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Maria de Lourdes Rodrigues da Fonseca Passos
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Resumo
Verbal Behavior (1957), de B. F. Skinner, propõe uma análise inovadora do comportamento verbal.
Este artigo procura expor e exemplificar alguns dos conceitos e processos apresentados nesta obra
para a análise funcional do comportamento verbal, tais como: conceito e classificação do
comportamento verbal, sua análise funcional, a causação múltipla, o papel da audiência, o
pensamento verbal, a comunidade verbal, a consciência, entre outros. Utilizam-se exemplos
quotidianos e literários do comportamento verbal. Faz-se uma breve menção aos temas que têm
sido pesquisados na área do comportamento verbal, assim como a algumas das dificuldades
específicas de seu estudo. São propostas algumas questões de estudo.
Abstract
Verbal Behavior (1957), by B. F. Skinner, provides an innovative analysis of verbal behavior. This
article presents and demonstrates some of the concepts and processes included in this work on the
functional analysis of verbal behavior, such as: the concept and kinds of verbal behavior within a
functional analysis and their organization, multiple causation, the role of the listener (audience),
verbal thought, the verbal community, conscience, among others. Daily and literary verbal
behavior are used as examples. Some of the questions that have been researched in the area of
verbal behavior, as well as some of the specific difficulties of its study, are briefly mentioned and
discussed.
Keywords: Verbal Behavior (1957), by B. F. Skinner; functional analysis of verbal behavior; verbal
operants; language.
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Endereço para correspondência: Rua João Pessoa, 197/804 - Niterói - RJ - CEP 24220-330; E-mail: mlpassos@uol.com.br
A autora agradece a preciosa orientação da Profa Maria Amélia Matos à escrita deste texto, assim como as excelentes sugestões do Prof.
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Maria de Lourdes Rodrigues da Fonseca Passos
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Já na década de 1920, o lingüista Leonard Bloomfield (1926, 1933/1961) concebeu o significado em termos estritamente fisicalistas,
como os eventos que antecedem e sucedem a emissão da fala. Alguns destes eventos ocorrem no interior dos organismos de falantes e
ouvintes (naquilo que Skinner chama “o mundo sob a pele”) e outros no exterior destes organismos. Todos estes eventos possuem
dimensões físicas. A crítica de Skinner, pois, não é adequada no que se refere a Bloomfield. Na verdade, várias das concepções de
Skinner em Verbal Behavior sofreram influência da lingüística de Bloomfield (Passos & Matos, 1998; Passos, 1999).
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A tradução dos trechos citados em Skinner (1957) é da autora.
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“Texto” tem aqui o sentido de produto da fala, seja ele sonoro ou escrito.
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Skinner cria alguns neologismos para nomear os diferentes tipos de operantes verbais. São eles: mand, tact, echoic, textual, transcription,
intraverbal e autoclitic. Adotaremos as traduções encontradas usualmente na literatura de língua portuguesa de análise do
comportamento, respectivamente, “mando, tato, ecóico, textual, trancrição, intraverbal e autoclítico”.
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A análise funcional do comportamento verbal em Verbal Behavior (1957) de B. F. Skinner
resposta é escrita, casos em que o padrão físico correspondência formal. Reforçamos uma
do estímulo discriminativo e o padrão físico criança a pronunciar gato na presença da
gerado pela resposta podem ser muito palavra impressa gato. Em função das práticas
semelhantes (por exemplo, soam muito de escrita de cada língua, pode haver
parecido). Há correspondência ponto a ponto imperfeições na correspondência ponto a
entre estímulo discriminativo e resposta ponto, como no caso do comportamento
quando ambos têm dois ou mais compo- textual chave, controlado pelo estímulo
nentes, e o primeiro componente do estímulo discriminativo visual chave, em que o
controla o primeiro componente da resposta, primeiro tem quatro componentes (quatro
o segundo componente do estímulo controla o fonemas), ao passo que o segundo tem cinco
segundo componente da resposta, etc. (as cinco letras).
Quando há correspondência formal, há A comunidade depende do comportamento
correspondência ponto a ponto, exceto nos textual para estabelecimento de muitos de
casos em que estímulo e resposta têm apenas seus controles. Veja como Wendy se dá conta
um componente. Quando há correspondência de que é hora de dormir, quando reassume
ponto a ponto, nem sempre há seu papel de mãe depois da batalha em que os
correspondência formal, dado que a natureza meninos perdidos e Peter Pan vencem os
do estímulo e a modalidade da resposta piratas:
podem não ser semelhantes (Peterson, 1978). É claro, Wendy havia ficado de lado, sem
Estabelecemos um ecóico numa criança, tomar parte na luta, muito embora com
olhos faiscantes colados em Peter. Mas
quando pedimos a ela que repita um estímulo agora que tudo estava terminado, voltou
verbal auditivo que ela acabou de ouvir, por à sua posição de destaque. Elogiou a
exemplo, Sissi, o nome de uma amiga. Entre o todos igualmente e estremeceu
estímulo discriminativo verbal auditivo (o maravilhosamente quando Miguel lhe
mostrou o lugar onde havia morto um.
som da palavra ouvida pela criança) e a
Depois levou-os todos para a cabine do
resposta verbal da criança (sua reprodução Capitão e, apontando para o relógio de
vocal do que ouviu), deve haver correspon- parede, disse: - Uma e meia!
dência formal, exigência que fazemos para
reforçá-la. A transcrição ocorre em duas modalidades
As práticas reforçadoras de ecóicos da diferentes, a cópia ou o ditado. Na cópia, o
comunidade pele-vermelha deviam ser estímulo discriminativo verbal é visual, a
mesmo muito exigentes, ao passo que a dos resposta é escrita e há correspondência ponto
coiotes nem tanto, como podemos depreender a ponto entre os dois. Pode ou não haver
da seguinte passagem em que Barrie fala do correspondência formal, porque, embora a
silêncio da noite em que se movem os índios: natureza do estímulo e a modalidade da
Não se ouve nada a não ser quando os resposta sejam semelhantes, nem sempre o
índios resolvem dar vazão a uma padrão físico produzido por cada um deles o
fantástica imitação do uivo do coiote
solitário. Este uivo é respondido por é, como é o caso quando copiamos em forma
outros bravos, e alguns deles sabem fazê- manuscrita um texto impresso.
lo até melhor que os coiotes, que na No ditado, o estímulo discriminativo é
verdade não são mesmo muito bons auditivo e a resposta é escrita, havendo
nisso.
correspondência ponto a ponto entre eles.
Novamente em função das práticas de escrita
No caso do textual, o estímulo discriminativo
de cada língua, a correspondência ponto a
verbal que o controla é um texto escrito
ponto pode ser imperfeita, como ocorre entre
(estímulo visual) e a resposta é vocal. Entre
o estímulo auditivo chave, com quatro
estímulo discriminativo e resposta verbal, há
fonemas, e a transcrição chave, com cinco
correspondência ponto a ponto, mas nunca há
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resposta verbal As é mais provável que a seguida, etc. Classificam-se também como
completemos com meninas e não com meninos. autoclíticos os fragmentos do comportamento
O autoclítico pode ser útil de várias maneiras à verbal responsáveis pelo ordenamento e
comunidade verbal, como nos casos em que coordenação de uma amostra mais ampla de
fornece: 1) elementos para o ouvinte acerca comportamento verbal, como é o caso dos
das propriedades dinâmicas (como força) do conectivos, das flexões, das preposições e da
comportamento. O autoclítico - Estou inclinada ordem das respostas verbais. Por exemplo, em
a viajar nas férias12 indica para o ouvinte a força As crianças que recebiam alimentação adequada
de minha disposição para viajar no período, apresentavam rendimento escolar superior às que
de maneira diferente da que faria o autoclítico não recebiam, encontramos conectivos ( por
- Estou decidida a viajar nas férias ; 2) exemplo: que) cuja função é a de ligar partes
informações sobre as condições que posteriores (orações subordinadas) a partes
controlam ou dão origem ao comportamento anteriores (oração principal) da emissão
verbal do falante. O autoclítico - Eu vi quando o verbal, encontramos ainda o fragmento iam
carro atravessou a pista e capotou oferece ao que comenta o fragmento receb13, indicando
ouvinte informações mais confiáveis sobre o para o ouvinte o tempo em que ocorre a ação
acidente - dependendo, é claro, de de receber e a pessoa a quem ela se refere,
circunstâncias anteriores em que, a partir de ambos (ação e pessoa) já aparecendo como
informações dadas por este falante particular, tatos em outras partes desta emissão verbal.
o comportamento do ouvinte foi adequado - O operante autoclítico é o conceito pelo qual
do que o autoclítico - Ouvi dizer que o carro Skinner trata de alguns dos temas
atravessou a pista e capotou; 3) indicações sobre tradicionalmente estudados pela morfologia e
a ordem temporal de eventos através de certos pela sintaxe, cujos dispositivos teriam, além
fragmentos do comportamento verbal do de outras, importantes funções autoclíticas.
falante que se dispõem em determinada O autoclítico e o intraverbal têm em comum
ordem seqüencial, como em - Primeiro falou um controle por estímulo discriminativo
Antônio, depois Maria. verbal com quem não apresentam
No caso do operante autoclítico, uma parte do correspondência formal ou ponto a ponto. A
comportamento verbal do falante assume o principal diferença entre os dois reside em que
controle de outra parte; esta última é então o primeiro é um operante verbal que não
chamada “autoclítico”. São comportamentos aparece sozinho, sendo controlado por outra
verbais que apenas aparecem acompanhando parte do comportamento verbal do próprio
outros comportamentos verbais. Por exemplo, falante; o segundo está controlado por um
na emissão verbal O menino correu, os estímulo verbal que pode ser resultado do
fragmentos sublinhados não aparecem comportamento de um ouvinte ou,
sozinhos em outras emissões verbais e estão eventualmente, do comportamento verbal do
determinados pelos fragmentos restantes, os próprio falante, mas, como vimos
não sublinhados. anteriormente, sua função não é a de fornecer
Assim, o autoclítico é comportamento verbal informações sobre o comportamento verbal
que comenta ou qualifica outras porções de do falante ou de ordená-lo.
comportamento verbal, ao descrever sua Selecionamos alguns autoclíticos da conversa
força, apontar suas circunstâncias contro- em que o Capitão Gancho conta ao pirata
ladoras, negar afirmações que vêm em Smee a razão de seu ódio por Peter Pan:
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Neste e nos demais exemplos de operantes autoclíticos, não faço uma análise de todos os fragmentos de comportamento verbal que no
exemplo em questão possam ter função autoclítica, mas apenas do fragmento que interesse para o caso ou tipo de autoclítico que desejo
exemplificar.
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Receb está em negrito porque, neste momento, estamos interessados em sua função como um dos estímulos verbais (neste caso,
produzido pelo próprio falante) que controlam a emissão do autoclítico iam.
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Maria de Lourdes Rodrigues da Fonseca Passos
- Peter atirou meu braço - dizia o Capitão anterior. Neste sentido, ele é um tato e
Gancho encolhendo-se- a um crocodilo também um intraverbal.
que por acaso passava por ali naquele
momento. A causação múltipla explica parte do que
- Eu já notei que o senhor tem uma chamamos “criatividade da linguagem”,
estranha fobia por crocodilos. expressão usada para nos referirmos a
- Não é por crocodilos - corrigiu o comportamentos verbais emitidos pela
Capitão- é por aquele crocodilo em
primeira vez ou em circunstâncias não usuais.
especial. Abaixando a voz, prosseguiu: -
Ele gostou tanto do meu braço, Smee, que Já tínhamos visto ser este também o caso das
desde então tem me seguido por todos os extensões metafóricas ou metonímicas do
mares e por todas as terras pelas quais tato. Em algumas situações falamos, ainda, de
passei sempre lambendo os beiços, acaso (Skinner, 1988/1991), fator chamado a
querendo comer o resto de mim.
desempenhar papel explicativo da emissão do
operante quando se desconhecem as variáveis
Ambos os exemplos referem-se a unidades de
independentes de que é função. O acaso, aqui,
comportamento verbal sob controle de outras
tem estatuto semelhante ao que possui na
partes do comportamento verbal, a respeito
genética molecular (Jacob, l98l), dando conta
das quais constituem comentários. O primeiro
da variação inicial, nesta, das mutações e
fragmento, ou, está sob controle do Peter
combinações, e na análise do comportamento,
anterior e indica para o ouvinte quem (Peter)
da primeira emissão do operante.
executou a ação e em que época (no passado) o
fez. O segundo fragmento, Eu já notei, indica o
O papel da audiência
restante que o senhor tem uma estranha fobia por
crocodilos como uma reflexão pessoal do pirata
Outra importante variável de controle é a
Smee. O terceiro fragmento, e, está controlado
audiência, com os estímulos discriminativos
por por todos os mares e por todas as terras e
não-verbais que ela mesmo constitui e com os
indica sua união.
estímulos discriminativos verbais e os
reforços que apresenta. As variáveis de
A causação múltipla
audiência e as mencionadas acima combinam-
se para, na causação múltipla, produzir um
Variáveis isoladas como as que apontamos
comportamento verbal. O falante é, assim,
acima reúnem-se dando origem à combinação
um:
de vários fragmentos de comportamento
(...) organismo que se engaja num
verbal: comportamento verbal ou que o executa.
O comportamento verbal é usualmente o Ele é também uma localidade - um lugar
efeito de múltiplas causas. Variáveis no qual diversas variáveis se reúnem
separadas combinam-se para estender numa confluência única para produzir
seu controle funcional e novas formas de um acontecimento igualmente único.”
comportamento emergem da (Skinner, l957/1992, p. 313)
recombinação de antigos fragmentos.
(Skinner, l957/1992, p. 10; itálico no
original) Diferentes audiências controlam diferentes
repertórios verbais. Falamos coisas diferentes
O verbal treze, emitido quando estamos de maneiras diferentes se conversamos com
contando as pressões à barra de nosso sujeito crianças, com colegas, com professores, com
experimental, está controlado por estímulo nossa família.
discriminativo não-verbal (uma certa pressão Amplos repertórios verbais podem estar sob
à barra numa série), tanto quanto pelo controle da audiência. Temos uma história de
estímulo discriminativo verbal doze , reforçamento diferencial para a emissão de
produzido a partir de nosso próprio verbal operantes verbais modelados pela
comunidade de língua portuguesa, na
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A análise funcional do comportamento verbal em Verbal Behavior (1957) de B. F. Skinner
Questões de Estudo
Quero agora que digam o que quero
dizer-te
Vamos iniciar pela leitura de uma amostra de para que escutes como quero que me
comportamento verbal emitido pelo poeta escutes.
Pablo Neruda14:
Para que tu me escutes Costuma ainda arrastá-las o vento da
minhas palavras angústia
adelgaçam-se às vezes e furacões de sonhos ainda as tombam às
como as pegadas de gaivotas nas praias. vezes.
Escutas outras vozes em minha voz
Colar, cascavel ébrio dorida.
para tuas mãos suaves como as uvas.
Pranto de velhas bocas, sangue de velhas
Vejo-as longe de mim, minhas palavras. súplicas.
Mais do que minhas são tuas. Ama-me, companheira. Não me
Sobem por minha velha tristeza como as abandones. Segue-me.
heras. Segue-me, companheira, nesta onda de
angústia.
Sobem, sobem assim pelas paredes
úmidas. Vão-se tingindo com teu amor minhas
Mas tu és a culpada deste jogo sangrento. palavras.
Elas estão fugindo do meu abrigo escuro. Ah, tudo invades tu, ah tudo invades.
Ah, tudo invades tu, ah tudo invades.
Vou fazendo de todas um colar infinito
Antes de ti povoaram a solidão que para tuas brancas mãos suaves como as
ocupas, uvas.
e estão mais do que tu afeitas ao meu
tédio.
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Este é o quinto dos 20 Poemas de Amor e uma Canção Desesperada. A tradução é de Domingos Carvalho da Silva, Editora Sabiá.
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A análise funcional do comportamento verbal em Verbal Behavior (1957) de B. F. Skinner
Segundo o lingüista Eugênio Coseriu Que reforço estaria sendo especificado nele?
(1968/1987), a poesia realiza todas as
possibilidades da linguagem, instauradas 2) Que contingências controlam o tato?
pelas relações que os signos lingüísticos Que importância têm os tatos para a
guardam entre si e com o mundo comunidade verbal? Veja o exemplo
extralingüístico, com as diferentes formas de sublinhado no texto do poeta:
interpretação do mundo e do conhecimento Vou fazendo de todas um colar infinito
empírico que se tem dele, etc. para tuas brancas mãos suaves como as
uvas.
Em nossa linguagem de analistas do
comportamento, diríamos que o poeta teve o
3) Examine o autoclítico:
comportamento verbal finamente modelado Sobem, sobem assim pelas paredes
por sua comunidade, de maneira que se úmidas.
tornou capaz de obter inúmeros dos efeitos
possibilitados por este comportamento. Como vimos, os autoclíticos estão sob controle
Tendo sido exposto a uma comunidade verbal de outras parcelas do comportamento verbal
sofisticada, já que em geral ele lê muito, seu do próprio falante. Neste caso, qual seria a
repertório verbal é extenso, com respostas parcela controladora?
verbais sutilmente diferenciadas por estímu-
los e, principalmente, por propriedades de 4) A amada do poeta modifica a probabilidade
estímulos bem discriminadas. Tantas de emissão de seus verbais. Como se
discriminações resultam em extensões explicaria o efeito desta variável?:
metafóricas e metonímicas não usuais, em Mas tu és a culpada deste jogo sangrento.
novas combinações de variáveis funcional- Elas estão fugindo do meu abrigo escuro.
mente relacionadas ao comportamento
verbal, sob o controle de muitas diferentes 5) Os versos abaixo possivelmente descrevem
audiências. Sorte a nossa que podemos, uma parte do “mundo privado sob a pele”, o
através de nosso repertório textual, sofrer pensamento verbal. Como se tornam
indiretamente os efeitos destas características possíveis o pensamento verbal e sua
do ambiente. descrição?
Antes de ti povoaram a solidão que
Nestas questões de estudo, vamos expe-
ocupas ,
rimentar e analisar alguns destes efeitos a e estão mais do que tu afeitas ao meu
partir do poema de Pablo Neruda, em que o tédio.
poeta relaciona seu mundo privado, sua
amada e seu comportamento verbal. Vamos 6) E, por último, a linda extensão
interpretar, imaginar as variáveis que podem metafórica:
ter controlado alguns destes verbais, sempre Costuma ainda arrastá-las o vento da
tendo em mente as ressalvas feitas, no texto angústia
e furacões de sonhos ainda as tombam às
que você acabou de ler, a esta forma de vezes.
trabalhar o dado. Vamos selecionar algumas
unidades de comportamento verbal, fazer Que propriedades, comuns ao vento e à
alguns comentários e levantar algumas angústia do poeta, poderiam tê-la produzido?
questões.
1) Você conhece algum exemplo mais
bonito de mando?
Ama-me, companheira. Não me
abandones. Segue-me.
Segue-me, companheira, nesta onda de
angústia.
Referências
Skinner, B. F. (1974/1985). Sobre o Behaviorismo (trad.Maria da Penha Villalobos,) São Paulo: Editora
Cultrix.
Skinner, B. F. (1981/1984). Selection by consequences. The Behavioral and Brain Sciences, 7, 477-510.
Skinner, B. F. (1988/1991). Questões Recentes na Análise do Comportamento (trad. Anita Liberalesso
Néri). Campinas, SP: Papirus.
Skinner, B. F. (1990). Can psychology be a science of mind? American Psychologist, 45(11), 1206-1210.