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ITURAMA
2007
ADRIANA SOARES DE OLIVEIRA
ITURAMA
2007
ADRIANA SOARES DE OLIVEIRA
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________________
Orientador: Prof. Ilídia Aparecida Silva.
_________________________________________________________________
Professor:
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Professor
As punições alternativas à prisão fixaram-se como uma realidade “in abstrato” no direito
penal brasileiro, mas para que se tornem um instrumento punitivo “in concreto”, não
constituindo mera utopia jurídica, indispensável se faz que o instituto seja prestigiado por
todos os segmentos da sociedade como operadores do direito, iniciativa privada, poder
executivo e membros da comunidade. Saliente-se que a novacio legis, somente conquistará
respeito e credibilidade e demonstrará sua eficácia se o corpo social acompanhar sua
aplicação, execução e constatar de maneira crítica, suas falhas e virtudes. Portanto, este
trabalho não pretende vislumbrar questões processuais ou discutir pormenorizadamente a
execução de cada uma das modalidades de penas, mas identificar se o atual Estatuto Penal
pode promover a reversão do atual quadro de criminalidade que se estabeleceu na sociedade
brasileira, enfatizando a pena privativa de liberdade e a questão da sua aplicabilidade nos dias
atuais.
The alternative punishments to the prison noticed as a reality “in abstract” the Brazilian penal
right, but for they become an instrument punitive “in concrete”, not constituting mere utopia
juridical, indispensable is made that the institute is given prestige to by all the segments of the
society as operators of the right, deprived initiative, to can executive and the community's
members. Be pointed out that the novacio legis, will only conquer respect and credibility and
it will demonstrate your effectiveness if the social body to accompany your application,
execution and to verify of critical way, your flaws and virtues. Therefore, this work doesn't
intend to shimmer procedural subjects or to discuss pormenorizadamente the execution of
each one of the modalities of featherses, but to identify the current Penal Statute can promote
the reversion of the current criminality picture that settled down in the Brazilian society,
emphasizing the private feather of freedom and the subject of your applicabilityin the current
days.
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................................9
CAPÍTULO I – DAS PENAS...............................................................................................................................11
1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA......................................................................................................................................11
1.2 TEORIA SOBRE A ORIGEM DA PENA...................................................................................................................13
1.2.1 TEORIAS ABSOLUTAS....................................................................................................................................13
1.2.2 TEORIAS RELATIVAS.....................................................................................................................................14
1.2.3 TEORIAS MISTAS..........................................................................................................................................16
1.3 CONCEITO DE PENA...........................................................................................................................................17
1.4 CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS PENAS.............................................................................................................19
1.5 O LIMITE MÁXIMO DE DURAÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE..........................................................20
1.6 EXECUÇÃO DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE..........................................................................................21
1.7 OS REGIMES PRISIONAIS E O SISTEMA DE EXECUÇÃO PROGRESSIVA..............................................................22
1.7.1 REGIME FECHADO........................................................................................................................................22
1.7.2 REGIME SEMI-ABERTO..................................................................................................................................22
1.7.3 REGIME ABERTO...........................................................................................................................................23
1.8 QUESTÕES SUPERVENIENTES NA EXECUÇÃO DA PENA.....................................................................................24
1.8.1 EXAME CRIMINOLÓGICO...............................................................................................................................24
1.8.2 PROGRESSÃO DE REGIME..............................................................................................................................24
1.9 A EXECUÇÃO DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE NO BRASIL..................................................................25
1.10 CÁLCULO DO TEMPO DA PENA E DETRAÇÃO PENAL...................................................................................27
CAPÍTULO II – DAS PENAS ALTERNATIVAS.............................................................................................30
2.1 ORIGEM DO INSTITUTO DAS PENAS ALTERNATIVAS..........................................................................................35
2.2 CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA.....................................................................................................................38
2.3 DAS PENAS ALTERNATIVAS E DAS PENAS SUBSTITUTIVAS – DISTINÇÃO........................................................42
2.4 MEDIDAS ALTERNATIVAS À PENA DE PRISÃO...................................................................................................45
2.4.1 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE...................................................................................................45
2.4.2 PENA DE INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS.........................................................................................45
2.4.3 PENA DE LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA.....................................................................................................45
2.4.4 PENA RESTRITIVA DE DIREITOS.....................................................................................................................45
2.4.5 PENA PECUNIÁRIA.........................................................................................................................................46
2.4.6 SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA.............................................................................................................46
2.4.7 OUTRAS PROPOSTAS.....................................................................................................................................46
2.4.8 SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL........................................................................................................47
2.4.9 A REMIÇÃO PELO TRABALHO.......................................................................................................................48
CAPÍTULO III – IMPORTÂNCIA DAS PENAS ALTERNATIVAS............................................................50
3.1 OBJETIVOS DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE E A REALIDADE ATUAL..........................................................50
3.2 A QUESTÃO DA RESSOCIALIZAÇÃO....................................................................................................................52
3.3 ABRANGÊNCIAS SOBRE A RE-INSERÇÃO SOCIAL...............................................................................................54
3.4 BREVES COMENTÁRIOS SOBRE OS DIREITOS DOS PRESOS................................................................................57
3.5 OS RESULTADOS NO DIREITO COMPARADO......................................................................................................59
3.6 TRANSAÇÃO PENAL E A CONCILIAÇÃO JUDICIAL NOS JUIZADOS CRIMINAIS...................................................61
CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................................................64
REFERÊNCIAS......................................................................................................................................................67
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INTRODUÇÃO
Em seu registro mais remoto as penas eram aplicadas através de castigos corporais que
agrediam fisicamente o agente infrator. Posteriormente, com a Lei de Talião, mesmo
causando sofrimento ao homem, a punição ganhou o aspecto da proporcionalidade. Por fim, a
privação da vida e os castigos físicos deram lugar à privação da liberdade, que se consagrou
como a principal modalidade punitiva até as últimas décadas. É inegável, portanto, que a pena
sempre existiu entre os homens, inicialmente, como mera vingança de ordem privada e,
posteriormente, como um instrumento público garantidor da soberania e da ordem social.
Desde o início das relações humanas, nas mais remotas eras, o respeito às regras
comunitárias tornou-se um imperativo, ensejando a preservação do interesse comum. Assim,
cada indivíduo passou a ceder parte de seus objetivos pessoais para compor as regras de
convivência, permitindo, em contrapartida, que fosse punido ao infringir estas normas,
prevalecendo o bem geral sobre o individual. Destarte, essas regras evoluíram com a história
visando atender às necessidades das relações humanas e impulsionaram a adaptação gradativa
dos ordenamentos jurídicos e das modalidades punitivas, embora tenham permanecido os
conflitos em torno da finalidade e eficácia das punições.
Ressalte-se que as penas sempre tiveram como objetivo principal o castigo ao mal
praticado pelo individuo delinqüente. Contudo, o senso crítico de juristas, filósofos e
pensadores do direito, proporcionou a evolução desta tendência punitiva, diagnosticando a
crise de modalidades punitivas e gerando a possibilidade para que novas formas de punir
surgissem. Neste contexto, da mesma forma que a pena de morte e os castigos físicos foram
superados em determinado momento histórico pela pena de prisão, esta também tem sido
objeto de questionamento desde o início do século, pois tornou-se ineficaz na contenção da
criminalidade.
A crise da pena de prisão é observada de maneira transparente através do caos do
sistema penitenciário, pois os estabelecimentos prisionais estão sempre superlotados,
estimulam a violência e não reabilitam o detento para viver novamente em sociedade.
Evidencia-se assim que a prisão não reabilita, mas corrompe, sendo inadiável e necessária à
mudança estrutural no direito penal vigente, revendo-se as modalidades sancionatórias
previstas nos estatutos repressivos pátrios.
Na maioria das vezes o cárcere acentua o perfil criminológico do condenado,
tornando-o mais perigoso à sociedade do que na ocasião de sua prisão. Assim, a remessa de
9
Neste sentido, castigos como amputação de membros, guilhotina, forca, eram exibidos à
população na forma de espetáculo, para servir de exemplo intimidativo.
Porém, esta situação nunca gerou aceitação entre os homens, como destaca Foccault
(1977, p.58):
[...] assim, não havia aceitação pública, pelo caráter de espetáculo da execução das
penas, sendo que as pessoas eram estimuladas e compelidas a seguir o cortejo até o
local do sacrifício, e o preso era obrigado a proclamar sua culpa, atestar seu crime e
a justiça de sua condenação.
Vejam-se, então, algumas das teorias formuladas pela doutrina, sob o nome de Escolas
Penais, que surgiram na tentativa de explicar a origem e finalidade das penas no decorrer da
evolução histórica das civilizações.
aplicada mesmo que desnecessária ao bem social, uma vez que serve como instrumento
propagador da justiça, tornando sublime os dizeres: punitur quia peccatun est, ou seja, pune-
se porque cometeu crime.
Neste entendimento consigna que o criminoso deve ser punido meramente por ter
infringido a lei penal, sem que se leve em consideração, a utilidade desta pena para o
delinqüente ou para a sociedade. Apregoa assim que a pena é um mal justo que deve ser
aplicado a um mal injusto, malum passionis quod inflingitur ob malum actionis, independente
de seu caráter divino, moral ou jurídico.
É a pena quem restabelece a ordem jurídica lesada pelo crime. Não possui ela nenhum
fim utilitário, para os adeptos desta teoria, que tem expoentes como o filósofo Kant, Hegel,
Bekker, Stahl, etc. Sem sucesso, procuravam eles não confundir esta retribuição com castigo,
ora atribuindo-a um caráter divino (Bekker e e Stahl), ora moral (Kant), ora jurídico (Hegel e
Pessina). A teoria vingou na Escola Clássica, porém, a ausência de preocupação com a pessoa
do infrator, como anota Manoel Pedro Pimentel, foi o ponto fraco da referida Escola, que a
tornou vulnerável às críticas mais sérias.
Como não poderia deixar de ser, esta teoria foi criticada sob o argumento de que é
impossível eliminar o mal do delito com o mal da pena, considerando que o retribucionismo
nunca é proporcional ao dano causado pelo delito. Outros argumentos foram ainda
articulados, aduzindo que a teoria retributiva apenas pune o delito praticado, mas não previne
para que ele não volte a acontecer, contrariando a disposição nemo prudens punit quia
peccatum est sed ne peccetur, ou seja, nenhuma pessoa responsável castiga pelo pecado
cometido, mas, sim para que não se volte a pecar.
Peca, então, por não atribuírem a pena qualquer finalidade a pena imposta ao
delinqüente. Ao conceberem-na, unicamente, como retribuição ao injusto cometido. Assim o
fazendo, acabam por apenas trocar um mal por outro, o que não pode ser admitido pelo
direito.
Tanto é que Mirabete (2001, p.244) explanou que “a ausência da preocupação com a
pessoa do infrator, como acentua Manoel Pedro Pimentel, foi o ponto fraco da referida escola,
que a tornou vulnerável às críticas mais sérias”.
Teorias relativas segundo Noronha (1973, p.211) são as teorias, ou escolas, que
“procuram um fim utilitário para a punição.” Para essas, chamadas utilitaristas, o delito não é
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Num terceiro passo evolutivo eis que surge a chamada teoria mista, tentando a solução
das falhas anteriores através da conjugação dos fatores positivos atribuídos às duas correntes
já mencionadas.
Essas teorias são marcadas pelo endereço retributivo, sendo a pena,
concomitantemente, um meio de educação e de correção. O caráter intimidatório é
característica conjuntural. Essas teorias fundem as duas correntes anteriores, sendo o apelo
das legislações e posições dogmáticas modernas.
A pena, por sua natureza, é retributiva, tem seu aspecto moral, mas sua finalidade é
não só a prevenção, mas também um misto de educação e correção. Objetiva a pena
transformar o criminoso em um “novo homem”, respeitador da ordem social e da lei, de sorte
que a eficácia da pena está em relação direta com a estatística da reincidência.
Falando do ideal finalístico da pena, como prevenção geral e particular, não se olvidou
de enfatizar o caráter retributivo que esta carrega. Também chamada teoria eclética pela
doutrina penal clássica, através dela passou-se a entender que a pena, por sua natureza, é
retributiva, tem seu aspecto moral, mas sua finalidade é não só a prevenção, mas também um
misto de educação e correção.
Escreve Mirabete (2001, p.245) que “segundo tal orientação, a pena deve conservar
seu caráter tradicional, porém, outras medidas devem ser adotadas em relação aos autores de
crimes, tendo em vista a periculosidade de uns e a inimputabilidade de outros”.
Eis, então, a solução de não se olvidar da retribuição da punição, como característica
intrínseca, mais não deixar a margem, também, a finalidade preventiva que desempenha em
sua aplicação. Deve-se crer que esta é a maneira mais eficaz para a aplicação da penalidade,
pois que visa punir o infrator e prevenir a prática de novos delitos, bem como reeducar aquele
que está sofrendo a punição para não mais voltar a delinqüir.
Vale salientar que as disposições da teoria mista que reúne em seu contexto, os ideais
retributivos, da teoria absoluta e preventivo da teoria relativa. Estabelecendo que o legislador
deve estipular os bens jurídicos protegidos e fixar o quantum penal, devendo a pena ser justa e
proporcional, por traduzir a retribuição à culpabilidade do delinqüente.
Quanto à prevenção especial, é remetida à fase da execução penal, ressocializando o
condenado de maneira individualizada, tornando-se a pena um bem para o infrator e para a
sociedade.
Destaca ainda que, embora a pena constitua uma conseqüência forçada para conter a
16
Mirabete (2001, p.246), por sua vez, citando Luiz Vicente Cernicchiaro, escreveu que:
A pena pode ser encarada sobre três aspectos: substancialmente consiste na perda ou
privação de exercício do direito relativo a um objeto jurídico; formalmente está
vinculada ao princípio da reserva legal, e somente é aplicada pelo Poder Judiciário,
respeitado o princípio do contraditório; e teleologicamente mostra-se,
concomitantemente, castigo e defesa social.
E assim o fala para, mais adiante, escrever que “o binômio retribuição e prevenção
explica a pena. Ela não deixa de ser um mal, apesar da evolução que sofreu, porém, no estágio
atual, na civilização em que vivemos, é indispensável e imprescindível”. (NORONHA, 1973,
p.212)
E deve-se mesmo assim crer que a pena é uma sanção imposta pelo Estado, titular do
jus puniendi, e que consiste numa retribuição ao mal injusto praticado por aquele que sofre
essa punição. E também que é uma prevenção, geral quando dada a todos os indícios de sua
atuação em caso de cometimento de atos do mesmo escalão, particular, quando imposta
diretamente ao indivíduo delinqüente.
18
A pena deve ser inderrogável: praticado o delito, a imposição deve ser certa e a pena
cumprida. Tal caráter também é suavizado em várias situações, conforme a lei penal.
São os casos da suspensão condicional, do livramento condicional, do perdão
judicial, da extinção da punibilidade, etc.
19
O art. 75 da legislação penal vigente, fixa em trinta anos o máximo da pena privativa
de liberdade, restabelecendo o que dispunha o § 4°, do art. 66, do código penal de 1890: o
tempo de cumprimento das penas privativas da liberdade não pode ser superior a trinta anos.
O § 1°, do artigo citado acima, da atual legislação penal, dispõe: “quando o agente for
condenado a penas privativas de liberdade, cuja soma seja superior a trinta anos, devem elas
ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo”.
A hipótese do agente condenado por crime praticado durante o cumprimento da pena
está previsto no § 2.°: “sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da
pena, far-se-á nova unificação, desprezando, para esse fim, o período de pena já cumprido”.
Desta maneira, o código vigente evita que, nos casos de acumulação de penas, venha a
se produzir uma pena perpétua, que era o que ocorria durante a vigência do código de 1890.
Conforme disposição constitucional contida no art. 5º, XLVII, b, que versa: “não
haverá penas: b) de caráter perpétuo. Tal disposição tem se mantido nas constituições do
nosso país, até mesmo nos períodos de anomalia democrática”.
Deve-se analisar essa disposição em conjunto com o disposto no art. 5º, inc. XLIX: “é
assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”. Se tivermos em consideração
que, hoje, é perfeitamente sabido, e, repetido, que um prolongado recolhimento de uma
pessoa numa prisão torna-se também todas as penas privativas de liberdade demasiadamente
prolongadas são sanções arruinadoras.
Permitir que uma pena de prisão se prolongue, irremissivelmente, por trinta anos, em
regime fechado e em condições institucionais sobejamente conhecidas, é exatamente o mesmo
que permitir a pena perpétua, tendo em vista a deterioração psíquica e física que sofre,
inevitavelmente, a pessoa. Não se trata de execução penal que tenha objetivos
ressocializadores, nem de melhoria, mas de deterioração irreversível e neutralizadora.
A nós parece que uma pena que traga como resultado a deterioração da pessoa como
meio de neutralizá-la é similar a uma pena mutilante, só que executada com bastante
paciência, deixando passar o tempo e o período de prisão. Parece-nos, de meridiana clareza,
não ser este o entendimento que se extrai do art. 5.°, XLVII, b, da Constituição, quando o
relacionamos com o inc. XLIX, ambos transcritos acima.
20
Com a modificação do sistema de penas do Código Penal, efetuada pela Lei 6.416/77,
os condenados foram divididos, para efeito do cumprimento da reclusão e detenção, em
perigosos e não-perigosos. Os primeiros ficavam sujeitos sempre ao regime fechado, e os
outros podiam iniciar o cumprimento da pena em regime semi-aberto, quando imposta pena
até oito anos, ou passar a este após ter cumprido um terço em regime fechado quando
ultrapassasse esse limite. Podiam também cumprir a pena em regime aberto desde o início,
quando não fosse superior a quatro anos, ou após um terço ou dois quintos em outro regime
nas demais hipóteses.
São três os regimes prisionais: Fechado; Semi-aberto; e Aberto.
A Lei de Execuções nos artigos 88, parágrafo único, 89 e 90, estabelece as condições
mínimas da penitenciária. Infelizmente, no Brasil não há vontade política para implementar
essas condições, que são condenadas a não saírem do papel.
No regime semi-aberto, que não deixa de ser semi-fechado, a pena deve ser cumprida
em colônia agrícola, industrial ou similar. È catalogado na Lei de Execuções Penais nos
artigos 91 e 91.
Segundo Mirabete (2001, p.257):
o Juiz a fixado no máximo, é muito razoável que possua, igualmente, elementos para levarem-
na ao regime fechado, malgrada a aplicação pura e simples da tabela referida alhures sugerisse
o regime aberto.
O que a Jurisprudência tem rechaçado, com toda a razão, é o fato de o Juiz fixar a pena
no mínimo legal, este mínimo correspondendo, pela tabela, a regime mais brando, e fixá-lo de
forma mais severa. Ora, se não teve elementos para fazer com que a pena saísse do mínimo
legal, igualmente não o tem para adotar um regime mais severo, porquanto o § 3° do art. 33
do Código Penal atrela este àquela.
O próprio Código prevê vários mecanismos que têm por objetivo evitar o
encarceramento do condenado e, se assim tiver de ser, fazer com que ele passe o mínimo de
tempo possível na prisão. A progressão de regime é um desses mecanismos. A idéia é que o
réu inicie o cumprimento de sua pena em um regime e, segundo seus méritos, vá, aos poucos,
progredindo, passando a regime mais brando, como forma até de ir preparando o condenado
para, aos poucos, ser reinserido no convívio social.
Os doutrinadores críticos asseguram ser inconstitucional a vedação à progressão, por
arranhar o princípio da individualização da pena, que tem sede na Magna Carta. Ocorre que o
art. 5°, XLVI, estabelece que a lei regulará a individualização da pena.
O § 2.° do art. 33 do CP estabelece que a execução penal deve ser feita de modo
progressivo, segundo o mérito do condenado.
Portanto, o condenado a pena superior a oito anos deverá começar o cumprimento de
sua pena em regime fechado; o condenado não reincidente, com pena não superior a quatro
anos, poderá começar o cumprimento de sua pena em regime aberto, mas o condenado a pena
superior a quatro anos e não superior a oito, se não for reincidente, poderá iniciar o
cumprimento de sua pena em regime semi-aberto.
Isto indica que o reincidente deverá sempre iniciar o cumprimento de sua pena em
regime fechado, e, nos demais casos, é o juiz quem fixará o regime em que o condenado
deverá cumpri-la, em conformidade com as regras estabelecidas para a individualização da
pena.
A transferência do condenado depende da sua conduta que decorre, em boa parte do
cumprimento das obrigações disciplinares estabelecidas.
As faltas graves estão fixadas no art. 50, da Lei de Execução Penal: incitar ou
participar em movimento para subverter a ordem ou a disciplina; fugir; possuir,
indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; provocar
acidente de trabalho; descumprir os deveres de obediência ao servidor e respeito para com
qualquer pessoa com quem deve relacionar-se e não executar o trabalho, as tarefas ou as
ordens recebidas.
Segundo Bitencourt (1999, p.483):
Além da importância que estas faltas graves têm para a regressão no regime, que é a
transferência de um regime para outro mais rigoroso, determinam sanções, sendo as
mais graves a suspensão de alguns direitos e o isolamento celular, por tempo não
superior a trinta dias, que deverá ser sempre comunicado ao juiz da execução. A lei
proíbe sanções coletivas e o emprego de cela escura.
alguém é encontrado em fragrante delito, como também aquela que decorre da sentença de
pronúncia, nos processos cujo julgamento está ligado ao Tribunal do Júri.
Prisão administrativa é qualquer privação de liberdade determinada pela autoridade
competente, e que, conforme o art. 324, II, do CPP não admite a fiança.
Têm ocorrido dúvidas, tanto na doutrina como na jurisprudência, acerca do cômputo
do tempo em que a pessoa tenha sido submetida à prisão preventiva ou provisória por outro
delito.
Um critério antigo estabelecia que o tempo de prisão provisória computável era tão só
aquele que decorria do delito em que o individuo era condenado. Todavia, este critério, muitas
vezes, resulta arbitrário e injusto. Para resolvê-lo, o código de 1969 dispunha que se
computava o excesso de tempo, reconhecido em decisão judicial irreconhecível, no
cumprimento da pena por outro crime, desde que a decisão seja posterior ao crime de que se
trata.
O texto vigente nada diz a respeito, mas a lógica indica que quando uma pessoa esta
privada da liberdade, em razão de uma cautelar decorrente de um crime, e ao mesmo tempo
sujeita a processo por outro crime, sem estar neste submetida a uma cautelar, pelo outro sejam
coetâneos, total ou parcialmente, deve-se computar esse tempo na pena privativa de liberdade
fixada no processo em que não estava submetido a cautelar, se absolvido no outro. Segundo
Zaffaroni (1997, p.799), “Isto decorre do fato de que, em um momento, o sistema penal está
exercendo uma ação coetânea sobre a pessoa que, embora responda por dois delitos diversos,
estes não podem ser considerados inteiramente independentes, porque a pessoa é única”.
29
artigo 43 e seguintes.
A referida lei alargou o rol de penas restritivas de direitos, as quais achavam-se
previstas no texto constitucional, destacando-se a inserção das penas de prestação pecuniária e
perda de bens e valores.
Numa perspectiva de política criminal, a novel legislação visou sobretudo o
desencarceramento, isto é, buscou com a ampliação das penas restritivas de direitos evitar a
aplicação das penas privativas de liberdade.
É indiscutível que a pena de prisão em todo mundo, passa por uma crise sem
precedentes. A idéia disseminada anteriormente, de que a prisão seria a principal resposta
penalógica na prevenção e repressão ao crime, perdeu fôlego, predominando atualmente uma
dúvida sobre os resultados atingidos com a prisão tradicional.
Urge, pois, que encontremos uma solução intermediária que não privilegie o cárcere,
nem espalhe a idéia da impunidade. Parece-nos que esta solução se encontra exatamente nas
penas alternativas.
Segundo Gomes (1999, p.96), a lei que instituiu as penas alternativas, tem dentre
outros, os seguintes propósitos:
É induvidoso que o cárcere deve ser concebido como última via para a problemática
da violência, pois não é, nunca foi e jamais será solução para a segurança pública de um povo.
É de Hulsman (1997, p.69) a seguinte afirmação:
O próprio sistema carcerário brasileiro revela o quadro social reinante nesse país, pois
nele estão segregados os excluídos de toda ordem, basicamente aqueles indivíduos banidos
pelo injusto e selvagem sistema econômico no qual vivemos. As prisões estão repletas de
pobres, isso não é evidentemente uma mera coincidência. Ao contrário, o sistema penal,
repressivo por sua própria natureza atinge tão somente a classe pobre da sociedade. A sua
eficácia se restringe infelizmente à ela. As exceções que conhecemos apenas confirmam a
regra.
E isto ocorre, porque, via de regra a falta de condições mínimas de vida, leva o homem
ao desespero e ao caminho do crime, como também o levam a doença, a fome e a ausência de
educação na infância. Assim, aquele que foi privado durante toda sua vida dessas mínimas
condições, estaria mais propenso ao cometimento do delito, pelo simples fato de não haver
para ele qualquer outra opção. Há exceções, é verdade, como já dissemos anteriormente,
porém estas, de tão poucas, apenas confirmam a regra.
Aliás a esse respeito, há uma opinião bastante interessante de Karan (1993, p.89),
segundo a qual:
Nesse diapasão já afirmava, Beccaria (2002, p.43), em obra clássica escrita no século
XVIII:
Mas, se infelizmente não temos, ainda, condições de suprimir por inteiro a pena
privativa de liberdade, caminhamos a passos cada vez mais largos para o
entendimento de que a prisão deve ser reservada para os agentes de crimes graves e
cuja periculosidade recomende seu isolamento do seio social. Para os crimes de
menor gravidade, a melhor solução consiste em impor restrições aos direitos do
condenado, mas sem retirá-lo do convívio social. Sua conduta criminosa não ficará
impune, cumprindo, assim, os desígnios da prevenção especial e da prevenção geral.
Mas a execução da pena não o estigmatizará de forma tão brutal como a prisão,
antes permitirá, de forma bem mais rápida e efetiva, sua integração social. Nessa
linha de pensamento é que se propõe, no projeto, a ampliação das alternativas à pena
de prisão.
Aparecem como substitutivos das penas curtas privativas de liberdade. Não é fácil
avaliar os resultados das medidas alternativas do encarceramento. Essa avaliação,
como sempre, é feita com critérios modestos, que têm por base a reincidência. É
óbvio que os custos são incomparavelmente menores. Nos países que mantêm
serviços de supervisão para liberados condicionalmente e para condenados
favorecidos com a suspensão condicional, estima-se que o custo dessas medidas é de
um décimo do que apresenta o encarceramento, podendo alcançar um trigésimo em
programas de trabalho. Pesquisas, tendo por base o critério da reincidência, revelam
que os programas comunitários não oferecem piores resultados do que a prisão.
Conhecendo-se os efeitos da pena privativa de liberdade, pode-se avaliar as
vantagens que advêm de qualquer solução que os evite.
versão presente prevê a voluntária submissão ao trabalho de tal forma que o condenado acaba
por evitar a custódia prisional.
Pode-se dizer que a origem da prestação de serviços à comunidade propriamente dita,
estaria na legislação penal dos países socialistas, como na Polônia, Hungria e Romênia, mas a
experiência pioneira partiu do Código Penal soviético, de 1926.
O trabalho corretivo evoluiu com formas diversificadas por todo o mundo. Por
exemplo, a pena de limitação de liberdade introduzida no Código Penal da Polônia, de 1969,
proveio do trabalho corretivo do Código Penal soviético, com uma base comum: o trabalho
pode ajudar a reeducação do condenado e ter um papel compensador em face da sociedade,
como observa Zielinska (ZIELINSKA, 1985, p. 73).
Desde o século XIX a privação da liberdade passou a ser a pena por excelência. No
entanto, ao atingir seu apogeu, dialeticamente, ocorre o prenúncio de sua decadência. Se no
início deste século se discutia como deveria ser a reclusão, se com ou sem isolamento
noturno, pouco tempo depois buscavam-se formas alternativas ao regime fechado, as quais se
manifestaram por meio de reflexões doutrinárias, resoluções de organismos internacionais e
primeiras realizações legislativas como as apontadas alhures.
Acerca do tema Bitencourt (1998, p.41) disserta:
Ante este novo desafio, qual seja, encontrar formas alternativas que propiciem a
reincerção e ressocialização do condenado, é que a Organização das Nações Unidas, a qual
tem na pessoa humana seu eixo principal de preocupação procurando sempre estimular os
Estados-membros a tratá-la sem nenhum tipo de discriminação, dedicou especial atenção à
situação do encarcerado.
Essa preocupação resultou na redação de Regras Mínimas sobre o tema, tendo o 8º
Congresso da ONU recomendado sua adoção, que ocorreu em 14 de dezembro de 1990, pela
Resolução 45/110, denominada por Regras de Tóquio, uma vez que coube ao Instituto da Ásia
e do Extremo Oriente para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente aprofundar-se
36
De acordo com as regras de Tóquio, alternativas penais segundo Jesus (1999, p.28-29)
constituem:
[...] Sanções e medidas que não envolvem a perda da liberdade. Em todo seu texto a
expressão medida não privativa de liberdade refere-se a qualquer providência
determinada por decisão proferida por autoridade competente, em qualquer fase de
administração da justiça penal, pela qual uma pessoa suspeita, ou acusada de um
delito, ou condenada por um crime submete-se a certas condições ou obrigações que
não incluem a prisão. A expressão faz referência especial às sanções impostas por
um delito, em virtude das quais o delinqüente deva permanecer na comunidade e
obedecer a determinadas condições.
Segundo Capez (1999, p.346): “As penas alternativas constituem toda e qualquer
opção sancionatória oferecida pela legislação penal para evitar a imposição da pena privativa
de liberdade”.
No mesmo diapasão, comungando a idéia de que a pena privativa de liberdade é
ineficiente, Jesus (1999, p.57) nos dá o seguinte conceito:
Na lição de Julite Lemgruber citada por Jesus (1999, p.30), “as penas alternativas são
formas de punição diferentes do encarceramento”.
Afirma também Dotti (2000, p.286):
Alguns requisitos trazidos pelos incisos do artigo 44 do Código Penal Brasileiro, que
são divididos em requisitos objetivos: pena privativa fixada pelo Juiz não superior a
quatro anos; crime sem violência ou grave ameaça à pessoa; qualquer crime culposo;
e requisitos subjetivos: culpabilidade; antecedentes; conduta social; personalidade
do condenado; motivos e circunstâncias do crime.
39
Pode-se então dizer que constituem penas alternativas a prestação pecuniária, a perda
de bens e valores, a prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas, a interdição
temporária de direitos e a limitação de fim de semana. As penas alternativas trazem como
benefícios a aplicação prática das sanções alternativas, em primeiro lugar tem-se a redução
normal e social do condenado, o que a realidade nacional já demonstrou ser, pela via do
encarceramento, inviável.
Por outro lado permite que o condenado exerça ocupação lícita, aprendizado, lazer e
ao mesmo tempo, esteja em contato com pessoas estranhas à marginalidade acostumado às
condutas e normas de cidadania, o que protege o apenado do contínuo e isolando convivência
com marginais de toda espécie, fato que por si só, desvaloriza sua personalidade.
Bitencourt (2000, p.111) menciona que:
penas privativas de liberdade podem atingir várias metas como deixar os presídios menos
lotados sem colocar em risco a sociedade, recuperar o autor do delito para que ele possa ser
ressocializado e levar uma vida normal, e a que poderia ser tida como a mais importante, não
punir com penas privativas de liberdade os criminosos que praticam crimes de pouca
periculosidade porque ao ficar presos sofrerão influências dos criminosos mais perigosos,
dificultando ainda mais a ressocialização.
As penas alternativas visam prioritariamente a ressocialização do delinqüente,
aplicando-lhe a punição pelo delito praticado, sem mantê-lo encarcerado com criminosos de
alta periculosidade. Executam-se assim, medidas diversas das penas privativas de liberdade,
na busca de um sistema eficiente de controle criminal, pois, o encarceramento tem se
mostrado inútil, não reeducando os criminosos com o fim de integrá-los novamente à
sociedade, mas sim formando verdadeiros profissionais do crime de grande eficiência e
periculosidade.
Há uma diferença substancial entre penas e medidas alternativas. As penas alternativas
são sanções de natureza criminal diversas da prisão, como a multa, a prestação de serviços à
comunidade e as interdições temporárias de direitos. As medidas alternativas são instrumentos
que visam impedir a aplicação de uma pena privativa de liberdade ao autor de uma infração
penal, por exemplo, a suspensão condicional da pena.
As penas alternativas são autônomas, podem ser aplicadas independentemente da
aplicação das penas privativas de liberdade (reclusão, detenção, prisão simples), pois podem
ser aplicadas até mesmo antes do início da ação penal, ou seja, sem necessidade de processo
com oferecimento de denúncia, interrogatório, defesa prévia, instrução criminal, alegações
finais e condenação.
A lei 9.099/95 inovou, prevendo o benefício da transação penal, que é uma das
situações ou momentos em que se aplicam as penas alternativas depois de um processo
simplificado.
Capez (1999, p.346) entende que:
Porém, tal distinção é inócua, vez que a aplicação das penas restritivas de direito
sempre serão alternativas à pena privativa de liberdade, seja antes de iniciar o processo, seja
durante a instrução, seja no momento da condenação ou até mesmo na fase de execução,
desde que atenda os requisitos previstos em lei.
Pode-se concluir ainda que essas penas surgem como meio a modificar a estrutura do
sistema carcerário atual que vive uma grande crise, porque possibilita uma nova forma de
aplicação da pena, sem que seja a privativa de liberdade.
Sabe-se que o artigo 44 do Código Penal foi modificado pela Lei 9714/98, que em
razão de entendimentos jurisprudenciais, admitiu a substituição de pena privativa de liberdade
por pena restritiva de direito e no caso de “sursis” cumprirem pena alternativa. A Lei 9099/95
criou a figura dos acordos ou transações para gerenciar juridicamente infrações de menor
potencial ofensivo.
A Lei no 9099/95 deu um grande passo para a modernização do Judiciário porque
atendeu ao princípio da mínima intervenção penal e, também, diminuiu a morosidade do
judiciário, além de criar novas penas aos crimes de menor potencial ofensivo.
Essa lei inaugurou uma nova fase no sistema penal brasileiro. Gomes (1997, p. 78)
relata que “Ela visa estabelecer uma política criminal individualizante, que permitisse desde
logo a exclusão do processo e de suas agruras em benefício do acusado, adotando também
uma lógica de responsabilização e reintegração do autor do delito”.
Necessária a distinção entre as penas substitutivas trazidas pela lei no 9714/98 assim
como seus pressupostos, dispostas nos artigos 43 e 44 do CP e as penas alternativas e seus
pressupostos trazidos pela lei no 9099/95 e ainda cabe aqui acrescentar algumas modificações
inseridas através da lei no 10259/01.
A lei 9714/98 trouxe a substituição das penas privativas de liberdade por restritivas de
direitos ou de multa, mediante a existência dos requisitos mencionados no art. 44 do Código
Penal. Neste caso o juiz aplica a pena privativa de liberdade para, então, diante da análise de
circunstâncias objetivas e subjetivas substituí-la por pena privativa de direito.
Como pressupostos objetivos tem-se os seguintes: em crime doloso, o juiz só poderá
conceder a substituição se a pena privativa de liberdade aplicada inicialmente não for superior
a quatro anos, com exceção da pena de prestação de serviços à comunidade ou entidades
públicas, estas só são admitidas quando a condenação for superior a seis meses, conforme
42
condicional do processo.
Grinover (1997, p.38-39) menciona que:
Nem todos os crimes referidos eram objeto dos Juizados Especiais Criminais, pois
era necessária a existência de uma condição negativa: inexistência de previsão de
procedimento especial, ou seja, somente os crimes que fossem processados e
julgados mediante o procedimento comum seriam julgados pelos Juizados Especiais,
exceto os crimes do Tribunal do Júri.
penas alternativas as penas restritivas de direito são aplicadas diretamente como ocorre na
transação penal, conforme art. 76 da Lei 9.099/95.
Reconhece-se que a prisão é um mal necessário, da qual não se pode abrir mão.
Todavia, reconhece-se, também, que este mal, podendo, deve ser evitado.
O próprio Código Penal apresenta algumas alternativas à pena de prisão, tais como: As
penas restritivas de direitos; Prestação de serviços à comunidade; Interdição temporária de
direitos; Limitação de fim de semana; A pena pecuniária e Multa.
Interessante anotar que essas penas, consoante art. 44 do Código Penal, não vêm
cominadas na parte especial e, em tese, sempre são aplicáveis, em substituição à pena
privativa de liberdade, nos termos colocados naquele dispositivo legal. v.g., qualquer pena
privativa de liberdade inferior a 1 (um) ano, presentes os demais requisitos (subjetivos), pode
ser substituía por pena restritiva de direitos. É uma grande alternativa à pena de prisão.
Finalmente, cita-se a suspensão condicional da pena, o sursis, previsto nos arts. 77/80
do Código Penal. Aplicada pena privativa de liberdade que não pôde ser substituída, ainda
assim poderá sua execução ser suspensa, mediante a submissão do réu a determinadas
condições, que por ele têm de ser aceitas em audiência admonitória (art. 160 da LEP),
presentes, é claro, os requisitos objetivos e subjetivos contidos nos dispositivos do Código
Penal acima mencionados. A suspensão, logicamente, não alcança as penas restritivas de
direito e a pena de multa. Cumpridas todas as condições pelo período de tempo estipulado
(chamado período de prova) sem que tenha havido revogação, fica extinta a pena privativa de
liberdade (art. 82, Código Penal).
mediante depósito judicial em favor da vítima ou seus sucessores, de quantia calculada com
base no sistema de dias-multa do Código Penal, sempre que ocorrer prejuízo material
resultante da infração penal. Esta multa, por coerência, não pode exceder ao prejuízo da
vítima e, em caso ação de indenização civil, será descontado o valor já pago.4
Deve, todavia, ser declinado na sentença o motivo ou os motivos que não levaram a
substituição, para posterior apreciação em fase recursal. O que não se pode exigir, entretanto,
é que o magistrado atue como se essa substituição seja um direito subjetivo do condenado.
Atendidos os requisitos objetivos, pode ou não o juiz substituir a pena, pois que ainda
lhe restam os requisitos de ordem subjetivas para apreciação, e, em se convencendo da não
adequação da substituição, agirá de acordo com sua convicção, sempre motivando sua
decisão, logicamente.
A medida alternativa visa mesmo a reeducação, a ressocialização do condenado, pois
que não lhe tolhe a liberdade, deixando-o a margem da sociedade dinâmica que a todo
instante se modifica. Ao contrário disso, a doutrina tem dito segundo Dotti (1998, p.230-231)
que:
computado como pena, porque a suspensão do processo, de acordo com o art. 152 do CPP,
não importa em suspensão da medida cautelar. Zaffaroni (1991, p.203) preleciona que:
O instituto está consagrado no Código Penal Espanhol (art. 100) e teve origem
remota no Direito Penal Militar da guerra civil espanhola, estabelecido que fora pelo
decreto de 28 de maio de 1937 para os prisioneiros de guerra e os condenados por
crimes especiais.
Remir para Zaffaroni (1991, p.203) significa “resgatar, abater, descontar, pelo trabalho
realizado dentro do sistema prisional, parte do tempo de pena a cumprir”
Chama-se remição, na lei de execução penal, à possibilidade que tem o preso, em
regime fechado ou semi- aberto, de remir parte da execução da pena pelo trabalho, a razão de
um dia de pena por três dias de trabalho.
O acidente de trabalho não impede a remição. Esta deve ser declarada pelo juiz,
ouvido o Ministério Público. O tempo remido é computado para a concessão do livramento
condicional. O preso que incorre em falta grave perde o direito à remição que tenha obtido
com o seu trabalho. Esta instituição prevista na lei de execução penal estabelece um princípio
que deve ser considerado quando se faz o cômputo da pena privativa de liberdade.
O preso provisório, que não está obrigado ao trabalho, se trabalhar também poderá
remir parte de sua futura condenação.
Logo, a remição visa a abreviar, pelo trabalho, parte do tempo da condenação. A cada
três dias de trabalho, se abate um dia na pena imposta (art. 126 da LEP).
Como já assinalado, a pena privativa de liberdade, consoante a teoria mais aceita sobre
o direito de punir do Estado, não tem o objetivo apenas de castigar. Antes disto, visa ela a
recuperar o delinqüente, devolvendo-o sadio ao convívio social.
O advento da pena privativa de liberdade contribuiu decisivamente para a eliminação
das penas corporais, as mutilações, etc.
Contudo, não tem ela correspondido às expectativas, restando hoje um verdadeiro
descompasso entre sua execução e seus fins.
Segundo Pimentel (1983, p.185-186), “A ressocialização torna-se praticamente
impossível com relação ao individuo que encontra preso, quando vive em uma comunidade
cujos valores são totalmente distintos daqueles que, em liberdade, deverá obedecer”.
Não obstante isto, Mirabete (2001, p.254) relata que:
Em que pese o reconhecido fracasso do sistema prisional, não há como negar que
continua sendo ela o único recurso aplicável para os delinqüentes de alta
periculosidade. A prisão é insuprimível, quer como instrumento de repressão, quer
como defesa social.
vida de muitos inocentes que foram ceifadas, devido aos ataques que ocorriam em qualquer
lugar.
A falência, no exemplo mencionado, atinge os cofres públicos diretamente. Não ficam
estritamente no âmbito prisional. Porém, o que se tenta achar é a causa dessa falência,
geradoras de gastos excessivos para o Estado, de modo geral, gastos esses que poderiam
integrar receitas para outras áreas de necessidade dos cidadãos que em dia cumprem suas
obrigações, inclusive tributarias, que desfalcam o patrimônio do particular em quase 4
(quatro) meses de trabalho por ano.
Jason Albergaria escreve que a tendência da doutrina penal moderna baseia-se na
tentativa de redução do teto da pena privativa de liberdade para 15 ou 20 anos, como forma
de, ao menos teoricamente, evitar a falência total desse sistema. Eduardo Correia, citado por
Jason Albergaria (1996, p.40), alertara que “segundo a moderna penalogia, a pena além dos
dez anos perde a sua eficácia ressocializadora, abandonando-se o objetivo da pena”.
Em seguida, Jason Albergaria (1996, p.40), que faz estudo muito interessante sobre as
penas de reclusão, escreve:
Creio que poucos são capazes de entender quanta tortura e agonia inflige aos
castigados esta pena terrível e prolongada. Deduzindo o que vi escrito em seus
rostos, de seus sentimentos, sinto seguro de minha intuição, que há um abismo
terrivelmente profundo que somente os punidos compreendem e que ninguém tem o
direito de impor a seu próximo pena semelhante. Considero esta lenta e diária
manipulação dos mistérios da mente infinitamente pior que qualquer tortura física.
O sistema penal brasileiro há muito tempo não funciona da forma como foi planejado.
As penas não reeducam, não ressocializam. A aplicação desmedida da privação da liberdade
acaba por prejudicar mais ainda o papel que se destina a tal medida na seara prisional. Ela não
é capaz de atender o ideal ressocializador. Na doutrina, segundo Albergaria (1996, p.17) diz-
se que:
Assim, não mais pode funcionar a pena como simples meio de retribuição do injusto
cometido pelo delinqüente, pois se assim fosse fracassaria, como vem fracassando, em seu
objetivo maior, a ressocialização e a re-inserção social do condenado. Por isso é que
Albergaria (1996, p.18) escreveu que:
Por isso é que para se realizar um estudo sobre ressocialização, não se pode olvidar da
origem das penas, pois delas nascem a finalidade ressocializadora. Assim, o conceito e as
características gerais das penas merecem abordagem, mesmo que superficial, pois sem saber
seu significado fica, e, em muito se complica a tarefa do exame da ressocialização através das
medidas alternativas.
52
Assim, não adianta que se esforce, o indivíduo socializando, o mais que possa para sua
inserção, ou re-inserção social, se em nada contribuir a sociedade para isso. É o que ocorre
muita vez com os sujeitos submetidos à pena privativa de liberdade, pois que, por mais que
tentem tornar-se socializados novamente, o preconceito sem fundamento do resto da
sociedade os exclui, não lhes dando, sequer, oportunidades.
Como se tem notícia na doutrina, com Jesus (2000, p.3):
penitenciário brasileiro. Nem se diga que o sistema das penas no Brasil é o mais adequado à
ressocialização. O que se deve ter em mente é, pelo que foi acima transcrito, que a própria
sociedade faz dela excluir os que erram. Muita das vezes não se dá sequer uma chance para
quem comete um delito.
Para a recuperação do condenado, as chances que lhe são dadas são capazes de
constituir forte impacto positivo em seu âmago. Assim, a socialização se realiza numa
contínua interação com o outro. (FORACCHI e MARTINS, 1977, p.208)
De nada adianta se colocar nas ruas, retirando do cárcere, se a própria sociedade que
não oferece esse processo de socialização, de re-inserção social aos condenados.
Isso contribuir por uma superlotação carcerária imemoriável, com amontoados de
presos que, sem quaisquer condições de sobrevivência, presos que, em grande número, não
tem a prisão como melhor indicação para sua recuperação.
Não são raros os casos em que sujeitos praticantes de infrações penais de menor
potencial ofensivo, quiçá de pequenos furtos denominados famélicos, encontram-se
recolhidos atrás das grades de uma prisão, fazendo cair por terra qualquer expectativa de
ressocialização.
E assim ocorre porque, o contato daquele que comete uma infração dessas qualificadas
como de menor potencial ofensivo com delinqüentes habituais e de periculosidade extremada
faz com que cresça, nos infratores de pequeno porte, o âmago criminoso.
A verdade é que, até hoje, cerca de 25 anos após o Código Penal brasileiro, a pena
privativa de liberdade nele colocada para ser a razão última da corrente punitiva, não vem
alcançando seu fim catalogado. Traçado o panorama da ressocialização, a privação da
liberdade mostra-se incompatível com essa finalidade. Encarcerar, definitivamente, não
significa ressocializar.
Excluir da sociedade não condiz com reeducação do condenado.
A conjugação de fatores existentes dentro do sistema carcerário levou Fragoso (1993,
p.305) a expor brilhantes palavras em torno da personalidade humana frente a privação da
liberdade. A transcrição demonstra bem a mão de direção em que caminham as penas
privativas de liberdade do terceiro milênio. Assim:
O mundo que envolve os passageiros dos corredores, das celas e dos ambientes
abertos mas fortemente policiados dos presídios é composto através de formas e de
cores reais e imaginárias. Ele é, ao mesmo tempo, o universo das coisas concretas e
abstratas, uma servidão de passagem entre a fé e o ceticismo. Um mural infinito
onde se desenham, à imagem das antigas inscrições, o sofrimento e a angústia.
Assim como foi esculpido através da pena de Dostoiewski (apud DOTTI, 1998, p.39),
em suas palavras ele diz:
O art. 38 dispõe que o preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da
liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral. O art.
40 declara que uma lei especial especificará os deveres e direitos do preso.
A idéia dos direitos do preso tem origem bem recente. Decorre da conseqüência lógica
de se considerar a privação de liberdade como uma medida extremada, cujos limites devem
57
ser estabelecidos, e que, em definitivo, é reforçado pela comprovação de que é um mal, para o
qual ainda não se encontrou substituto, e, nem mesmo parece existirem esforços sérios par a
reduzi-lo, pelo menos na América Latina.
No nosso direito positivo, os direitos do preso estão enunciados no art. 41, da lei de
execução penal, que versa:
Constituem direitos do preso:
I – alimentação suficiente e vestuário;
II atribuição de trabalho e sua remuneração;
III – previdência social;
IV – constituição de pecúlio;
V – proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a
recreação;
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas
anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
VII – assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
VIII – proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX – entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X – visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;
XI – chamamento nominal;
XII – igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;
XIII – audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV – representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
XV – contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e
de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou
restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.
Alguns doutrinadores qualificam a legislação executiva penal brasileira como uma
carta de intenção, em razão da falta de infra-estrutura, especialmente edilícia.
A instrumentação adequada para o funcionamento da instituição carcerária, tal como
previsto pela lei de execução penal, implica um gasto enorme, e que a solução mais adequada,
no Brasil e no restante da América Latina, é a de viabilizar recursos para reduzir o número de
prisioneiros, com o que se irá possibilitar o emprego dos recursos restantes para a melhoria de
todo o sistema penitenciário.
Há deveres estabelecidos para o preso que são completamente incompatíveis com
58
qualquer tipo de convivência numa instituição com tais características, como o de lhe impor
uma conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à
ordem ou à disciplina, cujo cumprimento é, praticamente, impossível de se exigir.
Pretende, assim a lei de execução, transformar cada preso num vigilante de seu
companheiro, o que não só é absurdo, como também pouco recomendável para a sua futura
vida livre de delator.
Com a lei das penas alternativas substitutivas amplia-se um pouco mais o novo
modelo de Justiça Penal inaugurado em 1995 pela Lei dos Juizados Especiais Criminais.
Desse modo, Gomes (1999, p.99) relata que:
a transação penal vem sendo apontada, como uma das mais importantes formas de
despenalizar na atualidade, sem descriminalizar, aduzindo-se, entre outras razões, as
de procurar reparar os danos e prejuízos sofridos pela vítima, ser mais econômica,
desafogar o Poder Judiciário, evitar os efeitos criminógenos da prisão, sustentando-
se, inclusive, que a utilização da transação penal integra um verdadeiro e moderno
modelo de Justiça participativa e resolutiva.6
Juiz que fiscaliza, do autor do fato e seu defensor constituído, que podem transigir. Tudo
deverá ficar formalizado, como garantia fundamental do cidadão, segundo o devido processo
legal. É indispensável, porém, que se saiba os limites do transigido, antes de tudo ser
formalizado.
E, por fim, assim ensina Bitencourt (1997, p.106) que:
Tecnicamente assistida deve ser a transação penal. Isso porque para transigir com
sua liberdade, é natural que o acusado, que é leigo, despreparado e, nas
circunstâncias, desorientado, possa aceitar qualquer proposição. Por isso, para que o
princípio constitucional da ampla defesa não seja violado, não vemos outra
alternativa a não ser a assistência de defensor constituído.
Ao passo que o § 2º, do citado artigo 76, diz que não se admitirá a transação em tais
hipóteses, quis, em verdade, mencionar quais as hipóteses em que se poderia realizar a
transação. Assim, admitir-se-á a conciliação se o agente não se enquadrar nas hipóteses
estabelecidas nos incisos do referido parágrafo.
Com a finalidade de evitar o encarceramento, a transação penal é, após a Lei dos
Juizados Especiais Criminais, uma das mais arrojadas iniciativas na legislação pátria tendente
a reduzir a pena privativa de liberdade. Preenchidos os requisitos exigidos pela lei, não podem
os magistrados titubear frente a possibilidade da não reclusão quando tudo caminha a favor do
infrator.
63
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em análise final, pode-se mesmo dizer que a reclusão não ressocializa, não reeduca. A
política criminal não mais pode ser voltada exclusivamente a uma forma de retribuição ao
delinqüente pelo mal injusto que porventura tenha causado. É fato que o sistema de penas
privativas de liberdade não mais é o melhor caminho adotado na busca da reinserção social.
Perde-se no tempo a origem das penas, pois os mais antigos grupamentos de homens
foram levados a adotar certas normas disciplinadoras de modo a possibilitar a convivência
social. Sempre existiram, então, desde a concepção da vida em sociedade, regras
disciplinadoras da conduta, impondo-se penas àqueles que as transgredissem, tendo como
objetivo a preservação dessa convivência.
O que se deve visar, porém, é a diminuição da aplicação desse instituto. E isso porque,
cada vez mais, vinha sendo notório o aumento gradativo da imposição de medidas privativas
de liberdade a toda e qualquer forma de infração, não se distinguindo, muita vez, o grau de
periculosidade de cada apenado.
Desde muito tempo o problema da ressocialização aflige a mente humana. As
tentativas de se implementar um sistema que realmente reeduque o condenado vêm falhando
ao longo da história e mesmo assim não deixaram de ser a razão de todo pensamento do
Direito Penal.
Face a falência da privação da liberdade como instituto de ressocialização e
reeducação, entretanto, brota paulatinamente a idéia de certa retribuição do mal injusto
causado pelo delinqüente de forma mais equânime, mais moderada. A pena não deve ser
somente retribuição, mais forma capaz de possibilitar ao condenado reflexão sobre seu ato e
fundamento de mudança de atitude, de maneira a não mais delinqüir.
Em muito contribuem para a nova política criminal as penas restritivas de direitos
estipuladas no artigo 43 do Código Penal brasileiro. Por muitos podem ser criticadas, porém,
sem embargos, não se pode esquecer que a não privação da liberdade constitui elemento
muito mais útil à recuperação que o cárcere da penitenciária, onde o condenado passa a viver
num mundo mais ainda sem leis e esperanças.
Na verdade, tem razão Dotti, quando expõe que a prisionalização é terapia de choque
permanente, cuja natureza e extensão jamais poderiam autorizar a tese enfadonha de que
constitui uma etapa para a liberdade, assim como se fosse possível sustentar o paradoxo de
preparar alguém para disputar uma prova de corrida, amarrando-o a uma cama.
64
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