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APH 08

Objetivos e Competências
• Descrever as noções básicas de atendimento a crise convulsiva, acidente
vascular cerebral e dor torácica
• Descrever os conceitos, características, períodos clínicos e condutas na
assistência ao trabalho de parto
• Descrever os conceitos, definições e abordagem em Incidentes com múltiplas
vítimas
• Demonstrar e praticar os métodos de triagem em incidentes em múltiplas
vítimas
Assuntos
• Noções de Emergências Clínicas
• Assistência ao Parto
• Incidentes com Múltiplas Vítimas
Noções de Emergências
Clínicas
Crise Convulsiva
❖Principais causas:
✔ Epilepsia ✔ Tumores
✔ Hipoglicemia ✔ AVE
✔ Overdose de drogas ilícitas ✔ TCE
✔ Abstinência alcoólica ✔ Eclampsia
✔ Meningite
✔ Febre alta (em crianças)
❖ Conduta:
✔ Verificar o nível de consciência e a persistência de convulsões.
✔ No adulto jovem, procurar por sinais de: trauma, consumo de
drogas ou envenenamento.
✔ Resfriar crianças febris com toalhas molhadas com água na
temperatura.
✔ Não introduzir objetos na boca do paciente durante as
convulsões;
✔ Proteger a cabeça da vítima de traumatismos secundários;
✔ Não conter a vítima;
❖ Conduta:
✔ Abrir a via aérea empregando manobras manuais durante o
estado pós comicial
✔ Proteger cabeça e membros
✔ Afastar objetos
✔ não tentar desenrolar a língua
✔ Solicitar apoio
Acidente Vascular Cerebral
(AVC)
❖ Déficit neurológico focal de início súbito
✔Redução aguda do nível de consciência por uma causa
vascular, trombo - emboligênica ou outra hipoperfusional.
❖ TIPOS:

✔ AVC Hemorrágico

✔ AVC Isquêmico

✔ Ataque isquêmico transitório:


o Regressão em até 24 h

o Maioria regride na 1ª hora


o 50% serão seguidos de infarto cerebral
❖ Fatores de Risco

✔ Hipertensão arterial ✔ Arritmias cardíacas ( FA )

✔ Tabagismo ✔ Vasculopatias- aterosclerose

✔ Diabetes Mellitus ✔ IAM

✔ Dislipidêmias ✔ Sedentarismo

✔ Obesidade ✔ Anticoncepcionais

✔ Alcoolismo
❖ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:

✔ Alteração de consciência (80% dos casos);

✔ Déficit motor;

✔ Cefaléia intensa e/ou súbita;

✔ Agitação e Ansiedade;

✔ Dificuldade na articulação das palavras.


❖ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
✔ Palidez;
✔ Sudorese;

✔ Anisocoria;

✔ Hipertensão; https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Anisocoria0.jpg

✔ Convulsão.
❖ Exame Neurológico:
✔ AVC Cincinnati;

✔ Motricidade e Sensibilidade;
❖ Condutas:

✔ Posição de conforto

✔ Proteger vias aéreas

✔ Se necessário, PLS

✔ Solicitar apoio da ASE

✔ Observar a ocorrência de PCR


Dor Torácica
(Síndrome Coronariana
Aguda - SCA)
Porque ocorre a dor torácica na SCA

OBSTRUÇÃO CORONARIANA
Características da dor
Sintomas concomitantes
NAÚSEAS PALIDEZ

VÔMITOS SUDORESE

TONTEIRA VISÃO TURVA


Fatores de risco

❖ Modificáveis: ❖Não modificáveis:


✔ Tabagismo ✔Sexo
✔ Anticoncepcionais
✔ Hipertensão ✔Etnia
Arterial ✔Idade
✔ Diabetes ✔Hereditariedade
✔ Etilismo ✔Revascularização prévia
✔ Alimentação
Inadequada
✔ Dislipidemia
✔ Sedentarismo
✔ Obesidade
A DOR TORÁCICA É O PRINCIPAL SINTOMA
NAS SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS.

❖Dor torácica típica ou atípica em repouso com


mais de 20 minutos

❖ Dor torácica típica ou atípica limitante de início


recente

❖ Dor torácica típica ou atípica aumentando


progressivamente
1/3 dos pacientes não têm dor torácica = maior
mortalidade
❖ Dispneia
❖ Náuseas
❖ Vômitos
❖ Palpitação
❖ Síncope
❖ PCR
✔IDOSOS
✔DIABÉTICOS
✔MULHERES
PODE SER IAM!
❖ Principal objetivo do APH em IAM:

✔ Identificar IAM suspeito e removê-lo em tempo hábil ao


hospital.
Trabalho de Parto
Processo fisiológico no qual o útero da mulher expele ou tenta
expelir os produtos conceptuais (feto, líquido amniótico, placenta e
membranas).
PARTO NORMAL
Definição:
❖ Início espontâneo
❖ Risco habitual
❖ Nascimento espontâneo
❖ 37 a 42 semanas de gestação.
PERÍODO
PREMONITÓRIO
PERÍODO
PREMONITÓRIO
Capacidade
respiratória

Sensação de
plenitude após a
alimentação

Estiramento articular

Dor para urinar


/Polaciúria
PERÍODO
PREMONITÓRIO
Perda do líquido amniótico

Normal Pós data Mecônio mecônio


PERÍODOS CLÍNICOS DO
PARTO
❖Período de dilatação ou 1º período clínico
(trabalho de parto)
❖Período de expulsão ou expulsivo ou 2º
período clínico (parto propriamente dito)
❖Período de dequitação ou 3º período
❖Período de Greenberg ou 4º período
TRABALHO DE PARTO
Contrações uterinas
❖ Duração
✔ 40-70 segundos
❖ Frequência
✔ 2 a 5 em 10 min
PARTO: período expulsivo
Inicia-se com a dilatação total do colo do útero
TRABALHO DE PARTO NO APH
(1º período do parto)

❖ Posicionar a gestante – posição


ginecológica
❖ Avaliar contrações e movimentos
fetais
❖ Verificar sangramentos
❖ Verificar agitação pela dor e puxo
involuntário
PARTO: período expulsivo

✔ Aparição e expulsão da cabeça


fetal (cefálicas)
✔ Liberação dos ombros e do corpo
✔ Clampeamento do cordão - realizado pelo
profissional de saúde
RN: Cuidados Imediatos
✔ Manter seco e aquecido.

✔ Retirar secreções da boca e do nariz.


✔ Se RN não respira estimular.
✔ Se estimular e não respirar, ventilar.

✔ Boa vitalidade -> colocar o RN no abdome ou tórax


materno.
PARTO: Período de
Dequitação (3º período)
✔ Início: após o nascimento do RN
✔ Durante a dequitação ocorrem contrações
✔ Término: liberação da placenta e membranas

Tempo médio de 20 minutos


Placenta

1. A placenta deve ser entregue a equipe do hospital.


2. Irregularidades podem significar que pedaços ficaram retidos na mãe ou outras
situações que podem causar complicações severas à mãe.
PARTO: Período de Greenberg (4º período)
❖ Período de Greenberg

✔ Após saída da placenta (1ª h após o


parto).

✔ Massagem suave sobre o abdômen da


parturiente ajuda a provocar a
contração do útero e diminuir a
hemorragia que é normal após o parto.
Incidentes com Múltiplas
Vítimas
No dia 12 de outubro, durante a comemoração do dia de Nossa Senhora
Aparecida, uma ponte de madeira que servia de atalho para a igreja cede com o
peso de inúmeros fiéis. Você faz parte da equipe de prevenção no local composta
por quatro ambulâncias, incluindo a sua, sendo o mais antigo entre os militares.

1. Quais as ações imediatas a serem realizadas?

2. Quais agências devem ser acionadas?

3. Que tipo de triagem utilizar?


Incidentes com múltiplas vítimas (IMVs)
São situações em que os recursos (pré-hospitalares e/ou hospitalares)
são menores do que os necessários para atender o número de vítimas em
questão.
Eventos de vítimas em massa (EVM)
Os ocorrem quando o número de vítimas é suficientemente grande
para perturbar os serviços de saúde na comunidade ou região afetada.
ABC da resposta médica a desastres
1. Busca e salvamento;
2. Triagem
3. Cuidados definitivos
4. Evacuação.
Incidente grave
Qualquer incidente em que a localização, o número, a gravidade ou o
tipo de vítimas vivas requerem recursos extraordinários.
Certos recursos médicos podem ser muito escassos (por
exemplo, camas de cuidados intensivos) ou regionalizados (por
exemplo, cirurgia de queimaduras), o que pode exigir o
envolvimento precoce de recursos regionais ou nacionais.
Fatores que influenciam a declaração de incidente grave
para o serviço de saúde
• Número de vítimas
• Gravidade da lesão
• Número de socorristas médicos
• Acesso a recursos médicos
• Localização (urbana x rural)
Classificação de incidentes graves
É conveniente classificar os incidentes graves de três maneiras:
1. Natural ou artificial.
2. Simples ou composto
3. Compensado ou não compensado.
Incidentes envolvendo crianças
A maioria dos incidentes graves envolve uma proporção de crianças.
É fundamental que os planos para incidentes graves prevejam disposições adequadas
para a triagem, tratamento e distribuição eficazes de crianças feridas em instalações
apropriadas.
A preparação deve garantir a disponibilidade de uma gama adequada à idade de
equipamentos/suprimentos.
Abordagem estruturada para incidentes graves
Existem três aspectos distintos na preparação para emergências. Estes
são:
1. Preparação
2. Resposta
3. Recuperação
Abordagem estruturada para incidentes graves
Embora os grandes incidentes provocados pelo homem possam ser
reduzidos através de legislação e vigilância, os incidentes naturais só podem ser
antecipados.
Existem três elementos na preparação médica para um incidente grave:
• Planejamento
• Equipamento
• Treinamento
Planejamento
Os seguintes planos devem ser elaborados pelos próprios serviços de saúde ou

devem ter ligações ou contribuições apropriadas dos serviços de saúde:


● Um plano de incidentes graves de serviço de ambulância
● Planos para cada hospital com probabilidade de receber vítimas de incidentes graves
● Planos para locais de alto risco (por exemplo, grandes estádios esportivos)
● Um plano regional/estadual/nacional para a coordenação de recursos em uma escala mais ampla
Equipamento
Equipamento de proteção individual é obrigatório para todos os
funcionários dos serviços de saúde no local. Existem também ferramentas
que podem auxiliar os comandantes dos serviços de saúde.
Médicos e enfermeiros devem trazer equipamento adequado para o
local e este deve complementar e não duplicar o equipamento do serviço de
ambulância.
Treinamento
Existem dois aspectos no treinamento: educação e exercício.
É importante que a educação preceda o exercício para evitar os
repetidos erros fundamentais que foram demonstrados em exercícios
multiagências.
Princípios de gerenciamento e suporte
• Comando
• Segurança
• Comunicação
• Avaliação
• Triagem
• Tratamento
• Transporte
ICS (Sistema de comando de incidentes)
NECESSIDADE DE FERRAMENTA GERENCIAL
1. A falta de uma estrutura clara de comando;

2. A dificuldade em estabelecer objetivos e prioridades comuns;

3. A falta do uso de uma terminologia comum;

4. Dificuldades de integração nas comunicações;

5. Ausência de planos consolidados para toda a operação;

6. A falta de controle sobre os recursos disponíveis;

7. A dificuldade no estabelecimento de áreas, acessos e instalações;

8. Produção precária e fragmentada de inteligência.


Princípios do ICS
Terminologia comum
Princípios do ICS
Organização modular
Princípios do ICS
Gerenciamento por objetivos
• Estabelecer objetivos de incidente específicos e mensuráveis.
• Identificar estratégias, táticas, tarefas e atividades para atingir os objetivos.
• Desenvolver e emitir atribuições, planos, procedimentos e protocolos para
realizar tarefas identificadas.
• Documentar os resultados para os objetivos do incidente.
Princípios do ICS
Planejamento de ação do incidente
Deve:
• Cobrir um período de tempo especificado
• Ser proativo
• Especificar os objetivos do incidente
• Informar as atividades a serem realizadas
• Atribuir responsabilidades
• Identificar os recursos necessários
• Especificar protocolos de comunicação
Princípios do ICS
Amplitude de controle gerenciável
Princípios do ICS
Instalações e locais do incidente

E
PC

ACV
Princípios do ICS
Gerenciamento abrangente dos recursos
Princípios do ICS
Comunicações integradas
Princípios do ICS
Estabelecimento e transferência de comando
Princípios do ICS
Comando unificado
Princípios do ICS
Cadeia de comando
Princípios do ICS
Unidade de comando
Princípios do ICS
Responsabilidade
Princípios do ICS
Despacho/implantação
Princípios do ICS
Gestão da informação e inteligência
Informações e inteligência podem ser coletadas de várias fontes, incluindo:
• Chamadas 93/192
• Comunicações por rádio, vídeo e dados entre os socorristas
• Relatórios de Situação
• Especialistas técnicos de organizações como o Serviço Nacional de Meteorologia
• Relatórios de observadores de campo
• Produtos geoespaciais, como GIS, etc.
• Impresso, on-line, transmissão e mídia social
• Avaliações de risco
• Ameaças terroristas ou violentas
• Vigilância de surtos de doenças
• Planos estruturais e vulnerabilidades
Zoneamento das áreas e instalações do ICS
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO DE VÍTIMAS
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO DE VÍTIMAS
Triagem
Funções da triagem:
• Priorizar o uso de recursos material e humano;
• Determinar a prioridade de tratamento definitivo;
• Determinar a necessidade de transferência para um centro de
especializado.
Triagem
Prioridades:
• Prioridade 1 (um) - vítimas que necessitam de algum tratamento médico imediato;
• Prioridade 2 (dois) - vítimas que necessitam de algum tipo de tratamento médico,
mas não apresentam risco de vida imediato;
• Prioridade 3 (três) - vítimas que apresentam menor gravidade e podem aguardar
tratamento médico;
• Prioridade 4 (quatro) - vítimas em óbito ou que não tenham chance de sobreviver
com os recursos locais.
Triagem
Triagem - START
Triagem – Jump START
Triagem – SORT
Triagem – SORT
GRAVIDADE/PROGNÓSTICO TIPO DE AMBULÂNCIA PREFERENCIAL
T1 que não obedece a comandos ASE-A (possibilidade de intubação orotraqueal)
simples
T1 com déficit perfusional ASE-A/I (possibilidade de ressuscitação volêmica)
T1-TRTS 6 a 9 (exceto os casos acima) ASE-A/I
T1-TRTS <6 Se disponível, ASE-A/I. Se indisponível, pode ser ASE-B
(mortalidade muito alta)
T2 ASE-B
T3 Veículos coletivos, acompanhado por um bombeiro militar
(BM)
T4 ARC, ao final do incidente
Vamos exercitar - START
• Deambulando
• Tonto

Verde
Vamos exercitar - START
• Não deambulando
• Desorientado

Vermelho
Vamos exercitar - START
• Não deambulando
• Com respiração de 25 ipm

Amarelo
Vamos exercitar - START
• Deambulando
• Com amputação da mão direita

Verde
Vamos exercitar - START
• Não deambulando
• Com respiração de 35 ipm

Vermelho
Vamos exercitar - START
• Não deambulando
• Perfusão capilar de 4 segundos

Vermelho
Vamos exercitar - START
• Deambulando
• Com sangramento abundante na cabeça

Verde
Vamos exercitar - START
• Não deambulando
• Sem respiração mesmo após manobra de abertura das vias aéreas

Preto
Vamos exercitar - START
• Não deambulando
• Nervoso mas orientado

Amarelo
DÚVIDAS
Referências

Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de


Janeiro (Brasil). Manual do Socorrista Militar: 2019.
Rio de Janeiro: CBMERJ, 2019.

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