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R. L. Mathewson - 12 - Finally (Rev)
R. L. Mathewson - 12 - Finally (Rev)
— Você não pode me fazer voltar lá! — Foi quando ela se foi.
Uma vez que ela estava dentro da casa que parecia ter sido
atingida por um tornado, Charlie caminhou cuidadosamente em
direção aos sons das portas do armário se fechando, passando por
cima de brinquedos, giz de cera e Legos enquanto ela passava.
Quando ela abriu a porta da cozinha, entendeu completamente por
que a pequena mulher corria gritando da casa.
— Isso não está acontecendo, porra. — Devin rosnou
enquanto estava parado, sendo forçado a assistir a mulher que ele
não tinha sido capaz de convencer a lhe dar outra chance, na sua
garagem, deixando uma nuvem de poeira para trás.
Não sabia o que tinha sobre essa mulher, porém desde o dia
em que ela apareceu para uma entrevista vestindo uma camiseta
do Indiana Jones e o sorriso mais fofo que ele já vira, Devin não
conseguia parar de pensar nela. Nos primeiros trinta segundos
depois de conhecê-la, percebeu que contratá-la seria um erro. Ele
tinha planejado agradecer-lhe por ter entrado e jogar seu currículo
no lixo assim que ela saiu, apenas para encontrar-se lhe enviando
uma mensagem de texto, dizendo-lhe que o trabalho era dela antes
que chegasse à porta da frente.
Foi isso.
Ela não tinha visto ou ouvido falar dele desde então, e
assumiu que podia esperar que ele a evitasse em casa, como fazia
no trabalho. Provavelmente tornaria isso mais fácil, Charlie
pensou enquanto se via observando seu chefe/senhorio entrar em
seu apartamento usando uma cueca preta e outro olhar mal-
humorado. Ela deu outra colherada no cereal enquanto passava
os olhos por ele, passando de seu cabelo preto e desarrumado até
as pernas, observando todos os músculos bronzeados e não podia
deixar de se perguntar por que ele não se vestia assim para o
trabalho. Certamente ajudaria a melhorar o humor dos
funcionários, Charlie decidiu com um suspiro melancólico.
— Por que você acha que fizemos algo ruim, papai? — Abbi
perguntou, piscando para ele.
Por outro lado, algo lhe disse que seus filhos podem ter algo
a ver com isso, especialmente quando Abbi falou:
— Muito.
— O que há de novo? — Charlie perguntou distraidamente,
enquanto checava duas vezes para se certificar de que colocou um
novo cartão de memória em sua câmera.
Clique.
Clique.
Clique.
Como ele realmente não tinha nada que precisava lhe dizer,
Devin considerou falar sobre toda essa merda que ela tinha em seu
escritório, os pôsteres de filmes nas paredes, a televisão de tela
plana, a geladeira, frigobar, o micro-ondas e o som. Coisas que o
fariam demitir alguém, mas...
Ele não tinha a menor ideia do que ia fazer e não tinha ideia
do porquê queria vê-la. A única coisa que sabia era que, quando
se sentou na cadeira que ela se serviu da sala de espera dele,
observando-a trabalhar, ele se sentiu relaxar. Havia algo nela
que...
Tinha até maio para nivelar Dustin com o resto das crianças
ou eles teriam que conversar sobre outras opções, incluindo a
possibilidade de colocar Dustin numa aula de reforço. Devin já
estava fazendo todas as coisas que eles recomendaram para ajudar
Dustin a acompanhar o resto da classe. Todos os dias, ele
trabalhava com Dustin em sua lição de casa, repassava o alfabeto
com ele, usava cartões de memória e lia uma história todas as
noites. Ele não tinha ideia do que mais deveria fazer para consertar
isso.
— Isso foi na noite passada, o que você fez por mim hoje? —
Ben perguntou quando olhou para cima do celular para lhe dar
um olhar interrogativo.
Ele apenas fez um gesto para ela? Charlie não pôde deixar de
se perguntar quando seus olhos se estreitaram no homem que
enviara seus capangas ao escritório dela hoje de manhã para fazer
seu trabalho sujo. Enquanto ela estava lá, reconhecidamente
olhando para ele, pegou-se olhando-o depreciativamente,
observando o ajuste apertado da camiseta preta de Bradford
Creations, seus bíceps grandes, calças cargo, e não podia deixar
de se perguntar se ele estaria disposto a trabalhar de topless...
para ajudar com a moral, é claro.
Ficou claro que ele não gostava dela, o que a fez pensar por
que a contratou em primeiro lugar. Quando ela apareceu na
entrevista, há cinco anos, ficou nervosa, porém, esperançosa de
que isso funcionasse apenas para se perguntar por que o homem
incrivelmente bonito que a entrevistou não parava de encará-la.
Esperando realmente que ele não acabasse sendo um daqueles
assassinos em série que a vovó Bea costumava avisá-la quando
assistia Dateline, Charlie havia lhe dado o melhor sorriso, rezado
para que ela saísse dali viva e fez o melhor possível para passar o
resto da entrevista sem fazer movimentos bruscos.
Isso tinha sido bom para ela, mais do que bom na verdade,
uma vez que reduziu as chances de ele tentar atraí-la para um
local secundário, algo que a vovó Bea a havia avisado depois de
assistir ao America's Most Wanted. Também lhe permitia fazer o
trabalho sem ter que se preocupar em ter um chefe que tentava
controlá-la. Para ser sincera, realmente esperava que ele a
demitisse no primeiro ano, só que nunca o fez e ela não tinha ideia
do porquê.
— Por que você mente para nós? — Abbi exigiu quando ela
estendeu a mão e empurrou o prato para longe.
Deus, o que ele não daria para poder tocá-la, Devin pensou,
lambendo os lábios apenas para gemer quando alcançou entre as
pernas e passou a mão em torno de seu pênis endurecido. Quando
sua mão deslizou sobre a ponta, seu pênis estava duro e seus
pensamentos se voltaram para todas as coisas que queria fazer
com Charlie.
Ela não conhecia Devin bem, porém, sabia que ele era um pai
incrível. Todos na Bradford Creations sabiam que era dedicado aos
filhos. Nos últimos cinco anos, ela teve vislumbres de seus filhos
quando os trouxe lá em cima para um lanche, ou quando estava
brincando lá fora no playground que ele construiu para eles e viu
o jeito que seu rosto se iluminou quando estava com eles. Também
sabia que ele colocara os filhos em primeiro lugar e ouvira as
histórias que a maioria das funcionárias compartilhava com
suspiros sinceros.
— Bolhas?
— Porra.
Não havia como conseguir dormir o dia inteiro, não com duas
crianças de seis anos em casa. Com esse pensamento assustador,
Devin pegou o celular da mesa de cabeceira e moveu a bunda. Ele
atravessou o corredor para encontrar o quarto de seu filho vazio.
Uma rápida olhada no quarto de Abbi também encontrou o quarto
vazio e o fez correr em direção às escadas, rezando para que sua
mãe tivesse parado mais cedo e levado as crianças, embora
soubesse que ela nunca iria levá-las sem contar a ele.
Ótimo.
— A verdade dói.
— Oh, merda...
— Você sabe, provavelmente não é nada, em casa farei um
curativo. — Charlie alegou distraidamente enquanto segurava seu
braço se apertando, bem na hora que ela decidiu enterrar o rosto
no braço dele, choramingar e murmurar: ”Oh, Deus.” quando seu
primo Aidan pegou a primeira seringa.
— Eu realmente o odeio.
Durante todo o percurso até aqui, ele foi forçado a dirigir com
uma mão no volante, para poder manter o pé preso no colo para
impedi-la de olhar. A única coisa que a impedirá de puxar o pé
para trás para poder vislumbrar os grandes pedaços de vidro que
o empalavam era o fato de que toda vez que tentava, ela acabava
ofegante de dor.
— Charlie!
— Oh, Deus!
— Não quero fazer isso, não quero fazer isso, não quero ...
Ela fungou.
— Não, não está. — Charlie afirmou, mais uma vez
balançando a cabeça freneticamente quando Aidan alcançou o
fórceps. — Não, não, não, não, espere! Eu não posso fazer isso! —
falou, tentando afastar o pé, só que não havia para onde ir.
— Ah Merda…
Dando um suspiro, Devin puxou seu braço livre para que ele
pudesse alcançar e segurar seu rosto, puxando seu foco para si.
— Eu realmente quero.
— Você está morto para mim. — Charlie informou-lhe,
cruzando os braços sobre o peito enquanto ela apontava para o
outro lado o homem com quem não estava mais falando.
— Eu não entendo por que você está brava, esperei até você
desmaiar antes de eu ir embora. — falou Ben com um encolher de
ombros impotente, como se ela não o tivesse repudiado e largou
uma sacola de padaria branca no colo, como se isso de alguma
forma compensasse essa traição mais recente.
— Eles estavam me costurando, seu imbecil! — Charlie
exclamou, pegando a sacola de padaria e foi jogá-la apenas para
decidir adiar o processo até que ela descobrisse o que havia na
sacola.
— E assistir você passar por isso foi demais para mim, porque
eu te amo muito. Isso não significa nada? — Ben perguntou com
um suspiro sincero quando ela abriu a bolsa e notou que o
miserável só lhe trouxe uma rosquinha de geleia.
— O segundo.
— Comida?
Ótimo.
Ela deveria ter tomado um Advil quando teve uma chance,
Charlie pensou quando abriu os olhos e se viu imaginando o que
Devin estava fazendo aqui desde que ele saiu para o trabalho mais
de uma hora atrás. Isso a levou a se perguntar o que havia na
pequena sacola de padaria branca que ele colocara na cama ao
lado dela. Curiosa, ela pegou a bolsa e olhou para dentro, notando
que havia dois grandes donuts de geleia esperando por sua
atenção.
— Estou pronta!
— Eu não.
— E me evitando no trabalho?
— Eu não estava evitando você. — ele mentiu.
— Mesmo? Então, por que você tem alguém que lida comigo
sempre que precisar de algo, mas não faz isso com mais ninguém?
— Sim.
Ela fungou.
Ele entrou na sala e mais uma vez se perguntou por que ela
não estava dormindo no quarto. Definitivamente era grande o
suficiente, Devin pensou pegando o pequeno frasco de remédios da
mesa de cabeceira quando encontrou sua atenção na porta
entreaberta do quarto enquanto voltava para o banheiro.
— Acho que descobri por que você me odeia — ela alegou, sem
perguntar, ele notou quando estendeu a mão e beliscou a ponta do
nariz, sentindo uma enxaqueca se aproximando.
— Frio!
— Você ainda está bravo? — Charlie perguntou ao
homenzarrão checando seu curativo para ter certeza de que ela
não o molhasse com movimentos cortantes, quando o músculo em
seu queixo tensionou novamente — Porque você parece bravo.
— Por que eu não faria isso por ele? Ele é meu melhor amigo
— respondeu Charlie, observando enquanto seus lábios se
contraíram.
— E o Ben?
— E depois disso?
— Não.
— Um cavalo?
— Sim.
— Decidimos mantê-la.
Muito bom...
Fazia muito tempo desde que ele segurava uma mulher, mas
ele não conseguia se lembrar de uma mulher que se sentia tão bem
antes. A última vez que segurou uma mulher foi quando Heather
concordou em ter o bebê. A pegou nos braços e prometeu que tudo
ficaria bem. Também foi a última vez que ele a tocou, além de
segurar a mão dela quando os gêmeos nasceram. Por algum acordo
tácito, eles decidiram terminar as coisas depois de dois anos.
Falando em Charlie...
— Se você fizer isso por mim, juro que nunca lhe pedirei mais
nada — prometeu ela, enquanto se mexia para se sentir mais
confortável no primeiro degrau, apenas para repensar a jogada
quando a parte de trás de seu pé acidentalmente roçou os
implacáveis pisos.
Ela não achou que era uma boa ideia, especialmente depois
do incidente desta manhã, quando tentou usar as muletas para ir
ao banheiro.
— Por favor!
— Não.
— Você não pode ter o Dia das Bruxas sem uma maratona de
filmes de terror — Charlie explicou enquanto desistia de tentar
cobrir os olhos para poder abraçar os dele e se segurar com força
enquanto os sons de rosnados enchiam a sala.
— Ainda não é Halloween — ele apontou para um punhado
de M&M’s enquanto o atleta do ensino médio sendo destruído por
um bando de lobisomens soltava um grito assustador.
— E antes disso?
— E você adorou tanto ficar com medo que decidiu que era
uma boa ideia continuar a tradição? — Devin perguntou quando
se recostou no sofá com um suspiro pesado, enquanto se
resignavam a passar o dia assistindo a filmes de terror de merda.
— Eu amo tradições.
— Sim, está.
— O pufe.
Ela fungou.
— Sim.
— Você percebe que isso só funciona com Ben, certo? — ele
apontou apenas para encontrar outro suspiro — Não colocarei
aquela mesa no meu escritório, Charlie.
Nada.
Quando ela ainda não disse nada, ele estreitou os olhos nela.
Essa era a razão pela qual ela sempre fazia questão de chegar
aqui antes de Devin pela manhã e a razão pela qual ficava até tarde
algumas vezes por semana. Devin não brincava quando se tratava
de segurança. Se você não pertencesse à loja, é melhor ele não te
pegar em nenhum lugar perto dela. Se você trabalhava no andar
de cima, era automaticamente proibido de entrar na loja e, embora
ela estivesse absolutamente de acordo com essa regra, o problema
era que ela não podia segui-la.
Era por isso que ela chegava antes que as serras fossem
ligadas e tirava fotos, conversava com TJ para ver o que Devin
queria empurrar, pegava algumas fotos novas de qualquer coisa
que não havia vendido na semana passada para ver se ela podia
dar alguma atenção no Facebook e Instagram, e dava o fora dali
antes que Devin a pegasse. Normalmente, se ela faltasse ao
trabalho, o que não era frequente, esperaria que Devin fosse
embora um dia antes de descer e tirar as fotos. Entretanto, como
isso não era uma opção hoje...
Ela teria que arriscar e esperar que Devin tivesse pena dela
se a pegasse.
— Não acha que deixar a mulher que você ama se mudar com
você é algo que devemos discutir? — TJ perguntou em tom de
conversa enquanto Devin pegava um pedaço de lixa e o corria
cuidadosamente pela borda da gaveta secreta em que estava
trabalhando.
Fim da história.
Ele não tem tempo para o drama ou a besteira que vem com
o namoro ou ter que se preocupar com seus filhos chegando perto
de uma mulher, apenas para fazê-la desaparecer de repente de
suas vidas quando as coisas não derem certo. Além disso, ele tinha
o suficiente para lidar com o trabalho e as crianças.
— Você quer dizer, além de fingir que não sei o que aconteceu
lá? — Kenzie perguntou, parecendo pensativa enquanto
gesticulava em direção à lavanderia atrás deles com o garfo.
— E?
— Fazer o que?
— Quero dizer, além dos cinco anos que passei na prisão, não
há muito o que contar — ela falou com um triste aceno de cabeça.
— Fascinante — Jason murmurou com um suspiro sonhador
antes de prosseguir. — E há quanto tempo você conhece nosso
pequeno Devin aqui?
Ele também não podia provar que não era, o que significava
que não podia demitir Kelly.
Ele não podia demitir alguém só porque não gostava dela. Não
era certo foder com a vida de alguém assim. Contanto que ela
fizesse seu trabalho e ficasse longe de Charlie, ele a deixaria em
paz, porém, se fizesse Charlie chorar novamente, nada a salvaria.
DEZEMBRO
— Pensei que você estava pensando em voltar para o seu
escritório. — falou o homem que realmente precisava aprender a
se concentrar, enquanto pendurava o pôster de Indiana Jones na
parede junto à janela, apenas para suspirar e descer da escada
quando ela apontou para a outra parede.
Ela tinha um plano e isso não envolvia tornar sua vida mais
complicada em algo que definitivamente era uma má ideia, porém,
às vezes desejava que sim. Ele era seu chefe, seu senhorio, pai de
suas duas pessoas favoritas no mundo, um de seus melhores
amigos e o homem que ainda não fazia ideia de que ela planejava
se demitir. Realmente não estava ansiosa por essa conversa,
Charlie pensou, jogando o resto da barra de chocolate em sua
mesa.
— Esqueça.
— Você tem certeza?
— Não mesmo.
— Conhece as regras — falou a filhinha, cruzando os braços
sobre o peito enquanto o encarava, desafiando-o a tentar passar
por ela.
A queria mais a cada dia que passava e não havia nada que
ele pudesse fazer sobre isso.
— Sei como você está sempre atento a tudo o que seu bisavô
fez, então fiz algumas pesquisas, esperando encontrar algo que
você gostaria quando me deparei com elas on-line. Sofreram algum
dano e o vidro original havia desaparecido há muito tempo, mas
as molduras ainda estavam em boas condições e mais
importante... — ela narrou, deixando suas palavras sumirem
enquanto passava os dedos pela parte inferior da moldura e
empurrava. — Isso ainda funciona. — Charlie explicou quando um
pequeno clique soou e uma gaveta fina deslizou para o lado,
revelando um pedaço de papel com as palavras:
Ele lutou.
Não importa quantas vezes ela disse a si mesma que isso não
era uma boa ideia, Charlie não conseguia parar de pensar nele e
esse era o problema. Ele era seu chefe, seu senhorio, um de seus
melhores amigos.
— Eu cancelei o pedido.
— Eu a odeio.
— Por quê?
Em vez de responder, Devin lentamente se inclinou para a
frente e pressionou os lábios contra a testa dela enquanto fechava
os olhos e soltava um suspiro trêmulo. Depois de uma leve
hesitação, ela sentiu os dedos dele deslizar pelo pescoço, enviando
um arrepio pelo corpo e...
Isso deixou...
— Darei quarenta.
De novo não.
— Não.
— Cansei de esperar.
VÉSPERA DE ANO NOVO
— Queremos ir à festa, papai.
Tão tentador quanto era ir à festa hoje à noite, não era uma
escolha. Se ele fosse, não haveria nada nesta terra que pudesse
impedi-lo de puxar Charlie para seus braços e isso ... isso era uma
má ideia.
Ele a amava.
Ela abriu a boca para dizer algo apenas para franzir a testa
quando Abbi falou:
Oh Deus…
Ele estava fazendo tudo o que podia pensar para garantir que
ela não soubesse o quanto a queria e agora, porque ele não
adicionou isolamento extra às paredes do banheiro quando
comprou o local, ela sabia exatamente quão patético que ele
realmente era.
— Meu primo está com eles, agora me diga o que você quis
dizer quando disse que eu estava partindo seu coração. — ele
exigiu enquanto seus olhos procuravam os dela por uma resposta
que ela realmente não estava com disposição para dar-lhe agora.
— Devin, eu...
— Dez!
— Nove!
— Oito!
— Sete!
— Seis!
— Cinco!
— Quatro!
— Três!
Veio o grito alto quando seu olhar caiu nos lábios dela.
— Dois!
Ele se aproximou.
— Um!
— Suco de maçã?
— Achocolatado?
— Torrada francesa?
— Não.
— Ovos?
— Bem, eu quero...
— Por aqui, tenho uma mesa com uma linda vista para o
jardim que acho que você gostará. — Comenta Abbi, apontando
para a mulher que mal lhe lançou um olhar para segui-la até a
cozinha. E falou para ele: — Já volto. — Abbi foi até a cozinha para
mostrar seus lugares, deixando-o sentado ali, debatendo seu
próximo passo.
— Sinto muito, ele não está aqui agora. Posso receber uma
mensagem se você quiser falar com ele mais tarde.
— Seu pai terá que lhe dar um banho esta noite, querida,
tenho que fazer algumas coisas antes de amanhã. — Charlie falou,
suspirando tristemente porque ela esperava ansiosamente o
horário do banho todas as noites.
— Isso é um sim?
— Do que?
— Eu preciso?
— Ok
Que fez Devin suspirar de alívio. Isto é, até que ele olhou para
cima e encontrou sua filha usando o vestido de princesa da Disney
que dera a ela no Natal, junto com a tiara e os sapatos de plástico
rosa que acompanhavam.
Agora não.
Tudo estava além da porra da perfeição. Ele tinha uma babá
pronta, reservas para dois no melhor restaurante da cidade,
conseguiu colocar as mãos num buquê de rosas brancas, colocou
uma garrafa de vinho branco na geladeira e brincou com as
crianças o dia todo, garantindo que eles estariam exaustos demais
para atormentar a babá hoje à noite e depois...
— Por alguma razão, alguém pensou que seria uma boa ideia
começar a construção na 95 durante a hora do rush de uma sexta-
feira à noite, o que não teria sido tão ruim, porém um motorista de
dezoito rodas tentou passar todo mundo no ombro e acabou
bloqueando a única pista aberta. Tentei ligar, porém, meu cabo de
carregamento parou de funcionar.
— Ah, você sentiu minha falta? — ela perguntou com uma voz
doce e melosa.
— Não.
— E se eu te contar que senti sua falta? — ela tentou, o que
o fez virar a cabeça para poder encará-la.
— O que tem?
— Eu quero repetir.
— Sim.
— Quando?
— As coisas mudaram.
Esse beijo foi diferente. Isso a fez mudar nos braços dele,
lutando para aproximar-se dele, precisando se aproximar. O nome
dele foi arrancado dos lábios dela num apelo desesperado,
enquanto ele pressionava com mais força até que seus dedos
deslizavam entre a fenda dela, pressionando o algodão macio
contra o clitóris enquanto se sentia molhada.
Com Devin…
Charlie tinha um mau pressentimento de que ela nunca seria
capaz de obter o suficiente dele. O queria. Deus, ela o queria. Ele
era incrivelmente sexy, gentil, doce e muito divertido de
atormentar, pensou, apenas para choramingar quando ele chupou
sua língua num movimento que a fez pressionar mais forte contra
ele, desesperada por mais.
— Talvez…
— Eu já volto.
Vestiu suas roupas e desapareceu enquanto ela terminava de
se vestir debatendo suas opções apenas para perceber que
realmente não sabia, não tinha nenhuma.
Ela correu.
— Eu não acho que seja uma boa ideia para eles descobrirem
sobre nós ainda, Charlie.
— Charlie, eu...
Charlie.
— Elas o incomodam.
Merda!
Talvez ele não devesse tê-la acordado tão tarde, pensou Devin
enquanto entrava no carro e se dirigia ao trabalho.
Outro meneio.
— Algo errado?
— Alguém tentou invadir a conta do Facebook novamente. —
informou Charlie, suspirando pesadamente, porque era a quarta,
não, a quinta vez numa semana.
— Vá. — com um olhar que lhe dizia que era melhor ela mexer
a bunda.
— O que?
— Eu não disse...
— Preciso de fotos.
Quando Devin continuou ali, ela trancou os olhos com ele e
terminou o rolo de café, fazendo sons deliciosos enquanto comia e
ele estreitava os olhos nela.
— Devo demiti-la?
— Kelly.
— Ela é tão fofa! — Abbi, que não parava de sorrir desde que
o dono da loja colocou o coelho nos braços, afirmou enquanto
obedientemente pegava outra cenoura e a segurava.
— Eles têm Bob Esponja e um coelho. Eles estão bem por pelo
menos uma hora. — respondeu enquanto o sentia empurrar as
calças para baixo junto com a calcinha.
Aprenderam muito cedo que isso não seria fácil por causa das
crianças, contudo eles descobriram uma maneira de fazê-lo
funcionar. Eles geralmente conseguiam uma babá pelo menos
uma vez por semana e, quando não podiam, a transformavam
numa noite de encontros familiares. Eles terminaram suas noites
juntos, fazendo amor até tarde da noite, até que chegava a hora de
ele ir embora.
Apenas uma vez, ele queria saber como seria acordar com ela
em seus braços, entretanto isso não era uma escolha. Pelo menos
ainda não. Enquanto estava pronto para passar o resto de sua vida
com Charlie, ela ... não estava. Eles estavam namorando há pouco
mais de quatro meses e ela ainda não tinha dito a ele que o amava.
Queria Charlie.
— Papai, tenho que ir ao banheiro. — Dustin falou
lembrando-o de que eles precisavam se mexer se tivessem alguma
esperança de chegar à escola a tempo.
Merda!
Sempre que Charlie estava fora, Dustin gostava de ir ao
apartamento de Charlie e assistir televisão, para que ele pudesse
se aconchegar no lado dela da cama. Ele sentia falta de Charlie.
Não que Devin pudesse culpá-lo.
Quando Ben abriu um olho para que ele pudesse olhá-la, ela
permitiu que seu lábio inferior tremesse levemente.
— É muito simples.
— Parece.
Foi simples.
— Então diga logo. Não sei por que você está fazendo um
grande negócio com isso. Apenas diga a ele que você está
começando sua própria empresa e que não o deixará pendurado.
Ele não ficará chateado porque você quer começar seu próprio
negócio, entretanto, ficará chateado se descobrir que você escondeu
algo dele. Por alguma razão, o homem está apaixonado por você.
— Isso é porque eu sou adorável. — Charlie explicou,
acenando com a cabeça apenas para encarar quando Ben seguiu
com isso.
— Você é?
Sabia que ele acabaria transando com ela com mais força se
provocasse seu pênis, porque prestara atenção, observando o que
ele gostava, o que odiava, e o que o faria gemer seu nome mais
alto. Ela adorava ter esse tipo de controle sobre ele, adorava saber
que podia tirá-lo de sua mente, a ponto dele a foder sem pensar.
Porém ela não tinha sido a única prestando atenção nos últimos
meses...
— Eu realmente preciso.
Ela abriu a boca para lhe dar outra resposta espertinha para
ganhar um pouco mais de tempo, mas a expressão em seu rosto...
Ela o amava.
— Não usei esse endereço para nada. Não há razão para que
todo esse lixo tenha sido enviado aqui, Devin. — explicou ela,
concentrando sua atenção novamente no computador e acessando
o site da Dabbi Digital Marketing — Droga. — Charlie xingou
quando viu que seu e-mail estava na parte inferior da página
inicial, respondendo a uma de suas perguntas sobre como Kelly
conseguiu seu endereço de e-mail.
A questão era: como ela descobriu sobre a Dabbi Digital
Marketing em primeiro lugar.
— Você tem alguma ideia do que você poderia ter feito? O tipo
de dano que poderia ter causado?
— Eu não sei do que você está falando. — respondeu Kelly
com uma desafiante inclinação de cabeça que fez Charlie balançar
a cabeça com nojo novamente, porque ela realmente não conseguia
lidar com essa mulher.
Ele deveria ter demitido Kelly na primeira vez que ela o irritou.
Pelo menos agora ele sabia por que ela queria tanto o trabalho
de Charlie. Aparentemente, Kelly começou a perceber quantos
pedidos estavam chegando. Isso a deixou curiosa, então ela
consultou o site e viu o quanto a Bradford Creations estava
cobrando por seu trabalho e decidiu que parte desse dinheiro
chegaria até sua conta bancária.
Puta do caralho.
— Que compromissos?
Com isso feito, Charlie voltou para sua mesa e sentou-se com
um suspiro satisfeito enquanto olhava para cima para encontrar
Rebecca a observando enquanto colocava outro Hershey Kiss na
boca. Pigarreando, Charlie afirmou:
— O que mais?
15:00
— Você tem mais figuras da Sonserina? — o grande homem
que passou a organizar suas lembranças de Harry Potter
perguntou enquanto Charlie se sentava lá, expirando lentamente
enquanto esfregava as têmporas, tentando aliviar a dor de cabeça
que havia começado dez minutos atrás, quando o compromisso
das três horas apareceu.
— Eu não a machucarei, prometo. — disse Matt, apenas para
prosseguir — Eu só quero bater na bunda dela até que minha mão
caia. — pois seu irmão foi forçado a derrubá-lo com uma chave de
braço, enquanto o motivo pelo qual os proprietários da Bradford
Furniture estavam atualmente se espancando calmamente
continuou a passar pelos temas do site que Charlie havia sugerido.
— Não sei como você conseguiu fazer alguma coisa com seus
clipes de papel e blocos de notas na mesma gaveta. — vieram as
pesadas palavras à sua esquerda que a deixaram saber que Lúcifer
havia se mudado e agora estava organizando o gabinete que servia
de armazenamento.
— Estou morrendo.
16:00
— Deus, isso é tão bom. — o Sr. Dixon sussurrou, incapaz de
deixar de gemer enquanto mordia um dos grandes cupcakes que
sua neta grávida havia trazido para a reunião deles enquanto ela
dormia na cadeira ao lado dele.
17:00
— Eu quero o divórcio. — Trevor anunciou, olhando para a
esposa enquanto Charlie estava lá, debatendo com quem ela
deveria começar primeiro.
18:00
— Por que ele está aqui? — Ethan, o tio de Devin e médico
incrivelmente bonito, que queria contratá-la para lidar com o
marketing on-line de sua clínica, perguntou enquanto observava
seu filho reorganizar o arquivo que ele trouxe de um dos escritórios
do andar de cima.
19:00
— Por que meu pai não preencheu isso? — Aidan perguntou,
olhando do iPad em suas mãos para lhe dar um olhar
interrogativo.
— Porque ele foi forçado a arrastar Lúcifer para fora do meu
escritório. — Charlie explicou, continuando a esfregar as têmporas
e assistia Aidan franzir a testa enquanto olhava para ela à direita
e encontrou Lúcifer tirando seu pôster da Sonserina para que
pudesse trocá-lo com o de Indiana Jones.
Aidan disse:
— Entendo.
— Você acha que pode fazer a mesma coisa por nós? — Aidan
perguntou, colocando o iPad em cima da mesa para poder se
abaixar e pegar o filho na cadeirinha para suspirar quando Lúcifer
se aproximou e arrancou o bebê de suas mãos.
— Acho que posso ajudá-lo… — Charlie começou a dizer
apenas para deixar suas palavras sumirem quando Aidan se
levantou da cadeira e foi atrás do irmão, exigindo que ele
devolvesse o bebê.
— Fica pior.
20:00
— Você está bem? — Charlie não pôde deixar de perguntar
enquanto observava Kasey abaixar a cabeça entre as pernas.
— Preciso me deitar.
— Eu não terminei.
— Eu te odeio.
— Não, acho que não seria um coisa ruim, não quando isso a
deixa feliz. — respondeu ele, dando-lhe uma piscadela que a fez
morder o lábio para não chorar.
Por vários minutos, ela não disse nada. Apenas ficou lá,
olhando para o teste de gravidez que confirmava tudo, até que ele
não aguentou mais.
— E você realmente não acha que poderia ter feito isso sem
renunciar a tudo? Você realmente acha que Abbi e Dustin queriam
ver o pai infeliz? Você realmente acha que eles precisavam que o
pai se punisse porque a mãe não os queria?
— Você não acha que eu sei como é ter uma mãe que não te
quer? Você está falando sério? É tudo o que sei, Devin!
— Mas seus filhos não! Eles não têm ideia de como é não ser
desejada pela mãe e isso é por sua causa! Ela nunca teve a chance
de machucá-los porque você nunca deu a ela uma chance. Você
nunca os lembrou que a mãe deles não os queria. Em vez disso,
você fez questão de dizer a eles o quanto os queria e isso fez a
diferença. Você deu a eles mais amor do que eles jamais poderiam
ter esperado e não precisava de uma promessa para fazer isso,
Devin. A única coisa que a promessa fez foi causar dor.
— E eu não quero passar por isso de novo! Não quero ter que
ficar assustado toda vez que um dos meus filhos está com febre.
Não quero ter que me sentar ao lado dos berços à noite, quando
estiverem doentes, porque estou com pavor de que piorem se eu
não estiver lá! Não quero ter que me preocupar com o que
acontecerá se eu tirar meus olhos dos meus filhos por um
segundo, porque eles continuam se metendo em tudo! Eu não
quero me deitar na minha cama à noite, aterrorizado para fechar
meus olhos, porque meus filhos podem precisar de mim e eu não
estarei lá para eles! Não quero me preocupar que não estou
fazendo o suficiente por eles ou que não estou dando-lhes o que
precisam! Não quero ter que me preocupar com o que acontecerá
com meus filhos se algo acontecer comigo. Eu não quero ter que
passar por isso sozinho de novo.
Por outro lado, como papai amava Charlie quase tanto quanto
eles, ela provavelmente poderia se safar. Para ser sincero, ele não
se importaria com outro cachorro, pensou Dustin, enquanto
observava a sra. Greer empurrar o carrinho cheio de molduras e
vasos de flores que eles deveriam pintar.
— Dustin.
— Dustin, está tudo bem. Nem todo mundo tem mãe e isso
não é motivo de preocupação. Você tem um pai realmente ótimo
que ama você e eu acho que seria muito bom...
Ele deveria ter dito a ela antes. Deveria ter certeza de que ela
sabia o que ele queria antes...
— Quatro meses.
— Devin, eu...
— Eu te darei um bebê. — ele lhe falou com firmeza enquanto
ela pegava uma garrafa de água da mesa de cabeceira antes de
correr para se juntar a ele no chão.
— Devin, eu ...
Nada.
Isso foi seguido por ele concordando que ela deveria se sentir
adorada no dia do casamento antes de trancá-la num armário de
armazenamento até que ela concordasse em se casar com ele. Isso
o levou a deixá-la lá até que ela admitiu que o amava e o adorava
e mal podia esperar para se casar com ele. Depois de convencê-la
a soltou para que pudesse torná-la a mulher mais feliz viva.
Ele ignorou os olhares dela enquanto a Juíza de Paz os casou
e se concentrou na noite seguinte. O médico não o autorizou, mas
ele decidiu não deixar que isso o impedisse. Ele planejava passar
a noite mostrando a sua esposa o quanto a amava apenas para
descobrir que sua esposa havia feito outros planos, planos que
terminavam com ele dormindo sozinho enquanto sua esposa e
filhos se aconchegam na outra cama de hotel, assistindo filmes da
Disney a noite toda enquanto ele estava lá, irritado.
Fazia oito meses desde que ele lhe deu o armário e, até agora,
ela não foi capaz de descobrir como abrir qualquer um dos
compartimentos secretos que construiu no armário. Ele se
ofereceu para lhe dizer onde estavam, mas sua esposa estava
determinada a encontrá-los por conta própria.
Seria...
— Eu posso te mostrar, mamãe. — se ofereceu Dustin,
estendendo a mão e empurrando contra o design celta ao abrir a
porta do armário ao mesmo tempo, soltando a alavanca e fazendo
Devin estreitar os olhos para o pequeno traidor.
— Obrigada, querido.
— Por que ele está recebendo meus beijos? — ele exigiu saber
enquanto Charlie colocava o pedaço de papel dobrado na mão com
um murmúrio:
Amor,
Dustin
Então, novamente, isso pode não ser tão ruim, Devin pensou
enquanto se aproximava e puxava sua linda esposa em seus
braços, decidindo que ele teria que levá-la com ele, porque não
havia nenhuma maneira no mundo que ele fosse deixar ela ir.
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