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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - Ifes


TÉCNICO EM QUÍMICA

TIPOS DE CORROSÃO

Disciplina: Corrosão

VILA VELHA
JULHO - 2018


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1. Introdução
A corrosão é um processo de deterioração de um material, geralmente metálico, e
resulta da interação físico-química entre este e um meio corrosivo. Apesar da estreita relação
com os metais, esse fenômeno ocorre em outros materiais, como concreto e polímeros
orgânicos, entre outros (GUIMARÃES et. al, 2004). Depende da composição do material,
bem como do meio corrosivo e das condições operacionais.
O conhecimento dos fenômenos corrosivos e seu mecanismo é de fundamental
importância para o mercado, visto que o comércio de metais, como matéria prima ou produto
final, movimenta a economia. Um estudo da NACE (National Association of Corrosion
Engineers – importante associação da área) estimou que apenas nos EUA são gastos por ano
mais de 270 bilhões de dólares com corrosão.
Esse processo pode ser classificado considerando a aparência ou forma do ataque
corrosivo ou pela diferença entre as causas da corrosão e seus mecanismos, sendo os
principais tipos de corrosão: uniforme, por placas, alveolar, puntiforme ou por pite,
intergranular, intragranular, filiforme, por esfoliação, grafítica, dezincificação, empolamento
por hidrogênio e corrosão em torno do cordão de solda.

2. Corrosão quanto à morfologia e à localização do ataque


2.1. Corrosão uniforme
Também chamada corrosão generalizada (termo não muito usual), ocorre em
toda a extensão da superfície, ocorrendo a perda uniforme de espessura. A corrosão
uniforme é uma das mais fáceis de se controlar, visualizar, de se proteger e também é
a mais comum.

Figura 1 - Corrosão uniforme em chapa de carbono


Fonte: GENTIL, 2007
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2.2. Corrosão por placas


A corrosão localiza-se em regiões da superfície metálica e não em toda a sua
extensão, formando placas com escavações. É uma corrosão localizada, com formação
de placas com escavações, devido aos descolamentos das mesmas, que se desprendem
progressivamente. Geralmente, em metais passivados onde há película protetora
formada inicialmente, se desprende por já estar muito espessa pela ação da gravidade.

Figura 2 - Corrosão em placas


Fonte: GENTIL, 2007

2.3. Corrosão alveolar


Também é uma forma de corrosão localizada que ocorre na superfície metálica
produzindo sulcos ou escavações semelhantes a alvéolos, apresentando fundo
arredondado e profundidade geralmente menor que o seu diâmetro. O alvéolo formado
apresenta fundo arredondado e profundidade menor que o seu diâmetro.

Figura 3 - Pontos de corrosão alveolar


Fonte: GENTIL, 2007
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2.4. Corrosão puntiforme ou pite


Ocorre em pontos ou em pequenas áreas localizadas na superfície metálica
produzindo pites, que são cavidades que apresentam o fundo em forma angulosa e
profundidade geralmente maior que seu diâmetro. O processo de corrosão localizada
também é chamada de pitting, do idioma inglês. Provavelmente é a forma mais
destrutiva de corrosão, pois é muito difícil de ser identificada, uma vez que geralmente
se forma embaixo da corrosão uniforme e também a perda percentual de peso da
estrutura é muito pequena. Essa forma se diferencia da alveolar porque, diferente dos
alvéolos, a profundidade da corrosão é maior do que o diâmetro da cratera formada. A
presença de cloretos no ambiente a favorece o pitting . Para evitar, pode-se polir a
superfície e acrescentar 2% de molibdênio. Para avaliar a intensidade de corrosão,
considera-se o número de pites por área, o seu diâmetro e profundidade, com auxílio
de um microscópio

Figura 4 - Corrosão por pite


Fonte: GENTIL, 2007

2.5. Corrosão intergranular


Também chamada de intercristalina, processa-se entre os grãos da rede
cristalina do material metálico, o qual perde as suas propriedades mecânicas e pode
fraturar quando solicitado por esforços mecânicos, tendo-se então a corrosão sob
tensão fraturante. Por exemplo, pode ocorrer por causa da variação da concentração
dos elementos de liga na região. Aços com elementos de liga precipitados e menor
concentração de elementos de liga nos contornos são chamados de sensitizados. Uma
forma de evitar é adicionar titânio na liga para preferencialmente formar carbonetos de
titânio e não com os elementos de liga que evitam a corrosão.
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Figura 5 - Corrosão intergranular


Fonte: GENTIL, 2007

2.6. Corrosão transgranular


Também chamada de transcristalina ou transgranular, ocorre nos grãos da rede
cristalina do material metálico, o qual, perdendo suas propriedades mecânicas, poderá
fraturar à menor solicitação mecânica, tendo-se também a corrosão sob tensão
fraturante. O fenômeno se manifesta sob a forma de trincas que se propagam pelo
interior dos grãos do material, como no caso da corrosão sob tensão de aços
inoxidáveis austeníticos.

Figura 6 - Corrosão transgranular


Fonte: GENTIL, 2007

2.7. Corrosão filiforme


A corrosão se processa sob a forma de finos filamentos, que se propagam em
diferentes direções e são paralelos entre si. Ocorre geralmente em superfícies
metálicas revestidas com tintas ou com metais, ocasionando o deslocamento do
revestimento. O fato de os finos filamentos de corrosão não se cruzarem deve-se ao
fato de que os produtos de corrosão formados possuem carga superficial positiva, logo
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se repelem. Este tipo de corrosão é observado comumente em ambientes com umidade


relativa do ar igual ou superior a 85% e ambientes suscetíveis à penetração de
oxigênio e água.

Figura 7 - filamentos em torno de um risco em uma chapa de aço carbono pintada.


Fonte: GENTIL, 2007

2.8. Esfoliação
Processa-se em diferentes camadas e o produto de corrosão, formado entre a
estrutura de grãos alongados, separa as camadas ocasionando o inchamento do
material metálico. Ocorre em chapas ou componentes que sofreram achatamento
mecânico, criando condições para a ação corrosiva. O material é desintegrado na
forma de placas paralelas à superfície.

Figura 8 - Corrosão por esfoliação em tubo de aço carbono


Fonte: GENTIL, 2007
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2.9. Grafitização
Essa forma de corrosão é do tipo seletiva. Ocorre em ferro fundido cinzento
em temperatura ambiente, usados para água, esgoto e drenagem. O ferro metálico
(ânodo) é transformado em produtos de corrosão resultando o grafite (cátodo) intacto.
A área corroída fica com um aspecto escuro, típico do grafite, que pode ser facilmente
retirada com uma espátula.

Figura 9 - processo de grafitização

Fonte: GENTIL, 2007

2.10. Dezincificação
Ocorre principalmente em em ligas de latão (Cobre-Zinco), sendo intensificada
em meio ácido. Assim como a corrosão grafítica, é um processo de corrosão seletiva,
onde o Zn é oxidado preferencialmente, resultando em resíduos de cobre e outros
produtos de corrosão. A cor da peça torna-se avermelhada, contrastando com a cor
original da liga, amarelada. O zinco é lixiviado para fora da liga de cobre, deixando-a
enfraquecida e porosa, suscetível a ataques.
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Figura 10 - processo de dezincificação


Fonte: GENTIL, 2007

2.11. Empolamento pelo hidrogênio


Ocorre a invasão de hidrogênio atômico no material metálico e como tem
pequeno volume atômico, é difundido rapidamente e, em regiões com
descontinuidades, como inclusões e vazios, combina-se com outro átomo de
hidrogênio produzindo hidrogênio molecular (H2), que por possuir maior volume, irá
causar o empolamento do material, formando “bolhas”. Na figura 11 é poss´viel
visualizar uma placa metálica com empolamento.

Figura 11 - empolamento por hidrogênio

Fonte: GENTIL, 2007

2.12. Corrosão em torno do cordão de solda


Após a solda de algum material, tem-se a formação de corrosão em torno da
solda e não propriamente sobre ela. Isto se deve ao fato do surgimento de regiões onde
há elétrons que ficaram sob uma certa tensão devido à solda. Ocorre a poucos
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milímetros do local onde foi aplicada a solda e é mais comum em aços inox não
estabilizados ou com teores de carbono inferiores a 0,03 %. O processo se dá de forma
intergranular.

Figura 12 - Corrosão em tubulação de aço inoxidável em torno de cordão de solda


Fonte: GENTIL, 2007

3. Estudo de caso
O estudo de caso selecionado para o presente trabalho trata-se da corrosão de
tubulação de água, parcialmente enterrada, sob asfalto de betume (GENTIL, 2007). As
tubulações que conduzem a água após o seu tratamento chamam-se adutoras. Essa condição
cria um tipo de corrosão chamada de aeração
 diferencial. No caso do objeto de estudo, a
corrosão caracteriza-se por localizar-se na parte externa da tubulação, como exemplifica a
figura x, de forma longitudinal, com falhas no revestimento.

Figura 13 - Corrosão de adutora por aeração diferencial


Fonte: CESAN, 2011
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Esse tipo de corrosão apresenta como região catódica a área mais aerada, com maior
concentração de oxigênio, e como região anódica tem-se a área mais abaixo do solo, com
menor presença de O2.
As reações que ocorrem são as mesmas que ocorrem no fenômeno da gota salina, por
se tratar do mesmo mecanismo de corrosão. A figura x ilustra o mecanismo da gota salina e
corrosão do ferro por aeração diferencial.

Figura 14 - Corrosão do ferro por aeração diferencial e reações da gota salina


Fonte: PANONNI, 2011

Uma possível solução para o problema seria a cobertura total da tubulação,


diminuindo seu contato com o meio aerado. Ou a aplicação de uma proteção sobre o
revestimento da tubulação, podendo ser um metal de sacrifício ou um revestimento com feltro
betumado ou plástico retrátil.

4. Conclusão
A corrosão não é um processo isolado ou independente. Os diversos tipos de corrosão
estão interligados e dependem das variações das condições do meio ambiente em que
ocorrem, considerando fatores bióticos e abióticos, como ação de microrganismos,
temperatura, pH, composição da água, da atmosfera e do solo, dentre outros. Processos
corrosivos localizados são mais agressivos em relação aos demais. A compreensão desses
mecanismos facilita o entendimento e aplicação do conhecimento acerca dos processos
corrosivos no dia a dia, bem como a prevenção e análise de situações problema.

5. Referências Bibliográficas
● GENTIL, Vicente. CORROSÃO
 . 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011. 360 p. v. único.
● MERÇON, Fábio; GUIMARÃES, Pedro Ivo Canesso; MAINIER, Fernando Benedito.
Corrosão: Um exemplo usual de fenômeno químico. Química Nova na Escola, [S.l.],

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