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Aleitamento Materno

Bases Científicas

MÓDULO: NASCIMENTO, CRESCIMENTO E


DESENVOLVIMENTO

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Aleitamento Materno

Aleitamento materno é quando a criança recebe leite materno


(direto da mama ou ordenhado) independentemente de receber
ou não outros alimentos.

A prevalência do aleitamento materno no Brasil está aquém das


recomendadas.

Relevância do papel dos profissionais de saúde.

“Dez passos para o sucesso do aleitamento materno”

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Definições/Classificações de aleitamento
materno adotada pela OMS:

1. ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO


2. ALEITAMENTO MATERNO PREDOMINANTE
3. ALEITAMENTO MATERNO COMPLEMENTADO
4. ALEITAMENTO MATERNO MISTO OU PARCIAL

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IMPORTANTE

• O Ministério da Saúde (MS) e a Sociedade Brasileira de


Pediatria (SBP)
• Concordam com a OMS no que diz respeito à duração
ideal da amamentação ser exclusiva até os 6 meses e
complementada até os 2 anos ou mais.

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BENEFICIOS DO ALEITAMENTO MATERNO – CRIANÇA

Impacto que mais nenhuma outra estratégia possui na redução da mortalidade infantil em
crianças menores de 5 anos!!!!!! – 13% das mortes por causas evitáveis.
1. MELHOR NUTRIÇÃO - nutrientes essenciais para o completo desenvolvimento e crescimento.

1. MENOR CUSTO FINANCEIRO - Para uma família com pouca renda, não amamentar e comprar
fórmulas infantis pode representar grande parte da renda desta família.

1. EFEITO POSITIVO COM DESENVOLVIMENTO COGNITIVO - contribui para o melhor


desenvolvimento cognitivo.

1. EVITA DIARRÉIA - crianças não amamentadas apresentam um risco 3 vezes maior de


desidratarem e virem a óbito em decorrência da diarreia quando comparadas com crianças
amamentadas.

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BENEFICIOS DO ALEITAMENTO MATERNO - CRIANÇA

EVITA INFECÇÃO RESPIRATÓRIA - diminui a gravidade dos episódios de


infecção respiratória, sobretudo, pneumonia, bronquiolite e otites.

DIMINUI OS RISCOS DE ALERGIAS - diminui o risco de alergia à proteína do


leite de vaca, dermatite atópica, asma e outras alergias.

DIMINUI O RISCO DE HIPERTENSÃO, COLETEROL ALTO E DIABETES - Indivíduos


amamentados apresentam pressão sistólica e diastólica mais baixas,
menores níveis de colesterol total e menor risco (37% menos) de
desenvolver diabetes tipo 2 (DM2).
ENDORFINA – Auxilia a suprimir a dor

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BENEFICIOS DO ALEITAMENTO MATERNO → MÃE

• Proteção contra câncer de mama: estima-se que a chance de


desenvolver a doença caia 4,3% a cada 12 meses de duração
da amamentação.
• Proteção maior contra o câncer de ovário
• Evita nova gestação: amamentando exclusiva ou
predominantemente e esteja em amenorreia.

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Anatomia da Mama

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DESENVOLVIMENTO DA MAMA
• O Desenvolvimento da mama se inicia na
vida intra-uterina, com cerca de 6
semanas de gestação.

• Ao nascer, a prolactina materna presente


na circulação fetal pode causar a
produção de pequenas quantidades de
secreção.
• Entretanto, a glândula mamária regride
espontaneamente dentro de 4 semanas
pós-parto.

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FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO

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FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO

Lactação como consequência de mecanismos externos:

Nervos Pele
Parede
sensoriais do adjacente à
torácia
mamilo mama

Medula
Hipotálamo Hipófise
dorsal

Mecanismos
emocionais
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ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO MAMÁRIO

EMBRIOGÊNESE 18ª. (19ª) SEMANA DE ESTROGENIOS


GESTAÇÃO

Nascimento: Presença dos ductos


MAMOGÊNESE DURANTE A lactíferos
PUBERDADE E Puberdade: desenvolvimento dos
GESTAÇÃO canais ou ductos mamários →
estrogênio e progesterona
LACTOGÊNESE INICIO E PRODUÇÃO
Capacidade de produzir leite
DE LEITE
Ação hormonal: progesterona
LACTAÇÃO CONTINUIDADE DA prolactina
PRODUÇÃO DE LEITE ocitocina
LACTOGÊNESE I – ocorre no
ultimo trimestre da gestação.
LACOTGÊNESE II – Ocorre após
INVOLUÇÃO PERDA DA o nascimento – controle
CAPACIDADE DE endócrino
PRODUZIR LEITE LACTOGÊNESE III – Autócrino
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PROLACTINA FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO

Produzida durante a gravidez e amamentação


Produção dependente de estímulos nervosos da sucção, manipulação
da mama., sono, condições de estresse, ocitocina e outros fatores .

Atua sobre as glândulas mamárias, juntamente com a progesterona e


estrógeno, estimulando o crescimento mamário e a produção de leite .

Relacionado à inibição da libido e comportamento protetor

Após o parto, níveis de progesterona e estrógeno caem


drasticamente e aumentam os níveis de prolactina.

72 horas após o parto a produção de leite está no ápice .

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FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO

ACTH – corticotrofina ou hormônio adenocorticotrófico)

Essencial no
Atua sobre a glândula
desenvolvimento
adrenal para síntese e
completo e harmônico
liberação de
da glândula mamária,
hormônios: CORTISOL E
principalmente durante
GLICOCORTICOIDES.
a gestação

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FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO

HORMÔNIOS GH – HORMÔNIO DO
GLICOCORTICÓIDES CRESCIMENTO

Preparam os Direciona os
Atuam durante a ductos mamários nutrientes da
gestação e alvéolos para a mulher para a
lactação produção de leite

No final da Liberação ocorre


gestação atua na principalmente à
secreção láctea noite em estado e
e de colostro relaxamento.

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FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO

OCITOCINA
OU
OXITOCINA

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SINTESE DOS COMPONENTES DO LEITE MATERNO

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PROLACTINA
FISIOLOGIA DA
HIPÓFISE LACTAÇÃO
ANTERIOR

OCITOCINA
NÃO ESQUECER!!! HIPÓFISE
POSTERIOR

Ansiedade,
tensão,
INIBIÇÃO DO REFLEXO DE
dúvida,
EJEÇÃO
estresse,
insegurança

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COMPOSIÇÃO E CARACTERISTICAS DO LEITE

O leite de mães de recém- Principal proteína do leite A principal imunoglobulina é a


nascidos pré-termo tem materno é a IgA secretória que atua
mais calorias, lipídios, contra microorganismos que
proteínas e lactose. lactoalbumina. colonizam superfícies mucosas

Nos primeiros 10 dias após


não existe “leite fraco”, Existem fatores
o nascimento a secreção
mas sim uma diferença de imunológicos específicos e
láctea é chamada colostro
concentração de gordura não específicos que
que contém mais proteínas,
entre o leite que sai conferem muitos benefícios
menos gordura e mais IgA
inicialmente e o que sai no garantindo proteção ativa
secretória do que o “leite
fim. e passiva
maduro”.

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CONSTITUIÇÃO DO LEITE MATERNO
IgA – protetor de infecção Declina rapidamente e se estabiliza
Lactoferrina → se liga a bactérias e impede Lisozima→ vai clivar a parede de bactérias e
a sua proliferação fungos

LACTOSE – energia pronta – carboidrato VITAMINA K E VITAMINA D – são baixas no


principal leite materno – precisa complementar.

FATORES BIFIDOGÊNICOS – carboidratos - FERRO – menor quantidade se comparado


inibir a proliferação de bactérias patógenas. ao da vaca, porem com maior
disponibilidade.
LIPIDIOS → LCPUFA – Permite a mielinização
adequada – mais inteligência – a indústria
não conseguiu simular esse lipídeo para
colocar na formula láctea.

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TÉCNICA DE AMAMENTAÇÃO

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Retorno ao trabalho

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por até 15 dias no congelador 12h na geladeira

a pessoa que cuidará da criança


descongelado no fogo em banho-
como oferecer o leite em um
maria.
copo, xícara ou colher

acomodar o bebê no colo na


posição sentada ou semi-sentada
de modo que a cabeça forme um
ângulo de quase 90o com o
Deve-se alertar para que não se
pescoço, encostar a borda do
despeje o leite na boca do bebê.
copo no lábio inferior e deixar o
leite tocar o lábio, o bebê fará
movimentos de lambidas e
deglutição
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RETORNO AO TRABALHO

• LICENÇA MATERNIDADE
• GARANTIA DE EMPREGO
• PAUSAS PARA AMAMENTAR
• DIREITO À CRECHE

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DESMAME

• O ideal seria que o desmame ocorresse naturalmente (desmame


natural), na medida em que a criança, sob a liderança da mãe,
vai adquirindo competência para isso.
• O desmame abrupto deve ser desencorajado
• Na mãe, o desmame abrupto pode precipitar ingurgitamento
mamário, estase do leite e mastite, além de tristeza ou depressão,
por luto pela perda da amamentação ou por mudanças
hormonais.
• No desmame natural, a criança se autodesmama gradualmente,
o que pode ocorrer em diferentes idades, em média entre 2 e 4
anos, e, raramente, antes de 1 ano.

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CONTRAINDICÕES - ABSOLUTAS

medicamentos
incompatíveis com
HTLV 1 HIV amamentação
como radiofármacos
e antineoplásicos

Galactosemia Psicose puerperal

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CONTRAINDICAÇÕES - TEMPORÁRIA

Doença de Infecção
Chagas herpética:

Consumo
Varicela: de drogas
de abuso:

Abscesso
mamário

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Não são condições que impedem a continuidade do
aleitamento:

Hanseníase Tuberculose

Cigarro e
Dengue
álcool

Hepatites
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Prevenção e manejo dos principais
problemas relacionados à amamentação

Bebê que não suga ou tem sucção fraca:

Estimular a mama regularmente;


Resistência dos bebês;
Uso de bicos artificiais e chupetas
Posicionamento ruim
Diferença entre as mamas – posição “jogador
De futebol americano”

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Prevenção e manejo dos principais
problemas relacionados à amamentação
Demora na “descida do leite
Profissional de saúde deve desenvolver confiança na
mãe, além de orientar medidas de estimulação da mama,
como sucção frequente do bebê e ordenha.

translactação
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Prevenção e manejo dos principais
problemas relacionados à amamentação

• Mamilos planos ou invertidos

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Prevenção e manejo dos principais
problemas relacionados à amamentação
Ingurgitamento mamário
No ingurgitamento mamário, há três componentes básicos:
(1) congestão/aumento da vascularização da mama;
(2) retenção de leite nos alvéolos; e
(3) edema decorrente da congestão e obstrução da drenagem do
sistema linfático.

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Prevenção e manejo dos principais
problemas relacionados à amamentação
Ingurgitamento mamário
• Massagens delicadas das mamas, com movimentos
circulares, particularmente nas regiões mais afetadas pelo
ingurgitamento; elas fluidificam o leite viscoso acumulado,
facilitando a retirada do leite, e são importantes estímulos do
reflexo de ejeção do leite, pois promovem a síntese de
ocitocina;
• Uso de analgésicos sistêmicos/anti-inflamatórios. Ibuprofeno é
considerado o mais efetivo, auxiliando também na redução da
inflamação e do edema. Paracetamol ou dipirona podem ser
usados como alternativas;
• Suporte para as mamas, com o uso ininterrupto de sutiã com
alças largas e firmes, para aliviar a dor e manter os ductos em
posição anatômica;
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Prevenção e manejo dos principais
problemas relacionados à amamentação
Ingurgitamento mamário
• Crioterapia (aplicação de gelo ou gel gelado) em intervalos regulares
após ou nos intervalos das mamadas; em situações de maior gravidade,
podem ser feitas de duas em duas horas. Importante: o tempo de
aplicação das compressas frias não deve ultrapassar 20 minutos devido ao
efeito rebote, ou seja, um aumento de fluxo sanguíneo para compensar a
redução da temperatura local. As compressas frias provocam
vasoconstrição temporária pela hipotermia, o que leva à redução do fluxo
sanguíneo, com consequente redução do edema, aumento da drenagem
linfática e menor produção do leite, devida à redução da oferta de
substratos necessários à produção do leite;
• Se o bebê não sugar, a mama deve ser ordenhada manualmente ou
com bomba de sucção. O esvaziamento da mama é essencial para dar
alívio à mãe, diminuir a pressão dentro dos alvéolos, aumentar a drenagem
da linfa e do edema e não comprometer a produção do leite, além de
prevenir a ocorrência de mastite
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Prevenção e manejo dos principais problemas relacionados à
amamentação
Dor nos mamilos/ mamilos machucados

• os mamilos muito doloridos e machucados, apesar de muito


comuns, não é normal e requer intervenção.
• posicionamento e pega inadequados
• Outras causas incluem mamilos curtos, planos ou invertidos,
disfunções orais na criança, freio de língua excessivamente
curto, sucção não nutritiva prolongada, uso impróprio de
bombas de extração de leite, não interrupção adequada da
sucção da criança quando for necessário retirá-la do peito,
uso de cremes e óleos que causam reações alérgicas nos
mamilos, uso de protetores de mamilo (intermediários) e
exposição prolongada a forros úmidos.
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Prevenção e manejo dos principais
problemas relacionados à amamentação
Dor nos mamilos/ mamilos machucados
O QUE FAZER?
Amamentação com técnica adequada (posicionamento e pega adequados);
Cuidados para que os mamilos se mantenham secos, expondo-os ao ar livre ou à
luz solar e trocas frequentes dos forros utilizados quando há vazamento de leite;
Não uso de produtos que retiram a proteção natural do mamilo, como sabões,
álcool ou qualquer produto secante;
Amamentação em livre demanda – a criança que é colocada no peito assim que
dá os primeiros sinais de que quer mamar vai ao peito com menos fome, com
menos chance de sugar com força excessiva;
Evitar ingurgitamento mamário;
Se os mamilos estão com escoriações ou fissuras, recomenda-se que eles sejam
enxaguados com água limpa após cada mamada, para evitar infecção
Havendo suspeita de infecção (a mais comum é por estafilococo), antibiótico
tópico (ou sistêmico, em casos mais graves) está indicado (mupirocina a 2%

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Prevenção e manejo dos principais problemas relacionados
à amamentação- Bloqueio de ductos lactíferos
• O bloqueio de ductos lactíferos ocorre quando o leite produzido numa determinada
área da mama, por alguma razão, não é drenado adequadamente.
Manejo
• O tratamento dessa condição deve ser instituído precoce e energicamente, para
que o processo não evolua para mastite.
1. Mamadas frequentes;
2. Utilização de distintas posições para amamentar, oferecendo primeiramente a
mama afetada, com o queixo do bebê direcionado para a área afetada, o que
facilita a retirada do leite do local;
3. Calor local (compressas mornas) e massagens suaves na região atingida, na
direção do mamilo, antes e durante as mamadas;
4. Ordenha manual da mama ou com bomba de extração de leite caso acriança
não esteja conseguindo esvaziá-la;
5. Remoção do ponto esbranquiçado na ponta do mamilo, caso esteja presente,
esfregando-o com uma toalha ou utilizando uma agulha esterilizada

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Prevenção e manejo dos principais
problemas relacionados à amamentação-
MASTITE

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Prevenção e manejo dos principais problemas
relacionados à amamentação-MASTITE

• Mastite é um processo inflamatório de um ou mais


segmentos da mama (o mais comumente afetado é o
quadrante superior esquerdo), geralmente unilateral, que
pode progredir ou não para uma infecção bacteriana. Ela
ocorre mais comumente na segunda e terceira semanas
após o parto, mas pode ocorrer em qualquer período da
amamentação.

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Prevenção e manejo dos principais problemas relacionados à
amamentação-MASTITE

Manejo
1. O tratamento da mastite deve ser instituído o mais precocemente
possível, pois sem o tratamento adequado e em tempo oportuno a
mastite pode evoluir para abscesso mamário, uma complicação grave.
O tratamento inclui os seguintes componentes:
a) Identificação e tratamento da causa que provocou a estagnação
do leite;
b) Esvaziamento adequado da mama: esse é o componente mais
importante do tratamento da mastite. Preferencialmente, a mama
deve ser esvaziada pelo próprio lactente, pois, apesar da presença
de bactérias no leite materno, quando há mastite, a manutençãoda
amamentação está indicada por não oferecer riscos ao recém-
nascido a termo sadio (AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS, 2000).
A retirada manual do leite após as mamadas pode ser necessária se
não houver esvaziamento adequado;
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Prevenção e manejo dos principais problemas relacionados à
amamentação-MASTITE

c) Antibioticoterapia: indicada quando houver sintomas graves desde o início do quadro, fissura
mamilar e ausência de melhora dos sintomas após 12–24 horas da remoção efetiva do leite
acumulado. As opções são:
cefalexina 500 mg, por via oral, de seis em seis horas;
amoxicilina 500 mg ou amoxicilina associada ao ácido clavulânico (500 mg/125 mg), por via oral, de
oito em oito horas.
Na presença de cepas de S. aureus meticilina-resistentes tem sido recomendado o uso da
vancomicina. Em mulheres alérgicas aos antibióticos betalactâmicos (penicilinas e cefalosporinas),
está indicada a eritromicina 500 mg, por via oral, de seis em seis horas. Os antibióticos devem ser
utilizados por, no mínimo, 10 dias, pois tratamentos mais curtos apresentam alta incidência de
recorrência;
d) Suporte emocional: esse componente do tratamento da mastite é muitas vezes negligenciado,
apesar de ser muito importante, pois essa condição é muito dolorosa, com comprometimento
do estado geral;
e) Outras medidas de suporte: repouso da mãe (de preferência no leito); analgésicos ou anti-
inflamatórios não-esteroides, como ibuprofeno;

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Prevenção e manejo dos principais
problemas relacionados à amamentação-
Abscesso mamário

• O abscesso mamário, em geral, é causado por mastite não


tratada ou com tratamento iniciado tardiamente ou
ineficaz. É comum após a interrupção da amamentação na
mama afetada pela mastite sem o esvaziamento
adequado do leite por ordenha.
• O diagnóstico é feito basicamente pelo quadro clínico: dor
intensa, febre, mal-estar, calafrios e presença de áreas de
flutuação à palpação no local afetado.

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Prevenção e manejo dos principais
problemas relacionados à amamentação-
Abscesso mamário - MANEJO
O abscesso mamário exige intervenção rápida e compreende as seguintes
medidas:
A) Drenagem cirúrgica, de preferência sob anestesia local, com coleta de secreção
purulenta para cultura e teste de sensibilidade a antibióticos;
B) Demais condutas indicadas no tratamento da mastite infecciosa, sobretudo a
antibioticoterapia e o esvaziamento regular da mama afetada;
C) Manutenção da amamentação. A mãe pode continuar a amamentar a criança na
mama comprometida. Porém, se a sucção for muito dolorosa, a mãe pode interromper
temporariamente a amamentação na mama afetada até a dor melhorar. A
amamentação deve ser mantida na mama sadia (WORLD HEALTH ORGANIZATION,
2009).
D) Os abscessos mamários não adequadamente tratados podem evoluir para drenagem
espontânea, necrose e perda do tecido mamário. Abscessos muito grandes podem
necessitar de ressecções extensas, podendo resultar em deformidades da mama, bem
como comprometimento funcional. O uso de drogas para supressão da lactação não
está indicado nos casos em que as mães desejem continuar a amamentação.

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Amamentação durante a gravidez:
pode!?
• o hormônio ocitocina, sobre a sua secreção pela estimulação das
mamas e o seu potencial para desencadear o trabalho de parto.
• Pouca ocitocina é liberada pela amamentação e durante a
gravidez o útero fica como que “surdo” para a ocitocina
• Um estudo descobriu que mesmo uma dose elevada de ocitocina
sintética não é capaz de desencadear o trabalho de parto até que
a mulher esteja de termo (Kimura et al 1996)
• Da mesma forma, o mito de que o sexo e o orgasmo podem induzir
o trabalho de parto foi refutado, mesmo para gravidezes de termo
(Tan et al 2006).
• três estudos clínicos separados e a amamentação foi afastada como
causa de perda gestacional, baixo peso ao nascer ou partos pré-
termo
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Investigação recente
Um dos estudos (Madarshahian e Hassanabadi 2012), do Irã,
observou 80 mulheres que engravidaram enquanto
amamentavam e 240 que não amamentavam. Os investigadores
focaram-se nas gravidezes normais (excluindo as que tinham
início como de risco), e não encontraram diferenças na taxa de
incidência de problemas na gravidez, incluindo infeção,
hipertensão e hemorragia. Mais, as mães que amamentaram
durante a gravidez tinham a mesma probabilidade das que não
amamentavam de ter partos de termo, evitando partos pré-
termo.
Os investigadores concluíram:
“Este estudo apoia a posição de que a amamentação
durante uma gravidez normal não está associada a
riscos mais elevados para mães e bebês

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As células encontradas no leite materno são chamadas de
"células linfoides inatas" do tipo 1. Esse tipo de célula
de defesa é considerada de primeira linha contra agentes
infecciosos e tem uma descoberta mais recente em
relação a outras do sistema imune.
O que os cientistas sabem até agora é que elas atuam na
linha de frente da defesa, não possuem receptores
específicos como as demais e sua desregulação está
ligada a algumas doenças autoimunes (quando o sistema
imunológico passa a atacar estruturas saudáveis do
corpo).
"Estávamos procurando a fonte que pode fornecer
proteção imunológica para o bebê, enquanto ele
desenvolve seu próprio sistema imunológico

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Nessa procura, os cientistas encontraram também que
essas células do sistema ajudam a formar a microbiota
intestinal do bebê (conjunto de bactérias intestinais que
também atuam na defesa do organismo contra doenças).
Essas células também podem sobreviver vários anos no
intestino das crianças.
Os pesquisadores também acham que essas células
ajudam a proteger a mãe de contrair uma infecção do
próprio bebê que está sendo amamentado. Segundo o
estudo, essas estruturas podem inclusive mudar para que
o bebê a supere a infecção que está ocorrendo.
"Há um ciclo de feedback que muda a estrutura do
leite materno quando há uma infecção no bebê",

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Secretaria Estadual de Saúde – Rio de Janeiro
,2018

Uma das vantagens do aleitamento materno é:


a) Diminuir a prevalência de hipotiroidismo materno
b) Proteger contra o câncer de mama
c)Proteger contra o diabetes tipo I
d) Diminuir os riscos de IST’S

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USP – SP, nov/2019

Segundo o Ministério da Saúde, assinale a alternativa


correta sobre o armazenamento adequado do leite
materno:
a) Pode ficar em ar ambiente por até 12 horas
b) Quando descongelado pode ser consumido em até 7
horas
c) Pode ser armazenado congelado por até 40 dias
d) Se colocado na geladeira deve ser consumido em até
12 horas
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PROCESSO SELETIVO
UNIFICADO – MG,2019
Em relação às recomendações do Ministério da Saúde sobre
alimentação de crianças nascidas à termo nos primeiros 2 anos
de vida, assinale a alternativa CORRETA:
A) A partir de um ano de idade oferecer alimentação
complementar, incluindo fórmulas lácteas
B) É aconselhável a prática de gratificações (prêmios) para
conseguir que a criança coma o que seja necessário para ela.
C) É recomendado leite materno até o 6º. Mês de vida sem
oferecer chás ou qualquer outro alimento.
D) Nos primeiros meses de vida, a preferencia é para sabor
salgado, sendo necessário, após o desmame, a adição de
açúcar em pequenas quantidades para estimular o paladar.
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PROCESSO SELETIVO UNIFICADO-
MG, 2019
Recém-nascido a termo, com peso de nascimento de 3.100g, está em
alojamento conjunto. Sua mãe recebeu diagnóstico recente de
tuberculose pulmonar ainda sem tratamento. De acordo com as
orientações do MinistérIo da Saúde do Brasil, assinale as condutas MAIS
ADEQUADAS em relação ao aleitamento materno e cuidados com
esse recém nascido.
a) Amamentar ao seio materno com a mãe usando máscara, iniciar
isoniazida e adiar a vacina BCG
b) Contraindicar o aleitamento materno, oferecer formula infantil,
realizar teste tuberculínico e, se não reator, vacinar com BCG
c) Oferecer o leite materno pasteurizado por copo, vacinar com BCG
de acordo com o calendário vacinal
d) Ordenhar o Leite materno e oferecê-lo por copo, iniciar isoniazida e
vacinar com BCG concomitantemente.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

• https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento
_materno_cab23.pdf
• Tratado de pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria. – 2.ed. – Barueri,
SP: Manole, 2010.
• UNICEF, Fundo das Nações Unidas para a Infância. OMS, Organização
Mundial da Saúde. Dez passos para o sucesso do aleitamento materno.
Disponível em: https://www.unicef. pt/media/2300/iab_10-
medidas_sucesso-aleitamento-materno-2018-09.pdf.
• SENADO FEDERAL. Proposta de Emenda à Constituição, no 1 de 2018.
Disponível em: https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-
/materia/132207.

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