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ENSINO DE LÍNGUAS: POLÍTICAS E DISCURSOS

Disciplina: Ensino de Línguas: Políticas e Discursos

Docente: Prof. Dr. Milan Puh

Aluno: Carlos Cabombo do Nascimento Miguel Nº USP: 14232478

Seminário
Tema: Contribuição da disciplina Ensino de Línguas: Políticas e Discursos ao projeto de
pesquisa Literatura e Educação: Uma Leitura de O Cortiço e Estórias do Musseque,
obras de Aluísio Azevedo e Jofre Rocha.
Objetivo: apresentar uma abordagem sobre às matérias ministradas na disciplina e
fazer uma articulação com o projeto de pesquisa/tese.
Módulos previstos e ministrados na disciplina “Ensino de Línguas: Políticas e
Discursos”:

1. História de Políticas e Discursos Linguísticos; 2. Análise e Interpretação de


Políticas e Discursos Linguísticos (educacionais); 3. Socialização de resultados
sobre Políticas e Discursos Linguísticos (educacionais)

Escopo da pesquisa/tese:

Os objetivos gerais desta pesquisa são, por um lado, encetar uma discussão em torno
do tema, e propor procedimentos didático-pedagógicos que forneçam ao professor de
Língua Portuguesa, subsídios para mediar o aprendizado, a partir de textos ficcionais.
analisar e compreender como o texto literário mobiliza a língua para a sua
materialização. Como um texto literário pode ser estudado fora do seu contexto
sociocultural, sócio-histórico e sociopolítico?

Quanto aos específicos, pretende-se analisar e demonstrar a transumância do discurso


nas obras indicadas; apresentar uma proposta de procedimentos didático-pedagógicos
sobre o ensino da questão em análise.
Articulando os objetivos da pesquisa/tese com os conteúdos da disciplina podemos
interligar que:

O módulo I História de Políticas e Discursos Linguísticos pode ser útil para perceber a
partir do texto literário o panorama linguístico do espaço social em que se desenvolve
o enredo e ver as possíveis tensões entre as línguas. Que consciência linguística podem
manifestar as personagens? Que discursos sobre políticas linguísticas perpassam o
texto?

A construção do meu tema de pesquisa teve como premissa o fato de eu ser docente
de Literatura Brasileira, Literatura Angolana, Língua Portuguesa e Sociologia. Nesse
sentido, os conteúdos absorvidos na disciplina ajudar-me-ão:

a) Compreender o panorama linguístico em cujos contextos emanam as obras


literárias em análise; analisar as possibilidades e que as personagens discutem
sobre políticas linguísticas; verificar em que lugar as línguas faladas pelas
personagens se apresentam no quadro do seu contexto linguístico; articular a
língua com os aspectos culturais, pois há elementos linguísticos que só se
entendem no âmbito da sua cultura. Pois, como escreveu Ronaldo Corrêia
Gomes Junior: “Na pesquisa narrativa, há preocupação com a temporalidade
(experiências passadas e desejos de novas (futuras) experiências), aspectos
pessoais (sentimentos, esperança, desejos, reações) e sociais (ambientes, forças
e fatores subjacentes) e temporalidade (contexto) da pesquisa.” (JUNIOR, 2020,
23);
b) Discutir a ideia de que a literatura é uma das formas de preservar, difundir e
aperfeiçoar uma língua. Partindo da análise do texto literário, considerando o
contexto linguístico da emanação da obra, procurarei mapear as línguas que
circulam na tessitura textual: quais línguas as personagens se servem, como,
onde e para que se servem delas? Aqui, lançar-se-á um olhar sobre a questão
da hegemonia e a periferização de línguas, sob o viés de análise de
“orientalização linguística” (PUH, 2020);
c) O texto literário pode ser usado como fonte para aferir como políticas
linguísticas influenciam, por exemplo, o planeamento linguístico, “planeamento
do corpus” e “planeamento do status”
O primeiro corresponderia a intervenção sobre a forma de uma língua, tais como a
produção de norma gramatical, de dicionários ou a criação de escrita para línguas que
ainda não contam com esse registro. O segundo corresponde as decisões sobre
“funções” que uma língua pode ter numa sociedade [...] (quais lugares essa língua
ocupa ou passa a ocupar na disputa que caracteriza os “espaços de enunciação”), por
exemplo que uma língua seja elevada a oficial ou cooficial, que seja incluída em uma
grade curricular escolar como língua estrangeira obrigatória ou optativa, que tenha
exclusividade em práticas religiosas etc., que apareça ou não como opção em materiais
turísticos, entre outros. (FANJUL e CELADA, 2020, P. 48)

Do ponto de vista do embasamento teórico para a pesquisa, partindo das abordagens


da Disciplina, vou convocar as seguintes perspectivas:
a) Políticas Linguísticas – como todas as determinações das grandes decisões
referentes à língua e sociedade e planejamento linguístico, como a
implementação das decisões determinadas nas discussões políticas. (CALVET,
2007)
Estratégias de escrita da Tese:
Sobre estratégias para escrita da Tese, a Disciplina, através das atividades orientadas
pelo Prof., reforçou as competências de desenvolver a Análise de Discurso cujo uso se
impõe no desenvolvimento da nossa pesquisa.
A Análise de Conteúdo, também, exercitada no quadro da Disciplina, poderá ser útil
para tratar os dados resultantes da pesquisa de campo, (formação de duas turmas de
alunos: a brasileira e angolana), para aferir como os alunos brasileiros irão interpretar a
obra angolana e os angolanos a obra brasileira:
- Que categorias serão mais fáceis ou difíceis para sua interpretação?
- Como mensurar os aspectos linguísticos carregados da cultura do contexto da obra
em análise?
- Que relação pode existir entre a sintaxe de uma determinada forma expressiva nas
obras em análise?
A estratégia da Dezescrita vai servir para desenvolver abordagem de matéria que
discutem textos, ou seja, que convoquem a escrita de texto a partir de outro.
Referências Bibliográficas
CALVET, Louis-Jean. As Políticas Linguísticas. São Paulo: Parábola Editora, 2007.
MIGUEL, Carlos Cabombo do Nascimento. Projeto de doutorado, Faculdade de
Educação da Universidade de São Paulo, área de concentração: Educação, Linguagem e
Psicologia, 2023.

CELADA, María Teresa e FANJUL, Adrián Pablo. Língua e Política: Conceitos e Casos no
Espaço da América do Sul. São Paulo: editora da Universidade de São Paulo, 2022.
JUNIOR, Ronaldo Corrêa Gomes. (Org). Pesquisa Narrativa: histórias sobre ensinar e
aprender línguas. São Paulo: Pimenta Cultural, 2020.
PUH, Milan. Programa de Disciplina Ensino de Línguas: Políticas e Discursos. s/l; s/d.
PUH, Milan. “Tudo junto e misturado?”: as contribuições e os limites do
multiculturalismo no ensino das línguas. El toldo de Astier. ISSN 1853-3124. Ano 11,
Nro. 20-21, julio de 2020, pp. 415-432.
http://www.eltoldodeastier.fahce.unlp.edu.ar/numeros/numero20/pdf/Puh.pdf

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