICA DO DIA 12
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação
1. TUTELA
irresistível ou em estrita obediência a ordem, O QUE DEVO SABER:
não manifestamente ilegal, de superior Tutela é o instituto jurídico que representa um
hierárquico, só é punível o autor da coação ou encargo imposto por lei a uma pessoa capaz,
da ordem (Coação MORAL irresistível e para que esta cuide de uma pessoa menor e
obediência hierárquica/ causas excludentes da administre seus bens.
culpabilidade)
A tutela é uma das formas de família substituta,
0bs. Ao INIMPUTÁVEL SERÁ PROLATADA UMA ao lado da guarda e adoção.
SENTENÇA ABSOLUTÓRIA IMPRÓPRIA- Pois
absolve o réu (isenta-o de pena), mas impõe-lhe Art. 28 do ECA- A colocação em família
sanção penal (medida de segurança) substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou
adoção, independentemente da situação
Se a pena for de RECLUSÃO- Teremos a jurídica da criança ou adolescente, nos termos
internação desta Lei.
Se a pena for de DETENÇÃO- Tratamento
§ 1 o Sempre que possível, a criança ou o
ambulatorial
adolescente será previamente ouvido por
NÃO CONFUNDA equipe interprofissional, respeitado seu estágio
de desenvolvimento e grau de compreensão
COAÇÃO FÍSICA= EXCLUE A CONDUTA sobre as implicações da medida, e terá sua
COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL= EXCLUDENTE opinião devidamente considerada
DE CULPABILIDADE
2 o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de
idade, será necessário seu consentimento,
colhido em audiência
Exigibilidade de conduta diversa= Causa LEGAL
de exclusão de culpabilidade RESUMINDO:
INEGIBILIDADE de conduta diversa= Causa CRIANÇA ou ADOLESCENTE (Art. 28, §1°):
SUPRALEGAL de exclusão de culpabilidade sempre que possível, será previamente ouvido
por equipe interprofissional e sua opinião será
#linkmental considerada.
Súmula 443 do STJ: "O aumento na terceira fase
ADOLESCENTE (Art. 28, §2°): será necessário o
de aplicação da pena no crime de roubo
seu CONSENTIMENTO, colhido em audiência.
circunstanciado exige fundamentação concreta,
não sendo suficiente para a sua exasperação a § 3 o Na apreciação do pedido levar-se-á em
mera indicação do número de majorantes." conta o grau de parentesco e a relação de
afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou
Súmula 617: “A ausência de suspensão ou
minorar as consequências decorrentes da
revogação do livramento condicional antes do
medida
término do período de prova enseja a extinção

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§ 4 o Os grupos de irmãos serão colocados sob LOGO, NÃO CABE NEM TUTELA E NEM GUARDA
adoção, tutela ou guarda da mesma família ESTRANGEIRA.
substituta, ressalvada a comprovada existência
de risco de abuso ou outra situação que Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido
justifique plenamente a excepcionalidade de destituídos ou suspensos do poder familiar, ou
solução diversa, procurando-se, em qualquer houverem aderido expressamente ao pedido de
caso, evitar o rompimento definitivo dos colocação em família substituta, este poderá ser
vínculos fraternais. formulado diretamente em cartório, em petição
assinada pelos próprios requerentes,
§ 5 o A colocação da criança ou adolescente em dispensada a assistência de advogado.
família substituta será precedida de sua
preparação gradativa e acompanhamento § 1º Na hipótese de concordância dos pais, o
posterior, realizados pela equipe juiz:
interprofissional a serviço da Justiça da Infância I - Na presença do Ministério Público, ouvirá as
e da Juventude, preferencialmente com o apoio partes, devidamente assistidas por advogado ou
dos técnicos responsáveis pela execução da por defensor público, para verificar sua
política municipal de garantia do direito à concordância com a adoção, no prazo máximo
convivência familiar. de 10 (dez) dias, contado da data do protocolo
da petição ou da entrega da criança em juízo,
§ 6 o Em se tratando de criança ou adolescente tomando por termo as declarações;
indígena ou proveniente de comunidade e
remanescente de quilombo, é ainda obrigatório: II - Declarará a extinção do poder familiar.

I - Que sejam consideradas e respeitadas sua § 2 O consentimento dos titulares do poder


identidade social e cultural, os seus costumes e familiar será precedido de orientações e
tradições, bem como suas instituições, desde esclarecimentos prestados pela equipe
que não sejam incompatíveis com os direitos interprofissional da Justiça da Infância e da
fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela Juventude, em especial, no caso de adoção,
Constituição Federal; sobre a irrevogabilidade da medida.

II - Que a colocação familiar ocorra Art. 1.728. Os filhos menores são postos em
prioritariamente no seio de sua comunidade ou tutela:
junto a membros da mesma etnia; I - Com o falecimento dos pais, ou sendo estes
julgados ausentes;
III - a intervenção e oitiva de representantes do
órgão federal responsável pela política II - Em caso de os pais decaírem do poder
indigenista, no caso de crianças e adolescentes familiar.
indígenas, e de antropólogos, perante a equipe
interprofissional ou multidisciplinar que irá Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete
acompanhar o caso. aos pais, em conjunto.

A colocação em família substituta não admitirá Parágrafo único. A nomeação deve constar de
transferência da criança ou adolescente a testamento ou de qualquer outro documento
terceiros ou a entidades governamentais ou autêntico.
não-governamentais, sem autorização judicial.
Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo pai
Art. 31. A colocação em família substituta ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não
estrangeira constitui medida excepcional, tinha o poder familiar.
somente admissível na modalidade de adoção.

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Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos pais deste artigo, e os pais podem exercer o
incumbe a tutela aos parentes consanguíneos arrependimento no prazo de 10 (dez) dias,
do menor, por esta ordem: contado da data de prolação da sentença de
extinção do poder familiar.
I - Aos ascendentes, preferindo o de grau mais
próximo ao mais remoto; § 6 o O consentimento somente terá valor se
II - Aos colaterais até o terceiro grau, preferindo for dado após o nascimento da criança.
os mais próximos aos mais remotos, e, no
mesmo grau, os mais velhos aos mais moços; em § 7 o A família natural e a família substituta
qualquer dos casos, o juiz escolherá entre eles o receberão a devida orientação por intermédio
mais apto a exercer a tutela em benefício do de equipe técnica interprofissional a serviço da
menor. Justiça da Infância e da Juventude,
preferencialmente com apoio dos técnicos
Art. 1.732. O juiz nomeará tutor idôneo e responsáveis pela execução da política
residente no domicílio do menor: municipal de garantia do direito à convivência
I - Na falta de tutor testamentário ou legítimo; familiar.
II - Quando estes forem excluídos ou escusados
da tutela; NÃO PODEM EXERCER A TUTELA:
III - quando removidos por não idôneos o tutor
legítimo e o testamentário. - Aqueles que não tiverem a livre administração
de seus bens;
Art. 1.733. Aos irmãos órfãos dar-se-á um só
tutor. II - Aqueles que, no momento de lhes ser
§ 1 o No caso de ser nomeado mais de um tutor deferida a tutela, se acharem constituídos em
por disposição testamentária sem indicação de obrigação para com o menor, ou tiverem que
precedência, entende-se que a tutela foi fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos
cometida ao primeiro, e que os outros lhe pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra
sucederão pela ordem de nomeação, se ocorrer o menor;
morte, incapacidade, escusa ou qualquer outro
impedimento. III - os inimigos do menor, ou de seus pais, ou
que tiverem sido por estes expressamente
§ 2 o Quem institui um menor herdeiro, ou excluídos da tutela;
legatário seu, poderá nomear lhe curador
especial para os bens deixados, ainda que o IV - Os condenados por crime de furto, roubo,
beneficiário se encontre sob o poder familiar, ou estelionato, falsidade, contra a família ou os
tutela. costumes, tenham ou não cumprido pena;

Art. 1.734. As crianças e os adolescentes cujos V - As pessoas de mau procedimento, ou falhas


pais forem desconhecidos, falecidos ou que em probidade, e as culpadas de abuso em
tiverem sido suspensos ou destituídos do poder tutorias anteriores;
familiar terão tutores nomeados pelo Juiz ou
serão incluídos em programa de colocação VI - Aqueles que exercerem função pública
familiar. incompatível com a boa administração da tutela

§ 4 o O consentimento prestado por escrito QUEM PODE RECUSAR A TUTELA:


não terá validade se não for ratificado na
audiência a que se refere o § 1 o deste artigo. Podem escusar-se da tutela:
I - Mulheres casadas;
§ 5 o O consentimento é retratável até a data
da realização da audiência especificada no § 1 o II - Maiores de sessenta anos;

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III - aqueles que tiverem sob sua autoridade mais Art. 1.763. Cessa a condição de tutelado:
de três filhos; I - Com a maioridade ou a emancipação do
menor;
IV - Os impossibilitados por enfermidade; II - Ao cair o menor sob o poder familiar, no caso
V - Aqueles que habitarem longe do lugar onde de reconhecimento ou adoção.
se haja de exercer a tutela;
Art. 1.764. Cessam as funções do tutor:
VI - Aqueles que já exercerem tutela ou curatela; I - Ao expirar o termo, em que era obrigado a
servir;
VII - militares em serviço.
II - Ao sobrevir escusa legítima;
OBS: Quem não for parente do menor não III - ao ser removido.
poderá ser obrigado a aceitar a tutela, se
houver no lugar parente idôneo, consanguíneo Art. 1.765. O tutor é obrigado a servir por
ou afim, em condições de exercê-la. espaço de dois anos.
Parágrafo único. Pode o tutor continuar no
OBS: Compete também ao tutor, com exercício da tutela, além do prazo previsto neste
autorização do juiz: artigo, se o quiser e o juiz julgar conveniente ao
menor.
I - Pagar as dívidas do menor;
Art. 1.766. Será destituído o tutor, quando
II - Aceitar por ele heranças, legados ou doações, negligente, prevaricador ou incurso em
ainda que com encargos; incapacidade.

III - transigir;
2. GUARDA
IV - Vender-lhe os bens móveis, cuja O QUE DEVO SABER:
conservação não convier, e os imóveis nos casos
em que for permitido; A guarda, UMA DAS FORMAS DE FAMÍLIA
SUBSTITUTA, será unilateral ou compartilhada.
V - Propor em juízo as ações, ou nelas assistir o Compreende-se por guarda unilateral a
menor, e promover todas as diligências a bem atribuída a um só dos genitores ou a alguém que
deste, assim como defendê-lo nos pleitos contra o substitua (art. 1.584, § 5 o ) e, por guarda
ele movidos. compartilhada a responsabilização conjunta e o
exercício de direitos e deveres do pai e da mãe
Parágrafo único. No caso de falta de que não vivam sob o mesmo teto, concernentes
autorização, a eficácia de ato do tutor depende ao poder familiar dos filhos comuns.
da aprovação ulterior do juiz
OBS: Na guarda compartilhada, o tempo de
Ainda com a autorização judicial, não pode o convívio com os filhos deve ser dividido de
tutor, sob pena de nulidade: forma equilibrada com a mãe e com o pai,
I - Adquirir por si, ou por interposta pessoa, sempre tendo em vista as condições fáticas e os
mediante contrato particular, bens móveis ou interesses dos filhos
imóveis pertencentes ao menor;
OBS: A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe
II - Dispor dos bens do menor a título gratuito; que não a detenha a supervisionar os interesses
dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão,
III - constituir-se cessionário de crédito ou de qualquer dos genitores sempre será parte
direito, contra o menor legítima para solicitar informações e/ou

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prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em considerados, de preferência, o grau de


assuntos ou situações que direta ou parentesco e as relações de afinidade e
indiretamente afetem a saúde física e afetividade
psicológica e a educação de seus filhos. § 6 o Qualquer estabelecimento público ou
Art. 1.584. A guarda, unilateral ou privado é obrigado a prestar informações a
compartilhada, poderá ser: qualquer dos genitores sobre os filhos destes,
sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos
I – Requerida, por consenso, pelo pai e pela reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por dia
mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma pelo não atendimento da solicitação.
de separação, de divórcio, de dissolução de
união estável ou em medida cautelar; Art. 1.585. Em sede de medida cautelar de
separação de corpos, em sede de medida
II – Decretada pelo juiz, em atenção a cautelar de guarda ou em outra sede de fixação
necessidades específicas do filho, ou em razão liminar de guarda, a decisão sobre guarda de
da distribuição de tempo necessário ao convívio filhos, mesmo que provisória, será proferida
deste com o pai e com a mãe preferencialmente após a oitiva de ambas as
partes perante o juiz, salvo se a proteção aos
§ 1 o Na audiência de conciliação, o juiz interesses dos filhos exigir a concessão de
informará ao pai e à mãe o significado da guarda liminar sem a oitiva da outra parte, aplicando-se
compartilhada, a sua importância, a similitude as disposições do art. 1.584.
de deveres e direitos atribuídos aos genitores e
as sanções pelo descumprimento de suas Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não
cláusulas. estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em
sua companhia, segundo o que acordar com o
§ 2 o Quando não houver acordo entre a mãe e outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como
o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se fiscalizar sua manutenção e educação.
ambos os genitores aptos a exercer o poder
familiar, será aplicada a guarda compartilhada, Parágrafo único. O direito de visita estende-se
salvo se um dos genitores declarar ao a qualquer dos avós, a critério do juiz,
magistrado que não deseja a guarda do menor. observados os interesses da criança ou do
adolescente.
§ 3 o Para estabelecer as atribuições do pai e da
mãe e os períodos de convivência sob guarda Art. 1.590. As disposições relativas à guarda e
compartilhada, o juiz, de ofício ou a prestação de alimentos aos filhos menores
requerimento do Ministério Público, poderá estendem-se aos maiores incapazes
basear-se em orientação técnico-profissional ou
de equipe interdisciplinar, que deverá visar à RESUMO:
divisão equilibrada do tempo com o pai e com a
mãe. Verifique quadro abaixo, com as diferenças.

§ 4 o A alteração não autorizada ou o


descumprimento imotivado de cláusula de
guarda unilateral ou compartilhada poderá
implicar a redução de prerrogativas atribuídas
ao seu detentor.

§ 5 o Se o juiz verificar que o filho não deve


permanecer sob a guarda do pai ou da mãe,
deferirá a guarda a pessoa que revele
compatibilidade com a natureza da medida,

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TUTELA GUARDA ADOÇÃO


Engloba o dever de guarda Obriga a prestar Forma vínculo familiar.
e de administração dos assistência
bens do tutelado material, moral e
educacional
Não implica perda É necessária a perda do poder familiar dos pais
Demanda ou suspensão do biológicos.
necessariamente a perda poder familiar, mas
ou suspensão do poder o guardião pode se
familiar opor aos pais

Destinada ao amparo e à Destinada a Objetiva a criação do vínculo de


administração dos bens da regularizar a posse paternidade/maternidade entre pais-adotantes e
criança ou adolescente em de fato da criança filhos-adotados.
caso de falecimento dos ou do adolescente.
pais, ausência ou perda do
poder familiar.

É possível a concessão de Em regra, é deferida É possível a concessão de guarda no curso do


guarda no curso do no curso dos processo de adoção. Em processo de adoção
processo de tutela. processos de tutela estrangeira, não é possível a concessão da guarda.
e adoção, exceto na
adoção estrangeira.
Cabível também
como pedido
autônomo em caso
de falta eventual de
pais ou responsável
Não é permitida para Não é permitida é permitida para famílias estrangeiras.
famílias estrangeiras para famílias
estrangeiras.
STJ: inclui direitos Goza de plenos direitos previdenciários, pois é
previdenciários. filho tal qual o biológico
Revogável. Em regra, irrevogável.
Não há mudança de O adotado recebe o nome do adotante e pode
nome da criança ou mudar o prenome
adolescente

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