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SUMÁRIO
Revisão de Anatomia/ Fisiologia .................................................................................... 5

Funções do sistema genital feminino .............................................................................. 5

Tubas Uterinas ................................................................................................................ 5

Útero ............................................................................................................................... 6

Vagina ............................................................................................................................. 6

Exames Ginecológicos.................................................................................................... 7

Papanicolau ..................................................................................................................... 7

Auto-exame de mamas.................................................................................................. 10

Cuidados para evitar o câncer de mama ....................................................................... 10

Algumas das precauções que podem ser tomadas ........................................................ 10

Mamografia................................................................................................................... 13

Ultrassom Transvaginal ................................................................................................ 14

Captura híbrida ............................................................................................................. 14

Métodos Anticoncepcionais.......................................................................................... 14

Pílula ............................................................................................................................. 20

Anticoncepcional injetável trimestral ........................................................................... 21

Anticoncepcional injetável mensal ............................................................................... 21

Ciclo menstrual ............................................................................................................. 21

Fisiologia materna durante a gravidez .......................................................................... 22

Desenvolvimento da gravidez - mês a mês................................................................... 23

Itens a serem observados pela equipe de saúde ............................................................ 28

Parto .............................................................................................................................. 31

Parto pré-termo ............................................................................................................. 31

Gravidez pós-termo e pós-maturidade .......................................................................... 31

Fases do trabalho de parto ............................................................................................ 32

Parto Normal ................................................................................................................. 34


Parto Cesárea ................................................................................................................ 35

Cuidados antes do parto ................................................................................................ 35

Assistência de Enfermagem ao RN .............................................................................. 35

Metas dos cuidados com o RN - Período inicial pós-parto........................................... 36

Cuidados contínuos ....................................................................................................... 36

Fatores que interferem na adaptação do RN ................................................................. 36

Responsabilidades da enfermagem ............................................................................... 36

Alojamento conjunto..................................................................................................... 38

Mãe ............................................................................................................................... 38

Recém-nascido .............................................................................................................. 39

Alimentação do RN ...................................................................................................... 39

Ações de enfermagem ................................................................................................... 39

Puerpério....................................................................................................................... 40

Cuidados de Enfermagem ............................................................................................. 41

Complicações Pós-parto ............................................................................................... 42

Hemorragia pós-parto ................................................................................................... 42

Distúrbios psicológicos do puerpério ........................................................................... 45

Infecção em incisão cirúrgica (abdominal ou perineal) ................................................ 47

Cuidados de enfermagem.............................................................................................. 47

Complicações Obstétricas ............................................................................................. 47

Placenta Prévia.............................................................................................................. 47

Tratamento .................................................................................................................... 47

Descolamento prematuro de placenta (DPP) ................................................................ 49

Hipertensão na gestação................................................................................................ 50

Eclampsia ...................................................................................................................... 51

Hipertensão Crônica Associada à Gestação.................................................................. 52

Hiperemese gravidica ................................................................................................... 53


Diabetes Gestacional..................................................................................................... 54

Causas, sintomas e efeitos ............................................................................................ 54

Exames e tratamento ..................................................................................................... 55

Gravidez ectópica ......................................................................................................... 55

Aborto ........................................................................................................................... 56

Patologias Ginecológicas .............................................................................................. 57

Síndrome do ovário policístico ..................................................................................... 57

Menopausa .................................................................................................................... 57

Sintomas da Menopausa ............................................................................................... 58

Dor durante o ato sexual ............................................................................................... 58

Diminuição da atenção e memória ............................................................................... 58

Causa dos sintomas....................................................................................................... 58

Tratamento da Menopausa: Terapia Hormonal ............................................................ 59

Infecção Urinária .......................................................................................................... 59

Miomas ......................................................................................................................... 61

Sintomas........................................................................................................................ 62

Diagnóstico ................................................................................................................... 63

Tercípara ....................................................................................................................... 65

Referências.................................................................................................................... 66
Revisão de Anatomia/ Fisiologia

Funções do sistema genital feminino

Produzir gametas - ovócito


Secretar hormônios sexuais
Receber os espermatozoides
Fornecer locais para fertilização, implantação e desenvolvimento embrionário e
fetal.
Oferecer condições para o parto
Prover nutrição do feto

Ovários

São responsáveis pela produção dos gametas e hormônios femininos. Localizam-


se lateralmente na cavidade pélvica, em depressões denominadas fossas ováricas.

Tubas Uterinas
As tubas uterinas têm como função a condução dos ovócitos. A tuba está
subdividida em quatro partes, que indo do útero para o ovário, é: intramural ou uterina,
istmo, ampola e infundíbulo. O infundíbulo tem forma de funil em cuja base se encontra
o óstio abdominal da tuba e é dotado em suas margens de uma série de franjas’

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irregulares – as fímbrias.
Útero
É um órgão oco, cuja função é alojar o embrião/feto até que este complete seu
desenvolvimento pré-natal. Está localizado na cavidade pélvica, póstero-superiormente
à bexiga urinária e anterior ao reto. Sua posição é descrita como em anteversoflexão,
formando um ângulo de aproximadamente 90º com a vagina.
Externamente, no útero, distinguem-se quatro regiões anatômicas: fundo, corpo,
istmo e cérvix ou colo do útero. Internamente apresenta uma abertura mediana chamada
de canal uterino que se abre para a vagina através do óstio uterino. O ligamento largo,
juntamente com o ligamento redondo, é o principal meio de fixação do útero.

Vagina
As suas funções são: servir como órgão de cópula, canal do parto e via de
excreção do fluxo menstrual.
Está localizada entre a bexiga urinária, o reto e o canal anal. A cavidade da
vagina possui um lúmen estreito, sendo que suas paredes ficam praticamente unidas. A
vagina se comunica com o útero por meio do óstio uterino e com o meio externo por
meio do óstio da vagina, que se abre no vestíbulo da vagina.
Os órgãos genitais externos em conjunto formam o pudendo feminino ou vulva.
Vulva ou pudendo feminino:
Monte do púbis - É uma elevação mediana, anterior à sínfise púbica e
constituída principalmente de tecido adiposo. Apresenta pelos espessos chamados de
pelos pubianos, que aparecem na puberdade e com distribuição característica.
Lábios maiores do pudendo - É duas pregas cutâneas, alongadas, que
delimitam entre si uma fenda, a rima do pudendo. Após a puberdade apresentam-se
hiperpigmentadas e cobertos de pelos somente nas suas faces externas, sendo suas faces
internas lisas e desprovidas de pelos.
Lábios menores do pudendo - São duas pequenas pregas cutâneas, localizadas
medialmente aos lábios maiores. É recoberto por pele lisa, úmida e vermelha. Ficam
protegidos pelos lábios maiores, exceto nas crianças e na idade avançada, quando os
lábios maiores apresentam menor quantidade de tecido adiposo diminuindo assim o seu
volume. O espaço entre os lábios menores é o vestíbulo da vagina, onde estão
localizados o óstio externo da uretra, o óstio da vagina e os orifícios dos ductos das

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glândulas vestibulares.
Glândulas vestibulares maiores e menores - As maiores são em número de
duas e as menores em número variável. Estão situadas profundamente no vestíbulo e
possuem ductos que se abrem ao redor do ostio vaginal onde liberam um muco
lubrificador.
Clitóris – É o homólogo do pênis, ou mais exatamente, dos corpos cavernosos
do pênis. Possui duas extremidades fixadas ao ísquio e ao púbis chamados de ramos do
clitóris, que se juntam formando o corpo do clitóris, e este apresenta uma dilatação
distal denominada glande do clitóris. Apenas a glande do clitóris é visível e esta ligada à
excitabilidade sexual feminina.

Bulbo do vestíbulo - É formado por duas massas pares de tecido erétil,


alongadas e dispostas ao redor do óstio da vagina. Não são visíveis na superfície porque
estão profundamente situados e recobertos. São os homólogos do bulbo do pênis e
porção adjacente do corpo esponjoso. Quando cheios de sangue, dilatam-se e desta
forma proporcionam maior contato entre o pênis e o orifício da vagina.

Exames Ginecológicos

Papanicolau
É o exame que previne o câncer de colo uterino. Deve ser realizado em todas as
mulheres com vida sexualmente ativa, pelo menos uma vez ao ano. Se o resultado do
exame for negativo por três anos seguidos, a mulher pode fazê-lo de 3 em 3 anos.
Consiste na coleta de material do colo uterino para exame em laboratório, é um exame
simples e barato, porém algumas mulheres ainda resistem em realizá-lo por medo ou
vergonha. Nos últimos 50 anos a incidência e a mortalidade por câncer de colo uterino
vêm diminuindo, graças às novas técnicas de rastreamento do Exame de Papanicolau.
Por isso, ele é um dos mais importantes exames para prevenção da saúde da mulher.
Fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de colo de útero: início
precoce da atividade sexual, número elevado de parceiros sexuais, multiparidade (ter
tido vários filhos), antecedentes de doença sexualmente transmissível e falta de higiene
pessoal. Ele deve ser realizado, pelo menos, uma semana antes da menstruação.
Evitando-se realizar duchas vaginais, colocação de cremes vaginais e relações sexuais

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três dias antes do exame.
O exame ginecológico completo consiste do exame e palpação das mamas e
depois o exame de Papanicolau.
Faz-se exame externo da vulva e depois se introduz um instrumento chamado
especulo pelo canal vaginal para que se possa visualizá-lo e ao colo do útero (parte final
do útero, do qual serão recolhidas as células para exame microscópico).

O especulo é um instrumento também conhecido como “bico de pato”, devido ao


seu formato. Ele apresenta três tamanhos diferentes e, será escolhido de acordo com o
tamanho de cada paciente, o número de filhos, etc. Virgens também podem realizar o
exame e, para elas, existe o virgoscópio, especulo de tamanho especial. Assim, as
células do colo do útero são colhidas por meio de uma espátula (haste de madeira) e de
uma escovinha bem pequenina.

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Essas células são colocadas numa lâmina que é enviada para um laboratório
especializado em citopatologia.

Possíveis resultados

Legenda:
OMS: Organização Mundial da Saúde
NIC: neoplasia intraepitelial celular
SIL: lesões escamosas intraepiteliais

O resultado deve ser interpretado pelo médico que deve explicá-lo à paciente. O
Papanicolau também serve para determinar outras condições de saúde de seu corpo tais
como nível hormonal, doenças da vagina e do colo do útero. Este exame também pode
ser feito gratuitamente em qualquer Unidade Básica de Saúde do Sistema Único de
Saúde e também em todas as Faculdades de Medicina do Brasil. Procure por um Serviço

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de Saúde da Mulher.

Auto-exame de mamas
O câncer de mama atinge principalmente mulheres em idade em torno da
menopausa (entre 45 e 55 anos), mas podem aparecer nódulos benignos em outras
faixas etárias que precisam ser tratados.

Cuidados para evitar o câncer de mama


A herança genética, a obesidade e o número elevado de ciclos menstruais estão
entre os principais fatores que estimulam o surgimento do câncer de mama. Ainda
assim, todas as mulheres, que se identificam ou não com qualquer fator de risco, devem
seguir, a partir da adolescência, algumas recomendações. São procedimentos e hábitos
elementares que ajudam a evitar o câncer de mama e outras eventuais complicações
ginecológicas.

Algumas das precauções que podem ser tomadas


Fazer visitas anuais ao ginecologista;
Fazer o auto-exame uma vez por mês;
Submeter-se ao exame de mamografia anualmente após os 40 anos.
O objetivo fundamental do auto- exame é fazer com que a mulher conheça
detalhadamente as suas mamas, o que facilita a percepção de quaisquer alterações, tais
como pequenos nódulos nas mamas e axilas, saída de secreções pelos mamilos,
mudança de cor da pele, retrações, etc. O auto-exame de mamas deve ser realizado
mensalmente por todas as mulheres a partir de 21 anos de idade, sete dias depois do
início da menstruação, quando as mamas se apresentam mais flácidas e indolores. Após
a menopausa, deve-se definir um dia do mês e realizar o exame sempre com intervalo de
30 dias. A frequência com que se faz o exame torna mais fácil notar qualquer
modificação nas mamas de um mês para o outro.

Técnica para realizar o auto-exame de mamas:


1° - Observação em frente do espelho: Antes do banho, posicione-se em frente
ao espelho. Observe os dois seios, primeiro com os braços caídos, depois com as mãos

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na cintura fazendo força nas mãos e, por fim, com elas atrás da cabeça, observe
tamanho, posição, forma da pele, aréola e mamilo. Faça o mesmo controle com os
braços levantados e mantidos atrás da cabeça. Qualquer alteração na superfície
(depressão ou saliência) ou rugosidade é importante.

Pressione o mamilo suavemente e veja se dá saída a qualquer líquido. Se o


mamilo está umbilicado (metido para dentro como o umbigo) e não era assim, essa é
uma alteração importante também.

2° - Palpação de pé: Durante o banho, com as mamas ensaboadas, deslize as


mãos sobre as mamas. Com os dedos unidos, use a mão direita para apalpar a mama
esquerda e a mão esquerda para a direita. Procure caroços, alterações de consistência,
secreções ou saliências.

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Divida o seio em faixas verticais e horizontais e com os dedos estendidos e em
pequenos movimentos circulares, faça a palpação de cada faixa, de cima para baixo.
Palpe também a axila e o pescoço. Não se esqueça, todo o seio deve ser palpado, mas dê
particular atenção ao quadrante superior-externo.

3° - Palpação deitada: Deitada, coloque uma toalha dobrada sob o ombro direito
para examinar a mama direita. Inverta o procedimento para examinar o outro lado.
Apalpe toda a mama através de suave pressão sobre a pele com movimentos circulares.
Apalpe a metade externa da mama que, em geral, é mais consistente. Apalpe, agora, as
axilas.

O auto-exame da mama deve ser realizado regularmente. Caso note alguma


alteração antes da menstruação, deve-se repetir o exame depois da menstruação. Se a

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alteração persistir é necessário procurar um médico. Se o auto-exame é normal, o exame
médico deve ser anual.

Mamografia
A mamografia é uma radiografia das mamas em várias incidências. As doses de
radiações que são usadas atualmente são muito pequenas e o exame anual não
representa qualquer risco. A mamografia é um exame insubstituível na prevenção do
câncer de mama. Só a mamografia permite detectar alterações mínimas e revelar
nódulos que não são perceptíveis à palpação.

A mamografia é um exame muito importante na prevenção do câncer de mama


e, por isso, deve ser indicada com critério:
Se o exame clínico for negativo raramente está indicada antes dos 40 anos,
salvo se houver fatores de risco.
Dos 40 aos 50 anos, deve ser feita de 2 em 2 anos. A partir dos 50 poder-se-á
manter de 2 em 2 anos ou passar a anual (caso se justifique).
Só para esclarecimento de casos duvidosos, é necessário repetir a mamografia
com intervalos inferiores há 1 ano.

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Colposcopia e Vulvoscopia

São muito parecidos com o papanicolau, mas a diferença é que a colposcopia e


a vulvoscopia são bem mais detalhados, isso porque aumenta muito mais a visão do
colo do útero. Normalmente só é solicitado quando é encontrada alguma anormalidade
no papanicolau. Também podem ser feitos no consultório ou em um laboratório.

Ultrassom Transvaginal
Esse exame é um pouco mais complicado para a mulher, mas nada que assuste.
Com um aparelho de ultrassom em forma de tubo o médico consegue ter mais
visualização da região pélvica, útero, trompas, o endométrio e os ovários. Esse tubo é
introduzido na vagina envolto em preservativo e muito lubrificante. Esse exame pode
ser pedido se a paciente sente cólicas muito fortes ou tem a menstruação muito
irregular, uma anormalidade no papanicolau também pode ser motivo para esse exame
ser pedido.

Captura híbrida
Esse deve ser feito uma vez, se o resultado for negativo não há necessidade de
fazê-lo novamente a não ser que a paciente sinta sintomas, leve coceira na vagina ou
dores durante a relação sexual. Este exame detecta o vírus HPV e infecções adquiridas
nas relações sexuais. Também é feito com o uso do espéculo, a médico abre a vagina e
colhe a secreção vaginal para análise.

Métodos Anticoncepcionais
Qualquer outra definição para explicar o que são métodos anticoncepcionais não
abrangeria sua verdadeira utilidade: eles servem para evitar uma gravidez. Não há como
classificar o melhor método, pois o melhor é aquele que a mulher e seu parceiro
confiam e também que não existam contra-indicações ao seu uso.
Por isso é sempre bom saber quais são os métodos existentes e procurar se
adequar a algum deles - sempre acompanhado de uma orientação médica.
1. Comportamentais ou de abstinência periódica - são aqueles que
identificam o período fértil, para se tiver relações nesse período:
Métodos comportamentais:

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Método Rítmico ou Ogino-Knaus (do calendário ou tabelinha): procura
calcular o início e o fim do período e somente é adequado para mulheres com ciclo
menstrual regular. A mulher deve ser orientada, inicialmente, a marcar no calendário os
últimos 6 a 12 ciclos menstruais com data do primeiro dia e duração, calculando então o
seu período fértil e abstendo-se de relações sexuais com contato genital neste período. É
pouco eficaz se não for combinado com outros métodos, como preservativos ou
espermicidas, pois depende da abstenção voluntária nos períodos férteis da mulher,
onde a libido (desejo sexual) se encontra em alta.

Na tabela dos dias férteis acima a calculadora da ovulação estimou o dia 8 como
primeiro dia fértil e o 19 como último dia fértil para uma mulher cujo menor ciclo
menstrual é de 26 dias e o maior de 29 dias. Desta forma, nas relações sexuais sem
proteção entre os dias 8 e 19 do ciclo menstrual haveria risco de engravidar.

Método do Muco Cervical (Billing): baseia-se na identificação do período


fértil pelas modificações cíclicas do muco cervical, observado no auto-exame e pela
sensação por ele provocada na vagina e vulva. A observação da ausência ou presença do
fluxo mucoso deve ser diária. O muco cervical aparece cerca de 2 a 3 dias depois da
menstruação, e inicialmente é pouco consistente e espesso. Logo antes da ovulação, ele
atinge o chamado "ápice", em que fica bem grudento.

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Testa-se colocando o muco entre o indicador e o polegar e tentando-se separar os
dedos. É necessária a interrupção da atividade sexual nesta fase, permanecendo em
abstinência por no mínimo 4 dias a partir do pico de produção, período em que se inicia
o período infértil novamente. Esse método também exige observação sistemática e
responsabilidade por parte da mulher durante vários meses, até conhecer bem o seu
ciclo e o muco. No entanto, qualquer alteração provocada por doença, ou quando a
mulher tem pouco ou muito muco, o método se torna pouco confiável.
Coito interrompido: baseia-se na capacidade do homem em pressentir a
iminência da ejaculação e neste momento retirar o pênis da vagina. Tem baixa
efetividade, levando à disfunção sexual do casal, e deve ser desencorajado.

2. Barreira - é aqueles que não deixam os espermatozoides subirem através do


colo do útero:
Camisinha
Diafragma
Espermicidas
DIU
Estes métodos impedem a ascensão dos espermatozoides ao útero, sendo
fundamentais na prevenção das DST e AIDS. Junto com a pílula anticoncepcional e o
coito interrompido, são os métodos não definitivos mais utilizados.

Condom ou camisinha ou preservativo: quase todas as pessoas podem usar;


protege contra doenças sexualmente transmissíveis, inclusive AIDS; previne doenças do
colo uterino; não faz mal à saúde; é de fácil acesso.
O condom masculino é um envoltório de látex que recobre o pênis, retendo o
esperma no ato sexual, impedido o contato deste e de outros microrganismos com a
vagina e o pênis ou vice-versa.

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O condom feminino constitui-se em um tubo de poliuretano com uma
extremidade fechada e a outra aberta acoplada a dois anéis flexíveis também de
poliuretano na cérvice uterina, paredes vaginais e vulva. O produto já vem lubrificado
devendo ser utilizado uma única vez, destacando-se que o poliuretano por ser mais
resistente que o látex pode ser utilizado com vários tipos de lubrificantes.
Uso da feminina: retirar da embalagem somente na hora do uso. Flexionar o anel
de modo que possa ser introduzido na vagina. Com os dedos indicadores e médios,
empurrar o máximo que puder, de modo que fique sobrando um pouco para fora, o que
deve permanecer assim durante a relação. Retirar logo após a ejaculação, rosqueando o
anel para que não escorra o líquido seminal para dentro da vagina. Se usada
corretamente, sua eficácia é alta, varia de 82 a 97%.

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Diafragma: é um anel flexível, coberto por uma membrana de borracha fina,
que a mulher deve colocar na vagina, para cobrir o colo do útero. Como uma barreira,
ele impede a entrada dos espermatozoides, devendo ser utilizado junto com um
espermicida, no máximo 6 horas antes da relação sexual. A adesão da paciente depende
da utilização correta do dispositivo. A higienização e o armazenamento corretos do
diafragma são fatores importantes na prevenção de infecções genitais e no
prolongamento da vida útil do dispositivo. Por apresentar vários tamanhos (de acordo
com o tamanho do colo uterino), deve ser indicado por um médico para uma adequação
perfeita ao colo uterino. Deve ser usado com espermicida. Recomenda-se introduzir na
vagina de 15 a 30 minutos antes da relação sexual e só retirar 6 a 8 horas após a última
relação sexual de penetração.

Esponjas e Espermicidas: as esponjas são feitas de poliuretano, são adaptadas


ao colo uterino com alça para sua remoção e são descartáveis (ao contrário do
diafragma), estão associadas a espermicidas que são substâncias químicas que
imobilizam e destroem os espermatozoides, podendo ser utilizados combinadamente
também com o diafragma ou preservativos. Existem em várias apresentações de
espermicidas: cremes, geleias, supositórios, tabletes e espumas.

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Dispositivo Intra-Uterino (DIU): os DIUs são artefatos de polietileno, aos
quais podem ser adicionados cobre ou hormônios, que são inseridos na cavidade uterina
exercendo sua função contraceptiva. Atuam impedindo a fecundação, tornando difícil a
passagem do espermatozoide pelo trato reprodutivo feminino. Os problemas mais
frequentes durante o uso do DIU são a expulsão do dispositivo, dor pélvica,
dismenorreia (sangramentos irregulares nos meses iniciais) e aumento do risco de
infecção (infecção aguda sem melhora ou infecções persistentes implicam na remoção
do DIU). Deve ser colocado pelo médico e é necessário um controle semestral e sempre
que aparecerem leucorreias (corrimentos vaginais anormais). Mulheres que têm
hemorragias muito abundantes ou cólicas fortes na menstruação, ou que tenham alguma
anomalia intra-uterina, como miomas ou câncer ginecológico, infecções nas trompas,
sangramentos vaginais ou alergia ao cobre não podem usar o DIU. Não é aconselhado
para nulíparas (mulheres que nunca engravidaram).

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3. Hormonais - são aqueles que possuem substâncias que produzem algumas
alterações no aparelho genital da mulher. Sua atuação é principalmente em nível de
ovário, trompas, endométrio e muco.

Pílula
A pílula anticoncepcional é, sem sombra de dúvida, o método contraceptivo
mais popular em todo o mundo, particularmente entre as adolescentes. No entanto, o
uso inadequado com maior índice de falhas do método ocorre entre as adolescentes. No
que tange as pílulas de baixa dosagem de hormônios (20, 30 ou 35ug de etinilestradiol),
estas têm a vantagem de menor incidência de efeitos colaterais, mantendo-se a eficácia,
desde que tomadas com regularidade.

Anticoncepção oral de emergência

Este método evita a gravidez por vários mecanismos, sendo que todos
interferem na fecundação, que é a união do óvulo com o espermatozoide. Os efeitos
mais estudados são a inibição ou o retardo da ovulação, que dependem do período do
ciclo em que acontece o coito e a tomada das pílulas. Outros estudos mostram que
interfere na capacitação dos espermatozoides e no transporte dos espermatozoides e do
óvulo através do trato genital feminino. A anticoncepção oral de emergência não afeta a
implantação de um óvulo já fecundado nem interrompe uma gravidez já estabelecida.

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Anticoncepcional injetável trimestral
É uma injeção de hormônio tomada a cada 3 meses. É um método altamente
eficaz tendo indicação na adolescência para aquelas pacientes que não toleram outros
métodos ou não os usam corretamente. A descontinuidade deste método é muito elevada
entre jovens pelo aumento do peso corpóreo.

Anticoncepcional injetável mensal


É de administração simples e diminui a probabilidade de esquecimento. As
vantagens em relação aos injetáveis trimestrais são a menor incidência de alterações
menstruais e menores o ganho de peso.
4. Cirúrgicos - Laqueadura tubária e Vasectomia: a esterilização (laqueadura
tubária e vasectomia) um método contraceptivo cirúrgico e definitivo, realizado na
mulher através da ligadura ou corte das trompas impedindo, o encontro dos gametas
masculino e feminino e no homem, pela ligadura ou corte dos canais deferentes
(vasectomia), o que impede a presença dos espermatozoides no líquido ejaculado.
Quando houver indicação de contracepção cirúrgica masculina e, principalmente, a
feminina deve ser baseada em critérios rígidos, observando-se a legislação vigente.

Ciclo menstrual
A menstruação é uma descamação do endométrio (membrana que reveste a
cavidade do útero, em vermelho na figura), acompanhada de saída de sangue. Isto
ocorre porque os ovários reduzem muito a secreção de hormônios, e estes, por vários
mecanismos, reduzem o estímulo ao endométrio, cujas células morrem e descamam. O
primeiro dia do ciclo menstrual é o dia em que a menstruação se inicia.
Enquanto o endométrio descama, o hormônio FSH (folículo estimulante)
começa a ser secretado em maior quantidade pela hipófise (glândula situada no
cérebro), fazendo com que se desenvolvam os folículos ovarianos (bolsas de líquido que
contém os óvulos ou oócitos). Perto do 7º dia do ciclo, o FSH começa a diminuir e, com
a falta desse hormônio, alguns folículos param de crescer e morrem. Por isso, em cada
ciclo menstrual, de todos aqueles folículos que começam a crescer, apenas um se
desenvolve e vai ovular. Durante seu crescimento, o folículo ovariano produz
quantidades de estradiol, hormônio feminino, cada vez maior. Esse hormônio produz

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aumento da espessura do endométrio, preparando-o para receber o embrião. Também
favorece a secreção do muco cervical ("clara de ovo"), que às vezes flui pela vagina.
Quando a quantidade de estradiol atinge seu máximo, é estimulada a liberação de
grande quantidade de hormônio luteinizante (LH) pela hipófise. Algumas horas após,
ocorre à ovulação. Como o LH é secretado pelos rins e sai na urina, sua medida na urina
pode ser útil para determinar a proximidade da ovulação Após a ovulação, o folículo se
transforma numa estrutura chamada corpo lúteo, e passa a fabricar, além do estradiol, o
hormônio progesterona, que prepara do endométrio para a implantação do embrião. Se a
concentração deste hormônio no sangue for baixa, o endométrio pode ser não receptivo
ao embrião e não ocorre gravidez. Ainda não se conhece com toda a precisão o dia da
implantação do embrião: parece acontecer de cinco a dez dias após a ovulação. Se não
ocorre implantação, a progesterona e o estradiol param de ser fabricado pelo corpo
lúteo, seu nível diminui no sangue e se inicia outra menstruação.

Fisiologia materna durante a gravidez


Útero: o aumento durante a gravidez envolve o estiramento e a acentuada
hipertrofia das células musculares existentes. O colo do útero apresenta amolecimento e
cianose pronunciados devidos o aumento da vascularização, edema, hipertrofia e
hiperplasia das glândulas cervicais.
Ovários: cessa a ovulação durante a gravidez e a maturação dos folículos fica
suspensa. Um corpo lúteo funciona produzindo principalmente a progesterona.
Vagina: a vascularização aumenta hiperemia e amolecimento do tecido
conjuntivo na pele e músculos do períneo e da vulva. As secreções vaginais aumentam.
Parede abdominal: a linha nigra pode forma-se de pigmentação escurecida que
se estende da cicatriz umbilical, seguindo a linha média, até a sínfise pubiana.
Mamas: a sensação dolorosa e o formigamento acorrem nas primeiras semanas
de gestação. O colostro pode ser extraído a partir do segundo trimestre.
Coração: o diafragma sofre elevação durante a gestação e o coração é deslocado
para a esquerda e para cima. Sopros cardíacos são comuns e, geralmente, desaparecem
após o parto.
Circulação: o volume cardíaco aumenta em 40% a 50% desde o início da
gravidez até seu término.
Respiratório: ocorre aumento da frequência respiratória. O diafragma é elevado
durante a gestação em decorrência do aumento uterino.
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Urinário: com a proximidade do final da gestação a drenagem sanguínea na
base da bexiga fica comprometida, provocando edema, suscetibilidade a traumas e à
infecção.
Gastrointestinal: as gengivas podem tornar-se hiperemiadas e amolecidas,
podendo sangrar com facilidade. O estômago e o intestino são deslocados para cima e
para o lado do útero aumentado. A pirose é comum, provocada pelo refluxo das
secreções ácidas na parte inferior do esôfago.
Tegumentar: placas de pigmentação marrom podem formar-se sobre a face,
denominadas cloasma.

Desenvolvimento da gravidez - mês a mês


Da concepção ao parto, passam-se, em média, 280 dias. Na barriga da mãe, o
bebê cresce, engorda, desenvolvem os cinco sentidos. Come, dorme, sonha, brinca, vive
intensamente.
1º mês - O espermatozoide se funde ao óvulo, dando origem ao ovo. É a
fecundação, que acontece na trompa de Falópio, entre o 14º e o 17º dias após o começo
da última menstruação. Em 12 horas, a célula inicial, já formada, passa a se subdividir
rapidamente. De quatro a seis dias depois, desce em direção ao útero. Lá, o embrião vai
crescer e se desenvolver durante os próximos nove meses, recebendo de sua mãe,
através da placenta, todo o oxigênio e nutrientes de que precisa.

Em duas semanas, começa a se formar o tubo neural - que dá origem ao cérebro

23
– o coração, tubo digestivo, os órgãos do sentido e as extremidades, de onde vão nascer
braços e pernas.
2º mês - O embrião, agora, mede cerca de 3 cm e pesa em torno de 10g. O
coração pulsa, mas ainda não é possível ouvi-lo. Aparecem os brotos dos braços e das
pernas, os ouvidos estão em formação e há um esboço de rosto, com boca e nariz. A
cabeça está mais redondinha, a região do pescoço definida e as pálpebras
individualizadas. Podem-se distinguir os dedos dos pés. Faz os primeiros movimentos
dentro da bolsa amniótica.
3º mês – Pode-se chamar de feto
Até a 9ª semana, não há muita diferença entre os genitais masculinos e
femininos. Os rins estão formados, o aparelho respiratório e o urinário funcionam e o
fígado produz bile. As pernas ainda são curtas, mas ele já é capaz de dobrar os dedos
dos pés. Dentro da bolsa d’água, abre e fecha a boca, as mãos, faz xixi e suga o líquido
amniótico, que é renovado a cada seis horas. Na consulta pré-natal, o coração pode ser
ouvido através de um aparelho próprio – o sonar. Com 7 cm a 10 cm de comprimento,
18g de peso e as estruturas ósseas mais consistentes, passa a ser chamado de feto. Se for
menina, já tem ovários e o estoque de óvulos para toda a vida.
4º mês - A movimentação no útero é intensa: o feto filho vira a cabeça, franze a
testa, movimenta o peito para cima e para baixo, se estica, dá cambalhotas. Os genitais
estão diferenciados, e no próximo ultrassom será possível ver o sexo do bebê. Com
altura entre 15 cm e 18 cm e pesando, mais ou menos 150g, ainda tem a cabeça
desproporcional, grande demais em relação ao restante do corpo. A placenta está
totalmente formada. Além de sugar e engolir, o feto consegue soluçar. Seus dedos
ganham unhas. A pele, transparente, deixa aparecer os pequenos vasos sanguíneos. Uma
leve penugem, conhecida como lanugem, surge na cabeça e nas sobrancelhas.
5º mês - Medindo entre 20 e 25 cm e pesando cerca de 450 g, o feto, apoiado na
parede do útero, gira, dá cambalhotas, pontapés. Desta maneira, exercita os músculos e
treina todo o sistema nervoso. A mãe já pode perceber tanta movimentação, que
acontece mais intensamente na parte da noite. Gosta de chupar o dedo, o que funciona
como treino para a amamentação. A pele delicada é recoberta por uma substância oleosa
- o vernix caseoso - que a protege de rachaduras e endurecimento. Cílios e sobrancelhas
começam a crescer. Nesse período, também se forma a base para os dentes de leite.
6º mês - O bebê se mexe muito, gosta de brincar com os dedos e tem o corpo
todo coberto de pelos bem finos. No final deste mês, pesa quase 1 kg e chega a medir 35

24
cm. Sua sobrevivência passa a ser cada dia mais possível, caso nasça prematuramente.
Com o sistema auditivo em pleno amadurecimento, reage aos ruídos externos. A pele,
fina e brilhante, tem um tom avermelhado e é muito enrugada. As pálpebras já se
dividiram e ele abre os olhos. Assim, percebe a diferença de luminosidade se você está
em um ambiente mais claro ou mais escuro. Suas impressões digitais são visíveis, tanto
nos pés como nas mãos.
7º mês - Embalado pelo líquido amniótico, o feto descansa, cochila e chega a
dormir profundamente. Seu ritmo de vida costuma coincidir com o da mãe. Consegue
perceber o batimento cardíaco e os ruídos do organismo dela. Dependendo da
intensidade, ouve o som da música e até o barulho da rua. No final do mês, estará
sugando com mais força e sentindo os diferentes sabores - doce e amargo. Mede mais
ou menos 40 cm e pesa 1,5 kg. A partir deste mês, começa a engordar rapidamente,
ganhando, em média, 150g por semana. O espaço no útero diminui, restringindo seus
movimentos. As impressões digitais dos pés e das mãos já são visíveis. A essa altura,
alguns bebês ainda estão na posição pélvica (sentados), mas ainda podem virar e entrar
na posição cefálica (de cabeça para baixo), ideal para o parto normal.
8º mês - Ele se vira para baixo, começando a tomar a posição cefálica. Seus
olhos percebem diferenças entre luz e sombra, mas não distinguem forma e cor. Além
da visão e audição, testa outros sentidos: o tato, ao bater com as mãozinhas na parede
uterina ou agarrar o cordão umbilical; o gosto, ao deglutir o líquido amniótico ou chupar
os dedos. Reage instintivamente aos estímulos externos. A voz suave da mãe o acalma,
mas quando ela fica nervosa, o bebezinho logo se agita. Com movimentos já mais
consistentes, chuta a barriga, procurando uma posição confortável. A penugem que
cobria seu corpo vai desaparecendo. No final deste mês, tem 45 cm, pesa em torno de
2,5 kg e está inteiramente formado. Mas ainda não tem as reservas suficientes de
gordura, que se desenvolverão a partir de agora, e sua capacidade respiratória também
não se completou.
9º mês – O feto engorda, perde as ruguinhas, ganha status de bebê. Na 36ª
semana, a quantidade de líquido amniótico diminui um sinal que, junto ao
envelhecimento da placenta, vai determinar a possível data do nascimento. Está
totalmente formado. Na 38ª semana, engorda até 28g por dia, e o que resta de líquido
amniótico se renova a cada três horas. Seu intestino está cheio de mecônio - secreção
das glândulas alimentares, misturada ao pigmento da bílis e das células da parede
intestinal - que será eliminado assim que ele nascer. Com 50 cm e 3 kg, pode se

25
considerar pronto para vir ao mundo.
Atenção aos sinais: as contrações se repetem a cada 15 ou 20 minutos. Depois,
se intensificam, chegando a um intervalo de três a quatro minutos. A ruptura da bolsa
com perda do líquido amniótico ou sangramento, pela vagina.

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Pré-natal

A avaliação pré-natal deverá ser iniciada logo após a descoberta da gravidez.


Nessa avaliação o médico irá realizar exames clínicos e laboratoriais para o
acompanhamento do desenvolvimento fetal. A periodicidade das consultas será
determinada pelo médico, mas geralmente é mensal, aumentando a frequência nos
últimos dois meses. Quando houver possibilidade de acompanhamento por parte da
enfermagem essa deverá priorizar o aprendizado de cuidados que envolvam a gestante,
puérpera e ao recém-nascido.

Itens a serem observados pela equipe de saúde


Idade da gestante: as adolescentes apresentam maior incidência de anemia,
hipertensão induzida pela gravidez, trabalho de parto prematuro, bebês pequenos para a
idade gestacional. As mulheres mais velhas têm maior incidência de hipertensão,
gestação complicada por problemas clínicos e bebês com anomalias genéticas.
Condições socioeconômicas: principalmente gestantes adolescentes apresentam
dificuldades econômicas para manutenção de cuidados durante e após a gestação.
Uso de drogas: drogas lícitas e ilícitas comprometem o desenvolvimento fetal e
podem levar a crises de abstinência nos recém-nascidos.
História pessoal de anomalias genéticas, diabetes, doenças sexualmente
transmissíveis, doenças cardíacas e doenças mentais. Uso contínuo de remédios.
História familiar de anomalias genéticas, diabetes e doenças cardíacas.
Atualização da imunização (vacinas).
Exames laboratoriais:
Urina: verificação de glicose, proteína e infecção.
Tipagem sanguínea
Hematócrito e hemoglobina
Sorologia para toxoplasmose
Sorologia para tuberculose
Sorologia para HIV
HPV Sorologia para sífilis Sorologia para rubéola
Demais exames que o médico julgar necessário durante o pré-natal.
Exames de imagem: Ultrassonografia para acompanhar o desenvolvimento fetal

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Durante as consultas de rotina:
Avaliação dos sinais vitais
Avaliação de ganho de peso
Avaliação de aumento uterino
Ausculta cardíaca fetal
Avaliação geral

Orientações de enfermagem
Utilizar sapatos de salto baixo;
Usar cintas para gestantes;
Fazer períodos de repouso com as pernas elevadas (edema);
Uso de sutiã adequado,
Incentivar o consumo de refeições frequentes e em pequenas quantidades;
Ingestão de líquidos entre refeições e não junto com alimentos;
Diminuir o uso da cafeína;
Não utilização de bebidas alcoólicas, fumo e medicações sem prescrição médica;
Ingerir em média dois litros de água por dia;
Incentivar exercícios físicos moderados e com acompanhamento médico;
Utilização de roupas confortáveis;
Não dirigir após o 7º mês;
Cuidado com traumas e quedas;
Não utilizar tintura nos cabelos;
Realizar consulta preventiva ao dentista;
Orientar em relação ao enxoval do recém-nascido;
Orientar a visitar o hospital antes do parto;
Orientação quanto à amamentação;
Orientação quanto a cuidados de higiene do recém-nascido;
Orientação quanto à vacinação e consulta ao pediatra.

Cálculo da Data provável do parto


O objetivo desse cálculo é estimar o período provável do nascimento. Calcula-se
a data provável do parto (DPP) levando-se em consideração a duração média da
gestação normal (280 dias ou 40 semanas depois da última menstruação).

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Pode ser calculado das seguintes maneiras:

- Com o disco (gestograma), colocar a seta sobre o dia e o mês


correspondente ao primeiro dia da última menstruação e observar a seta na data (dia e
mês) indicada como data provável do parto;

- Outra forma de calcular a DPP é somar sete dias ao primeiro dia da


última menstruação e subtrair três meses ao mês em que ocorreu a última menstruação
(ou adicionar nove meses, se corresponder aos meses de janeiro a março) – Regra de
Naegrele. Nos casos em que os números de dias encontrado for maior do que o número
de dias do mês, passar os dias excedentes para o mês seguinte, adicionando 1 ao final do
cálculo de mês.

Exemplos.
* Data da última menstruação – 13/09/2008
Data provável do parto – 20/06/2009 (13 + 7 = 20/9-3 = 6)

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* Data da última menstruação – 10/02/2004
DPP – 17/11/2004 (10 + 7 = 17/2 + 9 = 11)
* Data da última menstruação – 27/01/2004
DPP – 03/11/2004

Parto
O parto deverá ser decisão médica em relação às condições clínicas da gestante e
do recém-nascido. Poderá ser natural (normal) ou cirúrgico (cesárea).

Quanto à classificação relacionada à idade gestacional pode ser:


Prematuro: inferior a 37 semanas
Termo: entre 37 e 40 semanas
Pós-termo: acima de 41 semanas

Parto pré-termo
O parto antes de termo é o que começa antes da 37.ª semana de gravidez. Como
os bebês nascidos prematuramente podem ter problemas de saúde, os médicos tentam
evitar o parto antecipado. O parto pré-termo (ou prematuro) é difícil de deter se se
verificar uma hemorragia vaginal ou se as membranas que contêm o feto rebentarem. Se
não ocorrer hemorragia vaginal e se as membranas não deixarem escapar líquido
amniótico, o repouso absoluto, com líquidos administrados por via endovenosa, é útil
em 50 % dos casos. No entanto, se o colo uterino se dilatar mais de 5 cm, o parto segue
normalmente o seu curso até que o bebê nasça. O sulfato de magnésio aplicado por via
endovenosa detém o parto em até 80 % das mulheres, mas pode provocar efeitos
secundários, como aceleração da frequência cardíaca na mulher, no feto ou em ambos.
A terbutalina administrada mediante uma injeção subcutânea também pode ser utilizada
para deter o parto. Enquanto o parto antecipado se detém, pode ser administrado à
mulher um corticosteroide como a betametasona para dilatar os pulmões do feto e
reduzir o risco de ter problemas respiratórios (síndrome de dificuldade respiratória
neonatal) depois de nascer.
Gravidez pós-termo e pós-maturidade
Uma gravidez depois do termo é a que continua para além das 42 semanas. A
pós-maturidade é uma síndrome em que a placenta começa a deixar de funcionar

31
normalmente numa gravidez pós-termo e põe o feto em perigo. Por vezes, é difícil
determinar se passaram as 42 semanas, porque nem sempre é possível estabelecer a data
precisa da concepção devido ao fato de os ciclos menstruais serem irregulares ou a
paciente não estar certa do tempo que decorre entre eles. No início da gravidez, uma
ecografia, que é segura e indolor, facilita a determinação da duração da gravidez.
Posteriormente, mas antes da 32.ª semana (de preferência entre a 18.ª e a 22.ª) é útil
fazer uma série de ecografias destinadas a medir o diâmetro da cabeça do feto, o que
pode ajudar a confirmar a duração da gravidez. Depois da 32.ª semana, a determinação
da duração da gravidez por meio de ecografias pode arriscar um erro de 3 semanas num
ou noutro sentido. Se a gravidez continuar para além da 42.ª semana, contada a partir do
primeiro dia do último ciclo menstrual, examina-se a mãe e o feto em busca de sinais de
pós-maturidade, tais como uma redução do tamanho do útero e da mobilidade fetal. Os
testes começam na 41.ª semana para avaliar o movimento do feto e a sua frequência
cardíaca, bem como a quantidade de líquido amniótico, que são parâmetros que
decrescem consideravelmente nas gravidezes pós-maduras. Compara-se o tamanho da
cabeça do feto com o do seu abdômen. Para confirmar um diagnóstico de pós-
maturidade, pode-se fazer uma amniocentese (extração e análise do líquido amniótico).
Uma indicação de pós-maturidade é a detecção de uma coloração esverdeada do líquido
amniótico, provocada pela matéria fecal do feto (mecónio); isto indica sofrimento fetal.
Enquanto o exame não detectar sinais de pós-maturidade, pode deixar-se que a gravidez
pós-termo continue. No entanto, se o exame der resultados positivos, o parto é
provocado. No caso de o colo uterino não ser suficientemente flexível para que o feto o
atravesse, faz-se uma cesariana (parto cirúrgico feito por meio de uma incisão no
abdômen e no útero da mãe).

Fases do trabalho de parto


O parto é o momento mais esperado durante toda a gravidez. Nas últimas
semanas a gestante poderá começar a sentir a “descida” da barriga.
Os primeiros sinais de início de trabalho de parto são:
Expulsão do Rolhão Mucoso, que consiste na eliminação, pela vagina, de
muco gelatinoso, rosado ou acastanhado. A sua expulsão pode ocorrer dias ou horas
antes do parto e significa que o nascimento estará para breve.
Rotura da Bolsa de Águas, que é à saída de líquido amniótico pela vagina,
devido à rotura das membranas que envolvem o bebê. Pode sair lentamente ou de
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repente, em grande quantidade. Normalmente, é claro e transparente. Nesta situação
deve dirigir-se ao hospital da sua área de residência o mais rapidamente possível.
Contrações Uterinas Regulares - No início do trabalho de parto, as contrações
são irregulares (isto é, os intervalos não são certos) e são pouco frequentes. Começa por
sentir que a barriga fica rija, podendo não haver dor. Progressivamente, vão-se tornando
mais regulares, mais intensas e mais próximas. Quando as contrações forem regulares,
com intervalos de dez minutos, deve dirigir-se à maternidade. Nas últimas semanas de
gravidez é comum ocorrerem contrações irregulares e indolores, sem que isto signifique
o início do trabalho de parto.

O parto é constituído por três etapas: dilatação, expulsão e dequitadura

Dilatação: O colo do útero, por onde o bebê passa para sair, começa a encurtar e
a dilatar até cerca de dez centímetros. As contrações tornam-se cada vez mais regulares
e próximas. É o período mais demorado do trabalho de parto, podendo demorar de 12 a
16 horas, por vezes mais, num primeiro filho.
Orientações de enfermagem: quando a gestante estiver deitada, procurar virar-se
para o lado esquerdo, para facilitar uma melhor oxigenação do feto.
No início e durante a contração, inspirar profundamente pelo nariz, como se
estivesse a “cheirar uma flor”, e expelir o ar pela boca, como para “apagar uma vela”.
Quando a contração terminar, inspirar e expirar profundamente. No intervalo das
contrações, respire normalmente, relaxando o mais possível.
Expulsão: Começa quando a dilatação estiver completa. Pode demorar de 20 a
40 minutos no primeiro filho. O feto desce ao longo da bacia e acaba por sair para o
exterior através da vagina e da vulva. Pode ser necessário efetuar um pequeno corte do
períneo (espaço entre a vagina e o ânus), para facilitar a saída do feto e evitar
“rasgaduras” perineais ou do ânus.
Orientações de enfermagem: Em cada contração, inspire profundamente e,
depois, não deixe sair o ar enquanto faz força. A seguir, expire. Aproveite o intervalo
entre duas contrações para descontrair e recuperar as forças.
Dequitadura: Depois do nascimento do bebê, a placenta e as membranas que
envolveram o feto saem por si (se não saírem, o médico tira-as), o médico pode fazer
uma massagem na barriga para ajudar a placenta a desprender-se do útero. A seguir, se
tiver sido necessário cortar o períneo durante o parto, há que fazer a sutura.

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Parto Normal
O trabalho de parto inicia-se com as contrações que deverão ser duração e
frequência adequadas;
Ocorre a dilatação do colo do útero (ideal 10 cm);
Ocorre o rompimento da bolsa amniótica;
Se necessário será feita anestesia peridural;
O feto encaixa-se na entrada da pelve;
São realizadas manobras de rotação para facilitar a expulsão;

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Se necessário será feito a episiotomia;
Após o nascimento o cordão umbilical deverá ser cortado e serão prestados
cuidados ao recém-nascido;
Ocorre a expulsão da placenta e observação de suas estruturas;
Em caso de episiotomia deverá ser feito a episiorrafia.

Parto Cesárea
Poderá ser programado ou realizado em casos de urgência;
A parturiente será anestesiada (raqui ou peridural);
O médico fará todo o preparo para a cirurgia;
É feita a incisão abdominal até atingir o útero;
A bolsa amniótica será rompida;
A criança é retirada e deverá ser cortado o cordão umbilical;
O recém-nascido receberá os cuidados imediatos;
A placenta é retirada e avaliada em relação a sua formação;
Os tecidos da puérpera serão suturados;
Realizar curativo compressivo sobre a incisão.

Cuidados antes do parto


Manter a gestante em jejum;
Administrar medicamentos prescritos;
Acompanhar a evolução do trabalho de parto;
Realizar tricotomia, se necessário;
Realizar lavagem intestinal, se prescrita;
Proporcionar ambiente confortável;
Apoiar à parturiente;
Identificar a parturiente com pulseira de identificação.

Assistência de Enfermagem ao RN
Cuidados essenciais
No período pós-parto RN apresenta alterações biofisiológicas e comportamentais
complexas, resultantes da vida extrauterina;
As primeiras horas pós-parto representam um período de ajustamento

35
fundamental para o RN. Na maioria dos hospitais a enfermeira presta cuidados ao RN
imediatamente após o parto;
Depois do período de transição, o bebê é avaliado em intervalos periódicos,
tendo ajustado o plano de cuidados de acordo com o aparecimento dos achados;
Deve-se manter o equilíbrio entre as necessidades familiares de privacidade e a
necessidade de monitorar a transição do RN à vida extrauterina;

Metas dos cuidados com o RN - Período inicial pós-parto


Manter via aérea pérvia e o suporte às respirações;
Manter o aquecimento e prevenir a hipotermia;
Garantir ambiente seguro e prevenir contra acidentes ou infecção;
Identificar problemas atuais ou potenciais que possam requerer atenção
imediata;

Cuidados contínuos
Continuar protegendo contra acidentes ou infecção e identificando problemas
atuais ou potenciais que possam requerer atenção;
Facilitar o desenvolvimento de um relacionamento íntimo pais-RN;
Fornecer informações aos pais sobre os cuidados que devem ter;
Assistir os pais no desenvolvimento de atitudes saudáveis sobre as práticas de
maternagem.

Fatores que interferem na adaptação do RN


As experiências pré-parto da mãe e do RN;
Experiências da mãe e do RN no intraparto;
Capacidade fisiológica do RN de fazer a transição à vida extrauterina;
Habilidade dos profissionais de saúde para avaliar e responder adequadamente
em caso de problemas.

Responsabilidades da enfermagem
Dar apoio à adaptação do RN à vida extrauterina;
Prevenir ou minimizar complicações potenciais;
Facilitar a interação pais-RN.

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É prestada logo após o nascimento, ou seja, nas duas primeiras horas que se
seguem após o parto;
Também é conhecida como admissão do RN;
Realizada no Centro Obstétrico.
O incentivo precoce a formação do vínculo familiar
Amamentação precoce
Receber o RN (luvas) – RN envolto por secreções corporais, principalmente
líquido amniótico e vérnix caseoso e, eventualmente, sangue.
Secar e aquecer o RN - berço aquecido e utilizar compressa macia para retirar o
excesso de líquido amniótico que envolve o RN. Minimiza o choque térmico e
restringem as perdas de calor (evaporação).
Aspirar o RN – Contribui para a boa ventilação do RN, o decúbito lateral -
Impede que: o muco, líquido amniótico, coágulos sanguíneos, mecônio penetrem nas
vias respiratórias baixas, provocando obstruções graves.
Verificar a temperatura retal – temperatura central do organismo do RN. Afasta
a possibilidade de ânus imperfurado
Credeizar - profilaxia da oftalmia gonocócica. 1gta de nitrato de prata a 1% em
cada olho; Profilaxia da vulvovaginite gonocócica 1gta na genitália feminina.
- Cuidados com o frasco de nitrato de prata 1%
Prazo de Validade; O frasco depois de violado deve ser trocado diariamente,
pois a evaporação do diluente aumenta a concentração acentuando a ação caustica; A
solução é límpida e transparente (senão descartar); Contaminação do conta-gotas.
Verificar perímetros e altura do RN – comparar o crescimento.
Detectar anomalias do RN (normalidade 2 artérias 1 veia) a presença de apenas
uma artéria pode denunciar malformações como agenesia renal e problemas cardíacos
congênitos.
Promoção da mumificação do coto - RN em boas condições receberão cuidados
visando antissepsia (álcool a 70%) 3x/dia.
Ministrar 1mg de vitamina K (KANAKION) IM – objetivo evitar a deficiência
passageira na coagulação sanguínea prevenir a doença hemorrágica neonatal Local:
Hoschstetter ou reto femural - o músculo vasto lateral é contraindicado, por ter a
possibilidade de causar contratura do quadríceps femural.
Aspiração: Objetivo livrar o RN do perigo de aspiração de mucosidades e
líquidos do parto. Estas secreções, quando abundantes pode causar vômitos e

37
regurgitações.
Materiais: Sonda de aspiração (6-8), Seringa de 20 ml, AD (copo).
Evoluir no prontuário
Registrar no livro da sala de parto
Preencher a DN
Caderneta de saúde da criança

Alojamento conjunto
Segundo o Ministério da Saúde, Alojamento Conjunto é o sistema hospitalar em
que o recémnascido sadio, logo após o nascimento, permanece com a mãe, 24h por dia,
num mesmo ambiente, até a alta hospitalar. Este sistema possibilita a prestação de todos
os cuidados assistenciais, bem como a orientação à mãe sobre a saúde de binômio mãe e
filho.
Objetivos do alojamento conjunto:
Aumentar os índices de Aleitamento Materno;
Estabelecer vínculo afetivo entre mãe e filho;
Permitir aprendizado materno sobre como cuidar do RN;
Reduzir o índice de infecção hospitalar cruzada;
Estimular a participação do pai no cuidado com o RN;
Possibilitar o acompanhamento da Amamentação, sem rigidez de horário,
visando esclarecer às dúvidas da mãe e incentiva-la nos momentos de insegurança;
Orientar e incentivar a mãe (ou pais) na observação de seu filho, visando
esclarecer dúvidas;
Reduzir a ansiedade da mãe (ou pais) frente às experiências vivenciadas;
Favorecer troca de experiências entre as mães;
Melhorar a utilização das unidades de cuidados especiais para RN;
Aumentar o número de crianças acompanhadas por serviço de saúde.

População a ser atendida

Mãe
Com ausência de patologia que contraindique ou impossibilite o contato com RN
e, se possível, que tenham sido orientadas sobre o alojamento conjunto durante o pré-

38
natal.

Recém-nascido
- RN a termo, apropriados para Idade Gestacional e sem patologia, com
boa vitalidade, boa sucção, adequado controle térmico, sem risco de infecção (situações
de risco de infecção: mãe febril, recebendo antibiótico, bolsa rota há mais de 24 horas,
RN nascido fora do centro obstétrico).
- Peso de nascimento superior a 2.500g menos de 4.000g.
- Boletim de Apgar igual ou superior a 7 no primeiro minuto de vida.
- Em caso de cesariana, o RN será de levado para a mãe entre 2 e 6 horas
após o parto, respeitando-se as condições maternas.

Alimentação do RN
-Seio materno em livre demanda.
-Não oferecer bicos ou chupetas.
-Mamadeira de leite ou outras alimentaçãos, só sob prescrição médica.
-Proibida amamentação cruzada.
Ações de enfermagem
- Receber a mãe no Alojamento Conjunto após sua alta no Centro
Obstétrico.
- Avaliar suas condições físicas e emocionais.
- Fornecer a mãe informações precisas sobre as condições de seu filho no
momento de sua admissão no Alojamento Conjunto.
- Retornar com a mãe os dados já existentes em seu prontuário de modo a
esclarecê-los ou ampliá-los, quando necessário, e demonstrar-lhe que sua chegada já
estava sendo preparada com interesse pelo profissional.
- Colher dados pertinentes aos objetivos do Alojamento Conjunto, os quais
propiciam ações mais específicas à realidade da pessoa.
- Esclarecer sobre as rotinas gerais da unidade, de modo a situá-la melhor
no ambiente.
- Esclarecer sobre os cuidados específicos, com dietas, higiene,
medicação, deambulação, etc., pontuando sempre estas orientações com os hábitos da
mãe de modo à intregá-la em suas experiências anteriores e expectativas.

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- Esclarecer sobre objetivos gerais do Alojamento Conjunto.
- Avaliar, respeitando a opinião da mãe, a oportunidade de instalação do
Alojamento Conjunto.
- Trazer o RN para junto da mãe.
- Propiciar condições para que na mãe possa reconhecer seu filho,
mostrando-se disponível para auxiliá-la na amamentação ou situações que lhe pareçam
difícil.
- Oportunizar que o pai participe nos encontros da enfermeira com a mãe,
incentivando-o a expressar suas opiniões.
- Realizar os primeiros cuidados com RN e orientar a mãe incentivando-a
a cuidar do filho, estendendo este estímulo à participação do pai sempre que este tiver
presente.
- Supervisionar os cuidados prestados pela mãe: troca de roupa, medidas
de higiene, cuidados com o coto umbilical, avaliação da temperatura, etc., objetivando
orientá-la e esclarecê-la em suas dúvidas.
- Orientar a mãe sobre os demais cuidados com os filhos: vestuários,
eliminações, avaliação da cor da pele, atividades, sono, profilaxia da dermatite
amonical, prováveis causas de choro, necessidades afetivas, encaminhamentos e
avaliações clínicas periódicas.
- Registrar nos prontuários da mãe e do RN as condições evidenciadas e
condutas tomadas de modo a fornecer as informações necessárias para ações de outros
profissionais da equipe.
- Acompanhar a evolução diária da paciente objetivando reforçar
orientações e detectar precocemente problemas clínicos e emocionais.
- Acompanhar a evolução diária do RN, incentivando a mãe a participar
deste acompanhamento com objetivo de que ela possa sentir-se capaz de conhecer e
avaliar seu filho, reconhecendo assim, também, situações onde necessitará da ajuda do
profissional de saúde para auxiliá-la no atendimento da criança.
- Preparar alta da mãe e do RN, revisando orientações dadas e fornecendo
os encaminhamentos necessários.

Puerpério
O puerpério é o período pós-parto, sendo dividido em:

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Puerpério imediato: primeiras 24 horas;
Puerpério mediato: de 25 horas até 72 horas;
Puerpério tardio: de 73 horas até 40 dias.
Esse período é caracterizado por algumas mudanças fisiológicas da parturiente:
Involução uterina: o útero entra em um processo de regressão gradativo até
voltar ao seu tamanho original. Nas primeiras 24 horas a redução deverá ser de 50%.
Cabe ao profissional da enfermagem observar e anotar esse processo.
Técnica: com a mão no abdome da puérpera, localizar o fundo do útero, que
deverá estar próximo da cicatriz umbilical.
Loquiação: é a secreção que sai do útero após o parto, semelhante a uma
menstruação, mas com odor e características diferentes. O volume de loquiação será
maior nos primeiros dias, diminuindo ao passar do tempo até cessar em torno de 15
dias. A sua coloração também sofre alterações indo do vermelho até o esbranquiçado.
Colostro: é a secreção liberada pela mama nos primeiros dias de amamentação.
Tem coloração amarelada, consistência grossa e rica em gordura. É a alimentação ideal
do recémnascido nos primeiros dias.
Leite materno: apresenta uma consistência mais fina, mais transparente. É o
alimento ideal nos primeiros 6 meses. Possuem todos os nutrientes necessários,
propriedades imunológicas e água. Além de proporcionar momento de interação entre
mãe e filho.

Cuidados de Enfermagem
Observar sinais de hemorragia
Aferir sinais vitais com frequência
Observar coloração, odor e volume de loquiação.
Observar e anotar eliminação vesical
Observar e anotar eliminação intestinal
Estimular hidratação oral
Observar, anotar e comunicar queixas álgicas
Observar e anotar aspecto de cicatrização de incisão cirúrgica
Avaliar regressão uterina
Avaliar e anotar engurgitamento de mamas e condições dos mamilos
Observar e anotar aceitação alimentar
Auxiliar a paciente para deambular
41
Auxiliar a paciente em cuidados de higiene
Observar a presença de cólicas uterinas durante a amamentação (regressão
uterina)

Complicações Pós-parto
Hemorragia pós-parto
A hemorragia puerperal é a perda superior a meio litro de sangue durante ou
após dequitação, é a terceira causa mais comum de morte materna durante o parto, após
as infecções e complicações da anestesia. As causas variam e a maioria delas é evitável,
sendo delas o sangramento da área onde a placenta descola do útero, esse sangramento
pode ocorrer quando o útero não contrai adequadamente por ter sido distendido
excessivamente, pelo trabalho de parto prolongado ou anormal, pelas múltiplas
gestações ou pela administração de um anestésico miorrelaxante durante o trabalho de
parto. A perda sanguínea grave geralmente ocorre logo após o parto, mas pode ocorrer
até um mês mais tarde. As medidas de prevenção se dão antes da mulher entrar em
trabalho de parto se a mulher apresentou episódios anteriores de hemorragia puerperal
pode permitir ao médico preparar-se para enfrentar possíveis distúrbios hemorrágicos. A
intervenção no parto é a mínima possível. Após a placenta ter descolado do útero, é
administrada ocitocina à mulher para ajudar o útero a contrair e reduzir a perda
sanguínea. Quando a placenta não descola espontaneamente até 30 minutos após a
liberação do concepto, é removida manualmente. Quando a expulsão foi incompleta,
removem - se os fragmentos remanescentes manualmente. Em casos raros, fragmentos
infectados da placenta ou de outros tecidos devem ser removidos cirurgicamente (por
curetagem). Após a expulsão da placenta, a mulher é monitorizada por pelo menos uma
hora para se assegurar que o útero contraiu e também para se avaliar o sangramento
vaginal.
Quando ocorre um sangramento intenso, o abdômen da mulher é massageado
para auxiliar a contração do útero e, a seguir, a ocitocina é administrada continuamente
através de um cateter intravenoso. Quando o sangramento persiste, a mulher pode
necessitar de transfusão sanguínea. A histerectomia (remoção do útero) é raramente
necessária.
Atonia Uterina - Causa mais frequente de hemorragia pós-parto é a atonia
uterina, ou comprometimento do tono muscular uterino. Existem muitos sinusoides ou

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espaços sanguíneos entre as fibras musculares imediatamente abaixo da placenta. À
medida que ocorre a separação da placenta, a musculatura uterina se contrai
normalmente e os sinusoides se fecham, com a formação eventual de trombos. Quando
as fibras musculares não se contraem e os vasos não sofrem constrição, ocorre a
hemorragia. A atonia uterina é frequentemente devida à exaustão do músculo, que pode
seguir-se tanto a um trabalho de parto prolongado quanto a um precipitado; pode ser
devida à hiperdistensão do útero por gravidez múltipla, feto grande ou hidrâmnio ou
pode ser causada por massagem excessiva do fundo uterino na terceira fase do trabalho
de parto.
Lacerações do trato genital - Segunda maior causa de sangramento pós-parto.
As lacerações baixas da parede vaginal e do períneo geralmente não sangram
profusamente, mas aquelas que ocorrem no colo ou na porção superior do canal vaginal
podem ser profundas e extensas a ponto de romper grandes vasos sanguíneos.
Lacerações altas da parede vaginal e da cérvix ocorrem mais provavelmente após partos
operatórios, especialmente se o colo não está completamente dilatado, podendo ocorrer
ocasionalmente, também, em partos espontâneos. Em alguns partos os lábios são
lacerados; se tais lacerações se estendem para o clitóris, podem causar um sangramento
profuso.

Infecção puerperal
A infecção puerperal ou febre puerperal continua sendo uma das principais
causas de mortalidade no puerpério. Origina - se do aparelho genital após parto recente,
sendo, por vezes, impossível caracterizar a infecção que ocorre após o parto, para
melhor conceituar morbidade febril puerperal, temperatura de no mínimo 38ºC, durante
dois dias quaisquer, dos primeiros 10 dias do pós-parto, excluídas às 24 horas iniciais. É
tendência atual, conquanto não sejam da genitália, incluir a infecção urinária, a
pulmonar e a das mamas na morbidade puerperal.
Alguns fatores relacionados às alterações ocorridas no organismo materno
durante a gravidez, o trabalho de parto, o parto e o pós-parto podem predispor a mulher
a adquirir infecção puerperal. Entre as diversas modificações que a gravidez imprime ao
organismo materno, encontram-se algumas alterações da flora genital e do trato
urinário, que podem levar à ocorrência de infecção. O corrimento vaginal, presente na
maioria das gestantes e pouco valorizado no pré-natal, representa também uma alteração
no mecanismo de defesa cérvicovaginal, sendo considerado uma infecção do trato

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genital baixo. No trabalho de parto, os microorganismos cervicovaginais podem ter
acesso ao útero, correlacionando a endometrite puerperal com sua duração. Sabe-se que
a duração de um franco trabalho de parto varia de acordo com diversos fatores, e
conclui-se que quanto maior sua duração, maior o risco da parturiente adquirir infecção.
A rotura das membranas ovulares, associada ao trabalho de parto prolongado, além do
elevado número de toques vaginais, predispões à contaminação da cavidade amniana
por anaeróbios e aeróbios, comensais e patógenos. Observações posteriores de Ledger e
Reese e cols. fizeram a correlação entre a presença de mecônio no líquido amnioótico e
o aumento da taxa de infecção materna.
O papel da enfermagem na prevenção dessa complicação séria é importante e
deve-se fazer o máximo de esforço para evitá-la. Higiene ao cuidar da paciente e o uso
de técnicas assépticas quando indicadas, e o hábito de lavar as mãos antes de prestar
assistência à mãe. Os partos devem ser conduzidos seguindo-se uma técnica de assepsia
estrita, mas as precauções observadas na sala de parto não são suficientes, porque a
infecção pode atingir a mãe durante o trabalho de parto ou no puerpério imediato.
Comadres individuais devem ser providenciadas para impedir infecção cruzada.
Bolsa rota - Quando há perda de líquido, tanto a mãe como o RN ficam exposto
a riscos. Não se sabe ao certo quanto tempo o organismo da mãe e do bebê leva para o
desenvolvimento de uma infecção. Em alguns casos, observaram que a incidência de
infecção no bebê só aumenta após 24 horas de bolsa rota.
Endometrite (infecção/ inflamação do endométrio) - Forma mais frequente
de infecção puerperal, tem relação direta com cesária e intervenções vaginais após
partos prolongados, amniorexe prolongado e com muita manipulação intravaginal e
intra-útero. Quadro clínico é caracterizado pela tríade: subinvolução, dor a palpação e
amolecimento corporal. Oscilação de temperatura entre 37,5ºC e 38ºC, a loquiação pode
ser inodora se for por estreptococos B hemolítico do grupo A, fecaloide se for por
enterococos, E. coli, bacteroides fragilis.
Corioamnionite - Infecção ovular caracterizado de um processo inflamatório
agudo e às vezes difuso das membranas extra placentárias, placa coriônica da placenta e
cordão umbilical. Pode ocorrer com membranas íntegras, mais e mais comuns em casos
de rotura de membranas ovulares, decorrente do tempo prolongado de rotura e/ou da
realização de toques vaginais.
Mastite Puerperal ou inflamação da mama - Complicação peculiar do período
de aleitamento, sendo excepcional na gestação ou fora dela. Geralmente, manifesta-se

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precocemente, nos dez primeiros dias do puérperio, ou tardiamente. A mastite puerperal
ou da lactação é um processo infeccioso agudo das glândulas mamárias que acomete
mulheres em fase de lactação, com achados clínicos que vão desde a inflamação focal,
com sintomas sistêmicos como febre, mal-estar geral, astenia, calafrios e prostração, até
abscessos e septicemia. Devido ao desconforto e a dor, e também por acreditarem que o
leite da mama afetada fará mal ao bebê, muitas mulheres desmamam precocemente os
seus filhos, se não forem adequadamente orientadas e apoiadas. Dependendo da
gravidade, a amamentação deve ser suspensa quando se tratar de mastite supurativa,
pois, além de muito dolorosa, o leite está infectado.
Distúrbios psicológicos do puerpério
Puerpério é uma fase de readaptação em que alterações fisiológicas podem vir
acompanhadas de distúrbios de ordem psíquica, ligados às mudanças bioquímicas que
ocorrem no organismo materno logo após o parto, como aumento da secreção de
corticosteroide e a queda repentina dos níveis hormonais. É notória a cobrança imposta
sobre a puérpera quanto a assumir uma postura idealizada, onde demonstre
tranquilidade, receptividade e disposição para amamentar e cuidar da criança. A
psiquiatria clínica classifica os distúrbios em três grandes grupos, apresentado da forma
mais leve para a forma mais grave:
Blues puerperal ou síndrome da tristeza pós-parto: Considerado um
transtorno de ajustamento, segundo Classificação Internacional de Doenças (CID-10).
Os sinais e sintomas iniciam nos primeiros dias após o parto com duração variável,
estendendo-se de algumas horas até no máximo duas semanas, sendo a maior incidência
no terceiro dia pós-parto. Tem prognóstico favorável, caracterizado por humor instável,
crises de choro típicas, emotividade exacerbada e hipersensibilidade. Pode haver
tristeza, ansiedade, fadiga, cefaleia, insônia, inquietação, hipocondria e ainda
preocupação excessiva com a lactação, amamentação e saúde do bebê. As
manifestações podem vir acompanhadas de distúrbios cognitivos como dificuldade de
concentração, de raciocínio e perturbação da memória. A etiologia pode estar
relacionada ao fator biológico representado pelas alterações hormonais que ocorrem de
maneira intensa no organismo da mulher e também pode estar associado à perda ou
diminuição do apoio social e por parte da família, contudo, quando o quadro se agrava,
há risco de depressão puerperal. É necessário o estímulo da autoconfiança desta mulher
e prestar orientação nos cuidados com o neonato.
Depressão puerperal ou transtornos neuróticos pós-parto: Distúrbio de
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humor variando de grau moderado a severo, entre seis e oito semanas após o parto.
Fatores predisponentes estão relacionados com mães que apresentam alterações de
humor no período pré – menstrual (TPM), história prévia de depressão; genética,
personalidade, condições existenciais e vivenciais relacionadas à gestação na
adolescência, gravidez indesejada, etc. Principais manifestações são tristeza, perda do
prazer, choro fácil, abatimento, alterações do apetite, distúrbio do sono, fadiga,
irritabilidade, hipocondria, dificuldade de concentração e memorização, redução do
interesse sexual e ideação suicida. Tem as mesmas características de uma depressão
normal, ou seja, a pessoa sente uma tristeza muito grande de caráter prolongado.
Fisicamente, sintomas como alterações gastroinstestinais, com ressecamento de boca, de
intestino, dores de cabeça, insônias. Tratamento é farmacológico, somado a psicoterapia
e em casos onde a farmacologia não resolve eletroconvulsioterapia. No pré natal deve –
se incentivar a mulher a situar-se a nova realidade, preparando – a previamente para a
maternidade.
Psicose puerperal ou transtorno afetivo psicótico – puerperais: Distúrbio do
humor caracterizado por perturbações mentais graves e agudas, frequentemente
alucinatórias tendo início entre as primeiras duas ou três semanas após o parto. A
sintomatologia que antecede a psicose puerperal é constituída por alterações no sono,
inquietação, fadiga, depressão, irritabilidade, além de certa perplexidade inapetência,
apresenta ideias de perseguição e confusão. Pode também haver episódio de humor
agudo com sintomatologia maníaca e/ou depressiva. A característica principal desta é a
rejeição total ao bebê, sentindo-se completamente aterrorizada e ameaçada por ele,
como se fosse um inimigo em potencial. A mulher sente-se, então, apática, abandona os
próprios hábitos de higiene e cuidados pessoais. Caso apresente este quadro de profunda
depressão, sem poder oferecer a seu filho o acolhimento necessário, este também entrará
em depressão. As características apresentadas pelo RN são: falta de brilho no olhar,
dificuldade de sorrir, diminuição do apetite, vômito, diarreia e dificuldade em
manifestar interesse pelo que quer que esteja ao seu redor. Consequentemente, haverá
uma tendência maior em adoecer ou apresentar problemas na pele, mesmo que esteja
sendo cuidado. Quando há bloqueio materno em manifestar amor pelo filho, alguém
deve assumir a tarefa de maternagem em que o bebê possa sentir-se amado e acolhido,
pois sem amor não desenvolverá a capacidade de confiar em suas próprias
possibilidades de desenvolvimento físico e emocional. O psiquiatra deve ser consultado
urgentemente e, simultaneamente ao apoio farmacológico, será aconselhada a

46
psicoterapia.

Infecção em incisão cirúrgica (abdominal ou perineal)


É a infecção que ocorre após o parto, podendo ou não ser considerada como
infecção hospitalar. Normalmente está associada à falta de cuidados de higiene, ou
contaminação por profissionais que prestam assistência. Sinais e sintomas: dor no local
da incisão, edema e calor local, presença de secreção e hipertermia.
Tratamento: Medicamentoso

Cuidados de enfermagem
Observar sinais vitais (hipertermia)
Trocar curativo conforme orientação do médico ou enfermeiro
Administrar medicamento
Auxiliar nos cuidados de higiene.

Complicações Obstétricas
Toda gestação traz em si mesmo risco para a mãe ou para o feto. No entanto, em
pequeno número delas esse risco está muito aumentado e é então incluído entre as
chamadas gestações de alto risco. Desta forma, pode-se conceituar gravidez de alto risco
"aquela na qual a vida ou saúde da mãe e/ou do feto e/ou do recém-nascido, têm
maiores chances de serem atingidas que as da média da população considerada"
(Caldeyro-Barcia, 1973).
Placenta Prévia
A placenta prévia é a implantação da placenta no colo do útero (a parte interior
do útero) ou perto do mesmo. Dentro do útero, a placenta pode cobrir o orifício cervical
de forma completa ou parcial. O primeiro sintoma é uma hemorragia vaginal repentina e
indolor nas últimas fases da gravidez, que se pode tornar abundante; o sangue pode ser
de cor vermelha viva. A ecografia é útil para efeitos diagnósticos e para diferenciar uma
placenta prévia de uma que se desprendeu prematuramente.

Tratamento
Se a hemorragia for abundante, podem ser necessárias várias transfusões de
sangue. Se a perda de sangue for pouco importante e o nascimento não estiver iminente,

47
normalmente recomenda-se o repouso na cama. No caso de a hemorragia se deter, pede-
se à mulher que comece a caminhar. Se a hemorragia não se repetir, geralmente dá-se-
lhe alta, desde que lhe seja fácil voltar de novo ao hospital no caso de ser necessário.
Quase sempre se faz uma cesariana, porque, se deixar que chegue ao parto, a placenta
tem tendência para se desprender com muita antecipação e isso pode impedir o
fornecimento de oxigénio ao feto. Além disso, a mãe pode sofrer uma hemorragia
maciça.

Placenta prévia total

Trata-se de uma implantação anormal da placenta cobrindo totalmente o colo do


útero. Ocorre principalmente em mulheres com cirurgias anteriores. A possibilidade de
migração da placenta para uma localização normal é muito pouco provável. Caso haja
sangramento no início da gravidez, ou em qualquer época, o repouso absoluto, é
fundamental. Se não houver a migração para uma localização normal o parto via
abdominal (cesariana) deve ser considerado. Há uma grande possibilidade de
descolamento da placenta e hemorragia grave.

Placenta prévia parcial ou placenta baixa

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Trata-se de uma implantação anormal da placenta próxima ao colo do útero.
Ocorre principalmente em mulheres com cirurgias anteriores. Na maioria das vezes o
crescimento do útero faz com que a placenta se afaste do colo adquirindo uma
localização normal. Caso haja sangramento no início da gravidez, ou em qualquer
época, o repouso, geralmente absoluto, é fundamental. Se não houver a migração para
uma localização normal o parto via abdominal (cesariana) deve ser considerado.
Descolamento prematuro de placenta (DPP)
O descolamento prematuro de placenta (DPP) é a separação, fora de hora, da
placenta do útero, e ocorre a partir do quinto mês de gestação. Esta separação pode
causar graves problemas para a mãe e o bebê. Os sintomas e as consequências
dependem da quantidade de placenta descolada, que pode variar de milímetros até sua
totalidade.
A causa do DPP ainda não foi completamente desvendada pelos cientistas, mas
alguns fatores contribuem para que ela aconteça. A pressão alta, responsável por 50 %
dos casos, ocasiona a ruptura dos vasos sanguíneos na placenta e provoca hemorragia e
descolamento da placenta. O cordão umbilical curto, fumo e drogas, anemia,
desnutrição, idade materna avançada, bolsa d'água rompida (saco amniótico) antes do
trabalho de parto, traumas e acidentes diretos (batidas de carro e quedas de escada)
sobre o ventre materno são outros possíveis fatores que levam à DPP. Qualquer que seja
a causa, a placenta se descola do útero e começa a sangrar, produzindo uma hemorragia
interna que pode ou não extravasar e causar sangramento externo vaginal. Quando mais
da metade da placenta se descola, a morte do bebê é inevitável. No local do
descolamento aparece uma "cratera" na placenta.
Não há exames ou testes laboratoriais que prevejam o DPP. O diagnóstico só é
feito depois da ocorrência do problema, e os sintomas são dor intensa e súbita na
barriga. Pode não haver hemorragia pela vagina, mas a hemorragia interna (dentro da
barriga) com útero endurecido confirma o diagnóstico. O bebê pode estar vivo ou não,
dependendo da extensão do descolamento. A hemorragia pode causar a morte da mãe
por anemia e problemas de coagulação sanguínea.
A mortalidade materna pode chegar a 3% dos casos e a fetal a 90%. Quando há
chance de sobrevivência do bebê o tratamento é a transfusão sanguínea e a cesariana. Se
mesmo após a retirada do bebê por cesariana o útero não se contrai e não parar de
sangrar, é necessária a cirurgia para a retirada do útero (histerectomia), evitando, assim,
o óbito materno (morte da mãe) por sangramento.
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Hipertensão na gestação
Sempre que houver pressão alta (níveis de pressão maiores que 140/90) em
gestantes. A hipertensão induzida pela gestação refere-se ao aparecimento da
hipertensão em consequência da gestação, ocorrendo após as 20 semanas de gestação e
desaparecendo até 6 semanas após o parto. O diagnóstico é feito através da pressão
arterial diastólica (mínima) igual ou superior a 90 mmHg ou o aumento da pressão
arterial acima de 15 mmHg do valor medido antes de 20 semanas de gestação.
Quando a hipertensão na gravidez estiver associada a perda de proteínas pela
urina (proteinúria), teremos um quadro chamado pré-Eclampsia ou toxemia gravídica. O
conceito de pré-Eclampsia ou toxemia gravídica é o aparecimento de hipertensão
arterial acompanhada de proteinúria em gestação acima de 20 semanas, podendo haver
ou não edema (inchaço) nas pernas, rosto e mãos.
Hipertensão é o aumento dos níveis tensionais acima de 140 x 90 mmHg. A
pressão arterial deve ser medida com a paciente sentada e confirmada após período de
repouso em 3 medidas.
Proteinúria significativa é aquela com valores iguais ou maiores a 300 mg de

50
proteína na urina coletada durante 24 horas. O diagnóstico é clínico e laboratorial:
medida da pressão arterial, pesquisa de edema (inchaço) e dosagem de proteínas na
urina.
A pré-Eclampsia pode ser grave se houver algum dos achados abaixo:
pressão arterial diastólica igual ou maior que 110mmHg
presença de mais 2,0 g de proteínas na urina de 24 horas
diurese (volume de urina) inferior a 500 ml/dia ou 15 ml/hora;
níveis séricos de creatinina maiores que 1,2 mg/dl
dor de cabeça importante,
vômitos e visualização de escotomas (estrelinhas)
sinais de falência cardíaca (falta de ar, cansaço, aumento do número de
batimentos cardíacos)
dor abdominal, principalmente sobre a região do fígado
diminuição do número de plaquetas no sangue e distúrbio dos fatores
responsáveis pela coagulação
aumento de enzimas hepáticas
presença de líquido amniótico em quantidade diminuída e feto pequeno para a
idade gestacional (menor do que o esperado).

Fatores de risco para mulher apresentar pré-Eclampsia:


primeira gravidez
história de familiares com pré-Eclampsia ou eclampsia
ter apresentado pré-Eclampsia em gestação anterior
ser a gestação gemelar
ter hipertensão arterial crônica, nefropatia, lupus ou diabetes

Eclampsia
Eclampsia é o aparecimento de convulsões que não podem ser atribuídas a
outras causas (como derrame cerebral ou intoxicação por drogas) em pacientes com
quadro de pré-Eclampsia. Pacientes com pré-Eclampsia podem evoluir para Eclampsia.
No manejo destas pacientes leva-se em consideração a idade gestacional (tempo de
gestação) e a gravidade da pré-Eclampsia (leve, grave ou Eclampsia) para que se
escolha a conduta mais adequada. O tratamento definitivo é a interrupção da gestação,
entretanto algumas vezes é possível aguardarmos o amadurecimento do feto para
51
realizar o parto.
Pré-Eclampsia leve com feto a termo: interrupção da gestação e indução do
parto, se possível Pré-Eclampsia leve com feto prematuro: repouso, controle de pressão
arterial, avaliação fetal e exames seriados visando identificação da piora do quadro
Pré-Eclampsia grave com feto a termo: equilibrar condições maternas, se
necessário e após interromper a gestação
Pré-Eclampsia grave com feto prematuro: avaliação materna e do bem estar
fetal seriada, uso de corticosteroides para ajudar o amadurecimento do pulmão fetal e
interromper a gestação.
Eclampsia com feto a termo ou pré-termo: A conduta na Eclampsia visa
inicialmente tratar as convulsões e os distúrbios metabólicos maternos e logo após a
gestação deve ser interrompida.
Nos países desenvolvidos a doença hipertensiva da gestação é a principal causa
de mortalidade materna.

Síndrome HELLP

É uma síndrome (conjunto de sinais e sintomas) que ocorre com o agravamento


do quadro de pré-Eclampsia. HELLP é uma sigla cujo significado é: H: hemólise
(fragmentação das células vermelhas do sangue na circulação); EL: alteração das provas
de função hepática (elevated liver functions tests) e LP: diminuição do número de
plaquetas (células que auxiliam na coagulação) circulantes (low platelets count).
Quando uma gestante com pré-Eclampsia apresenta alterações laboratoriais ou clínicas
compatíveis com hemólise, alteração das enzimas hepáticas e diminuição das plaquetas
está com a síndrome HELLP. O tratamento da síndrome HELLP é a correção dos
distúrbios maternos permitindo que a gestação seja interrompida de forma mais segura
possível, independente da idade gestacional. Esta síndrome está associada a um mau
desfecho materno e fetal, com complicações maternas graves como edema agudo de
pulmão, falência cardíaca, insuficiência renal, CIVD (coagulação intravascular
disseminada) com hemorragias importantes, ruptura do fígado e morte materna.

Hipertensão Crônica Associada à Gestação

A hipertensão na gestante é crônica quando ocorre antes de 20 semanas de


52
gestação, quando já havia sido diagnosticada previamente a gestação e quando a
hipertensão não desaparece até 6 semanas após o parto. A hipertensão crônica pode ser
essencial (não se conhece a causa), de origem renal, vascular (coarctação da aorta) e
endócrina (doenças da supra-renal). Durante a gestação os níveis de pressão costumam
diminuir. Se a paciente for hipertensa crônica e engravidar seus níveis pressóricos
poderão diminuir ou não. É importante conhecer os níveis pressóricos antes da gestação.
Este diagnóstico é fácil de ser realizado pelo seu médico. Pacientes hipertensas devem
consultar seu médico para serem avaliadas quanto à gravidade de sua doença e
informadas dos problemas que poderão surgir durante a gestação. As hipertensas graves
devem estar cientes dos riscos maternos antes da concepção. Algumas medicações
frequentemente utilizadas por mulheres hipertensas não devem ser utilizadas durante a
gestação. Por exemplo, um grupo de anti-hipertensivos chamados inibidores da ECA
(enzima conversora de angiotensina) podem levar a alteração da função renal do feto
bem como morte fetal. Seu médico deve orientá-la em relação às medicações que
podem ser utilizadas para o tratamento da hipertensão na gestação.

Hiperemese gravidica
O quadro clinico de hiperemese gravídica é encontrado na paciente no curso de
sua gestação, que apresenta náuseas e vômitos, muitas vezes levando a um
comprometimento de seu estado nutricional. Acomete 60% a 80% das gestantes no
primeiro trimestre no período gestacional compreendido entre a 12-16 semanas.

Fatores etiológicos:
Multifatorial, há os componentes afetivos, psicossocial e psicodinâmico, em suas
várias modalidades.
E um quadro clinico muito controverso, mas o que está mais em evidencia são,
os níveis elevados de estrógenos, progesterona, gonadotrofinas coriônicas, relaxamento
da musculatura lisa do estomago e os componentes imunológicos.

Solução clínica:
Melhora à medida que aumenta a idade gestacional.
Agravando-se com a piora da sintomatologia, podendo chegar a um D.H.E com
suas variações metabólicas, perda de peso, que em média é de 4% a 10%. Chegando-se
a um internamento, em virtude do agravamento do quadro clinico com consequências
53
para o concepto.

Fatores predisponentes:
Podemos citar a gemelidade, primigestas, adolescentes, gravidez não
programada.

Tratamento:
Avaliação clínica da paciente, hidratação, reposição de eletrólitos, complexos
vitamínicos.
Evitar alimentos irritantes gástricos, gorduras.
Acompanhamento por Nutricionista
Acompanhamento por Psicólogo.

Diabetes Gestacional
Mulheres que não têm histórico de diabetes na família podem vir a desenvolver a
doença, temporariamente, durante a gravidez, esse risco é maior quando a mulher ganha
muito peso durante o período de gestação, mais ainda se for uma mulher de idade acima
dos 35 anos. É um tipo de diabetes que tende a regredir espontaneamente, mas mesmo
assim requer cuidados porque pode afetar o bebê, o feto vive no útero materno, em
regime de alta glicemia, o excesso do açúcar no sangue da mãe faz com que tanto a mãe
quanto a criança fiquem acima do peso ideal. O choque acontece quando, após o parto,
o bebê entra em hipoglicemia, pois o ambiente uterino não está mais fornecendo
glicose.
Causas, sintomas e efeitos
São várias as causas do diabetes gestacional, sem descartar o stress, que provoca
alterações no sistema de defesas do organismo materno. Essas causas são o excessivo
ganho de peso, alimentos doces em demasia, a falta de atividade, o fumo. No diabetes
gestacional, alguns alimentos são proibidos e, se ingeridos, agravam ainda mais o
quadro.
Os sintomas da mulher grávida variam muito de pessoa para pessoa, embora
alguns possam ser comuns e mais visíveis, como o excessivo ganho de peso, inchaço,
comer demais. Ela também pode se queixar de vômitos incontroláveis, sua urina se
modifica ou é abundante, visão turva (às vezes, necessitando de óculos

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temporariamente) e, em alguns casos, a mulher deve ser internada a intervalos regulares
e monitorada em ambiente hospitalar.
Vários fatores em conjunto, durante a gravidez, podem então fazer com que a
glicose não seja utilizada adequadamente e, neste caso, ela se acumula no sangue, sendo
o excesso eliminado através da urina. A falta ou a não-ação da insulina impede o
organismo de aproveitar as proteínas, as gorduras e os hidratos de carbono, fontes de
energia do organismo.

Exames e tratamento
- Controle da urina e do sangue através de testes específicos (por exemplo,
o teste de glicemia, que é a quantidade de açúcar no sangue), controle sistemático de
peso, acompanhamento pré-natal intensificado.
- No diabetes gestacional, como nos outros tipos de diabetes, é importante
saber que a maior parte do tratamento deve ser feita pelo paciente, e não pelo médico.
Este apenas tem o papel de educar a grávida para que ela se auto-regule, além de
oferecer todas as informações para garantir que ela saiba como conduzir a gravidez.
- Se a mulher não tem histórico de diabetes na família, a melhor forma de
evitar a doença durante a gravidez é através da alimentação. Uma vez constatado o
diabetes, convém, além dos cuidados médicos, seguir orientação de um nutricionista.
A mulher que tem propensão maior ao diabetes deve confiar seu pré-natal a um
médico que esteja disponível e acessível para dar orientação, inclusive por telefone, pois
ela pode precisar dele a qualquer momento. Exercícios de relaxamento contribuem
muito para prevenir e controlar a atuação do sistema imunológico. Em circunstâncias
ideais, o sistema imunológico confere ao organismo todas as defesas contra as doenças,
fortalecendo a mãe e o bebê. Ao fim da gestação, fazer exames e controles, pois o
diabetes tende a desaparecer, neste caso, assim como veio.

Gravidez ectópica
É qualquer gestação localizada fora da cavidade uterina. Pode ocorrer em tubas
uterinas, abdome, ovário e outras localizações do útero.
Fatores pré-disponentes:
- Aderência de tuba uterina
- Salpingite

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- Anomalias congênitas
- Gravidez ectópica prévia
- Uso de DIU
- Abortos induzidos

Sinais e sintomas:
Dor abdominal
Sangramento vaginal diferente de menstruação
Náuseas, vômitos ou desmaio

Tratamento:
Cirúrgico através da retirada do concepto.

Cuidados de enfermagem:
Aferir sinais vitais
Preparo pré-operatório
Observar e anotar volume e aspecto de sangramento
Observar, anotar e comunicar queixas álgicas
Administração de medicamentos

Aborto
É a interrupção da gravidez, de forma natural ou provocada, antes da obtenção
da viabilidade fetal (20 semanas ou 500g).

Causas:
Normalmente desconhecida, mas 50% são originadas de anomalias
cromossomiais. Estado nutricional da gestante deficitário. Doença viral na gestante
(rubéola, toxoplasmose, etc.) Uso de drogas lícitas e ilícitas. Alteração de maturação de
espermatozoide ou óvulo

Sinais e sintomas:
Dor abdominal em forma de cólica, dor lombar, sangramento vaginal
Complicações: Hemorragia, infecção uterina, septicemia

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Cuidados de enfermagem:
Aferir sinais vitais
Avaliar o volume e coloração do sangramento
Observar, no sangramento, presença de membranas ou restos fetais
Preparo pré-operatório, se necessário
Preparo para exames de imagem, se necessário.

Patologias Ginecológicas

Síndrome do ovário policístico

Hoje, quase todas as mulheres são submetidas ao exame de ultrassom


ginecológico em alguma fase da vida. Esse procedimento permitiu identificar vários
cistos nos ovários em 20% a 30% delas. São os ovários policísticos.
Na maior parte dos casos, porém, esses cistos não têm nenhuma importância
fisiológica, não modificam nada no corpo da mulher. Entretanto, ao redor de 10% deles,
os ovários policísticos estão associados a outros sintomas, principalmente a alterações
menstruais, geralmente a longos intervalos, às vezes até de meses, entre dois ciclos
menstruais.
Os ovários policísticos podem estar associados, ainda, ao aparecimento de pelos
no corpo, de acne e da obesidade. É esse conjunto de manifestações que caracteriza a
síndrome dos ovários policísticos.
O ovário policístico é constituído por tecido normal, embora possua pequenos
cistos, em geral ao redor de dez.

Menopausa
Menopausa é a parada de funcionamento dos ovários. Ou seja, os ovários
deixam de produzir os hormônios estrógeno e progesterona. Não é uma doença, é
apenas um estágio na vida da mulher.
A principal característica da menopausa é a parada das menstruações.
No entanto em muitas mulheres a menopausa se anuncia por irregularidades
menstruais, menstruações mais escassas, hemorragias, menstruações mais ou menos
frequentes.

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Não existe idade predeterminada para a menopausa, geralmente ocorre entre os
45 e os 50 anos, no entanto pode ocorrer a partir dos 40 anos sem que isto seja um
problema. Não há relação entre a primeira menstruação e a idade da menopausa nem tão
pouco existe relação entre a idade familiar da menopausa e a da paciente.

Sintomas da Menopausa
Se bem que em algumas mulheres não sintam nada durante o período da
menopausa, a maioria poderá sentir alguns sintomas:
Ondas de calor
Suores noturnos
Insônia
Menor desejo sexual
Irritabilidade Depressão
Ressecamento vaginal

Dor durante o ato sexual

Diminuição da atenção e memória

Causa dos sintomas

O estrogênio é o hormônio básico da mulher. Sua produção começa na


adolescência, quando é responsável pelo aparecimento dos sinais sexuais secundários na
mulher, e vai até a menopausa. A falta de estrogênio causa as ondas de calor ou
fogachos em aproximadamente 75 a 80 % das mulheres.
O estrogênio também é responsável pela textura da pele feminina e pela
distribuição de gordura. Sua falta causará a diminuição do brilho da pele e uma
distribuição de gordura mais masculina, ou seja, na barriga.
É a falta de estrogênio que causa a secura vaginal que acaba por afetar o desejo
sexual pois transforma as relações em algo desagradável e doloroso.
O estrogênio também é relacionado ao equilíbrio entre as gorduras no sangue,
colesterol e HDLcolesterol. Estudos mostram que as mulheres na menopausa têm uma

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chance muito maior de sofrerem ataques cardíacos ou doenças cardiovasculares.
Outra alteração importante na saúde da mulher pela falta de estrogênio é a
irritabilidade e a depressão. O estrogênio está associado a sentimentos de alta estima e a
falta dele pode causar depressão em graus variados.
Por último o estrogênio é responsável pela fixação do cálcio nos ossos. Após a
menopausa grande parte das mulheres passará a perder o cálcio dos ossos, doença
chamada osteoporose, responsável por fraturas e por grande perda na qualidade de vida
da mulher. Estudos recentes têm associado à falta de estrogênio ao Mal de Alzheimer,
perda total da memória.

Tratamento da Menopausa: Terapia Hormonal


Se o que falta na menopausa é o estrógeno nada mais lógico que a base do
tratamento seja a reposição hormonal com o estrógeno.

Em mulheres que ainda tem o útero é importante associar a progesterona para


proteger contra o risco de câncer do endométrio.
Mas o mais importante hoje é que o tratamento deve ser individualizado. Médico
e paciente devem discutir todas as vantagens e riscos dos diversos tipos de terapia
existentes e chegar a um consenso sobre o que fazer.

Vantagens do tratamento:
Redução do Risco de Osteoporose. Redução dos riscos de doenças
cardiovasculares. Melhora da Depressão. Melhora da atividade sexual. Melhora da
memória com possível prevenção da Doença de Alzheimer.
Desvantagens:
Custo do tratamento. Tratamento prolongado. Volta da menstruação em algumas
mulheres.
Agravamento da possibilidade de câncer de Mama em mulheres suscetíveis.

Infecção Urinária
A mulher é mais susceptível a infecção urinária, por sua própria constituição
anatômica (uretra mais curta). A proximidade da região vulvar e perineal, os hábitos de
higiene, as relações sexuais, traumatismos da uretra, a gravidez, o climatério (devido ao

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hipoestrogenismo), a menopausa, o diabetes, os cálculos renais são fatores
predisponentes.
A incidência de infecção urinária é mais frequente, na mulher na época de
período reprodutivo (gravidez). Embora possa ocorrer desde a infância até a velhice.
Como principal fator etiológico temos: E. coli que é o patógeno responsável por
80% das infecções urinárias. A ascensão das bactérias se faz por via ascendente, a partir
da uretra, embora se cite as vias hematogênica e linfática.
A gravidez é um período da vida da mulher, onde há diminuição da imunidade
celular daí a maior incidência de infecções urinarias na grávida, devido à estase urinária
associado com a atuação relaxante da progesterona. Estima-se que 15% das grávidas são
susceptíveis a um quadro de infecção urinária. Repercussões: Maior número de partos
prematuros, abortamentos, infecção ovular.

Quadro clínico apresentado pela paciente:


Febre
Disúria
Ardência a micção.
Polaciúria dor lombar, dor pélvica.

Infecção urinária de repetição:


Neste quadro a paciente apresenta 3 ou mais infecções urinárias, durante 12
meses. A reinfecção é resultante de microrganismo na flora do períneo.

Cuidados básicos para a mulher:


Esvaziar a bexiga após o ato sexual.
Higiene anal antero-posterior.
Aumentar a ingestão hídrica.
Não reter o ato miccional

Investigação clínica:
A ultrassonografia deve ser solicitada em casos de infecções urinárias

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recorrentes na gravidez para descartar, patologias renais. Fora do período gestacional
outros exames devem ser solicitados: urografia excretora, cistografia, tomografia,
ressonância etc. para investigação clínica.

Tratamento:
Existe condutas para tratamento de 3 dias, 7 dias 10 dias, 4 semanas ou mais,
dependendo da gravidade da infecção. O seu médico é quem decidirá a conduta
terapêutica e métodos de investigação.

Miomas
Miomas são os tumores benignos (não cancerosos) mais comuns do trato genital
feminino. Eles também são conhecidos como fibromas, fibromiomas ou leiomiomas.
Desenvolvem-se na parede muscular do útero. Embora nem sempre causem sintomas,
seu tamanho e localização podem causar problemas em algumas mulheres, como por
exemplo, sangramento ginecológico importante e dor em baixo ventre.
As causas exatas do aparecimento dos miomas não são bem estabelecidas, mas
os pesquisadores acreditam que haja tanto uma predisposição genética quanto uma
maior sensibilidade à estimulação hormonal (principalmente estrogênio) nas mulheres
que apresentam miomas. Algumas mulheres que podem ter esta predisposição
desenvolvem fatores que permitem que estes cresçam sob a influência dos hormônios
femininos. Isto explicaria porque certos grupos étnicos e familiares são mais propensos
a ter miomas.
Os miomas variam muito em tamanho. Em alguns casos eles podem causar um
crescimento acentuado do útero, simulando uma gravidez de até 5 ou 6 meses. Na
maioria dos casos os miomas são múltiplos.
Os miomas podem se localizar em diversas partes do útero. Existem,
basicamente, 4 tipos de mioma:
1- Subserosos: aparecem e se desenvolvem abaixo da camada (serosa) externa
do útero e se expandem através desta, dando ao útero uma aparência nodular.
Tipicamente não afetam o fluxo menstrual, mas podem causar dores em baixo ventre, na
região lombar e sensação de pressão no abdômen. Este mioma pode desenvolver uma
haste ou pedículo, tornando-o difícil de distinguir de um tumor ovariano na ultra-
sonografia.
2-Intramurais: desenvolvem-se na parede do útero e se expandem para dentro,
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aumentando o tamanho do útero. É o tipo mais comum de mioma. Podem causar
sangramento menstrual intenso e dores no baixo ventre e na região lombar e/ou
sensação de pressão generalizada em baixo ventre, de que muitas mulheres se queixam.
3-Submucosos: estão justamente abaixo do revestimento interno do útero
(endométrio). É o tipo menos comum de mioma, mas o que pode causar mais
problemas. Mesmo um pequeno mioma submucoso pode causar sangramento
ginecológico maciço.
4-Pediculados: são os miomas que inicialmente crescem como subserosos e se
destacam parcialmente do útero, ficando a ele ligado apenas por uma pequena porção de
tecido chamado pedículo. Podem ser confundidos na ultrassonografia com tumores
ovarianos.

Sintomas
A maioria dos miomas não causam sintomas – apenas 10 a 20% das mulheres
que têm miomas necessitarão de tratamento. Dependendo de sua localização, tamanho e
quantidade, a mulher pode apresentar os seguintes sintomas:
Períodos menstruais prolongados e com fluxo aumentado, sangramento fora de
época, algumas vezes com coágulos, podendo levar à anemia. Este é o sintoma mais
frequentemente associado aos miomas.
Aumento de intensidade das cólicas menstruais.
Dor em baixo ventre, ou mais precisamente, sensação de pressão ou desconforto
causado pelo tamanho e peso dos miomas que pressionam as estruturas adjacentes.
Dor na região lombar, flanco ou pernas (os miomas podem pressionar os nervos
que inervam o baixo ventre e as pernas).
Dor durante o ato sexual.
Pressão no sistema urinário, o que tipicamente resulta no aumento da frequência
da micção, principalmente à noite.
Pressão no intestino grosso, levando à prisão de ventre e retenção de gases.
Aumento do volume abdominal que pode ser mal interpretado como ganho
progressivo de peso.

Predisposição:
Miomas são tumores muito comuns. O número de mulheres que têm mioma
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aumenta com a idade até a menopausa, quando então eles regridem pela falta de
estímulo hormonal.
Mulheres negras apresentam risco maior de desenvolver miomas: 50% delas
podem ter miomas de tamanho significativo. Não se sabe ao certo o porquê, embora
pareça haver um fator genético desempenhando papel importante.
Embora os miomas possam aparecer na mulher aos 20 anos, a maioria das
mulheres não apresenta sintomas até os 30-40 anos. Os médicos não são capazes de
prever se um mioma vai crescer ou causar sintomas.

Diagnóstico
Geralmente os miomas são detectados primeiro durante um exame ginecológico,
quando o médico percebe o aumento do tamanho do útero. A presença dos miomas é
então confirmada por uma ultrassonografia abdominal. Este é um exame indolor no qual
o médico move um instrumento (transdutor) parecido com um "mouse" sobre a
superfície abdominal. Ondas de som são transmitidas através da pele e permitem ao
médico "ver" o tamanho, forma e textura do útero. Uma imagem é exibida numa tela de
computador à medida que o médico realiza a ultrassonografia. Quando a intenção é
apenas a realização da histerectomia (cirurgia de retirada do útero) em nosso serviço
consideramos este exame suficiente.
Para as pacientes que desejam preservar seus úteros e são candidatas a uma
embolização, a uma miomectomia ou para saber se podemos apenas manter os miomas
sob observação realizamos uma ressonância magnética de pelve, exame igualmente
indolor e que fornece um diagnóstico mais preciso.

Displasia Mamária
O termo displasia mamária encerra uma grande variedade de condições clínicas
e histopatológicas, cujas principais manifestações são a mastalgia e graus variados de
espessamento do parênquima mamário. A classificação das doenças benignas da mama,
onde se inclui a displasia mamária, tem sido objeto de numerosos estudos. Apresenta
ampla sinonímia, como mastopatia fibrocística, mastopatia crônica cística, alterações
fibrocísticas, mastopatia funcional.

Diagnóstico:
É baseado nos dados de anamnese, propedêutica física e subsidiária, quando esta
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se fizer necessária. É importante ressaltar que, na maioria dos casos, inspira-se apenas
na sintomatologia característica e na propedêutica incruenta. Os métodos invasivos
(punção, biópsia, exérese de nódulo ou setor) são indicados naqueles casos em que é
imperioso o diagnóstico diferencial com o carcinoma. Dor, tumor e fluxo papilar
constituem a tríade sintomática da mastopatia fibrocística.
Devemos lembrar que após excluir doença maligna ou inflamatória o tratamento
é puramente sintomático. Nesse sentido, a terapia mais importante é o esclarecimento
para a paciente de que esta não é portadora de doença maligna ou que predisponha ao
carcinoma. A terapêutica é baseada principalmente na orientação verbal e psicoterapia
de apoio. Em casos selecionados pode-se indicar terapia medicamentosa com uso de
progesterona, diurético, tamoxifeno, bromoergocriptina e danazol. A cirurgia é
praticada em casos excepcionais. Em adição à vitamina E, mostrou aliviar os sintomas
da displasia mamária na maioria das mulheres e causou a regressão em algumas. O
mecanismo é desconhecido.

Terminologias Ginecológicas

Menarca – 1a. Menstruação.


Telarca – desenvolvimento das mamas.
Pubarca- desenvolvimento dos pêlos pubianos.
Dispareunia – dor na relação sexual.
Hipermenorreia é a menstruação que dura mais de 5 dias.
Hipomenorreia é a menstruação que dura menos de 2 dias.
Metrorragia é um sangramento não excessivo que ocorre fora do período
menstrual em intervalos irregulares.
Polimenorreia é o sangramento regular que ocorre em intervalos menores que
21 dias.
Oligomenorreia é o sangramento menstrual que ocorre em intervalos maiores
que 34 dias.
Menometrorragia é o sangramento intenso e irregular.
Amenorreia é a ausência de menstruação.
Amenorreia primária é a ausência de menstruações até os 18 anos de idade.
Amenorreia secundária é a ausência de fluxos menstruais por pelo menos 3
meses.

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Dismenorreia é a dor às menstruações.
Grávida – refere-se à gravidez, independente da duração.
Para - refere-se aos partos anteriores.
Gesta - refere-se às gestações anteriores e atual.
Nuligesta - é a mulher que nunca engravidou
Nulípara – é a mulher que nunca pariu.
Primigesta – é a mulher grávida pela primeira vez.
Multigesta – é a mulher que teve mais que três gestações.
Parturiente – é a mulher em trabalho de parto.
Primípara – é a mulher que pariu pela 1ª vez.
Secundípara
Tercípara
Multípara – é a mulher que pariu mais de três vezes.
Puérpera - mulher que se encontra no puerpério (período pós-parto).
Puerpério -período pós-parto onde as modificações locais e sistêmicas ocorridas
na gestação, retornam ao estado pré-gravídico.

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Referências
Ministério da Saúde (BR). Assistência pré-natal: normas e manuais técnicos.
Brasília (DF):
Ministério da Saúde; 1998.
Ministério da Saúde (BR). Gestação de alto risco. Brasília (DF): Ministério da
Saúde; 2000.
Ginecologia, Gunther Kern, 2ª edição, Guanabara Koogan, 1978.
Programa de Educação a Distância de Medicina Familiar e Ambulatorial -
PROFAM - Entrega VI, Cap. 45, 2003, Gráfica Centenário, Argentina.
Manual de Condutas em Obstetrícia- Hermógenes Chaves netto.
DELASCIO,D. GUARIENTO,A. Obstetrícia Normal Briquet. 3ed.São Paulo:
Sarvier, 1981.

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