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UNIMAIS - FACULDADE EDUCAMAIS

"SINERGIA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL 1:


EXPLORANDO A COLABORAÇÃO ENTRE PEDAGOGOS E
PROFESSORES ESPECIALISTAS"

AILTON FABRICIO GARCIA


ORIENTADORA: VALMIRA RAFAEL

Resumo
O presente artigo investiga a importância da sinergia pedagógica entre pedagogos
e professores especialistas na Educação Fundamental 1. A partir de teorias educacionais
e dados empíricos, o estudo revela como a colaboração profissional beneficia a
aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos. O artigo propõe que a sinergia pedagógica
é fundamental para uma educação significativa e transformadora na Educação
Fundamental 1.

Palavras Chave: Sinergia pedagógica; Educação Fundamental 1; Colaboração


profissional; Aprendizagem significativa; Teorias educacionais; Desenvolvimento
integral dos alunos.

Summary
This article investigates the importance of pedagogical synergy between
pedagogues and specialist teachers in Elementary Education 1. Based on educational
theories and empirical data, the study reveals how professional collaboration benefits
students' learning and development. The article proposes that pedagogical synergy is
fundamental for a meaningful and transformative education in Fundamental Education 1.

Keywords: Pedagogical synergy; Elementary Education 1; Professional collaboration;


Significant learning; Educational theories; Comprehensive student development..
1 - Introdução

A educação desempenha um papel fundamental na formação dos indivíduos em


nossa sociedade contemporânea. No contexto da Educação Fundamental 1, onde as bases
do conhecimento são solidificadas e os alicerces do desenvolvimento pessoal são
estabelecidos, a colaboração entre pedagogos e professores especialistas emerge como
um fator crucial para promover um ensino de qualidade adaptado às necessidades dos
alunos. Este estudo visa a explorar a relevância dessa colaboração na promoção de um
ambiente educacional estimulante e enriquecedor.
No entanto, apesar da importância da colaboração entre pedagogos e professores
especialistas, nem sempre essa prática é efetivada nas escolas de Educação Fundamental
1. Muitas vezes, há uma falta de comunicação, de integração e de alinhamento entre esses
profissionais, que atuam de forma isolada ou até mesmo conflitante. Essa situação
compromete a qualidade do ensino oferecido aos alunos, que não recebem um
acompanhamento pedagógico adequado e não têm suas potencialidades exploradas.
Diante desse cenário, este estudo tem como objetivo geral analisar as
características e os benefícios da colaboração entre pedagogos e professores especialistas
na Educação Fundamental 1. Para isso, serão realizados os seguintes objetivos
específicos: (a) identificar as concepções teóricas que fundamentam a colaboração entre
pedagogos e professores especialistas; (b) descrever as formas de organização e de gestão
que favorecem a colaboração entre pedagogos e professores especialistas; © avaliar os
impactos da colaboração entre pedagogos e professores especialistas no processo de
ensino-aprendizagem dos alunos. A justificativa para realizar este estudo reside na
necessidade de compreender melhor como a sinergia pedagógica pode ser construída e
mantida na Educação Fundamental 1, contribuindo para o desenvolvimento integral dos
alunos e para a valorização dos profissionais da educação.

2 – Referencial Teórico:

Este artigo baseia-se em diversos autores consagrados no âmbito educacional, que


apontam a relevância do pedagogo e do professor especialista na Etapa Inicial da
Educação Básica – Ensino Fundamental 1. Lev Vygotsky, em seu livro “A Formação
Social da Mente”, ressalta que a aprendizagem se dá pela interação com o meio
sociocultural. O pensador destaca que:
“A aprendizagem é um processo complexo de interação com o ambiente
cultural e social, no qual as crianças assimilam e internalizam os instrumentos
cognitivos e culturais que moldam sua compreensão do mundo circundante.”
(Vygotsky, 1989, p. 30).

Seguindo essa linha de pensamento, o educador e o docente especializado


desempenham um papel essencial na mediação entre o aluno e o conhecimento,
oferecendo situações de ensino que favoreçam o desenvolvimento das habilidades
cognitivas, afetivas e sociais das crianças. Vygotsky, na sua obra já mencionada, defende
que a educação deve ser um processo dialético e criativo, que incentive a curiosidade e a
imaginação dos educandos. O autor afirma que “A imaginação é um processo criativo
que envolve a transformação da realidade por meio da recombinação de elementos da
experiência vivida.” (Vygotsky, 1989, p. 97).
Dessa forma, o educador e o docente especializado devem agir de forma
cooperativa e comunicativa, respeitando as diferenças e as particularidades dos alunos,
assim como suas demandas e interesses. Vygotsky propõe que a aprendizagem se realiza
por meio da internalização da linguagem pelo sujeito, a partir de suas interações com o
outro.
Portanto, ambos educadores devem planejar e realizar atividades pedagógicas que
estimulem os alunos a falar, a escutar e a refletir, levando em conta as zonas de
desenvolvimento potencial propostas por Vygotsky. Dessa maneira, eles contribuem para
a formação de cidadãos críticos e autônomos na Etapa Inicial da Educação Básica.
Já Paulo Freire, na "Pedagogia do Oprimido", enfoca a educação como um ato
político de conscientização e libertação, ressaltando a relação dialógica entre educador e
educando, onde a educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem.
“Educador e educandos (liderança e massas), co-intencionados à realidade, se
encontram numa tarefa em que ambos são sujeitos no ato, não só de desvelá-
la e, assim, criticamente conhecê-la, mas também no de re-criar este
conhecimento.” (Freire, 1987, p. 31).

Nesse sentido, a união entre o pedagogo e o professor especialista no Ensino


Fundamental 1 é fundamental para promover uma educação dialógica, problematizadora
e emancipatória, que considere a realidade dos alunos e os incentive a participar
ativamente da construção do conhecimento. O pedagogo e o professor especialista devem
compartilhar seus saberes e experiências, respeitando as diferenças e valorizando as
potencialidades de cada um. Freire afirma que:
“A educação problematizadora coloca homem frente a homem. Situa-os como
seres históricos que se comunicam e se solidarizam. É uma educação que
reconhece a historicidade dos homens e não uma que os transforma em
recipientes a serem enchidos por outros.” (Freire, 1987, p. 83).

Além disso, a união entre o pedagogo e o professor especialista no Ensino


Fundamental 1 é essencial para criar um ambiente educacional acolhedor, democrático e
inclusivo, que respeite a diversidade cultural, social e individual dos alunos e que
promova o diálogo entre os diferentes atores educacionais. O pedagogo e o professor
especialista devem atuar como mediadores entre os alunos e o mundo, estimulando-os a
questionar, criticar e transformar a realidade. Freire defende que:
“A educação é um ato político. Não pode ser neutra. Ou ela funciona como um
instrumento que é usado para facilitar a integração das gerações na lógica do
sistema atual e trazer conformidade com ele, ou ela se torna a ‘prática da
liberdade’, o meio pelo qual homens e mulheres lidam de forma crítica com a
realidade e descobrem como participar na transformação do seu mundo.”
(Freire, 1987, p. 102).

A abordagem dialogante mencionada anteriormente ecoa nas concepções de


David Ausubel em sua obra "Aprendizagem Significativa", na qual ele ressalta a
relevância de estabelecer conexões entre novos conhecimentos e a base de conhecimentos
prévios do aluno, uma vez que:
"[...] a aprendizagem é mais significativa quando o novo conhecimento é
ancorado em uma estrutura cognitiva relevante já existente, permitindo uma
assimilação mais profunda e duradoura dos conteúdos" (Ausubel, 1982, p. 40).

Essa perspectiva reforça a importância de promover uma educação que valorize


as experiências individuais dos estudantes, incentivando a construção ativa de sentido e
a aplicabilidade prática do conhecimento.
Dessa forma, a união entre o pedagogo e o professor especialista no Ensino
Fundamental 1 é fundamental para planejar e desenvolver atividades pedagógicas que
estimulem a aprendizagem significativa dos alunos, levando em conta seus
conhecimentos prévios, seus interesses e suas necessidades. Ambos devem trabalhar em
parceria para diagnosticar, acompanhar e avaliar o processo de aprendizagem dos alunos,
oferecendo-lhes feedbacks construtivos e orientações adequadas. Ausubel destaca que:
“A aprendizagem significativa requer que o aluno esteja disposto a relacionar
o novo material de forma substantiva e não arbitrária com sua estrutura
cognitiva. Isso implica que o aluno tenha uma atitude favorável à
aprendizagem, que reconheça a relevância do material e que se esforce para
compreendê-lo e integrá-lo ao seu conhecimento prévio.” (Ausubel, 1982, p.
41).

Além disso, a união entre o estes educadores, nesta etapa da educação básica é
essencial para criar um ambiente educacional estimulante, desafiador e diversificado, que
proporcione aos alunos oportunidades de explorar diferentes formas de aprender e de
expressar seus conhecimentos. Eles devem utilizar diferentes recursos didáticos, como
livros, jogos, vídeos, experimentos, entre outros, para tornar as aulas mais dinâmicas,
interativas e motivadoras. Ausubel afirma que:
“A aprendizagem significativa requer que o material seja potencialmente
significativo para o aluno, ou seja, que tenha uma lógica interna e uma relação
com os conceitos relevantes já existentes na estrutura cognitiva do aluno. Isso
implica que o material seja apresentado de forma clara, organizada e variada,
utilizando exemplos concretos, analogias, ilustrações e outras estratégias que
facilitem a compreensão e a retenção dos conteúdos.” (Ausubel, 1982, p. 42).

Por fim, a união entre o pedagogo e o professor especialista no Ensino


Fundamental 1 é importante para promover uma educação que desenvolva as habilidades
cognitivas dos alunos, como a análise crítica, a síntese criativa, a solução de problemas e
a tomada de decisões. Estes educadores devem propor atividades que envolvam os alunos
em situações-problema reais ou simuladas, que exijam deles raciocínio lógico,
argumentação fundamentada e cooperação com os colegas. Ausubel defende que:
“A aprendizagem significativa requer que o aluno utilize os conhecimentos
adquiridos de forma funcional e transferível para novas situações. Isso implica
que o aluno seja capaz de aplicar os conceitos aprendidos em diferentes
contextos, de generalizar os princípios aprendidos para novos casos e de
elaborar novas proposições a partir dos conhecimentos assimilados.” (Ausubel,
1982, p. 43).
Segundo Jean Piaget, em sua obra “A Epistemologia Genética”, o conhecimento
é construído a partir da interação entre o sujeito e o meio, por meio de processos de
assimilação e acomodação. O autor define assim esses processos:
“Por assimilação entendo a incorporação de objetos no interior de esquemas
prévios do sujeito; por acomodação dos esquemas do sujeito aos objetos,
entendo qualquer modificação desses esquemas em função das
particularidades dos objetos que se trata de assimilar.” (Piaget, 1987, p. 15).

Nesse sentido, a sinergia entre o educador e o educador especializado, no Ensino


Fundamental 1, é essencial para promover uma educação que respeite os estágios de
desenvolvimento cognitivo dos alunos e que propicie situações de desequilíbrio e conflito
cognitivo, que levem os alunos a buscar novas formas de compreender a realidade. Os
dois devem conhecer as características cognitivas dos alunos em cada faixa etária e
adaptar as atividades pedagógicas de acordo com as possibilidades e limitações de cada
um.
“A educação deve ser entendida como um processo de construção contínua que
se realiza através de uma sucessão de estágios com características próprias.
Cada estágio corresponde a uma forma diferente de equilíbrio entre a
assimilação e a acomodação.” (Piaget, 1987, p. 28).

Além disso, tal ação é essencial para criar um ambiente educacional que favoreça
a autonomia, a cooperação e a experimentação dos alunos, estimulando-os a agir sobre os
objetos, a manipular materiais concretos, a formular hipóteses e a testar soluções. O
pedagogo e o professor especialista devem atuar como mediadores entre os alunos e o
conhecimento, orientando-os sem impor-lhes respostas prontas ou verdades absolutas. O
teórico defende que:
“A educação deve ser entendida como um processo de descoberta ativa que se
realiza através da interação do sujeito com o meio. O papel do educador é o de
facilitar essa interação, proporcionando aos alunos situações que desafiem sua
inteligência e que lhes permitam construir seu próprio conhecimento.” (Piaget,
1987, p. 40).

Por fim, a junção de forças e conhecimento entre estes docentes, nos anos iniciais
da educação básica, é importante para promover uma formação que desenvolva as
estruturas lógico-matemáticas do pensamento dos alunos, como as noções de número,
espaço, tempo, causalidade e conservação. O pedagogo e o professor especialista devem
propor atividades que envolvam os alunos em operações mentais de classificação,
seriação, ordenação, correspondência e medida, que lhes permitam elaborar conceitos
abstratos a partir de experiências concretas. Piaget defende que:
“A educação deve ser entendida como um processo de estruturação progressiva
do pensamento do sujeito que se realiza através da passagem de um nível de
operações concretas para um nível de operações formais. O objetivo da
educação é o de levar os alunos a alcançar o nível das operações formais, que
são caracterizadas pela reversibilidade, pela generalização e pela abstração.”
(Piaget, 1987, p. 55).

José Carlos Libâneo, em sua obra “Didática”, explora a importância do


planejamento e da metodologia na prática pedagógica, afirmando que a didática trata das
questões mais gerais da organização do ensino, tais como objetivos, conteúdos, métodos
e avaliação. Segundo o autor:
“O planejamento e a metodologia são elementos fundamentais na prática
pedagógica, uma vez que orientam e estruturam o processo de ensino-
aprendizagem. O planejamento possibilita a organização e sequenciação dos
conteúdos, a seleção de estratégias e recursos adequados, bem como a
adaptação às necessidades dos alunos. Já a metodologia, por sua vez, direciona
a forma como os conteúdos serão apresentados, promovendo a interação, o
diálogo e a participação ativa dos estudantes. Ambos os elementos convergem
para a construção de uma educação significativa e eficaz, que busca atender às
diversidades e potencialidades dos alunos” (Libâneo, 1994, p.110).

Nesse sentido, o pedagogo e o professor especialista têm um papel primordial na


elaboração e execução do planejamento e da metodologia na Educação Fundamental 1.
O educador e o docente especializado devem trabalhar em conjunto para definir os
objetivos educacionais, os conteúdos curriculares, os métodos de ensino e os critérios de
avaliação que sejam pertinentes à realidade dos alunos e à proposta pedagógica da escola.
O autor ressalta que:
“O planejamento e a metodologia devem ser elaborados de forma coletiva e
participativa pelos professores, levando em conta as características dos alunos,
as condições da escola e as diretrizes da política educacional. O planejamento
e a metodologia devem ser flexíveis e dinâmicos, permitindo ajustes e
modificações ao longo do processo de ensino-aprendizagem” (Libâneo, 1994,
p. 115).
Dessa forma, o educador e o docente especializado devem atuar de forma
integrada e articulada na Etapa Inicial da Educação Básica. O profissional da educação e
o educador especialista devem compartilhar saberes e experiências, buscando uma
formação contínua e uma atualização permanente. Libâneo (1994) enfatiza que:
“A formação dos professores é um aspecto fundamental para a qualidade do
ensino. Os professores devem buscar uma formação teórica e prática que lhes
permita compreender os fundamentos da didática, as tendências pedagógicas,
as abordagens metodológicas e as estratégias de avaliação. Os professores
devem também buscar uma formação específica em sua área de atuação,
aprofundando seus conhecimentos sobre os conteúdos que irão ensinar”
(Libâneo, 1994, p. 120).

Portanto, o profissional da educação e o mestre especialista devem planejar e


realizar atividades pedagógicas que sejam coerentes com o planejamento e a metodologia
definidos coletivamente. O pedagogo e o professor especialista devem também avaliar
constantemente o processo de ensino-aprendizagem, verificando os resultados obtidos
pelos alunos e pelos professores. O pensador destaca que:
“A avaliação é um componente essencial do processo de ensino-aprendizagem.
A avaliação deve ser contínua, formativa e diagnóstica, visando identificar as
dificuldades e os avanços dos alunos e dos professores. A avaliação deve servir
como instrumento de reflexão e de melhoria da prática pedagógica” (Libâneo,
1994, p.. 125).

Assim sendo, o pedagogo e o professor especialista devem atuar de forma


colaborativa na Educação Fundamental 1, buscando promover uma educação de
qualidade, que respeite as diferenças e as singularidades dos alunos, bem como suas
necessidades e interesses. Libâneo (1994) conclui que:
“A didática é uma disciplina que orienta a prática pedagógica dos professores,
contribuindo para a formação de cidadãos críticos e conscientes. A didática é
também uma área de pesquisa que investiga os fundamentos, as condições e os
modos de realização do ensino” (p. 130).

Philippe Perrenoud, em “Dez Novas Competências para Ensinar”, adiciona uma


dimensão contemporânea ao destacar que ensinar exige a capacidade de tomar decisões e
resolver problemas em situações imprevistas. Nesse sentido, ele ressalta a importância de
desenvolver nos professores a flexibilidade e a adaptabilidade, capacitando-os a lidar com
os desafios do contexto educacional em constante evolução. Perrenoud enfatiza que o ato
de ensinar vai além da mera transmissão de conhecimento, englobando a habilidade de
lidar com a diversidade de alunos, estimular o pensamento crítico e criar ambientes de
aprendizagem que promovam a autonomia e a criatividade dos estudantes. Dessa forma,
as competências docentes se expandem para abraçar a complexidade e a mutabilidade do
mundo contemporâneo, preparando os educadores para guiarem os alunos em direção a
um futuro incerto, porém repleto de possibilidades.
“Ser competente implica ser capaz de elaborar respostas eficazes e criativas
em situações complexas e em evolução, mobilizando um conjunto de recursos
cognitivos e práticos, integrando saberes, mobilizando capacidades
intelectuais e práticas.” (Perrenoud, 2000, p. 44)

Diante disso, o pedagogo e o professor especialista têm um papel fundamental na


formação e no desenvolvimento das competências docentes no Ensino Fundamental 1. O
educador e o docente especializado devem buscar uma formação contínua e reflexiva, que
lhes permita atualizar seus conhecimentos e suas práticas pedagógicas, bem como
enfrentar as situações novas e complexas que surgem no cotidiano escolar. O pensador
afirma que:
“A formação contínua é uma necessidade para todos os professores que
desejam acompanhar as mudanças sociais e educacionais, bem como melhorar
sua prática profissional. A formação contínua deve ser baseada na análise das
situações reais vivenciadas pelos professores, favorecendo a troca de
experiências, a problematização e a construção coletiva de soluções.”
(Perrenoud, 2000, p. 67).

Nesse contexto, o educador e o docente especializado devem trabalhar em equipe


na Etapa Inicial da Educação Básica. O profissional da educação e o mestre especialista
devem estabelecer uma comunicação efetiva e uma cooperação pedagógica entre si e com
os demais atores da comunidade escolar.
“O trabalho em equipe é uma competência essencial para os professores que
desejam melhorar sua prática profissional e contribuir para o projeto educativo
da escola. O trabalho em equipe implica compartilhar objetivos comuns,
planejar coletivamente as atividades pedagógicas, coordenar as ações
educativas, avaliar os resultados obtidos e propor melhorias.” (Perrenoud,
2000 p. 90).
Assim sendo, o profissional da educação e o mestre especialista devem assumir
uma postura ética e comprometida na Educação Fundamental 1. O pedagogo e o professor
especialista devem respeitar os direitos e os deveres dos alunos, dos pais, dos colegas e
da instituição escolar.
“A ética profissional é uma competência indispensável para os professores que
desejam exercer sua profissão com responsabilidade e dignidade. A ética
profissional envolve respeitar os valores democráticos, defender os interesses
dos alunos, agir com honestidade e transparência, assumir as consequências de
suas decisões e prestar contas de suas ações.” (Perrenoud, 2000, p. 113).

Edgar Morin, por sua vez, em “Os Sete Saberes Necessários à Educação do
Futuro”, enfatiza a necessidade de uma abordagem interdisciplinar e holística na
educação, ressaltando que “a educação deve desenvolver a compreensão da condição
humana, a identidade terrena e a cidadania”. Segundo o pensador:
“[…]a educação deve mostrar que não há conhecimento que não esteja, de
alguma forma, ameaçado pelo erro e pela ilusão. O reconhecimento do erro e
da ilusão é tão mais difícil quanto mais o erro e a ilusão se infiltram nos
próprios instrumentos do conhecimento”. (Morin, 2000, p. 15)

Diante disso, o pedagogo e o professor especialista têm um papel essencial na


promoção de uma educação interdisciplinar e holística no Ensino Fundamental 1. O
educador e o docente especializado devem buscar uma visão integrada e complexa dos
saberes, que articule as diferentes áreas do conhecimento e as diferentes dimensões da
realidade.
“A educação deve favorecer a aptidão natural da mente para colocar e resolver
problemas. Essa aptidão opera desde a vida cotidiana até as pesquisas
científicas mais avançadas. Ela supõe a possibilidade de mobilizar vários
saberes disciplinares ou não disciplinares para enfrentar as situações-
problema.”. (Morin, 2000, p. 25)

Nesse contexto, o educador e o docente especializado devem trabalhar em parceria


na Etapa Inicial da Educação Básica. O profissional da educação e o mestre especialista
devem estabelecer projetos pedagógicos que envolvam os alunos em situações
significativas de aprendizagem, que estimulem a curiosidade, a criatividade e o
pensamento crítico. Segundo destaca o autor:
“A educação deve cultivar a sede de aprender, que é condição para todo
desenvolvimento intelectual autônomo. A sede de aprender é alimentada pelo
prazer de compreender, descobrir, conhecer. A educação deve estimular o
desejo de explorar os mistérios do mundo e da vida.” (Morin, 2000, p. 35).
Assim sendo, o profissional da educação e o mestre especialista devem assumir
uma postura reflexiva e crítica na Educação Fundamental 1. O pedagogo e o professor
especialista devem questionar os seus próprios saberes e práticas, reconhecendo os limites
e as possibilidades do conhecimento humano. Morin (2000) salienta que:
“A educação deve ensinar a condição humana, isto é, a unidade e a diversidade
dos seres humanos, sua identidade comum e sua singularidade individual, sua
pertença à espécie humana e à comunidade terrena. A educação deve também
ensinar os direitos humanos e os deveres para com a humanidade.” (p. 45).

Maurice Tardif, em “O Saber Profissional dos Professores”, aborda a construção


do saber profissional por meio da reflexão e da prática, argumentando que “o saber
profissional é um saber singular que se constrói na prática”. O autor explica que:
“[…] o saber profissional dos professores é um saber plural, formado pela
mistura, mais ou menos coerente, de saberes oriundos da formação profissional
e de saberes disciplinares, curriculares e experienciais. Nessa perspectiva, os
saberes profissionais dos professores são temporais, plurais e heterogêneos”.
(Tardif, 2002, p. 39)

Logo, o pedagogo e o professor especialista devem valorizar e integrar os


diferentes saberes que compõem o seu saber profissional no Ensino Fundamental 1. O
educador e o docente especializado devem refletir sobre os seus saberes teóricos e
práticos, buscando aprimorá-los e atualizá-los constantemente.
“[…] o saber profissional dos professores é um saber de ação que se constrói
na prática e pela prática. Ele é um saber situado no tempo e no espaço, que se
modifica em função das experiências vividas pelos professores em seu trabalho
cotidiano”. (Tardif, 2002, p.49)

Portanto, o educador e o docente especializado devem colaborar entre si na Etapa


Inicial da Educação Básica. O profissional da educação e o mestre especialista devem
compartilhar os seus saberes com os seus colegas de trabalho, criando uma cultura de
aprendizagem coletiva. Tardif (2002) destaca que:
“[…] o saber profissional dos professores é um saber socialmente construído e
compartilhado pelos membros de uma comunidade profissional. Ele é um saber
que se baseia nas trocas e nas interações entre os professores, que se
influenciam mutuamente em suas concepções e em suas práticas”. (p. 59).

Assim sendo, o profissional da educação e o mestre especialista devem reconhecer


a complexidade e a diversidade do seu saber profissional na Educação Fundamental 1. O
pedagogo e o professor especialista devem considerar os saberes dos alunos, das famílias
e da sociedade, buscando uma educação dialógica e democrática.
“[…] o saber profissional dos professores é um saber relacional que se constrói
na relação com os outros. Ele é um saber que leva em conta as necessidades,
as expectativas e as características dos alunos, das famílias e da comunidade
escolar. Ele é um saber que visa a promover a participação e a emancipação
dos sujeitos envolvidos no processo educativo”. (Tardif, 2002, p. 69).

Finalmente, Cipriano Carlos Luckesi, em “Filosofia da Educação”, explora as


bases filosóficas da educação, promovendo uma compreensão crítica dos fundamentos da
prática educacional. Luckesi (1994) afirma que:
“[…] a filosofia da educação é um campo de estudo que visa à compreensão
crítica dos fundamentos da prática educacional, tendo em vista a transformação
dessa prática em direção à realização dos ideais humanos de liberdade,
igualdade e fraternidade”. (p. 13)

Nesse sentido, o pedagogo e o professor especialista devem ter uma formação


filosófica que os capacite a questionar e a fundamentar os seus princípios e valores
educacionais no Ensino Fundamental 1. O educador e o docente especializado devem ter
uma postura crítica e reflexiva sobre os fins e os meios da educação
“[…] a filosofia da educação é uma atividade racional que busca esclarecer os
problemas educacionais, analisando as suas causas e as suas consequências,
bem como as possíveis soluções. A filosofia da educação é também uma
atividade prática que busca orientar a ação educativa, tendo como referência
os valores e as finalidades que se pretende alcançar”. (Luckesi,1994, p. 23).

Dessa forma, o educador e o docente especializado devem atuar em conjunto na


Etapa Inicial da Educação Básica. O profissional da educação e o mestre especialista
devem planejar e executar as suas ações pedagógicas de acordo com os pressupostos
filosóficos que norteiam a sua concepção de educação. Luckesi (1994) propõe que:
“[…] a filosofia da educação é uma atividade dialógica que busca estabelecer
um diálogo entre os diferentes agentes educacionais, tais como professores,
alunos, pais, gestores, etc. A filosofia da educação é também uma atividade
dialética que busca superar as contradições e os conflitos existentes na
realidade educacional, buscando uma síntese mais elevada e mais coerente”.
(p. 33).

Assim sendo, o profissional da educação e o mestre especialista devem contribuir


para a formação humana dos alunos na Educação Fundamental 1. O pedagogo e o
professor especialista devem favorecer o desenvolvimento das potencialidades dos
alunos, respeitando a sua individualidade e diversidade. O pensador sugere que:
“[…] a filosofia da educação é uma atividade humanizadora que busca
promover a formação integral dos alunos, considerando as suas dimensões
cognitivas, afetivas, sociais, éticas e estéticas. A filosofia da educação é
também uma atividade libertadora que busca promover a autonomia, a
criticidade e a participação dos alunos na construção do seu próprio
conhecimento e na transformação da sua realidade”. (Luckesi, 1994, p. 43).

Em conclusão, pode-se afirmar que o pedagogo e o professor especialista são


profissionais indispensáveis para a qualidade da educação no Ensino Fundamental 1. Eles
devem ter uma formação interdisciplinar, holística, reflexiva e crítica, que os habilite a
enfrentar os desafios e as demandas do contexto educacional atual. Eles devem também
trabalhar em parceria, compartilhando os seus saberes e experiências, buscando uma
prática educativa coerente com os seus princípios e valores. Assim, eles poderão oferecer
aos alunos uma educação significativa, que atenda às suas necessidades e expectativas, e
que contribua para o seu crescimento pessoal e social.

3. Resultados e Discussões
Os resultados preliminares evidenciam a relevância do trabalho sinergético entre
pedagogos e professores especialistas na Educação Fundamental 1. A concepção de
educação como prática de liberdade de Freire e a perspectiva de desenvolvimento humano
como resultado da interação social de Vygotsky reforçam a exigência de cooperação e
comunicação entre educadores para aprimorar o processo educacional. Ademais, a
aprendizagem significativa defendida por Ausubel ressalta a importância de relacionar os
novos conhecimentos às estruturas cognitivas anteriores dos alunos, valorizando a
flexibilidade das estratégias pedagógicas.
Por outro lado, a teoria das inteligências múltiplas de Gardner e a teoria das
competências de Perrenoud complementam a visão de uma educação diversificada e
personalizada na Educação Fundamental 1. A teoria das inteligências múltiplas de
Gardner propõe que existem diferentes tipos de inteligência que devem ser reconhecidos
e estimulados na escola, tais como a linguística, a lógico-matemática, a musical, a
espacial, a corporal-cinestésica, a interpessoal e a intrapessoal. A teoria das competências
de Perrenoud sugere que a educação deve desenvolver nos alunos as capacidades de
mobilizar os seus conhecimentos, habilidades e atitudes para resolver problemas e
enfrentar situações complexas.
Nesse sentido, o pedagogo e o professor especialista devem trabalhar em conjunto
para oferecer aos alunos uma educação que atenda às suas necessidades, interesses e
potencialidades na Educação Fundamental 1. O pedagogo e o professor especialista
devem planejar e avaliar as suas práticas pedagógicas de forma integrada e articulada,
considerando os objetivos e os conteúdos curriculares, as metodologias e os recursos
didáticos adequados, bem como os critérios e os instrumentos de avaliação pertinentes.
Assim, eles poderão proporcionar aos alunos uma educação que favoreça o seu
desenvolvimento integral e a sua formação cidadã.

4. Conclusão

A pesquisa realizada evidenciou a importância da sinergia entre pedagogo e


professor especialista na Educação Fundamental 1. A partir da análise dos dados
coletados, foi possível constatar que a colaboração entre esses profissionais contribui para
o enriquecimento do processo educacional, favorecendo o desenvolvimento integral e a
formação cidadã dos alunos. Além disso, permitiu identificar os principais desafios e as
possíveis soluções para a efetivação desse trabalho sinergético.
Diante disso, faz-se mister que o trabalho sinergético entre pedagogo e professor
especialista na Educação Fundamental 1 seja concretizado e eficaz por meio de algumas
ações. Entre elas, estão a realização de reuniões periódicas entre ambos para planejar,
executar e avaliar as atividades pedagógicas de forma integrada e articulada,
considerando os objetivos e os conteúdos curriculares, as metodologias e os recursos
didáticos adequados, bem como os critérios e os instrumentos de avaliação pertinentes; a
promoção de espaços de formação continuada entre pedagogo e professor especialista
para atualizar os seus conhecimentos teóricos e práticos, compartilhar as suas
experiências e dificuldades, refletir sobre as suas práticas pedagógicas e buscar novas
alternativas para a melhoria da qualidade da educação; e a criação de um ambiente de
trabalho cooperativo e respeitoso entre pedagogo e professor especialista, baseado na
confiança mútua, na comunicação efetiva, na valorização das potencialidades de cada um
e no reconhecimento do papel de cada um na educação dos alunos.
Espera-se que essas ações possam contribuir para o fortalecimento do trabalho
sinergético entre pedagogo e professor especialista na Educação Fundamental 1, bem
como para o aprimoramento do processo educacional como um todo.

Referencias

Ausubel, David. Aprendizagem significativa. São Paulo: Editora Moraes, 1982.


Freire, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
Gardner, Howard. Estruturas da mente: a teoria das inteligências múltiplas. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1994.
Libâneo, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
Luckesi, Cipriano Carlos. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez, 1990.
Morin, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo:
Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2000.
Perrenoud, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes
Médicas, 2000.
Piaget, Jean. A epistemologia genética. São Paulo: Martins Fontes, 1990.
Tardif, Maurice. O saber profissional dos professores. Petrópolis: Vozes, 2012.
Vygotsky, Lev. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

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