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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL E FUNÇÃO PÚBLICA


UNIDADE DE GESTÃO DO PROJECTO
PROJECTO DE DESENVOLVIMENTO URBANO E LOCAL (PDUL)

GUIÃO DE ORIENTAÇÃO DAS SALVAGUARDAS AMBIENTAIS E SOCIAIS PARA A CONTRAÇÃO DE


EMPREITADAS

A legislação recomenda que se faça uma Avaliação Ambiental e Social sistemática de todos os
projectos propostos para ajudar a garantir que sejam ambientalmente e socialmente saudáveis e
sustentáveis. A Avaliação Ambiental e Social é um processo cuja amplitude, profundidade e tipo de
análise dependem da natureza, escala e o possível impacto ambiental e social do projecto proposto.

A Avaliação Ambiental e Social avalia os potenciais riscos e impactos ambientais e sociais de um


projecto na sua área da influência direta ou indireta e examina as alternativas do projecto;
identificando as formas de melhorar a selecção, localização, planificação, concepção,
implementação do projecto através da prevenção, minimização, mitigação ou compensação dos
impactos ambientais e sociais adversos e aumento dos impactos positivos; e inclui o processo de
mitigação e gestão dos impactos ambientais e sociais adversos ao longo da implementação do
projecto.

O Banco Mundial privilegia medidas preventivas e/ou de compensãoem projectos por si financiados.
O quadro abaixo mostra as Politicas de salvaguardas ambientais e sociais do Banco Mundial.
Quadro 1. Politicas de Salvaguardas do Banco Mundial.

Tendo em conta esse princípio preventivo, o Projecto de Desenvolvimento Urbano e Local (PDUL),

Políticas ambientais Políticas Sociais


• OP/BP-4.10 Povos Indígenas
• OP/BP-4.01Avaliação Ambiental • OP/BP-4.12 Reassentamento Involuntário
• OP/BP-4.04 Habitats Naturais • OP/BP-4.11 Recursos Físicos Culturais
• OP-4.09 Gestão de Pragas
• OP/BP-4.36 Florestas
• OP/BP 4.37 Segurança de Barragens Quadro Legal
• OP/BP-7.50 Águas Internacionais
• OP/BP-7.60 Territórios Disputados
accionou cinco (5) destas Políticas de de Salvaguardas, nomeadamente:

1
• OP/BP 4.01 - Avaliação Ambiental,
• OP/BP 4.04 - Habitats Natural,
• OP/BP 4.11 - Património Físico-Cultural,
• OP/BP 4.12 - Reassentamento Involuntário,
• OP/BP 4.36 – Florestas.

Quadro Legal de GestãoAmbiental e Social emMoçambique

As políticasambientais e sociais, leis e regulaçõesemMoçambique relevantes para o PDUL incluem:


• Constituição da República de Moçambique
• A Política Nacional do Ambiente em Moçambique incluindo a Lei Ambiental
• Regulamento de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)
• Lei de Gestão de Desastres
• A Lei da Terra
• Legislação sobre Água e Direitos da Água
• Lei da Energia Elétrica
• Lei do Trabalho
• Regulamento sobre contratação para Obras Públicas
• Regulamento sobre o Reassentamento
• Regulamento de Consulta Públicas

Questões contratuais

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A inclusão de condições contratuais abordando os aspectos Ambientais, Sociais, de Saúde e
Segurança tornou-se obrigatória para todos os novos contratos de obras. O quadro que se segue,
apresenta alguns elementos (aspectos) considerados esssenciais para a implementação efectivas do
Quadro de Gestão Ambiental e Social.

Quadro 2: Elementos Chave para a licitação


# Elementos Chave Descrição
• O contratante é obrigado a estabelecer claramente as
Estratégia do do dono da expectativas mínimas de desempenho dos aspectos
1 obra para gestão dos Ambientais, Sociais, Saúde e Segurança desde o início, para
aspectos Ambientais, Sociais, garantir que todos os concorrentes tenham conhecimento
de Saúde e Segurança . dos requisitos Ambientais, Sociais, Saúde e Segurança.
• Os concorrentes são obrigados a enviar, como parte de sua
proposta, um Código de Conduta que se aplicará aos seus
Código de Condutade trabalhadores e subcontratados e detalhes sobre como
Ambientais, Sociais, Saúde e será aplicado.
Segurança para os • A adequação do Código de Conduta pode ser avaliada e
2 Trabalhadores discutida como parte da avaliação e negociação da
proposta.
• O concorrente aprovado é obrigado a ter o Código de
Conduta (CdC) assinado por todos seus trabalhadores,
monitorar a sua implementação/conformidade.
• O CdC deverá incluir, aspectos ambientais, sociais e de
segurança, a prevenção da violência baseada no género,
abuso sexual e trabalho infantil.
• Os concorrentes devem apresentar, como parte de sua
proposta, a estratégia de gestão e plano de implementação
Estratégia do Empreiteiro necessários para gerir os principais riscos ambientais,
3 para gestão dos aspectos saúde e segurança do projecto.
Ambientais, Sociais, de • A estratégia e o plano tornar-se-ão parte do Plano de
Saúde e Segurança e planos Gestão Ambiental e Social do Empreiteiro(PGAS).
de implementação • As Condições particulares de Contrato devem incluir as
cláusulas ambientais e sociais e as disposições relativas ao
PGAS, por exemplo: uma exigência de que o Empreiteiro
não comece qualquer trabalho sem as avaliações sócio-
ambientals e as devidas autorizaçõs , a menos que o
Engenheiro/Fiscal esteja convencido de que as medidas
adequadas foram estabelecidas para enfrentar os riscos e
impactos ambientais, saúde e segurança);
• No mínimo, o Empreiteiro deve aplicar o plano de gestão
ambiental e social e o Código de Conduta, apresentados
como parte da Proposta, a partir da qual o contrato lhe foi
adjudicado.

3
• O empreiteiro deve garantir a contrataçào de mão de obra
local e um percentual de mulheres.
4 • Os concorrentes são obrigados a demonstrar que
possuem na sua equipa, especialistas ambientais, sociais
Pessoal chave ambiental, e de segurança adequadamente qualificados.
social, saúde e segurança • O pessoal-chave deve ser indicado na proposta técnica e
no contrato.
• A qualidade do pessoal-chave proposto (incluindo
especialista ambiental, social e de segurança deve ser
avaliada durante a avaliação das propostas.
• O Empreiteiro deve exigir o consentimento do
contratante para substituir qualquer pessoal-chave.
• O Engenheiro/Fiscal pode exigir a retirada do Pessoal se
eles assumirem comportamentos desviante ou que
violem o Código de Conduta.
• Os contratos devem conter requisitos específicos para
relatórios sobre Ambiente, Saúde e Segurança,
Relatórios obre aspectos relacionados com:
5 ambientais,sociais,saúde • Incidentes de trabalho que requeiram notificação
esegurança imediata;
• Resultados de aplicação ou monitoramento da
implementação dos Planos de Gestão Ambiental.
• Como parte dos procedimentos de variação, o
Considerações de Empreiteiro deve fornecer informações relevantes sobre
6 ambientais, sociais, saúde e Ambiente, Saúde e Segurança para permitir que o Fiscal
segurançana variação do avalie os respectivos riscos e impactos.
contrato
• Os contratos devem conter disposições que permitem que
7 Capacidadede de retenção da percentagem geral (10% da obra) seja repartido e retido
de pagamentos intermédios para assegurar o cumprimento de passivos sócioambientais.

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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO E FUNÇÃO PÍBLICA
PROJECTO DE DESENVOLVIMENTO URBANO E LOCAL (PDUL)
UNIDADE DE GESTÃO DE PROJECTO

CLÁUSULAS AMBIENTAIS E SOCIAIS A INSERIR NOS DOSSIERS DE CONCURSO E


CADERNOS DE ENCARGO E CONTRATOS

Estas Cláusulas Ambientais e Sociais são referentes ao processo construtivo de infra-estruturas e


serviços básicos e visam orientar as partes envolvidas na construção e reabilitação de infra-
estruturas municipais a aplicar métodos compatíveis e adequados que interfiram o menos possível
com o Meio Ambiente, preconizando igualmente a melhoria da qualidade dos seus colaboradores
e das Comunidades beneficiárias e/ou envolvidas. Para o cumprimento destas cláusulas o papel
fundamental é dado aos principais intervenientes na obra, nomeadamente, o Empreiteiro, o Fiscal
de obra e o dono da obra (Município), as cláusulas são parte integrante dos dossiers de concurso e
dos cadernos de encargos ou de contratos de obras.

1. Disposições preliminares
1.1 Concepção do emprrendimento

Durante o processo de concepção e desenho de projectos arquitetónicos e engenharia, deverão ser


promovidas intervenções conscientes sobre aspectos ambientais e sociais, sendo de destacar o seguinte:
Elementos Climáticos:
a) Temperatura: radiação solar, relevo, barreiras naturais
b) Precipitações: influenciado por relevo, vegetação
c) Ventilação: direcção, velocidade e frequência – promover ventilação cruzada.
Localização e orientação do edifício.
Conforto Térmico e Luminoso
a) Forma, orientação e superfícies envidraçadas
b) Uso de vegetação e fontes de água
c) Protecção das fachadas com maior incidência de radiação solar
d) Escolha adequada dos materiais de construção e cor

1
1.2 Informações Prévias Sobre o Terreno

O dono da obra, deve verificar os seguintes aspectos:


a) Localização do Terreno (mapeamento de aspectos ambientais e sociais - Verificar se o local
tem potencial para algum risco de inundação, erosão, deslizamento de terras, interferências
com habitações, etc).
b) Legalidade do Terreno e do licenciamento do sub-projecto (DUAT, Licença ambiental e
Plano de gestão ambiental)
c) Respeito a distância mínima de segurança entre a infra-estrutura a ser implantada com as
restantes pré-existentes.
d) Se o projecto executivo tipo (se for o caso) foi adaptado e corresponde às características
físicas do local.
e) Antes de instalar e iniciar a obra deve-se verificar se em caso de necessidade de
deslocamentos de pessoas e bens, se as compensações estão sendo efectivamente feitas às
pessoas afectadas pelo sub-projecto.

2. Reunião Inicial

Antes de iniciar os trabalhos e logo após a consignação o dono da obra deve organizar um encontro
com os representantes do poder local, bem como representantes das populações na área do
projecto e serviços técnicos relevantes para a prestação de informações sobre a obra a realizar,
designadamente a duração, as vias e os locais que podem ser afectados, e apresentar o empreiteiro
e fiscal da obra a iniciar. Este encontro permitirá também ao dono da obra fazer o registo das
observações e as preocupações levantadas pelas populações. Servirá igualmente para a
sensibilização para as questões ambientais e sociais e para as relações com os trabalhadores.
.
3. Relacionamento com as comunidades

No contacto com as comunidades, o empreiteiro deve assegurar que os trabalhadores da obra


tenham em consideração os seguintes aspectos:

a) Respeito à diversidade cultural e aos modos de vida das comunidades locais.


b) Respeito aos sítios ou locais de culto, símbolos religiosos, insígnias, cemitérios, etc
c) Respeito aos horários de silêncio e restrições de acesso, de acordo com os hábitos das
comunidades locais.
d) Cuidado com a movimentação de veículos em áreas povoadas e áreas agrícolas de modo a
minimizar a emissão de poeiras, geração de ruídos e vibrações, e impactos nas áreas de
cultivo/machambas e outras actividades produtivas.
e) Informar e integrar tanto quanto possível as pessoas da comunidade para evitar os conflitos
entre trabalhadores e a população local.
f) Evitar a libertação de odores provenientes de reparação de fossas sépticas (escolhendo
horas mortas).

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4. Acessibilidade

Deve ser respeitado o Decreto no. 53/2008 sobre acessibilidade, circulação e utilização dos sistemas
dos Serviços Públicos à pessoa com deficiência, no concernente aos aspectos construtivos que
possibilitam o acesso aos edifícios. Deste modo, devem ser considerados os seguintes aspectos:
a) Características técnicas e medidas regulamentadas para Rampas e escadas.
b) As medidas regulamentadas das portas exteriores.
c) Medidas regulamentadas dos corredores e portas interiores.
d) Altura dos Balcões ou Guichets, Instalações sanitárias de utilização Geral (incluindo pessoas
com deficiência).

5. Início do processo construtivo


5.1 Responsabilidade do Empreiteiro.

O empreiteiro deve conhecer, respeitar e fazer cumprir as leis e regulamentos em vigor no país
sobre o Meio Ambiente, Políticas de Salvaguardas Ambientais e Sociais sobre o descarte de resíduos
sólidos e líquidos, normas de emissão e ruído, horário de trabalho, etc. Adoptar todas as medidas
necessárias para minimizar os danos ao meio ambiente; assumir a responsabilidade por quaisquer
reclamações relacionadas com a não - conformidade do ambiente.

5.2 Autorizações e Aprovações antes de Iniciar os Trabalhos

Qualquer intervenção a realizar deve ser objecto de procedimentos de informação prévia e


autorizações administrativas. Antes de iniciar o trabalho, o dono da obra deve obter todas as
licenças necessárias emitidas pelas autoridades locais, (Licenças ambientais, DUATs, de Supressão
vegetal, de pedreiras ou áreas de empréstimo) e serviços hidráulicos (em caso de uso de água da
rede pública).

5.3 Preparação do Terreno

O empreiteiro deverá informar as populações envolvidas antes de qualquer intervenção ou


destruição de áreas agrícolas, ou zonas de pastoreio.

5.4 Programa de Gestão Ambiental e Social

O empreiteiro deverá preparar e submeter à aprovação do dono da obra e da fiscalização um


programa detalhado do ambiental e social de construção (PAC) do projecto incluindo: (I) um plano
de ocupação indicando a localização da zona principal e diferentes zonas de intervenção de acordo
com as componentes do projecto, as implantações previstas e uma descrição dos trabalhos de
limpeza, (II) um plano de gestão de resíduos, indicando os tipos de resíduos, o tipo de recolha
prevista e o local de armazenagem, método e o local de depósito, (III) um plano de gestão de
acidentes e de prevenção da saúde especificando os principais riscos de acidentes que possam pôr
3
em perigo a segurança ou a saúde dos trabalhadores e/ou do público e as medidas de segurança
pública e/ou de prevenção da saúde a aplicar no quadro de um plano de emergência.

O empreiteiro deverá igualmente elaborar e apresentar, para Aprovação da fiscalização, um plano


de protecção do meio ambiente, que inclua todas as medidas de protecção da obra: Protecção do
depósito do armazenamento de combustível, lubrificantes; descrição de métodos de prevenção e
redução da poluição, incêndios, acidentes da estrada; infra-estruturas de saúde e acesso às
populações em situações de emergência; regulamentos de trabalho relativos à protecção e
segurança do ambiente; plano de limpeza, arranjos no final dos trabalhos, indicação do funcionário
encarregado de saúde/segurança/meio ambiente da obra; descrição dos métodos de redução dos
impactos negativos e o plano de gestão e reabilitação de áreas de empréstimo; o plano de
armazenamento e gestão de água e saneamento.

6. Instalação de estaleiro
6.1 Normas de localização

A instalação de estaleiros temporários deve ser feita preferencialmente em áreas já desmatadas ou


intervencionadas, sempre que existam, ou em zonas que serão reutilizadas para outros fins.

O empreiteiro deve afixar o regulamento interno de modo visível nas instalações de estaleiro
prescrevendo especificamente: respeito dos usos e costumes locais; protecção contra
ITS/HIV/SIDA; as normas de higiene e medidas de segurança. O empreiteiro deve sensibilizar o seu
pessoal para o respeito pelos usos, costumes e tradições das populações da região de execução dos
trabalhos e sobre os riscos e formas de prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ITS e
HIV/SIDA).

6.2 Emprego de Mão-de-Obra Local

O empreiteiro deve engajar-se (excepto pessoal técnico) no recrutamento do número máximo de


trabalhadores locais, incluindo mulheres. Não conseguindo encontrar pessoal qualificado no local,
é permitido a contratação de pessoal da área mais próxima da área de trabalho.

6.3 Respeito do Horário de Trabalho

O empreiteiro deve assegurar que os horários de trabalho estejam em conformidade com as leis e
regulamentos nacionais em vigor. Qualquer alteração está sujeita à aprovação da fiscalização.
Sempre que possível (excepto em casos excepcionais e em concertação com a fiscalização), o
empreiteiro deve evitar a realização de trabalhos durante as horas de descanso, Domingos e
feriados.

6.4 Protecção dos Trabalhadores


O empreiteiro deve disponibilizar para o pessoal do local de trabalho equipamento de trabalho
regulamentar e em bom estado de conservação e todos os acessórios de segurança e protecção
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apropriados para a actividade (capacetes, botas, cintos, máscaras, luvas, óculos de protecção, etc.).
O empreiteiro deve assegurar o uso adequado de equipamento de protecção, e controlo
permanente deverá ser realizado para o efeito e, no caso de violação, chamadas de atenção aviso
e até mesmo dispensa deverão ser aplicadas aos infractores.

6.5 Responsável pela Saúde, Segurança e Meio Ambiente

O empreiteiro deve nomear um responsável pela Saúde/Segurança/Ambiente que irá garantir que
as regras de higiene, segurança e protecção ambiental são seguidas com rigor por todos e a todos
os níveis de desempenho, tanto para os trabalhadores como para a população e outros em contacto
com o local. O empreiteiro deve proibir o acesso ao local pelo público, protegendo-o com etiquetas
e sinalização, indicar acesso alternativo e tomar todas as medidas de ordem e de segurança para
evitar acidentes.

6.6 Guarda do Local de Trabalho

Durante todo o período de construção, o empreiteiro deve ter pessoal de plantão fora do horário
de trabalho, todos os dias, sem excepção (sábado, domingo e feriados), dia e noite, para resolver
qualquer incidente e/ou acidente que possa ocorrer relacionado com a obra.

6.7 Acessos

O empreiteiro deverá evitar o bloqueio de acessos públicos. Deverá efectuar a manutenção


contínua dos acessos de moradores durante a construção. O empreiteiro deverá assegurar que
nenhuma escavação é deixada aberta durante a noite sem sinalização adequada. O empreiteiro
deve assegurar que os desvios temporários permitam a circulação em segurança. Deverá instalar a
sinalização para saídas de camiões e máquinas do local de trabalho.

7. Desmobilização e limpeza
7.1 Normas Gerais

Para qualquer situação de desmobilização, o empreiteiro deve deixar as instalações em condições


de utilização imediata.
É obrigatório a retirada de todos os seus equipamentos e materiais e não os pode abandonar no
local ou nas imediações. Assim que os trabalhos forem concluídos, o empreiteiro deverá: (I)
remover instalações temporárias, equipamentos, resíduos sólidos e líquidos, excedentes materiais,
vedações etc., (II) corrigir falhas na drenagem e tratamento de todas as áreas escavadas, (III)
reflorestar as áreas inicialmente desmatadas com espécies adequadas em articulação com os
Municípios, (IV) proteger as obras que permanecem perigosos (poços, valas abertas, etc.), e (VII)
limpar e destruir valas de drenagem, poços, se for do interesse da fiscalização ou das autoridades
locais a recuperação de instalações fixas para uso futuro, o empreiteiro deve cedê-las
gratuitamente.

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Instalações permanentes que foram danificadas devem ser reparadas pelo empreiteiro e
recuperado o estado equivalente ao estado inicial antes do início dos trabalhos. As vias de acesso
serão entregues em estado equivalente ao estado inicial. Nos sítios sujeitos a compactação dos
solos (áreas de trabalho, estradas, etc.), pavimentos em betão, calçadas temporárias e lajes devem
ser removidos e os materiais enviados para depósito autorizado.

Em caso de falha do empreiteiro na execução dos trabalhos de restauração, estes serão executados
por uma empresa contratada pela Fiscalização sendo os encargos da responsabilidade do
empreiteiro. Após a retirada de todos os equipamentos, um relatório indicando a reabilitação do
local deve ser preparado e anexado à acta da recepção da obra.

A não reposição do estado inicial constitui motivo de recusa da recepção dos trabalhos. Neste caso,
da retenção geral (10%), será deduzida e retida para assegurar a execução e restauração dos
trabalhos.

8. Controlo do cumprimento das cláusulas ambientais e sociais

O controlo do cumprimento e eficácia da implementação das cláusulas sociais e ambientais por


parte do Empreiteiro deve ser feito pela Fiscalização cuja equipa deve incluir um técnico ambiental,
o controlo deve ser efectuado não só na fase de construção, mas também em todas as etapas
antecedentes e precedentes à realização da obra, designadamente na fase de especificações,
escolha do local, apresentação de estudos prévios, ante-projectos e projecto final com descrição de
materiais e técnicas a serem aplicadas, na fase de utilização e manutenção da obra, bem como na
fase da sua desmobilização.

8.1. Sanções

De acordo com as disposições contratuais, o incumprimento das cláusulas ambientais e sociais,


devidamente assinaladas pela fiscalização, pode constituir motivo para a rescisão do contrato. O
Empreiteiro sujeito a rescisão de contrato devido ao incumprimento de cláusulas ambientais e
sociais fica sujeito a sanções até mesmo a suspensão do direito de participar em concursos do sector
por um período determinado pelo dono da obra ou a retenção da garantia bancária.

8.2. Recepção Da Obra

O não cumprimento das cláusulas ambientaisexpõe o Empreiteiro à recusa da recepção provisória


ou definitiva da obra, pela Comissão de Recepção. A implementação de cada medida ambiental e
social pode ser objecto de uma recepção parcial envolvendo os sectores relevantes em causa.

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8.3. Obrigações Cobertas pela Garantia Bancária

As obrigações do empreiteiro decorrem até à recepção definitiva da obra que será recebida apenas
após a execução completa dos trabalhos de melhoria ambiental nos termos do contrato.

9. Critérios de Projecto

Durante a elaboração de estudos preliminares dos projectos arquitectónicos, (instalações eléctrica,


hidráulica), implantação, fundações, estruturas e paisagismos, deve ser previtos os materiais e
equipamentos e considerar os relatórios dos diagnósticos sócio-ambientais.

Elaborado pela equipa de Salvaguardas da UGP

Maputo, 29 outubro de 2020

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MUNICIPIO DA VILA DE MAGANJA DA COSTA

MANUAL DE BOAS PRATICAS DO PROJECTO DE CONSTRUÇÃO DE PAVILHÃO


PARA VENDA DE PRODUTOS DIVERSOS NO MERCADO CENTRAL
Índice
I. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................3

2. Objectivos ...............................................................................................................................4

2.1. Objectivo Geral ....................................................................................................................4

2.2. Objectivos Específicos .........................................................................................................4

3. IDENTIFICAÇÃO DO PROPONENTE .................................................................................4

4. LOCALIZAÇÃO E DESCRIÇÃO DO PROJECTO ................................................................4

5. BASE LEGAL DE SUSTENTAÇÃO .....................................................................................4

6. BOAS PRÁTICAS DE GESTÃO AMBIENTAL ....................................................................5

7. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 15
I. INTRODUÇÃO

O documento apresenta o Manual dos Procedimentos de Boas Práticas de Gestão Ambiental e


Social a serem implementadas no Projecto de CONSTRUÇÃO DE PAVILHÃO PARA
VENDA DE PRODUTOS DIVERSOS NO MERCADO CENTRAL, no Município de
Maganja da Costa. O mesmo, é elaborado em cumprimento das recomendações emitidas pelos
Serviços Provinciais de Ambiente de Zambézia, com vista, a obtenção da respectiva Licença
Ambiental do projecto categorizado em “C”, de acordo com a legislação ambiental em vigor no
País.
Este documento é de capital importância por ser um instrumento que define os principais
mecanismos de gestão, enquadrando as componentes ambientais e sociais afetadas pelo projecto,
alinhado ao processo de Avaliação Ambiental preliminar realizada pelas partes.

Os procedimentos de boas práticas de gestão ambiental e social serviram de base para


monitorização e avaliação do desempenho ambiental no processo da construção 12 Bancas como
forma de garantir a observância da teoria geral da sustentabilidade que prevê 3 pilares essenciais:
Protecção Ambiental, Crescimento económico e Desenvolvimento Social.
2. Objectivos

2.1. Objectivo Geral


Elaborar procedimentos de boas práticas de gestão ambiental e social para o projecto de
construção de um pavilhão para venda de produtos diversos no mercado central.

2.2. Objectivos Específicos

 Mostrar os elementos ambientais e socias que serão afectados durante a vigência dos
trabalhos do projecto;
 Identificar os impactos ambientais e sociais que serão provocados pela implementação do
projecto; e
 Propor as medidas de mitigação dos impactos negativos e a capitalização dos impactos
positivos.

3. IDENTIFICAÇÃO DO PROPONENTE

O Proponente do projecto é o Conselho Municipal de Maganja da Costa, representada pelo


Virgílio Agostinho Gabriel Dinheiro, Presidente do Município.

4. LOCALIZAÇÃO E DESCRIÇÃO DO PROJECTO

O projecto terá a sua implementação no Município de Maganja da Costa, Bairro Central, e será
constituído por construção de um pavilhão com 12 Bancas no Mercado Central.

5. BASE LEGAL DE SUSTENTAÇÃO

A Lei do Ambiente (Lei n˚ 20/97 de 01 de Outubro) sujeita ao processo de avaliação do impacto


ambiental, todas as actividades públicas e privadas com potencial impacto ambiental.
De acordo com o regulamento sobre o processo de avaliação do impacto ambiental aprovado
pelo Decreto n˚ 54/2015 de 31 de Dezembro, o projecto classificado como sendo de nível C, isto
é, sujeito a aplicação de procedimentos de boas práticas de gestão ambiental.

Decreto n˚ 18/2004 de 2 de Junho, aprova o Regulamento sobre os padrões de Qualidade


Ambiental e de Emissão de Efluentes, aplicável a todas as actividades públicas ou privadas com
interferência directa ou indirecta nas componentes ambientais.

6. BOAS PRÁTICAS DE GESTÃO AMBIENTAL

A Construção de infra-estruturas tem efeitos sobre diversas componentes sociais, saúde e


segurança, bem como aspectos ambientais, nomeadamente, o solo, a vegetação, a qualidade do
ar, água (superficial e subterrânea), entre outras.

Neste capítulo são apresentadas as diferentes componentes sociais e ambientais suscetíveis de


serem afetados pela CONSTRUÇÃO DE PAVILHÃO PARA VENDA DE PRODUTOS DIVERSOS NO
MERCADO CENTRAL, identificando-se as potenciais actividades que podem causar impactos

negativos e ou positivo e, paralelamente, determinar-se a as respectivas medidas de mitigação ou


de potenciação.

6.1. MOBILIZACAO DA EMPREITADA


 Na mobilização da empreitada, a que ter em conta aos ASPECTOS SOCIAIS, SAUDE e
SEGURAÇA

6.1.1 EXPECTATIVAS ELEVADAS EM RELAÇÃO AO EMPREGO


As oportunidades de emprego devem ser explicadas de uma forma realista para não levantar
falsas expectativas;

Devem ser criadas condições de um bom relacionamento entre os executores do projecto e as


comunidades;
Partilhar com as comunidades o programa de recrutamento e emprego para minimizar as
expectativas.

6.1.2 CONTRATAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA, GENERO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL


DO PESSOAL

Divulgar na Vila, as vagas disponíveis para implantação do projecto. A preferência pela mão-de-
obra local deve ser acautelada, esta acção propiciará a criação de empregos para os membros das
comunidades.

Deve ser feito indução no início do trabalho, sobre o código de conduta dos trabalhadores
(normas e disciplina no trabalho), sobre o papel dos superiores hierárquicos, regimes de faltas e
comportamento no trabalho, e transferência constante de competências profissionais.

Deve ser providenciado contratos de trabalho escritos para todos os trabalhadores de acordo com
a lei de trabalho nacional e Equipamentos de protecção individual, devendo ser instruídos sobre
procedimentos de segurança no trabalho a todos os trabalhadores.

Deve ser assegurado a promoção e integração das mulheres e outros grupos vulneráveis e
incentivá-los a sua participação na tomada de decisões.

6.1.3 PERTURBAÇÃO DOS ESTILOS DE VIDA TRADICIONAIS, GERAÇÃO DE RUIDOS


E DE CONFLITOS LOCAIS

Realizar campanhas de sensibilização as comunidades locais sobre o empreendimento, aspectos


de segurança durante as actividades e promover campanhas de educação cívica e moral.

A maquinaria e veículos devem ser vistoriados regularmente, de forma a manter os níveis de


ruído no mínimo possível; respeitar o horário de iniciar e terminar os trabalhos de acordo com a
lei moçambicana (entre 7.30H -17.00H);

Colocar a placa da obra de construção de passeio no troço da curvatura do muro de SDAE;


O Empreiteiro deverá tomar todas as medidas necessárias para evitar poeiras, como por exemplo
assegurar o uso de camiões de água perto das áreas sujeitas à produção de poeiras;

O Empreiteiro tem a responsabilidade de informar as pessoas residentes na área e áreas


circunvizinhas de quando as obras irão iniciar, bem como informar de quando as mesmas
deverão terminar, providenciando informação sobre as possíveis perturbações;

O Empreiteiro não deve realizar trabalhos em dias de feriados públicos e de cerimónias


tradicionais específicas, salvo acordado com as autoridades locais.

6.1.4 PERDA DE CAMINHOS DE ACESSO A RESIDENCIAS, MACHAMBAS E INFRA-


ESTRUTURAS (FUROS E TUBOS DE ÁGUA, CABOS DE ENERGIA, OUTROS
SERVIÇOS)

O princípio é manter sempre que possíveis os acessos existentes, deve ser feito o levantamento
dos acessos principais existentes, e identificar casos de perda de acessos, e discutir soluções com
as autoridades locais para acessos alternativos.

Informar às populações, com antecedência, através de meios eficazes (em particular via afixação
e anúncios na impressa), sobre qualquer interrupção temporária nas redes de abastecimento de
água, electricidade ou telecomunicação que sejam ditadas pela necessidade de execução de obras
inerentes ao projecto.

Os avisos deverão ser disseminados com a devida antecedência e indicar claramente os bairros
ou troços afectados, a natureza da rede afectada e as datas e duração da interrupção, com
indicação clara da hora de restabelecimento.

Minimizar, na medida possível, a interferência com os locais sagrados e de culto

Assegurar que os caminhos ou acessos alternativos nas imediações da área da obra não fiquem
obstruídos ou em más condições de transitabilidade, possibilitando a sua normal utilização por
parte da população loca e outros u tentes.

 Ainda na mobilização, para além dos aspectos sociais já referenciados importa considerar
também os AMBIENTAIS
6.1.5 REMOÇÃO DA VEGETAÇÃO EXISTENTE (ÁRVORES E ARBUSTOS ALTOS, ETC).

A remoção das árvores existentes deverá se limitar ao estritamente necessário

Implantar o estaleiro em locais com menor Vegetação possível.

Planear e plantar novas árvores para limitar a erosão e criar sombras

6.1.6 ALTERAÇÃO DA FORMAÇÃO FÍSICA DO TERRENO E CONSEQUENTE RISCO


DE EROSÃO DOS SOLOS, ASSIM COMO MODIFICAÇÃO DA REDE NATURAL DE
DRENAGEM PLUVIAL

Evitar a acumulação de solos nas linhas naturais de drenagem e também que as valas ou terras
acumuladas fiquem um longo período sem a sua reposição.

Em todas as áreas escavadas ou movidas, os solos deverão ser acondicionados logo após as
actividades, assegurar que as áreas restabelecidas voltem as mesmas características ou
semelhantes as anteriores.

As áreas que se considerarem suscetíveis a desmoronamentos ou a erosão deverão ser


estabilizadas plantando vegetação ou aplicando obras de engenharia

6.2. IMPLEMENTAÇÃO

 ASPECTOS SOCIAIS, SAUDE E SEGURAÇA

6.2.1 CONFLITOS SOCIAIS DEVIDO A PRESENÇA DE TRABALHADORES EXTERNOS


AO LOCAL
 Nas comunidades moçambicanas, tem havido alguns conflitos resultantes da presença de
novas pessoas integradas, este problema tem sido causado pela diferença de culturas, bem
como de hábitos de convivência. Devido este facto, neste capítulo vai se apresentar os
mecanismos de gestão dos impactos.
Tanto os trabalhadores como as comunidades circunvizinhas ao local da obra devem ser objecto
de actividades de consciencialização, viradas para a promoção de um bom relacionamento entre
ambos.
O proponente deve apoiar e atender o bom funcionamento do Mecanismo de Dialogo e
Reclamações, MDR;
Devem ser criadas condições de um bom relacionamento entre os executores do Estabelecer e
implementar um conjunto de Normas (ou um Código de Conduta) para o local de trabalho;

6.2.2 RISCO DE SAÚDE E SEGURANÇA DOS TRABALHADORES E DAS


COMUNIDADES
Deverão ser observadas todas as medidas associadas a higiene, segurança no ambiente de
trabalho em todo o processo DE CONSTRUÇÃO DE PAVILHÃO PARA VENDA DE
PRODUTOS DIVERSOS NO MERCADO CENTRAL.
Para o efeito o empreiteiro deverá dispor de um Manual de Procedimentos de Saúde, Segurança e
Ambiente no Trabalho de conhecimento público (trabalhadores), e providenciar KITS de
primeiros socorros nas frentes de trabalho e administrar Dialogo de Saúde e Segurança.
Devera ser garantido capacitação aos trabalhadores com medida primaria contra acidentes no
trabalho e garantido Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para os trabalhadores que
actuam em áreas de riscos de acidentes e incidentes como meio de protecção contra acidentes.

6.2.3 RISCOS DE ACIDENTES JUNTOS AS COMUNIDADES LOCAIS DURANTE A


CONSTRUÇÃO DO PAVILHÃO PARA VENDA DE PRODUTOS DIVERSOS NO
MERCADO CENTRAL
.
Como forma a evitar possíveis acidentes junto aos locais de construção, o empreiteiro deve
construir ou colocar placas de sinalização, linhas zebradas e contratar bandeirolas para poder
sinalizar o local durantes as obras.

6.2.4 PERDA DE POSTOS DE TRABALHO APÓS A CONCLUSÃO DAS OBRAS DO


PROJECTO
É importante que na fase de recrutamento de mão-de-obra local seja clarificado junto aos
potenciais trabalhadores a questão de os postos de trabalho serem temporários, bem como a
duração prevista para cada posto. Os trabalhadores contratados devem igualmente estar claros
sobre as disposições legais que orientam os seus contractos de trabalho, principalmente no que
concerne à expiração dos mesmos.

6.2.5 IMPACTO DO PROJECTO NA SAÚDE E SEGURANÇA DOS TRABALHADORES E


DAS COMUNIDADES LOCAIS, INCLUINDO O AUMENTO INCIDÊNCIA DE HIV E SIDA
As obras e os estaleiros locais devem ter os kits de primeiros socorros. Em caso de acidente
graves, os feridos e os que adoecem devem ser transportados em veículos seguros e confortáveis
à unidade sanitária mais próxima.
Os trabalhadores deverão ser devidamente informados por meio de palestras ou capacitação
sobre ITS e HIV e SIDA, a empresa deverá proceder a disponibilização do preservativo em
locais ou instalações fixas ou móveis.

6.2.6 RISCO DE CONTAMINAÇÃO OU TRASMISSÃO POR COVID 19


Deve estar garantido a capacitação contínua dos trabalhadores em matéria de proteção contra o
covid 19 e supervisão continua em relação ao cumprimento do distanciamento pessoal,
rotatividade, sempre for conveniente, uso de máscara, lavagem das mãos e evitar o maior
contacto possível entre os colaboradores.

 ASPECTOS AMBIENTAIS
6.2.7 INCÓMODO DE POEIRAS E IMPACTO DE EMISSÕES GASES

O transporte de materiais do tipo solto (areia, Pedra) deverá ser feito em veículos adequados,
com carga coberta
Deverá ser assegurada a limpeza regular dos acessos não pavimentados e da área afecta à obra,
de forma a evitar a acumulação e levantamento.
6.2.8 POLUIÇÃO LOCALIZADA DOS SOLOS (AUMENTO DE RESIDUOS SOLIDOS E
LIXO DOMÉSTICO) NAS BERMAS DAS ESBTRADAS

Na ausência de um sistema local de recolha de resíduos deve-se garantir que os resíduos sólidos
domésticos sejam depositados em lixeiras temporárias, as quais devem ser seguras e não
suscetíveis de ser remexida.
Os acampamentos dos trabalhadores devem ser mantidos limpos, não se devendo queimar,
enterrar ou abandonar o lixo de forma indiscriminada.
Todos os trabalhadores devem ser instruídos a procederem á deposição adequada dos resíduos
domésticos e devidamente instruídos quanto a necessidade da preservação do meio ambiente e de
se tornarem agentes activos na mudança de mentalidades

6.2.9 RISCO DE CONTAMINAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS E


SOLOS POR RESÍDUOS E/OU DERRAMES OCASIONAIS

Fica interdita a deposição deliberada de quaisquer resíduos, ainda que provisória, nas margens,
leitos de linhas de água, bem como em zonas de grande infiltração.
Os óleos, lubrificantes, tintas, colas usadas devem ser armazenados em recipientes, para posterior
envio a destino final apropriado, preferencialmente a reciclagem.
A área de armazenamento de produtos e o parque de estacionamento de viaturas devem ser
drenados para uma bacia de retenção, impermeabilizada e isolada da rede de drenagem natural,
de forma a evitar que os derrames acidentais de óleos e combustíveis contaminem solos e
recursos hídricos na envolvente.
Evitar ao máximo passar no interior das áreas residenciais ou de aglomeração de pessoas, assim
como assegurar que são utilizados equipamentos e métodos de construção que originam menor
ruído possível.

6.2.10 PERTURBAÇÃO DE RUÍDOS E VIBRAÇES


Garantir que as operações mais ruidosas realizadas na proximidade de habitações e outros locais
de recetores sensíveis se restringem ao período diurno.

Algumas actividades excessivamente ruidosas, deverá comunicar-se as partes afectadas 15 dias


antes de início das actividades de construção.

6.2.11 PERTURBAÇÃO E/OU PERDA DEFINITIVADE HABITATS (VEGETAÇÃO E


FAUNA)

Assegurar a recolha e manuseamento correcto dos óleos de mudanças, assim como das águas
residuais contaminadas de modo a que estas matérias não sejam despejadas em áreas onde se
prevê perturbar espécies.
Privilegiar o uso de caminhos já existentes para aceder aos locais das obras. Caso seja necessário
abrir novos acessos ou melhoramento das vias existentes devem ser realizadas de modo a reduzir
ao mínimo a perturbação do habitat fora das zonas que posteriormente ficarão ocupadas pelo
acesso.

6.2.12 RISCO DE ALAGAMENTO E CRIAÇÃO DE ÁGUAS ESTAGNADAS E


PROLIFERAÇÃO DE DOENÇAS ASSOCIADAS
Implantação de canais de Drenagem e Pavimentação em locais críticos e implantação de relva
Deve ser garantido uma manutenção regular das bermas das estradas e evitar no máximo a
criação de águas estagnadas e proliferação de doenças associadas. Garantir que todo o
trabalhador que tenha doença associadas a veiculação hídrica seja recomendado e direcionado ao
local de trabalho.
Nas vias de terra batida e a sensivelmente até 500 metros do local das obras, os veículos do
Empreiteiro e dos seus fornecedores não deverão exceder a velocidade de 45 km/h.
6.2.13 RISCO DE EROSÃO DOS SOLOS AUMENTO DA EROSÃO POR CAUSA DE
ABERTURA DE VALAS, ESCAVAÇÕES DE TERRAS, ABERTURA DE
ATERROS/PEDREIRAS

Prever e construir valas de drenagem de águas pluviais, incluindo à volta do edifício para colecta
da água do escoamento superficial

Recuperar todas áreas degradadas (escavações) derivadas das obras através do nivelamento do
terreno e restauração da cobertura vegetal.

Movimentar e expor solos apenas na época seca e garantir que se deve preencher e vegetar as
câmaras de empréstimo após construção;

Dimensionar adequadamente valas de drenagem para suportar correntes máximas possíveis e


garantir a sua manutenção adequada e controlo;

6.2.14 FALTA DE SOMBRA

Identificar os locais apropriados e espécies adequadas Para a arborização desde que não interfira
o decurso normal das actividades de construção

6.2.15 INTOXICAÇÃO E POLUIÇAO DEVIDO A MÁ DEPOSIÇAO E MANUSEAMENTO


DE AGROTOXICOS

Selecção dos locais apropriados para deposição e incineração dos Recipientes

6.2.16 AUMENTO DO ESCOAMENTO DAS ÁGUAS A PARTIR DA SUPERFÍCIE DAS


ESTRADAS
Dimensionar e colocar os aquedutos e pontes correctamente para reduzir o escoamento continuo
e em grande escala de água e assim evitar remover a vegetação, as machambas e a contaminação
das aguas junto aos rios.

6.3. ENCERRAMENTO

6.3.1 PRESENCA DE MATERIAIS RESIDUAIS NOS LOCAIS DAS OBRAS E


ESTALEIROS, ALGUNS COM POTENCIAL DE CONTAMINAR SOLO OU
RECURSOS HÍDRICOS

Elaborar um plano de desmobilização das actividades de construção, dos acampamentos e


estaleiros;

Retirar o equipamento e outros materiais logo após o término das obras, sempre que possível;

Promover a recuperação os locais dos acampamentos e estaleiros por meio da retirada dos
materiais de construção, aterramento de camada de solo e re-vegetação;

Promover a reabilitação de áreas de empréstimo de forma faseada e ao mesmo tempo garantir a


protecção ambiental e segurança pública;

Recolher todo o material e resíduos para descarte em local oficial ou entrega a entidades de
reciclagem;

Alguns resíduos de construção podem ser reaproveitados em actividades similares no futuro,


caso não seja do interesse os mesmos podem ser entregues aos interessados;

Os resíduos perigosos como solos contaminados, embalagens que continham óleos, filtros,
baterias deverão ser entregues a entidades que possam reciclar ou eliminar;

As sobras de material como entulho poderão ser utilizadas na estabilização de


estradas

Remover os materiais após as obras e reabilitar os acampamentos, estaleiros e áreas das obras,
devolvendo sempre que possível as condições originais;

Preparar planos e procedimentos para a reabilitação de áreas contaminadas por substâncias


perigosas caso sejam perigosas;
6.3.2 PERDAS DE POSTOS DE TRABALHO PARA O PESSOAL, COM DESTAQUE O
PESSOAL CONTRACTADO TEMPORARIAMENTE NAS ACTIVIDADES DE
CONSTRUÇÃO

Recomenda-se ao empreiteiro, no período de vigência das actividades do projecto, a capacitação


ou treinamento da força de trabalho local, especialmente a feminina para que esteja qualificada
para o trabalho;

Durante o período de vigência das obras é fundamental a capacitação contínua da mão-de-obra


local para que possa participar em projectos similares ou actividades por conta própria

7. CONCLUSÃO

O seguimento de boas práticas na implementação de projectos de construção preconiza a


sustentabilidade dos recursos naturais, com vista a garantir a sua existência no futuro, uma vez
que são de fontes esgotáveis. Vários são os sinais que mostram um avanço na degradação
ambiental cujos efeitos já são sentidos por toda humanidade, pelo que a preocupação da
actualidade não é o que se perdeu, mas sim a protecção do que ainda existe.
A aplicação de boas práticas presentes neste documento contribuíra fortemente na Protecção
Ambiental, Crescimento económico e Desenvolvimento Social da zona em que esta inserido
O proponente assume e compromete-se a implementa-las e a aprimorá-las de acordo com as
novas circunstâncias que se impuserem durante a implementação do projecto.

O Presidente
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Eng Virgílio Agostinho Gabriel Dinheiro

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