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Universidade do Minho

Fundição de
Ferros Fundidos

Joaquim Barbosa

Universidade do Minho
Departamento de Engenharia Mecânica
Universidade do Minho

1. Classificação dos Ferros Fundidos

Cinzento (grafite)
Branco (carbonetos)
Nodular (grafite)
Maleável (grafite)
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2. Caraterísticas dos Ferros Fundidos

Teor de carbono elevado (>2%)


Solução
Frágeis (baixa ductilidade) Nodular

Resistência mecânica baixa-média (até 60 kg/mm2)


Elevado amortecimento de vibrações
Boa maquinabilidade
Boa vazabilidade
Baixa contração volumétrica
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2. Caraterísticas dos Ferros Fundidos


2.1 Ferros Fundidos Cinzentos
Composição tipo: Propriedades:
C 3–4% Dureza 180 – 250 HB
Si 2–3% Carga de rotura 20 – 35 kg/mm2
Mn 0,5 – 0,8 %
Boa maquinabilidade
P 0,1 – 0,5 %
S < 0,1 % Baixo custo

Aplicações:
Indústria automóvel Maquinaria em geral
Blocos de motor Corpos de máquinas
Camisas Peças diversas
Pistões
Engrenagens
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2. Caraterísticas dos Ferros Fundidos


2.2 Ferros Fundidos Brancos

Composição tipo: Propriedades:


C <3% Dureza > 300 HB
Si 1 – 1,5 % Carga de rotura 20 – 30 kg/mm2
Elevada resistência ao desgaste
Mn 0,4 – 1 %
Má maquinabilidade
P < 0,2 % Baixo custo
S < 0,1 %

Aplicações:

Peças que exijam elevada resistência ao desgaste mas não estejam


sujeitas a choques ou operações de maquinagem
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2. Caraterísticas dos Ferros Fundidos


2.3 Ferros Fundidos Nodulares

Composição tipo: Propriedades:


C 3,5 - 4 % Dureza 150 – 280 HB
Si 2–3% Carga de rotura 50 – 100 kg/mm2

Mn < 0,8 % Alongamento – 2 a 15 %


Maquinabilidade média
P < 0,1 %
Custo inferior ao do aço vazado
S < 0,03 %

Estrutura: Aplicações:
• Ferrítico – perlítica Todo o tipo de aplicações industriais,
• Ferrítica substituindo a baixo custo peças
• Perlítica habitualmente feitas em aço.
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2. Caraterísticas dos Ferros Fundidos


2.3 Ferros Fundidos Nodulares

Para obtenção de uma estrutura perlítica devem adicionar-se elementos de liga


estabilizadores da perlite, nomeadamente:

Níquel – 1 a 2 %
Cobre – 0,5 a 1 %

Para se obter uma estrutura ferrítica deve evitar-se a presença de elementos


estabilizadores da perlite, nomeadamente:

Cr, Ni, Cu, Sn, Mn (<0,2%)


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2. Caraterísticas dos Ferros Fundidos


2.4 Ferros Fundidos Maleáveis

Maleável de coração branco Maleável de coração negro

Após vazamento Após tratamento térmico C 2,2 – 2,8 %


C 3 – 3,7 % 0,5 – 1 % Si 0,8 – 1 %
Si 0,4 – 0,8 % 0,4 – 0,8 % Mn 0,2 – 0,5 %
Mn 0,1 – 0,4 % 0,1 – 0,4 % P < 0,2 %
P < 0,1 % < 0,1 % S < 0,2 %
S 0,1 – 0,3 % 0,1 – 0,3 %
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2. Caraterísticas dos Ferros Fundidos


2.4 Ferros Fundidos Maleáveis

Propriedades: Aplicações:

Dureza 150 – 220 HB Indústria automóvel


Carga de rotura 30 – 80 kg/mm2 Diferenciais
Caixas de velocidades
Alongamento – 5 a 20 % Cubos de rodas
Boa maquinabilidade Construção mecânica
Custo elevado Rodas dentadas
Acessórios de canalização
Equipamento agrícola

Substitui com sucesso muitas peças de aço vazado, a custo bastante inferior.
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2. Caraterísticas dos Ferros Fundidos


2.4 Ferros Fundidos Maleáveis
Obtenção:

• Parte-se de uma estrutura de ferrite + cementite


Atmosfera neutra
• Aplica-se um T.T. em
Precipitação do carbono sob a forma de
nádulos de grafite
Atmosfera oxidante
Ferro maleável de coração negro
Eliminação superficial do carbono

Ferro maleável de coração branco Parâmetros do T.T

Estrutura ferrítica Estrutura perlítica


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2. Caraterísticas dos Ferros Fundidos


2.4 Ferros Fundidos Maleáveis

Ferro maleável ferrítico


• Aquecimento lento (50 ºC / h) até 870 – 950ºC
• Estágio para decomposição da cementite em grafite + austenite
• Arrefecimento muito lento para evitar a formação de perlite

Ferro maleável perlítico


• Ciclo para obtenção do ferro maleável ferrítico
• Aquecimento a 820ºC durante 90 minutos
• Têmpera em óleo a 50ºC
• Revenido para ajustar o valor da dureza
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2. Caraterísticas dos Ferros Fundidos


2.5 Ferros Fundidos resistentes à abrasão
(Adição de Cr, Ni, Cu, Mo)

% Ni-hard Ferro ao Cr Ferro ao Mo


C 2,8 – 3,6 1,8 – 3,5 1,8 – 3,5
Si 0,4 – 0,7 0,8 – 2,5 0,3 – 2,5
Mn 0,2 – 0,7 0,3 – 1 0,3 – 1,5
Ni 2,5 – 5 0–5 0–5
Cr 1,2 – 3,5 10 – 35 0–6
Cu - 0–3 0 – 1,5
Mo - 0-3 0,5 - 12
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2. Caraterísticas dos Ferros Fundidos


2.6 Ferros Fundidos resistentes à corrosão
(Adição de Cr, Ni, Si)

% ao Silício ao Crómio ao Níquel


C 1 – 1,5 1,8 – 2,5 1,8 – 3
Si 14 – 17% 0,5 – 2,5 1 – 2,8
Mn 0,4 – 1 0,3 – 1 0,4 – 1,5
Ni - 0–5 14 – 30
Cr - 20 – 35 0,5 – 5,5
Cu - - 0–7
Mo 0 – 3,5 - 0 -1
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2. Caraterísticas dos Ferros Fundidos


2.7 Ferros Fundidos resistentes a alta temperatura

(Adição de Cr, Ni, Si, Mo, Cu)

% ao Si ao Cr Ni-resist Ni-Cr-Si
C 1,8 – 2,5 1,8 – 3 1,8 – 3 1,8 – 2,6
Si 4–6 0,5 – 2,5 1 – 2,8 5–6
Mn 0,4 – 0,8 0,5 – 1,5 0,4 – 1,5 0,5 – 1
Ni - 0–5 14 – 30 1,3 – 3,2
Cr - 15 - 35 1,8 – 5,5 1,8 – 5,5
Cu - - 0–7 0 – 10
Mo - - 0-1 0-1
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3. Microestrutura dos Ferros Fundidos

Cinzento Maleável Nodular


(grafite lamelar) (grafite vermicular) (grafite esferoidal)
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4. Classes de grafite lamelar

Ideal
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5. Composição química dos ferros fundidos:


Propriedades mecânicas e outras

Microestrutura da matriz
Grafite
Tamanho
Quantidade
Morfologia

Composição química (C, Si, P …)


Velocidade de arrefecimento
Inoculação
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Diagrama de equilíbrio de fases do sistema Fe-C


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5. Composição química dos ferros fundidos:

Carbono Equivalente (CE):

CE = %C + 1/3 %Si + %P

CE < 4,3% Ferro fundido hipoeutético

CE > 4,3% Ferro fundido hipereutético

Importante para a previsão das propriedades mecânicas da liga


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5. Composição química dos ferros fundidos:


Relação CE / Tensão de rotura / Espessura de parede
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5. Composição química dos ferros fundidos:


Relação CE / Tensão de rotura / Espessura de parede
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5. Composição química dos ferros fundidos:


Relação CE / Tensão de rotura / Espessura de parede
Universidade do Minho

5. Composição química dos ferros fundidos:


Elementos de liga

Carbono Resistência/dureza
Silício Grafitizante
Manganês Neutralização do enxofre %Mn = 1,7 × %S + 0,3%
Crómio Perlitizante
Níquel Perlitizante
Cobre Perlitizante
Fósforo Fluidez
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5. Composição química dos ferros fundidos:


Universidade do Minho

5. Composição química dos ferros fundidos:


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6. Elaboração dos Ferros Fundidos Cinzentos


Matérias primas
Lingote / Gusa
Sucata
Retornos
Ferro ligas
Aditivos
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6. Elaboração dos Ferros Fundidos Cinzentos


Matérias primas
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6. Elaboração dos Ferros Fundidos Cinzentos


Cargas de Fusão
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6. Elaboração dos Ferros Fundidos Cinzentos


Operação de Fusão

Forno elétrico
Cubilot (contínuo)

Forno elétrico
• Capacidade de controlar com exatidão a temperatura do banho e do
vazamento
• Cargas de fusão mais simples.
• O impacte ambiental é reduzido
• Maior facilidade de homogeneização da composição (quando existem
adições), devido ao efeito de agitação promovido pelo campo magnético.
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6. Elaboração dos Ferros Fundidos Cinzentos


Operação de Fusão

Fusão em Batch

1. Lingotes, sucata e retornos de grandes dimensões, sem


contudo correr o perigo de formar “ponte de metal”
2. Fragmentos pequenos para os espaços livres
3. Carga fria
4. Carga pré-aquecida quando houver metal líquido
5. Vazamento da totalidade da carga
6. Nível do banho acima do topo da bobine (ηenergético)
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6. Elaboração dos Ferros Fundidos Cinzentos


Operação de Fusão

Fusão com “pé de banho”

1. Lingotes, sucata e retornos de grandes dimensões, sem


contudo correr o perigo de formar “ponte de metal”
2. Fragmentos pequenos para os espaços livres
3. Carga pré-aquecida
4. Vazamento de cerca de 50% do banho
5. Nível do banho acima do topo da bobine (ηenergético)
6. Maior rendimento
Consumo específico: 500 – 700 kWh/ton
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6. Elaboração dos Ferros Fundidos Cinzentos


Operação de Fusão

• Carga do forno
• Fusão
• Limpeza (escorificação)
• Introdução de elementos de liga
• Análise e correção da composição
química
• Desoxidação
• Controlo da temperatura
• Limpeza (escorificação)
• Inoculação e Vazamento
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6. Elaboração dos Ferros Fundidos Cinzentos


Formação de escória e escorificação

• Oxidação dos elementos da carga (Fe, Si, Mn)


• Erosão dos materiais refratários do forno)
• Lixo, areias, óxidos presentes na carga de fusão

• A escória, normalmente pastosa, flutua à superfície


do banho
• Adição de um escorificante para coagulação da
escória (granulado geralmente siliciosos) – 0,05 a
0,2 %
• Remoção com ferramenta apropriada
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6. Elaboração dos Ferros Fundidos Cinzentos


Ajuste da composição química

• Adição dos elementos de liga a T ligeiramente


inferior à temperatura de vazamento
• 5 minutos de estágio para homogeneização da
composição (potência do forno ligada, a um valor
muito baixo, apenas para garantir agitação do banho
e homogeneização da composição)
• Recolha de amostra para análise da composição
(espetrometria, análise térmica [C, Si, CE])
• Correção da composição (adição de elementos de
liga ou/e sucata de aço)
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6. Elaboração dos Ferros Fundidos Cinzentos


Ensaios expeditos (cunha de têmpera)
Objetivo: Avaliar o potencial de grafitização de uma
liga quando ela ainda está no estado liquido, de forma
a estabelecer a quantidade de inoculante a utilizar

Técnica: Vazamento de uma amostra num pequeno


molde de areia de silicato de sódio/CO2 com forma de
cunha. Arrefecimento até cerca de 600ºC (cor
avermelhada) e imersão em água até à temperatura
ambiente. Finalmente fratura-se a amostra e mede-se
a largura máxima da zona com microestrutura branca
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6. Elaboração dos Ferros Fundidos Cinzentos


Ensaios expeditos (cunha de têmpera)

A espessura dos fundidos não


deve ser inferior a 3 vezes o
valor de t, para evitar formação
de regelos nos bordos e secções
finas
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6. Elaboração dos Ferros Fundidos Cinzentos


Inoculação

As propriedades mecânicas dos ferros fundidos são função


da composição química da liga e da microestrutura, não
apenas da morfologia da matriz, mas também da forma da
grafite, para a qual contribui especialmente a quantidade de
núcleos adequada para induzir a grafite desejada durante a
solidificação. O ferro líquido deve, pois, ter um "potencial
de grafitização" adequado, determinado principalmente
pelo carbono equivalente e, em particular, pelo teor de
silício.
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6. Elaboração dos Ferros Fundidos Cinzentos


Inoculação

Exemplos: o efeito grafitizante de 1% Al é aproximadamente equivalente ao potencial


de grafitização de 0,5% Si; o efeito grafitizante de 1,5% P é aproximadamente
equivalente ao potencial de grafitização de 0,5% Si ; 1% Cr irá neutralizar o efeito de
cerca de 1,2% Si; 1% Mn irá neutralizar o efeito de cerca de 0,35% Si.
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6. Elaboração dos Ferros Fundidos Cinzentos


Inoculação

A inoculação é o ato de adicionar ao banho uma liga designada


por inoculante, para induzir a nucleação de grafite eutéctica.
Sem a presença de núcleos adequados, o ferro líquido será
subarrefecido abaixo da temperatura eutéctica. Peças de ferro
cinzento não inoculadas conterão formas subarrefecidas de
grafite associadas a ferrite, com formação de cementite nas
seções finas ou perto das arestas. A inoculação do ferro cinzento
provoca uma mudança acentuada no tipo de grafite formada
quando comparada com a obtida no mesmo ferro cinzento que
não é inoculado.
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6. Elaboração dos Ferros Fundidos Cinzentos


Inoculação

O tratamento de inoculação aumenta o número de núcleos no ferro


fundido e, portanto, provoca a produção de um maior número de
células eutéticas com os seus aglomerados de grafite. Em qualquer
volume de ferro cinzento, quanto maior o número de células
eutéticas, menor o tamanho delas. O tratamento de inoculação
também é um meio de controlar o tamanho e a densidade dos grãos.
À medida que a contagem de células eutéticas aumenta e o seu
tamanho diminui, o tamanho das lamelas de grafite do tipo A fica
menor, melhorando as propriedades mecânicas da liga.
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6. Elaboração dos Ferros Fundidos Cinzentos


Inoculação

Inoculantes

FeSi c/ Ca e Al
Siliceto de cálcio
Zircónio

Problema : Desvanecimento

Deve ser efetuado o mais tarde possível


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6. Elaboração dos Ferros Fundidos Cinzentos


Inoculação
Adição do inoculante

• À colher de vazamento;
• À corrente de metal quando este é transferido do forno para
a colher de vazamento;
• Por injeção de arame no fluxo de metal durante o
vazamento para a colher ou para a moldação;
• Colocado no sistema de enchimento da moldação, onde
será dissolvido à medida que o ferro fundido flui através
dos canais;
• Por injeção de arame no fluxo de metal quando se utilizam
fornos de vazamento automáticos.
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6. Elaboração dos Ferros Fundidos Cinzentos


Súmula

Grafite – O tipo e tamanho de grafite são determinados durante a


solidificação do ferro fundido. A composição química, o subarrefecimento,
o sobreaquecimento e a velocidade de arrefecimento são fatores
importantes no controlo do tamanho e da forma da grafite.
Ferrite - A ferrite na microestrutura é promovida por condições de forte
grafitização. Velocidades de arrefecimento lentas e uma composição
química promotora de boa grafitização na solidificação e no estado sólido
são os fatores que controlam a formação de ferrite.
Perlite - Baixa grafitização durante a transformação eutectóide, a
velocidade de arrefecimento e o equilíbrio adequado de manganês e
enxofre na liga são os fatores mais importantes no controlo da perlite.
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Obtenção

Adição de uma liga de magnésio ao banho, normalmente

FeSiMg
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Composição

CE típico ≈ 4,55%
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Elementos críticos

Fósforo (P) (microestrutura – constituintes duros)

Enxofre (S) (nodularização)


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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Controlo da microestrutura
1. Ausência de carbonetos

É função de:

Composição química
Velocidade de arrefecimento
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Controlo da microestrutura
1. Ausência de carbonetos

Valores baixos – formação de


carbonetos

Valores altos – microrechupes


acumulação de grafite nas zonas
espessas
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Controlo da microestrutura
1. Ausência de carbonetos
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Controlo da microestrutura
2. Ferrite / Perlite
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Controlo da microestrutura
3. Grafite
Bem formados
Quantidade de nódulos
(>%Si → > nº nódulos)

Forma dos nódulos, f()

• Teor de Mg residual

• Velocidade de arrefecimento
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Controlo da microestrutura
3. Grafite

Mal formados
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Controlo da microestrutura
3. Grafite
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Microestrutura vs Propriedades mecânicas
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Cargas de fusão

Lingote hematítico de baixo teor de enxofre

Retornos

Sucata de aço

Técnica de fusão igual à dos ferros fundidos lamelares

Forno de indução
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Dessulfuração
Se teor de enxofre do banho > 0,025% → Dessulfuração

Adição de:
• Soda cáustica (NaOH)
• Óxido de cálcio (CaO)
• Calcite (CaCO3)
Escória
• Carboneto de cálcio (CaC2)

CaC2 + S → CaS + 2C
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Dessulfuração
Técnicas

• Vazamento para colher (insuflação de gás de agitação,


árgon ou azoto, pelo fundo da colher)
• Vazamento em colher vibratória e rotativa
• Técnica “sandwich” (CaC2 no interior de uma lata de
chapa fina)
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Nodularização
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Tratamento com Mg

Adição de magnésio (Tratamento com magnésio), para:

• Desoxidação e dessulfuração
• Formação de esferoides de grafite
• Evitar a formação de flocos de grafite
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Tratamento com Mg

Adição de magnésio depende de:

• Teor de oxigénio no banho


• Teor de enxofre no banho
• Velocidade de arrefecimento

• Objetivo: 0,025 < %Mg residual < 0,04


• > velocidade arrefecimento → < % Mg residual
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Tratamento com Mg

Temperatura de tratamento: 1535 – 1565ºC

Nodularizante: liga FeSiMg (3-20% Mg) (habitual 5-10%)


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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Tratamento com Mg

Q – Quantidade de Mg a adicionar
P – Peso do banho
%S – Teor de enxofre no banho
T – Temperatura de tratamento
t – Tempo de permanência na colher
m – rendimento da nodularização (a determinar – 35 – 45%)
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Tratamento com Mg

Rendimento de nodularização ou
Taxa de recuperação de Magnésio

MgR – Taxa de recuperação de Magnésio (%)


S – Diferença entre o teores inicial e final de Enxofre no banho/liga (%)
Mgres – Teor residual de magnésio na liga (%)
Mgad – Teor de Magnésio adicio0nado ao banho (%)
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Tratamento com Mg

Desvanecimento
Deterioração da forma e diminuição do número de nódulos de
grafite ao longo do tempo, provocado pela diminuição do teor de
Mg do banho

Causas:
Mg + O → MgO
Mg + S → MgS
2Mg + SiO2 → Si + 2MgO
2MgS + SiO2 → Si + 2MgO + S
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Tratamento com Mg

Desvanecimento
Fatores:
• Teor inicial de Mg; quanto elevado, mais rápido o desvanecimento;
• Temperatura; quanto mais elevada, mais rápido o desvanecimento;
• Manuseamento da escória; quanto mais rapidamente a escória for
removida, melhor;
• Revestimento do forno; o pior é a sílica, o melhor é a magnésia.
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Tratamento com Mg

Desvanecimento
Cerca de 0,004%/minuto para
Equação geral colheres de 1000 kg

• Mgr – Teor de Mg residual no banho após o tempo t


• Mg0 – Teor de Mg inicial no banho após nodularização
• K – constante que depende da Temperatura do banho, da
quantidade de metal na colher e do tipo de colher
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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Tratamento com Mg
Técnicas

Sandwich Tundish Cover


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7. Elaboração dos Ferros Fundidos Nodulares


Tratamento com Mg
Técnicas

Fio Fluxado Flowtret

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