CINEMA MANEIRISTA

A relação entre o renascer do Maneirismo na História

da Arte e nas obras cinematográficas
 “MICHELANGELO DESEJA QUE SUA ARTE SEJA
MAIS VERDADEIRA QUE A APARÊNCIA, JÁ ELES
(OS MANEIRISTAS) DESEJAM SOMENTE QUE A
SUA ARTE SEJA MANIFESTAMENTE DISTINTA
DESTA” E QUE “UMA DAS CARACTERÍSTICAS
ESSENCIAIS DO MANEIRISMO (...) É SUBSTITUIR
A ESTILIZAÇÃO PELO ESTILO”
- Alain Bergala citando Mauraux
Maneirismo na História da Arte

■ Movimento que surgiu entre o Renascimento e o Barroco

■ Significa "a mesma maneira que"
■ Quando nomeado no final do Século XVII, tinha conotação pejorativa, por conta de
extrema elaboração, formas distorcidas ou corpos não tão realistas em propocões
■ Surgiu como reação da harmonia classicista, momento no qual os artistas já
sentiam que tinham esgotado todas as técnicas realistas e anatomicamente
proporcionais, "perfeitas" do Alto Renascimento, realizadas de forma naturalista e
idealizada (Rafael, Da Vinci e Michelangelo)
■ TRADICIONAL X INOVADOR
■ Precedeu o que viria a se tornar o estilo Barroco
"Laocoon", pintura de El Greco
Deposizione dalla croce, de Rosso Fiorentino Perseu e Andrômeda, Giorgio Vasari
 “não existe beleza excelente, sem
algo estranho e anormal na
forma”
Virgem do Pescoço Longo - (PARMIGIANINO, 1534 - 1540)
MANEIRISMO NA SÉTIMA ARTE

■ Após o apogeu do cinema na década de 70, considerado como se a perfeição

daquele meio já tinha sido atingida, os cineastas da época viam necessidade de
inovar ou trazer alguma mudança que valesse à pena.
■ Por isso, começaram a não só promover uma estilização dos filmes, como também
a revisitar a própria história do cinema, buscando formas de fazer diferente,
trazendo consigo sua bagagem de cinefilia e o que foi chamado de cinema "self
service"
■ Concretização do diretor-autor e rejeição do realismo
■ Estilização característica, estética experimental e tentativa de fazer planos ainda
não realizados e o repensar das próprias técnicas e procedimentos.
■ O cinema maneirista também abriu portas para muitas características e
opções para o cinema contemporâneo, principalmente para o futuro cinema de
fluxo.
Paris, Texas, 1984. Win Wenders.
Fica clara a fundamentação do movimento maneirista no campo cinematográfico, dado que este teve muitas
semelhanças entre seus protagonistas e contexto, apesar de séculos de afastamento. Além disso, na
observação do movimento maneirista, é possível o estudo individual dos maneirismos de cada artista ou
cineasta, em como esses, que são recorrentes, se relacionam com a psique do realizador e que implicações
as características “à maneira” de determinado artista tem em sua obra.
Influências,
reciclagem e como
reinventar
Cineastas na década de 80 eram
muito influenciados pelo o que foi o
apogeu no cinema e seus grandes
realizadores. Além disso, retomavam
também perspectiva de um cinema mais
clássico pegando emprestado elementos
e narrativas, a fim de se deixar ser
influenciado, mas também de inovar e
deixar com estilo próprio. Exemplo disso
é o diretor Brian de Palma e como seus
filmes são inflenciados pelos de Hitcock
ou Leo Carax que pega figuras clássicas
de narrativa, mas as representa com
uma estética ousada e experimental,
passsando uma perspectiva totalmente
diferente para aquela história.
 "Entramos no maneirismo quando recuamos (do interior), e saímos dele
quando agitamos (do exterior). O maneirismo é um jogo por ser muito
próximo do prazer da criança, que brinca em arrancar o fígado se suas
bonecas ou a desmantelar seus brinquedos. O maneirismo é, portanto,
destinado a uma certa decepção (não saber refazer o que foi quebrado).
É o momento onde, de um aquário indigesto de cultura e catálogo de
efeitos já produzidos, tiramos alguns peixes do aquário e prolongamos o
tempo deles para vê-los fazer alguns movimentos fora de seu meio
natural." (DANEY, 1962 - 1981)