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PERVERSÃO E SUAS

MANIFESTAÇÕES
A neurose é um acontecimento
posterior à perversão originária.
Não se efetivando o recalque dessa
perversão infantil.
A neurose é o negativo da perversão.
Texto “Três ensaios sobre a teoria da
sexualidade”, publicado em 1905. 1º
Momento.
A fantasia é um indicativo de que a
perversão esteve ali na infância.
Casos de perversão na infância que
persistem pode ter existido uma tentativa
de percurso normal da sexualidade na
adolescência.
Fixação libidinal.
Início das atividades sexuais em dois
momentos: infância –latência --
adolescência.
A fantasia sadomasoquista descrita em Uma
criança é espancada: uma contribuição ao
estudo das perversões sexuais (FREUD, 1919)
a perversão é teorizada a partir dos destinos
do complexo edipiano. 2º Momento
E o desejo na perversão???

Desejo não implica ausência, nem conflito psíquico: implica


satisfação pulsional direta, sem possibilidade de renúncia.

E o perverso, apesar de não delirar a existência do pênis


materno, não abre mão de sua existência ao se tornar um
fetichista. Necessita de um objeto enquanto símbolo real
do pênis materno é o indício de que não houve uma
construção simbólica completa, mas sim um deslizamento:
do pênis ao fetiche. 3º Momento
Artigo O Fetichismo (FREUD, 1927)
"O fetiche é um substituto do pênis da mulher (da mãe) em que o
menininho outrora acreditou e que - por razões que nos são familiares -
não deseja abandonar" (FREUD, 1927, p.180). "A palavra alemã correta
para a vicissitude da ideia", continua Freud, "seria „Verleugnung‟
[„rejeição‟]". Para que a recusa da percepção da ausência do pênis seja
mantida é necessário a clivagem do Eu (Ichspaltung) que permitirá que
as duas atitudes – recusar e, ao mesmo tempo, perceber a falta – sejam
mantidas lado a lado (FREUD, 1938).

Lacan (1984, 1998): fixação do gozo em um objeto imaginário, em vez de


centrá-lo na função simbólica que organiza o desejo a partir da castração.
O fetiche para recuperar o gozo castrado.
Recusar a castração e recuperar o objeto perdido.
“Freud (1927/1974) O fetiche é sempre uma cristalização, um
congelamento do último momento em que a mãe podia ser tida como
fálica” (BÊNIA, 2013, p.79).

“No fetichismo, pode-se supor que há sempre um duplo movimento, uma


afirmação seguida de uma rejeição, algo que remete a uma divisão.
Afinal, a percepção da castração feminina permanece consciente, o
fetichista sabe muito bem que não há falo na mulher. Entretanto, há uma
outra corrente que nega isso veementemente, a ponto de necessitar de
que algo esteja ali, no lugar do que falta” (BÊNIA, 2013, p.80).
“Freud nos deixa uma importante dica sobre a compreensão
do mecanismo de defesa da perversão fetichista frente à
castração: há uma divisão do ego, parte cedendo aos perigos
da realidade, abrindo mão de certa cota de satisfação
pulsional direta; outra parte não cede aos apelos da
realidade, não abrindo mão da satisfação direta, criando um
substituto para o pênis faltoso da mãe como prova de que a
castração é desmentida. O que acontece com o fetiche é um
deslocamento de valor, de importância do pênis para
qualquer outro objeto ou parte do corpo, o que é efetivado
com o auxílio da regressão” (BÊNIA, 2013, p.81).
“A noção freudiana de diferenciação de neurose e perversão
pode se dar por meio da questão do ato. Ou seja, não se pode
tomar a fantasia perversa, que é comum inclusive aos
neuróticos, enquanto algo que aponte para a perversão,
senão por essa dimensão do “a mais”, que parte para a
execução” (MILLER, 1989-2001).

“sonhar com a perversão, no sentido de fantasiá-la, é algo


extremamente necessário ao neurótico para sustentar seu
desejo, ressaltando, porém, que não é disso que se trata na
perversão” (LACAN, 1968-1969).
REFERÊNCIAS
BÊNIA, R. G. M. PERVERSÃO EM ANÁLISE: DOS
FUNDAMENTOS FREUDIANOS AOS ASPECTOS CLÍNICOS
CONTEMPORÂNEOS. 2013. 126 F. Dissertação (Mestrado em
Clínica e Cultura) - Instituto de Psicologia, Universidade e
Brasília, Brasília, 2013.

CECCARELLI, Paulo Roberto. As possíveis


leituras da perversão. Estudos de
psicanálise, Belo Horizonte , n. 36, p. 135-
148, dez. 2011 .

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