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Psicológicos 4
Professor João Virgílio V. Ribeiro
CRP 11/2654
Visão Geral
M.I.N.I. (Mini International Neuropsychiatric Interview)
BFP (Bateria Fatorial de Personalidade)
RAVLT (Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey)
2
Agenda 09/12/2022
3
M.I.N.I.
(Mini International Neuropsychiatric
Interview)
“
Estudos epidemiológicos na
população adulta constataram
que a prevalência de
transtornos mentais varia de
20% a 30% em 1 ano e de 30%
a 50% ao longo da vida,
inclusive no Brasil
The WHO World Mental Health Survey Consortium. Prevalence, severity, and unmet
need for treatment of mental disorder in the world health organization world mental
health surveys. JAMA 2004;291:
2581–90.
5
Deficiências, diminuição da Portanto, detectar, tratar e encaminhar
qualidade de vida e as adequadamente os pacientes com transtornos
consequências econômicas mentais aos serviços especializados são
associadas à presença dos habilidades necessárias para que os
profissionais da atenção primária atuem com
transtornos mentais mais comuns -
eficácia. Especialmente em relação à detecção e
como ansiedade, depressão e diagnóstico, estudos mostram que os clínicos
abuso de substâncias psicoativas gerais não conseguem detectar ou diagnosticar
são, no mínimo, tão significativas incorretamente cerca de 50% dos casos de
quanto aquelas associadas à transtorno mental apresentados à atenção
doenças comuns como primária.
hipertensão, diabetes, artrite, asma
ou dores nas costas
de Azevedo Marques, J. M., & Zuardi, A. W. (2008). Validity and applicability of the Mini
International Neuropsychiatric Interview administered by family medicine residents in
primary health care in Brazil. General hospital psychiatry, 30(4), 303–310.
https://doi.org/10.1016/j.genhosppsych.2008.02.001
6
“
Estudos epidemiológicos na
população adulta constataram
que a prevalência de
transtornos mentais varia de
20% a 30% em 1 ano e de 30%
a 50% ao longo da vida,
inclusive no Brasil
The WHO World Mental Health Survey Consortium. Prevalence, severity, and unmet
need for treatment of mental disorder in the world health organization world mental
health surveys. JAMA 2004;291:
2581–90.
7
Regions of the brain with statistically significant differences be-
tween schizophrenia patients and healthy controls under the
experiment of Walter et al. (2009)
8
MELEIRO(2018) 9
“
Problemas psiquiátricos são comuns entre
pacientes em cuidados primários, sendo os
transtornos depressivos e ansiosos os
diagnósticos mais frequente. A comorbidade
entre os mesmos é comum. Logo, o diagnóstico
preciso de qualquer doença psiquiátrica é
essencial para o tratamento, mas pode se
mostrar desafiador, dado a possibilidade de
comorbidades somáticas e psiquiátricas.
10
O impacto das Alterações
Cognitivas na funcionalidade de
pacientes com Transtorno Afetivo
Bipolar
11
“
De acordo com a OMS (World Health
Organization [WHO], 2001), o TAB encontra-
se entre as 10 doenças que mais favorecem
a incapacidade no desempenho das tarefas
laborativas. Ao longo dos últimos 10 anos,
vários estudos apontam para o
comprometimento cognitivo como um
importante determinante dessa diminuição
de incapacidade (BOWIE et al., 2010).
Ainda não exista um perfil
cognitivo típico de pacientes
bipolares, são comumente
evidenciados prejuízos nos
domínios memória e
aprendizagem visuoespacial e
verbal, atenção sustentada e
funções executivas (BALANZÁ-
MARTÍNEZ et al., 2008;
ROBINSON et al., 2006;
THOMPSON ET AL.,2005)
13
Diante dos subtipos do TAB, Hsiao e colaboradores (2009)
encontraram em seu estudo padrões neuropsicológicos
específicos, sendo o TB do tipo I caracterizado pelo pior
desempenho em habilidades que envolviam memória para
conteúdo verbal, memória operacional, funções psicomotoras e
executivas. No TAB do tipo II foram apresentados déficits nas
funções psicomotoras e na memória operacional. Evidências
apontam que os prejuízos cognitivos, especialmente nas funções
executivas, são mais duradouras em pacientes bipolares do tipo I
em comparação aos do tipo II.
14
Suicídio
A presença de déficits no planejamento, fluência
verbal e tomada de decisão e um viés atencional
negativo (hiperfoco atencional em pistas
negativas do ambiente) relacionam-se com
alterações em circuitos frontoestriatais. As
tentativas de suicídio são sugestivas de
dificuldades de controle de impulsos (SWANN,
STEINBERG, LIJFFIJT, & MOELLER, 2008) e pior
tomada de decisão. (MALOY-DINIZ et al., 2011 e
MALOY-DINIZ et al., 2009).
15
Segundo Maloy-Diniz (2018), a avaliação
neuropsicológica pode auxiliar na identificação de
dificuldades que devem ser abordadas clinicamente
tanto por condutas farmacológicas quanto por
intervenções cognitivas e comportamentais. A
reabilitação cognitiva mostra-se promissora,
facilitando a reintegração funcional do paciente a
sua rotina.
16
Modelo de dos 3 Fatores
22
Segundo Amorim (2008), para a duração reduzida da
entrevista, são utilizadas as seguintes estratégias:
◦ Entrevista:
Com o objetivo de reduzir o mais possível a duração da entrevista deve-se preparar o(a)
entrevistado(a) para este enquadramento clínico pouco habitual, informando que lhe serão feitas
perguntas precisas sobre os seus problemas psicológicos e que se espera dele(a) respostas “sim” ou
“não”.
Apresentação:
O MINI está dividido em módulos identificados por letras, cada um correspondendo a uma categoria
diagnóstica.
◦ No início de cada um dos módulos diagnósticos (exceto o módulo “L” que explora os sintomas
psicóticos), uma ou várias questões/filtros que correspondem aos critérios principais do Transtorno
são apresentadas num quadro com fundo acinzentado.
◦ No final de cada módulo, um ou vários quadros diagnósticos permite(m) ao clínico indicar se os
critérios de diagnóstico foram ou não preenchidos.
24
CONVENÇÕES:
As frases escritas em “letras minúsculas” devem ser lidas “palavra por palavra” para o(a)
entrevistado(a) de modo a padronizar a exploração de cada um dos critérios
diagnósticos.
As frases escritas em “MAÍUSCULAS” não devem ser lidas para o(a) entrevistado(a). São
instruções às quais o clínico deve-se referenciar de modo a integrar os algoritmos
diagnósticos ao longo de toda a entrevista
As frases escritas em “negrito” indicam o período de tempo a explorar. O clínico deve lê-
las tantas vezes quanto necessário, ao longo da exploração dos sintomas e sólevar em
conta aqueles presentes ao longo desse período.
As frases escritas entre (parêntesis) são exemplos clínicos que descrevem o sintoma
avaliado. Podem ser lidos de modo a clarificar a questão.
Quando os termos são separados por uma barra ( / ) o clínico deve considerar apenas o
termo que corresponde ao sintoma apresentado pelo(a) entrevistado(a) e que foi
explorado anteriormente.
As respostas com uma seta sobreposta (→) indicam que um dos critérios necessários ao
estabelecimento do diagnóstico explorado não é preenchido. O clínico deve ir
diretamente para o fim do módulo, cotar “NÃO” no(s) quadro(s) diagnóstico(s) 25
correspondente(s) e passar ao módulo seguinte.
Instruções de cotação :
26
27
28
Agenda 10/12/2022(manhã)
29
Bateria Fatorial de
Personalidade
BFP
30
Segundo o dicionário Cambridge de Avaliação de personalidade: alguns
Psicologia (2008), podemos definir psicólogos acreditam que os
personalidade como a organização comportamentos humanos representam
dinâmica dentro do indivíduo de traços manifestações de atributos ou
comuns, padrões de comportamento, características psicológicas subjacentes.
valores, interesses, planos e motivos, Além disso, acredita-se que os indivíduos
autocompreensão e visão de mundo, diferem na medida em que possuem
habilidades e padrões emocionais que esses atributos e, consequentemente, no
determinam o comportamento e o grau em que se envolvem em
pensamento característicos. Todos os comportamentos relevantes para os
sistemas dentro do indivíduo que se traços. A avaliação da personalidade é o
desenvolvem e interagem para criar as processo de análise de indivíduos e a
características únicas e compartilhadas quantificação de sua posição diferencial
da pessoa. nessas características.
32
Traços de personalidade: são construções Traços de personalidade são geralmente
hipotéticas. Como tal, eles não podem ser concebidos como formando dimensões
medidos diretamente com instrumentos normalmente distribuídas. Assim, para
elétricos ou mecânicos. Em vez disso, o qualquer característica particular, como
psicólogo da personalidade inferirá o nível extroversão, acredita-se que os humanos
de um traço dentro de um indivíduo, variam ao longo de um continuum,
observando os efeitos do traço no variando de níveis baixos da
comportamento da pessoa. Quanto mais característica a níveis elevados, com a
intenso, mais comportamentos relevantes ao maioria das pessoas caindo em algum
traço ela provavelmente terá. Considere um lugar intermediário. O papel da avaliação
atributo psicológico comum a muitas teorias da personalidade é identificar aquelas
da personalidade: a extroversão. Esse traço é pessoas que são, por exemplo, mais
uma construção hipotética porque não pode extrovertidas e aquelas que são menos
ser observado diretamente. No entanto, foi extrovertidas (ou seja, mais introvertidas).
proposto para ser uma construção verídica,
tendo utilidade para descrever e explicar
consistências nos comportamentos das
pessoas e para a previsão de condutas
futuras.
33
Vincent van Gogh (1853 - 1890), Auvers-sur-Oise,
July 1890 34
O Modelo dos Cinco Grandes Fatores de
Personalidade
35
◦ Cinco fatores?
36
Se um traço de personalidade produz comportamentos
importantes ou relevantes para um grupo, os indivíduos
irão falar sobre essas características, criando palavras de
forma a melhor descrevê-las (NUNES, 2019).
Observação tanto de Goldberg(1981), como de McAdams
(1992) parecem sugerir que nos grupos estudados existe a
preocupação que o indivíduo da interação-alvo seja:
1. ativo e dominante ou passivo e submisso;
2. Socialmente agradável ou desagradável, amigável ou
frio, distante;
3. responsável ou negligente;
4. Louco, imprevisível ou normal, estável;
5. Aberto a novas experiências ou desinteressado por
tudo aquilo que não diz respeito à experiência do
cotidiano.
37
Os Cinco Fatores:
Uma definição
38
◦ EXTROVERSÃO: está relacionado à maneira como os
indivíduos interagem com os demais e o que aponta o
quanto são comunicativos, falantes, ativos, assertivos,
responsivos e gregários. Costa e Widiger (2002)
apontam que esse fator faz referência a quantidade e
intensidade das interações interpessoais preferidas, ao
nível de atividade, à necessidade de estimulação e à
capacidade de alegrar-se. Indivíduos com escores altos
em extroversão tendem a ser sociáveis, , ativos,
falantes, otimistas e afetuosos. Sujeitos com escores
baixos tendem a ser reservados, sóbrios, indiferentes,
independentes e quietos. Vale ressaltar que
introvertidos não são obrigatoriamente infelizes ou
pessimistas, mas não são afeitos aos estados de
espírito que caracterizam os extrovertidos.
39
◦ SOCIALIZAÇÃO: está relacionado à qualidade das
relações interpessoais individuais, relacionando-se aos
tipos de interação que um indivíduo apresenta ao
curso de um contínuo, estendendo-se de compaixão e
empatia ao antagonismo. Sujeitos com níveis altos de
socialização tendem a ser generosos, bondosos,
afáveis, prestativos e altruístas. Indivíduos com escores
baixos, são passíveis de cinismo, pouca cooperação e
irritação. Podem ser mostrar ainda manipuladoras,
vingativas e implacáveis (COSTA E WIDGER,2002).
◦ Segundo Nunes (2019), a socialização também mede a
capacidade ou compatibilidade percebida no convívio
social.
40
◦ NEUROTICISMO: no modelo do CGF, é o fator mais
associado aos aspectos emocionais dos indivíduos,
apontando ao nível crônico de ajustamento e
instabilidade emocional. Também apontam as
singularidades que ocorrem quando indivíduos
experimentam padrões emocionais associados ao estresse
psicológico e estilos cognitivos e comportamentais
associados.
◦ Níveis altos de neuroticismo sugerem uma propensão ao
vivenciar mais intensamente o sofrimento emocional.
Costa e Widiger (2002) apontam para a inclusão de ideias
dissociadas da realidade, ansiedade excessiva, baixa
tolerância à frustração e respostas de coping
desadaptativas. O fator inclui itens que identificam
ansiedade, hostilidade, depressão, baixa autoestima,
impulsividade e vulnerabilidade. Índices baixos sugerem
indivíduos calmos, relaxados, estáveis e menos agitados.
41
◦ REALIZAÇÃO: aponta para características relacionadas
ao grau de organização, persistência, controle e
motivação individuais. Pessoas com escores altos
tendem a ser confiáveis, organizadas, decididas,
pontuais, trabalhadoras, escrupulosas, perseverantes e
ambiciosas. Indivíduos com escores baixos, costumam
não ter clareza em seus objetivos, demonstrar pouco
comprometimento e responsabilidade, sendo
geralmente descritas como descuidadas, negligentes,
preguiçosas e hedonistas (COSTA & WIDIGER, 2002).
◦ Já indivíduos com escores excessivamente altos estão
associados ao TOC, ainda que escores muitos baixos
podem sugerir o transtorno de personalidade
antissocial. Uma percepção diminuída da competência
social pode indicar o transtorno de personalidade
borderline e um escore muito elevado na busca por
objetivos e metas mostrar-se sugestivo do transtorno
42
de personalidade narcisista (WIDIGER et al., 2002).
◦ ABERTURA: está relacionado às condutas explotratórias e ao
reconhecer da relevância de novas experiências. Indivíduos
que pontuam alto nesse fator costumam ser criativos,
imaginativos e curiosos, curtindo novas ideias e valores não
convencionais. Em contraste com sujeitos com níveis baixos
em abertura, pontuações altas sugerem experiência
emocionais mais intensas do que pessoas com baixa abertura.
Esses sujeitos por sua vez tendem a se mostrar convencionais,
rígidos e dogmáticos nas suas crenças e atitudes,
conservadoras e menos emocionalmente responsivas.
◦ Segundo Saroglou (2002), tal fator correlaciona-se
negativamente com visões religiosas fundamentalistas e
dogmáticas, doutrinas políticas e ideológicas autoritárias e
atitudes etnocêntricas e preconceituosas. Já Furnham e
colaboradores (2003), apontam para correlações positivas
com medidas de interesse e envolvimento em trabalhos
artísticos , além de escolhas baseadas em aspectos estéticos. 43
Os 5 fatores:
Cada característica representa um
continuum. Os indivíduos podem
cair em qualquer parte do
continuum de cada característica.
Os cinco grandes permanecem
relativamente estáveis durante a
maior parte da vida de uma pessoa.
Eles são influenciados
significativamente pelos genes e
pelo ambiente, com uma
heritabilidade estimada de 50%.Eles
também são conhecidos por prever
certos resultados de vida
importantes, como educação e
saúde.
Lim, A (2020, June 15). The big five personality traits. Simply Psychology.
https://www.simplypsychology.org/big-five-personality.html 44
The Big Five Personality Traits. Reprinted from PennState, by R. Gray, 2017,
https://sites.psu.edu/leadership/2017/09/02/the-importance-of-personality-trait-
screening-for-todays-organizations-application-of-the-five-factor-model-ffm/
Aplicação e
Levantamento da Bateria
Fatorial de Personalidade
46
Procedimentos Para Aplicação da BFP
Material
Caderno de Aplicação do teste: contém as instruções e
126 itens.
Protocolo de respostas: onde são registradas as respostas
aos 126 itens e informações sobre as pessoas avaliadas.
Protocolo de Apuração: em caso de correção manual.
Situação da Aplicação
A BFP pode ser aplicada individualmente ou em grupo.
Não tem limite de tempo e usualmente não ultrapassa 40
minutos.
É importante salientar a importância do ambiente durante
a aplicação de um instrumento psicológico.
Procedimentos Para Aplicação da BFP
Procedimentos
50
Para EXTROVERSÃO, um item positivo seria
“Costumo tomar a iniciativa e conversar com os
outros” e um negativo seria “Dificilmente falo de
mim para os outros”, o que aponta para um baixo
nível desse construto. Nessa situação é fundamental
inverter os itens negativos.
51
Itens que compõem cada faceta dos 5
fatores da Escala Fatorial de Personalidade
Neuroticismo
Vulnerabilidade (N1): 55, 60, 73, 75, 79, 82, 89, 110,
118
Instabilidade Emocional (N2): 25, 51, 65, 77, 86, 102
Passividade/Falta de Energia (N3): 13, 22, 35, 37, 95,
100
Depressão (N4): 16*, 29, 40, 48, 70, 106, 121, 124
52
Itens que compõem cada faceta dos 5
fatores da Escala Fatorial de Personalidade
Extroversão:
53
Itens que compõem cada faceta dos 5
fatores da Escala Fatorial de Personalidade
Socialização:
Amabilidade (S1): 2, 4, 12, 15, 20, 43, 46, 61, 92, 96,
104, 125
Pro-sociabilidade (S2): 18*, 24*, 27*, 63*, 76, 87*,
107*, 109
Confiança nas Pessoas (S3): 7, 10*, 30*, 39*, 57*, 68,
98*, 119*
54
Itens que compõem cada faceta dos 5
fatores da Escala Fatorial de Personalidade
Realização:
Competência (R1): 28, 41, 58, 64, 67, 72, 83, 85, 91,
122
Ponderação / Prudência (R2): 9, 19*, 45, 101
Empenho/Comprometimento (R3): 34, 54, 80, 103,
112, 114, 116
55
Itens que compõem cada faceta dos 5
fatores da Escala Fatorial de Personalidade
Abertura:
Abertura a ideias (A1): 23*, 33*, 36, 42*, 53, 56*, 62*,
81*, 88, 115*
Liberalismo (A2): 1*, 31, 59, 69, 74, 123, 126
Busca por novidades (A3): 6, 44, 49, 84*, 94, 113
56
Apuração da BFP
Fórmula descrita no manual para calcular escore bruto (EB)
das facetas com itens invertidos:
57
Apuração da BFP
Fórmula para calcular o escore bruto (EB) das
facetas sem itens invertidos (MÉDIA):
Ø EB=EB/Quantidade de itens respondidos
58
Apuração da BFP
Após a obtenção de escores brutos, verificar os pontos
percentílicos nas tabelas 45 à 59 de acordo com amostra
geral, sexo masculino e feminino.
Os resultados das subescalas da BFP devem ser
entendidos como a intensidade dos traços avaliados.
Assim como qualquer teste de personalidade, a BFP
permite identificar TENDÊNCIAS de comportamento, assim
como PADRÕES MAIS PROVÁVEIS de atitudes e crenças.
59
Apuração da BFP
◦ Para facilitar a interpretação dos dados,
estes serão apresentados por faixas:
Pontos Percentílicos Faixa
15 – 29 Baixo
30 – 70 Médio
71 – 85 Alto
60
Interpretação do Escore Geral de
Neuroticismo
◦ N1 Vulnerabilidade
◦ N2 Instabilidade Emocional
◦ N3 Passividade / Falta de Energia
◦ N4 Depressão
61
Interpretação do Escore Geral de
Extroversão
◦ E1 Comunicação
◦ E2 Altivez
◦ E3 Dinamismo
◦ E4 Interações Sociais
62
Interpretação do Escore Geral de
Socialização
◦ S1 Amabilidade
◦ S2 Pró-sociabilidade
◦ S3 Confiança nas Pessoas
63
Interpretação do Escore Geral de
Realização
◦ R1 Competência
◦ R2 Ponderação / Prudência
◦ R3 Empenho / Comprometimento
64
Interpretação do Escore Geral de
Abertura
◦ A1 Abertura a ideias
◦ A2 Liberalismo
◦ A3 Busca por Novidades
65
BFP
ANÁLISE DE CASO:
PACIENTE: M.L. Sexo masculino. 18 anos.
66
MOTIVO DA AVALIAÇÃO/QUEIXA:
68
Fator Neuroticismo
69
Fator Extroversão
70
Fator Socialização
71
Agenda 10/12/2022(tarde)
72
A Memória: uma breve
revisão..
73
Memória
◦ Wilder Penfield (1891-
1976) foi o primeiro a
demostrar que os
processos da memória
têm localizações
específicas no cérebro
humano.
◦ Estimulação do lobo
temporal
◦ Tratamento cirúrgico da
epilepsia
O Homúnculo de Penfield
Desenvolvido em 1940, o
homúnculo de Penfield
revolucionou o raciocínio clínico da
neurologia moderna. Através do
mapeamento do córtex cerebral, foi
possível representar diversas regiões
do corpo em suas superfícies,
relacionando-as diretamente com as
suas funções, tornando a
neurosemiologia clínica mais eficaz
(RONCONI, 2009).
By Mpj29 - Own work, CC BY-SA 4.0,
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=54071662
O Caso H.M.
§ Acidente de bicicleta aos
nove anos. Crises
convulsivas recorrentes.
§ Cirugia aos 27 anos de
idade.
§ Uma década com crises
epilépticas do lobo
temporal
§ Refratário ao tratamento
medicamentoso
convencional.
Caso H.M.
83
Ficha Síntese
RAVLT –Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey
84
Componente da Memória Exemplo de sintoma Avaliação
Memória de curto prazo: Paciente não consegue manter Pedir ao paciente que repita
capacidade de reter por alguns segundos ou imediatamente após a
temporariamente uma minutos uma informação em exposição , as informações que
informação mente acabou de ver ou ouvir.
Exemplos de testes: Dígitos da
escala Wechsler de inteligência,
repetição da sequência direta
dos cubos de Corsi;
aprendizagem inicial (tentativa
A1) da lista de palavras do
RAVLT; evocação (desenho)
imediato da figura complexa de
Rey
85
Componente da Memória Exemplo de sintoma Avaliação
86
Componente da Memória Exemplo de sintoma Avaliação
87
O Teste de
Aprendizagem
Auditivo-Verbal de Rey
88
A origem do Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal
de Rey (Rey Auditory-Verbal Learning Test – RAVLT) tem como
referência uma adaptação do teste de memória para palavras
desenvolvido pelo psicólogo Édouard Clarapède (1873-1940),
em 1919. Nesse teste, o participante deveria recordar
imediatamente após a apresentação, uma série de 15 palavras.
Na versão de Clarapède, havia 3 listas diferentes de palavras,
cada uma delas evocada imediatamente após a exposição. Boak
(2000) sugere que esse teste seja um dos mais antigo
paradigmas de avaliação cognitiva em uso contínuo desde a sua
origem no começo do século XX. Contudo, foram as
modificações posteriores às listas de Clarapède que tornaram
esse método um dos principais instrumentos na avaliação de
processos de aprendizagem e memória.
O psicólogo suíço André Rey (1905-
1965), aluno de Clarapède, foi
responsável por essas modificações
tão expressivas que o teste passou a
ter o seu nome. Rey era um psicólogo
experimental e clínico que trouxe à
psicologia contribuições em campos
como a educação, orientação
profissional e neuropsicologia
(LAUTREY & RIBAUPIERRE, 2004).
Também desenvolveu diversos testes
igualmente famosos como um teste
de cópia e evocação tardia de uma
figura de difícil decodificação verbal
(figura complexa de Rey).
90
As modificações realizadas por Rey (1958) foram as
seguintes:
91
Esse paradigma de avaliação neuropsicológica da
aprendizagem e da memória auditivo-verbal tornou-se
amplamente difundido, tendo diversas modificações sido
realizadas posteriormente.
95
Aplicação e correção do RAVLT
Da tentativa A3 a A5 repete-se a seguinte instrução:
“Agora eu vou ler uma nova lista de palavras. Preste bastante atenção,
pois, quando eu terminar, você deverá repetir tantas palavras quantas puder se
lembrar. Não tem importância ordem em que você vai dizê-las. Procure apenas se
lembrar do máximo de palavras que puder.”
97
Aplicação e correção do RAVLT
Após um intervalo de aproximadamente 20 minutos, que deve ser preenchido
com outras atividades que não demandem raciocínio verbal, solicita-se ao sujeito
que se lembre das palavras da lista A (tentativa A7) sem que a lista seja lida para
ele.
Ø Não é avisado ao sujeito que ele deva guardar as palavras e que será testado
novamente em relação à lembranças destas
É oferecida a seguinte instrução:
98
Aplicação e correção do RAVLT
Após a tentativa A7 é aplicado o teste de memória de reconhecimento no qual
uma lista contendo as 15 palavras da lista A, as 15 palavras da lista B e 20
distratores (semelhantes às palavras das A e B em termos fonológicos ou
semânticos) é lida para o sujeito. A cada palavra lida, o sujeito deverá indicar se
ela pertence (ou não) à lista A. A instrução oferecida é a seguinte:
“Agora eu vou ler para você uma lista com diversas palavras. Todas as vezes que
eu falar para você uma palavra que estava na primeira lista que você aprendeu,
você deverá dizer sim. Todas as vezes que eu ler para você uma palavra que não
estava nesta primeira lista, você deverá me dizer não”.
Deve-se marcar a resposta (S para sim e N para não) na folha de aplicação ao lado
de cada palavra da lista para o reconhecimento.
99
Aplicação e correção do RAVLT
100
Aplicação e correção do RAVLT
A pontuação do teste é obtida da seguinte forma:
103
◦ RAVLT: Interpretação dos Percentis
104
RAVLT
Achados
Neuropsicológicos:
Curva de Aprendizagem
Evocação tardia
Velocidade de
esquecimento
Memoria de
reconhecimento
Distratores proativos
https://www.boredpanda.com/alzheimers-disease-self-portrait-
e retroativos paintingswilliamutermohlen/?utm_source=google&utm_medium=orga
nic&utm_campaign=organic
105
106
Agenda 11/12/2022(manhã)
107
Preparação para o
Laudo
Neuropsicológico
108
Laudo: Conceitos e Finalidades
Art. 13 O laudo psicológico é o resultado de um processo de avaliação psicológica, com finalidade de
subsidiar decisões relacionadas ao contexto em que surgiu a demanda. Apresenta informações técnicas e
científicas dos fenômenos psicológicos, considerando os condicionantes históricos e sociais da pessoa, grupo
ou instituição atendida.
I - O laudo psicológico é uma peça de natureza e valor técnico-científico. Deve conter narrativa detalhada e
didática, com precisão e harmonia, tornando-se acessível e compreensível ao destinatário, em conformidade
com os preceitos do Código de Ética Profissional do Psicólogo.
II - Deve ser construído com base no registro documental elaborado pela(o) psicóloga(o), em conformidade
com a Resolução CFP nº 01/2009, ou outras que venham a alterá-la ou substituí-la, e na interpretação e análise
dos dados obtidos por meio de métodos, técnicas e procedimentos reconhecidos cientificamente para uso na
prática profissional, conforme Resolução CFP nº 09/2018 ou outras que venham a alterá-la ou substituí-la.
V - Nos casos em que a(o) psicóloga(o) atue em equipes multiprofissionais, e havendo solicitação de um
documento decorrente da avaliação, o laudo psicológico ou informações decorrentes da avaliação psicológica
poderão compor um documento único.
VI - Na hipótese do inciso anterior, é indispensável que a(o) psicóloga(o) registre informações necessárias ao
cumprimento dos objetivos da atuação multiprofissional, resguardando o caráter do documento como registro
e a forma de avaliação em equipe.
VII - Deve-se considerar o sigilo profissional na elaboração do laudo psicológico em conjunto com equipe
multiprofissional, conforme estabelece o Código de Ética Profissional do Psicólogo.
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2019/09/Resolução-CFP-n-06-2019-comentada.pdf
Estrutura do Laudo
1. Dados de Identificação do paciente:
nome do indivíduo, nome do solicitante,
identificação do autor do documento e
finalidade do laudo.
LIMA (2020)
113
Estrutura do Laudo
5. Conclusão: deve descrever suas conclusões a partir do que
foi apresentado na análise, considerando o dinamismo do
aspectos analisados. Nessa sessão indicam-se os
encaminhamentos e intervenções, diagnóstico,
prognóstico e hipótese diagnóstica, evolução do caso,
orientação ou sugestão de projeto terapêutico.
◦ LAUDO NEUROPSICOLÓGICO
116
“Banco de Pedra no Asilo de Saint-Remy” (1889) 117
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Muito Obrigado pela atenção!!! Forte abraço!
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