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Disponibilização: Juuh Alves

Tradução: Dri Machado


Revisão: J. Galvão
Leitura Final e Formatação: Dadá
Nicole Lander não tem outra escolha além de entrar em
contato com Ryan Titan, o menino que ela tinha amado
profundamente quando era uma adolescente. Sua irmã
necessitava desesperadamente de uma operação cardíaca,
ou não viveria mais do que seis meses.
Vale esclarecer que Nicole não mentiu para Ryan quando
eles eram adolescentes porque não o queria mais; foi
porque não queria que ele soubesse o abuso que ela sofria
de seu pai.
Quando Ryan recebe um telefonema de Nicole, que está
desesperadamente precisando de sua ajuda, ele fica em
êxtase. Ele finalmente iria conseguir se vingar por ela
abandoná-lo quando eram adolescentes - quando ela não o
julgava bom o suficiente. Ele ia ajudar a irmã de Nicole,
mas ela teria que dar-lhe o que ele quisesse em troca.
O problema é que ele nunca sentiu por qualquer outra
mulher o que sente por Nicole, e sua vingança rapidamente
acaba se transformando em planos para leva-la ao altar.
"Tire tudo", ele disse, com uma voz mortalmente calma.
"Não nessa vida", ela cuspiu de volta - mas suas palavras soaram sem
convicção pela falta de fôlego em sua voz.
Ele caminhou até ela e puxou a camisa, em seguida, a jogou na cama, o
que a fez ofegar. Ele tirou seu jeans, deixando-a em nada alem de sutiã
e calcinha. Ela ficou incrivelmente grata por estar usando um dos
conjuntos que as meninas fizeram ela comprar, ou ela tinha certeza que
ele teria arrancado aqueles fora também.
Ela estava respirando pesadamente enquanto os olhos dele corriam por
sua pele exposta. Pegando-a de surpresa, ele se abaixou e pegou as
roupas que tinha tirado dela, em seguida, saiu da sala. Levou alguns
momentos antes do choque passar e ela ser capaz de sair em busca de
algo para se cobrir.
Ela não podia ir persegui-lo pela casa em nada mais que suas roupas
de baixo!
Até o momento que ela foi capaz de vestir um roupão e o seguir escada
abaixo, não pode encontrá-lo em qualquer lugar.
De repente um cheiro a atingiu, e ela engasgou novamente. Ele não se
atreveria, pensou ela, enquanto corria em direção ao quintal. Mas seus
olhos se arregalaram em choque e fúria quando ela viu o que ele estava
fazendo. Ela correu para fora da porta, e ele se virou e deu-lhe um
sorriso vitorioso.
Ele estava em pé em frente a uma enorme fogueira, e suas roupas
estavam em chamas. Ela não podia acreditar que ele estava queimando
suas roupas. Ele deve tê-las mergulhado em gasolina primeiro, porque
as chamas eram enormes. Não havia nenhuma chance que ela pudesse
salvá-las.
"Como você ousa queimar minhas roupas", ela gritou, fúria a fazendo
ver vermelho. Ele então piscou para ela. Ela queria arrancar-lhe os
olhos. Ela ficou tão louca que estava além do pensamento razoável. A
equipe tinha visto o que estava acontecendo, e tinham todos
corrido para longe, ninguém corajoso o suficiente para ficar entre os
dois no meio de uma luta.
"Eu faço o que quiser", disse ele em uma voz zombeteira.
"Bem, você sabe o quê? Vamos apenas acrescentar mais lenha na
fogueira, então", ela gritou. E então arrancou o roupão e o atirou nas
chamas também.
Ryan Titan olhou em volta de sua casa vazia com satisfação. Ele
assistiu seus dois primos se estabelecerem ao longo do último par de
anos, passando dos solteirões mais cobiçados de Seattle para
homens casados e felizes, e sentia agora como se estivesse faltando
alguma coisa.

Seus primos, Derek e Drew, eram mais como irmãos do que primos
para ele. Eles tinham sido criados juntos, e tinham passado do nível de
pobreza ao status de bilionários juntos também. Eles tinham feito coisas
separadas no mundo dos negócios, mas ficaram lado a lado um do outro
quando subiram para o topo das listas dos mais ricos do mundo.

Ryan sentia-se um pouco excluído agora, porem, enquanto


observava seus primos encontrarem seus verdadeiros amores,
consequentemente deixando-o para trás.

Ele sempre era bem-vindo em suas casas, mas agora era diferente.
Ele estava realmente cheio de inveja enquanto os observava com suas
famílias.

E então aqui estava ele, em uma nova casa e sem mobília. Ele
balançou a cabeça enquanto vagava em torno dos quartos, seus passos
ecoando nas paredes nuas. Ele ouviu uma batida na porta e a ouviu
abrir.

"Ryan, onde você está?"

"Estou indo", ele gritou de volta quando ouviu a voz de seu


sobrinho. Jacob virou a esquina, e Ryan sentiu sua respiração ser
empurrada para fora de seu corpo quando seu sobrinho de 13 anos se
jogou em seus braços.

"Este lugar é ótimo, Tio Ryan," Jacob disse com entusiasmo. Ele
correu para verificar o resto da casa.

Ryan estava feliz por ter comprado um lugar tão perto de seus
primos, porque assim Jacob e o resto de seus sobrinhos e sobrinhas
poderiam visitar a qualquer hora.

"Bom lugar Ryan," Derek disse quando se juntou a eles.

"Eu tenho sorte de ter encontrado um lugar tão perto de você e


Drew. Eu já mapeei o quintal, e nós poderemos fazer uma trilha entre as
propriedades. Em seguida, as crianças podem montar os quadricíclos e
todos nós podemos fazer uma trilha", disse Ryan. Ele estava animado
para começar a fazer o projeto. Não haveria necessidade de cercas entre
as propriedades.

"Ótimo pensamento, primo. Você mapeia tudo e eu vou providenciar


as pessoas para fazer a trilha", Derek respondeu.

"Ei, talvez eu não queira rasgar meu quintal. E se eu quiser mantê-


lo longe dos arruaceiros?", Drew saltou para a conversa. Ambos os primos
o ignoraram, sabendo que ele estava brincando.

"Onde estão suas mulheres?", Perguntou Ryan. Ele esperava que


elas entrassem depois de seus maridos.

"Elas estão tendo um dia de spa hoje. As crianças estão na minha


casa", respondeu Derek.

"Elas já são espetaculares, e de nenhuma maneira precisam ir


ao spa," Ryan disse a eles. Ambos os primos acenaram com a cabeça
enquanto pensavam em suas esposas. No entanto, era obvio eles iriam
para os confins da terra para dar-lhes absolutamente qualquer coisa que
quisessem.
"Quando é que você vai finalmente sossegar?" Derek perguntou.

"Você me conhece, eu não quero uma mulher entrando na minha


vida e mexendo com o que já esta ótimo", disse Ryan. Ele tinha seu típico
sorriso arrogante no rosto, mas não havia nenhum significado real por
trás de suas palavras. Ele estava pensando, na verdade, que ser solteiro
já não era tão bom como tinha sido uma vez. Quando olhou em volta de
sua casa vazia ele pensou que seria realmente bom compartilhá-la com
alguém.

Ele balançou seu humor melancólico para longe e mostrou a seus


primos o resto da casa. Inacreditavelmente, essa casa era ainda maior do
que as casas de seus dois primos. Ele não tinha planejado comprar o
enorme lugar, mas a localização foi o que lhe convenceu. Ele queria estar
perto de seus primos. Quanto mais velho ele ficava, mais queria sossegar.

Ryan era um arquiteto fenomenal, e remodelava casas históricas - o


que era um hobby para ele, e não seu trabalho. Ele tinha feito seu
primeiro milhão no mercado de ações, e seu primeiro bilhão através de
seus muitos investimentos empresariais. Ele tinha mais dinheiro do que
poderia gastar numa vida e, apesar de passar muito tempo no escritório,
ainda assim decolava quando ele queria, para que pudesse prosseguir
com seu amor por propriedades históricas.

Ryan ligou para sua secretária e lhe deu pediu para começar a
providenciar sua mobília para a casa, em seguida, se dirigiu para o
quintal com seus primos, para que pudessem planejar a trilha
de quadricíclos. O resto do dia passou voando, e Ryan esqueceu todos os
seus problemas.
Nicole Lander estacionou o carro, fazendo uma oração de
agradecimento por ter mais uma vez voltado para casa em segurança. Ela
ficava grata cada vez que girava a chave e o motor decidia funcionar e
trabalhar por mais um dia.

Ela subiu a escada quebrada, tomando cuidado para não inclinar-


se contra a grade oxidada. Ela tinha cometido esse erro uma vez, e quase
tinha caído completamente. A única coisa que a salvou foram seus
grandes reflexos.

Ela alcançou a porta e inseriu a chave, passando o próximo par de


minutos mexendo-a até finalmente alinhar os mecanismos dentro da
maçaneta e abri-la. Ela rapidamente correu para dentro, dando um
suspiro de alívio quando entrou na segurança de seu apartamento. Ela
estaria seriamente em apuros se alguém fosse atrás dela, porque
certamente não seria capaz de entrar em casa rápido o suficiente para
salvar a si mesma.

Nicole olhou ao redor do desgastado cômodo com desgosto. Era mal


decorado, com móveis de segunda mão, e que já tinham visto dias
melhores. Ela tentou transformar esse lugar num lar tanto
quanto possível, mas com o seu orçamento muito limitado não havia
muito que pudesse fazer. Ela abriu a geladeira, apenas para ver as
prateleiras vazias e fechá-la de novo. Ela estava exausta, e tinha apenas
algumas horas para dormir antes que tivesse que voltar para o seu
trabalho temporário.
Ela estava tão exausta que mal conseguia ficar de pé, na verdade.
Ela estava trabalhando cerca de 20 horas por dia, seis dias por semana,
além de algumas horas em seu sétimo dia. Ela não podia esperar para
encontrar um trabalho em tempo integral permanente, para que pudesse
realmente ter algumas horas decentes. Entre seus trabalhos e visitar sua
irmã no hospital, ela sabia que parecia um desastre completo.

Ela caiu de cara na cama, e não estava feliz quando seu telefone a
acordou poucas horas mais tarde.

Ela se arrastou da cama para pega-lo, porque sabia que tinha que
ser importante. "Olá", ela resmungou ao telefone.

"Nós estamos falando com Nicole Lander?", perguntou a voz do


outro lado da linha.

"É Nicole, como posso ajudá-la?", Ela respondeu, um pouco mais


acordada.

"Temos sua inscrição para um trabalho de tempo integral, e acho


que você seria perfeita para a posição", disse a mulher. Nicole ficou
imediatamente em alerta.

"Eu adoraria ouvir mais sobre isso", disse à mulher.

"A posição é para faxineira, inclui alojamento e alimentação, além


de um salário generoso. Você estaria interessada em vir para uma
entrevista?"

"Eu vou estar onde você precisar que eu esteja", disse Nicole, sem
necessidade de fazer qualquer pergunta. Ela não se importava de esfregar
banheiros durante todo o dia, contanto que pudesse sair de seu
apartamento atual. "Quando você me quer?"

"Você precisa vir para o escritório e preencher alguns papéis. A


confidencialidade é uma obrigação enquanto trabalhar para este cliente.
Você terá que assinar papéis confirmando que entende e que não vai falar
sobre o que acontecer na casa. Você também precisará se submeter a um
teste de drogas. Sua verificação de antecedentes já está completa. Se você
puder vir para o escritório esta tarde, já podemos entrevistá-la. Eu quero
que você saiba, porem, que existem algumas outras pessoas
interessadas."

"Eu estarei aí em meia hora. E não tenho nenhum problema em


assinar o que você precisar", Nicole disse a ela. Ela esperava que não
estivesse soando muito desesperada.

"Isso é muito bom, Nicole. Estarei esperando por você", disse ela
antes de desligar a chamada. Nicole pensou que o cliente devia ser um
desses eremitas ricos que não gostavam que mundo os visse. Ela
realmente não se importava. Sua empresa não iria mandá-la para um
lugar inseguro. E mesmo que seu quarto no trabalho fosse pequeno,
ainda seria melhor do que o cômodo no qual atualmente residia. Ela
estava à beira de perder o lugar, de qualquer maneira, porque as contas
do hospital de sua irmã estavam esgotando sua conta bancária.

Mesmo que ela não tivesse conseguido dormir o suficiente, ela


estava ligada com a excitação correndo por suas veias.

Ela pulou para o chuveiro e correu para o escritório em pouco


menos de trinta minutos. Ela caminhou para entrevista confiante de que
seria selecionada. No momento em que voltou para casa e se arrastou
para a cama, o sono tomou conta dela, e ela sentiu um pouco de paz -
coisa que não sentia há muito tempo.

Quando ela recebeu um novo telefonema no dia seguinte, porem,


ela baixou a cabeça e mal conseguiu segurar as lágrimas.

Outro alguém tinha preenchido a vaga. Ela estava ficando sem


opções. Não sabia como seria capaz cuidar das contas do hospital
de Patsy e ainda manter um teto sobre suas cabeças. Ela se vestiu e se
dirigiu para o seu emprego de garçonete, onde teria sorte se levasse para
casa trinta dólares em gorjeta depois de um expediente de 10 horas. Não
era muita motivação, mas era melhor do que nada.

Três meses mais tarde, Nicole sentou ao lado de seu telefone


tentando reunir sua coragem. Ela tinha que ligar, não havia outra
escolha. Nicole foi encolhendo com o pensamento de rastejar aos pés de
Ryan Titan, mas realmente não via quaisquer outras opções. Sua irmã
precisava da operação e, tão duro como Nicole trabalhou, ela ainda não
podia pagar por isso. O hospital também não se importava se era uma
questão de vida ou morte - eles só se preocupavam com a linha de fundo.
Ela não podia acreditar que eles disseram que era uma cirurgia eletiva.
Era algo que estava lentamente matando-a, embora não fosse emergência.
Eles não fariam sem o pagamento integral.

Nicole respirou fundo, com a mão pousada no telefone. Ela tinha


estado na mesma posição durante a última hora, tentando se forçar a
pegá-lo. Suas mãos estavam suadas, e seu coração batia irregularmente,
fora de controle. As lágrimas que desceram por suas bochechas já haviam
secado, mas o terror ainda permanecia.

Ela não tinha falado com Ryan em doze anos, e a última conversa
não tinha ido bem. Ele ainda acreditava que ela tinha traído-o. Tinha sido
muito mais fácil deixá-lo acreditar nisso, mas oh, como tinha quebrado
seu coração.

Ela disse a si mesma repetidamente agora que isso não era sobre
ela. Era sobre sua irmã mais nova, e não importa o quanto ele podia odiá-
la agora, ele sempre amou Patsy. Não havia nenhuma maneira que ele
fosse se sentar e deixá-la morrer quando podia ajudar.
Ela limpou as mãos em suas calças jeans e pegou o cabo do
telefone, tentando controlar as mãos trêmulas. Ela teve que remarcar o
número três vezes de tanto que estava tremendo, mas manteve a ligação.

Quando o telefone começou a tocar, seus nervos estavam no ponto


de ruptura. Ela estava esperando que iria para o correio de voz. Em
seguida, ela poderia apenas deixar uma mensagem, sem ter que enfrentar
e ouvir sua voz.

"Quem é?", Perguntou uma voz, assustando-a.

"Th... é Nicole", ela gaguejou. Houve uma pausa


desconfortavelmente longa na outra extremidade da linha.

"Que Nicole?", perguntou a mesma voz, tão fria quanto gelo.

"Nicole Lander", disse ela, quase um sussurro.

"Como você conseguiu meu número pessoal?" A voz exigiu. Ela


então começou a pensar que tinha cometido um erro muito grande. Soou
como se ele nem sequer lembrasse quem ela era. Talvez seu tempo juntos
tenha sido muito mais importante para ela do que foi para ele.

"Eu consegui de seu tio", ela finalmente conseguiu dizer. Houve


outro longo silêncio depois de suas palavras.

"O que você quer?", Ele quis saber.

"Eu hum, queria ver se poderia, hum, falar com você sobre algo
importante", ela forçou através de seus lábios trêmulos. "Nós
costumávamos conhecer um ao outro, muito tempo atrás... eu não sei se
você ainda se lembra de mim," ela terminou.

"Eu não tenho tempo para rodeios. Cuspa o que é que você quer",
ele exigiu dela. Ela não queria pedir dinheiro por telefone, mas que
escolha ela tinha?

"Minha irmã está no hospital, e precisa de uma operação, e nós não


temos quaisquer outras opções. Seu tio disse que eu deveria falar com
você", ela finalmente empurrou para fora, à beira do choro, mais uma vez.
Ela poderia dizer pelo seu tom de voz que ele estava simplesmente
brincando com ela, e que não iria ajudar.

Ela ia perder sua irmã, e não achava que poderia sobreviver a essa
experiência horrível.

Ele ficou em silêncio por tanto tempo que ela pensou que ele tivesse
desligado o telefone. Ele não se lembrava dela, ou de sua irmã, e era um
homem muito importante para se sentar no telefone com ela. Ela tinha
falhado em seu último recurso, e sentiu uma enorme sensação de dor
quando percebeu isso. Ela estava começando a tirar o telefone de seu
ouvido quando ele finalmente falou de novo.

"Você sabe onde é meu escritório", Perguntou ele.

"Sim, na cidade", ela murmurou.

"Esteja lá amanhã, às cinco", disse ele e, em seguida, ela não ouviu


mais nada além do tom de discagem. Ela ficou lá sentada por um par de
minutos em estado de choque enquanto o telefone continuava a emitir um
sinal sonoro. Quando ela finalmente conseguiu desligar, permitiu que as
lágrimas caíssem livremente pelo rosto. Ainda havia esperança. Ele estava
disposto a ouvi-la. Ela não se importava com o que ele tomaria. Ela tinha
que convencê-lo a ajudar sua irmã. Ela não podia perdê-la.

Ryan sentou em sua mesa, sentindo uma enxurrada de emoções


correndo através dele. Ele sabia quem estava na outra extremidade de sua
linha desde a primeira palavra que ela tinha sussurrado. Ele nunca
poderia esquecer aquela voz.
Ela tinha assombrado seus sonhos nos últimos doze anos. Ela
tinha sido a garota que fugiu; inferno, ela não só tinha fugido, mas tinha
rejeitado-o primeiro.

Ele passou as mãos pelo cabelo e soltou um suspiro de frustração.


Como ele desejava que pudesse ter simplesmente dito para ela ir para o
inferno e desligado o telefone. Mas não havia nenhuma maneira que ele
poderia ser um bastardo.

Ele amava Patsy como se ela fosse sua própria irmã.

Ele sentiu um sorriso levantar o canto dos lábios quando relembrou


Patsy enrolada ao redor de suas pernas enquanto ele passava um tempo
com Nicole. Ela tinha se tornado ligada a ele desde o primeiro momento
em que ele andou através das portas de sua casa. Ao longo dos anos,
assistindo-a crescer apertou um pedaço de seu coração.

Ele não tinha ficado sabendo que Patsy estava doente. Ele decidiu
fazer algumas chamadas e obter algumas informações sobre a situação.
Ele precisava estar bem preparado quando Nicole entrasse por suas
portas. Ele tinha ficado incrivelmente surpreendido com sua chamada, e
preferia não ter mais surpresas quando ela voltasse para sua vida. Ele
também precisava falar com seu tio. Ele não sabia qual era o plano do
velho, já que ele sabia que não poderia dar seu número para ninguém.
Seu tio deveria ter tomado o número dela e o entregando a Ryan - dessa
forma, ele não teria sido surpreendido. Ele não gostava nada de ser pego
de surpresa.

No momento em que Ryan obteve as respostas que estava


procurando, ele abaixou a cabeça vergonhado. Ele não podia acreditar no
quão ruim as coisas tinham ficado para Patsy. Ele sabia, sem qualquer
sombra de dúvida, que iria ajudá-la, mas Nicole não tinha ideia disso. Ele
ajudaria Patsy, mas também conseguiria o que queria de Nicole.
Certa vez, ela pensou que ele não era bom o suficiente para ela,
mas agora ele era o único que poderia salvar sua irmãzinha. Ele sentiu
um sentido de justiça ao se dar por conta disso. Ele sabia que não havia
nenhum ponto em trabalhar pelo resto do dia, quando certamente não
conseguiria se concentrar. Ele estava muito ansioso pelo seu encontro no
dia seguinte. Um sorriso roubou suas feições quando ele se recostou na
cadeira. Ele gostava de um desafio, e Nicole iria certamente proporcionar
algum entretenimento.

Ele fez vários telefonemas, sendo que um deles incluía Patsy sendo
transferida para um quarto privado. Ele, então, encontrou o melhor
cirurgião cardiotorácico da cidade, e marcou uma consulta. Ele não fez
nada demais, porém, considerando que queria ter certeza que ela
recebesse o melhor dos cuidados.

Até o momento que ele desligou o telefone, já se sentia mais no


controle. Patsy seria bem cuidada, e teria sua chance de redenção com
Nicole. Ela iria pagar pelo que tinha feito para ele, e ambos
se beneficiariam da punição.

Ryan foi para casa se sentindo melhor do que se sentiu em muito


tempo. Esse sentimento de vazio com o qual ele tinha lidado por algum
tempo parecia ter sido completamente preenchido. Ele se encontrou
sorrindo enquanto corria pelas escadas para mudar de roupa. Ele iria
encontrar-se com Drew no final da tarde, e decidiu aproveitar sua boa
disposição.

Nicole caminhou por fora do edifício alto, encontrando coragem


para entrar pelas portas duplas. Ele não teria dito a ela para vir, a menos
que fosse ajudar sua irmã. Ele podia odiá-la pelo que achava que tivesse
feito para ele, mas costumava ser a pessoa mais gentil que ela conhecia, e
não havia nenhuma maneira que ele pudesse deixar Patsy morrer.

Ela endireitou os ombros e ergueu a cabeça quando entrou no


interior do luxuoso edifício da Titan Enterprises. Até mesmo o lobby do
prédio gritava luxo, com seus pisos de mármore e enorme mesa de
segurança. Havia plantas estrategicamente colocadas para tornar a área
quente e convidativa, e várias pessoas estavam se movendo em torno do
lobby, entrando e saindo de diferentes portas. Ela não sabia se o salão era
supostamente para intimidar ou não, mas certamente a fez se sentir fora
de lugar. As pessoas que ele tratava numa base diária provavelmente não
percebiam o luxo, já que estavam em torno dele o tempo todo.

O guarda atrás da recepção parecia agradável o suficiente, mas


Nicole podia ver o aço em seu olhar. Se ela não estivesse na lista de
pessoas permitidas, certamente não haveria nenhuma maneira dela
conseguir chegar aos elevadores. Ela teve que lutar contra todos os seus
instintos, que gritavam para ela virar e fugir. Mas ela era mais forte do
que isso, e não iria recuar. Ela lutou algumas batalhas difíceis em sua
vida, mas a cirurgia de sua irmã era a única contra a qual tinha lutado
com todo o seu ser.

Ela tentou andar com tanta confiança quanto conseguiu reunir. E


se a promessa dele de recebê-la tivesse sido uma piada cruel, e agora o
guarda fosse mandá-la sair? Se fosse esse o caso, ela sairia chutando e
gritando, então. Não havia nada que ela não fizesse por sua irmã, mesmo
que isso significasse humilhar a si mesma.

"Você tem um compromisso?" O homem perguntou a ela.

"Sim, estou aqui para ver o Sr. Titan", ela respondeu. Ela estava
tentando soar confiante, mas sua voz gutural soou fraca até mesmo para
seus próprios ouvidos. Ela tomou algumas respirações profundas,
tentando se recompor.
"Seu nome, por favor?", Perguntou o guarda.

"Nicole Lander", ela respondeu. O homem olhou para o computador


por um momento, e ela teve que reprimir o pânico. Depois do que pareceu
um excessivamente longo período de tempo - embora fossem apenas
alguns segundos, - ele acenou com a cabeça e entregou-lhe um crachá.

"Vá para os elevadores e passe este crachá. Vá até o vigésimo


andar. Quando você sair do elevador, vá para a direita, onde encontrará a
recepção. Mr. Titan está esperando que você faça o check-in com seu
secretário", disse o homem. Nicole acenou para ele, para que ele soubesse
que ela entendeu.

Andando até os elevadores, ela apertou o botão e esperou.

Parecia que ela estava em um nevoeiro quando o sino soou e as


portas se abriram. Ela entrou, lutando contra sua claustrofobia enquanto
a máquina de metal subia mais e mais alto. Em vez da música ser
reconfortante, ela estava se sentindo mais fechada. Ela odiava lugares
pequenos, mas quando os números se iluminaram, sinalizando sua
chegada iminente, ela podia sentir sua respiração se tornar mais rasa. Ela
estava há segundos de distância de ver seu primeiro amor, e tinha a
sensação de que a reunião seria bastante tensa.

Ela queria que ele a odiasse quando o empurrou para fora de sua
vida. E essa tinha sido uma opção muito melhor do que a outra
alternativa. Não havia nenhuma maneira que ela quisesse que ele
soubesse quem ela realmente era. Para ela, era muito melhor tê-lo a
olhando com raiva e desprezo nos olhos, do que piedade ou desgosto de
saber a verdade.

As portas se abriram, e ela pulou um pouco com o som do sino


sinalizando sua chegada. Com as pernas duras ela saiu das portas e fez
seu caminho para a bela mesa, que estava no meio de uma enorme área
de recepção.
"Nome, por favor", perguntou a mulher, mal olhando para longe de
seu computador.

"Nicole Lander", respondeu ela com a voz um pouco mais forte. A


mulher pegou o telefone e falou por um momento.

"Senhor Titan está ocupado no momento. Ele me pediu para dize-


lhe para se sentar e aguardar. Ele vai chamá-la quando acabar", disse a
mulher. Ela voltou para seu computador, confiante que Nicole faria o que
lhe foi dito.

Nicole se aproximou de um dos assentos de pelúcia e pegou uma


revista. Enquanto esperava, olhou para o relógio há cada poucos minutos.
Ela estava ansiosa para voltar - realmente queria ir ao hospital para
visitar sua irmã antes que tivesse que se apresentar no seu emprego de
garçonete.

O tempo continuou a correr, e ela estava quase ficando louca depois


que percebeu que uma hora já tinha passado. Ela imaginou que fosse
ficar em seu escritório por não mais de meia hora, e se não falasse com
ele em breve não seria capaz de visitar a irmã. Ela andou até a mesa da
recepcionista, pensando que talvez ele tivesse esquecido dela.

"Eu queria ter certeza que o Sr. Titan sabe que eu ainda estou
aqui", ela disse para a recepcionista. Ela sabia que um pouco de raiva
podia ser ouvido em seu tom de voz, mas era rude fazer alguém esperar
tanto tempo. Ele provavelmente acreditava que era o único que tinha uma
vida. A secretária encarou-a assustada, como se não pudesse acreditar
que Nicole se atreveria a questionar as intenções de seu chefe.

"Senhor Titan é um homem muito ocupado. Você vai ter que


esperar ele chamar", respondeu rudemente a mulher.

Nicole assentiu com a cabeça e sentou-se novamente. Outra meia


hora se passou, ainda com nenhuma palavra de Ryan, e ela não podia
mais esperar. Ela não podia se dar ao luxo de chegar atrasada no
trabalho. Parecia que ele a tinha julgado uma tola. Provavelmente ele
estava em seu escritório, observando seu incomodo por alguma câmera
escondida e tendo um bom tempo enquanto ria dela.

Ela lentamente levantou e se dirigiu para o elevador. Ela sequer se


aproximou do balcão da recepção novamente, afinal, por que se
preocupar? Ela pegou o elevador de volta para baixo e passou novamente
pelo guarda de segurança. Ela manteve a cabeça erguida enquanto saía
do edifício. Ela ia se segurar, e de maneira nenhuma permitiria que as
lágrimas que estavam tentando tão duro escapar se derramassem de seus
olhos.

Ela sentiu como se tivesse falhado com sua irmã - realmente não
via quaisquer outras opções de ser capaz de pagar a conta cirúrgica
agora. Ela já tinha desistido de seu minúsculo apartamento e estava
morando em sofás de amigos e na cadeira da sala do hospital de sua
irmã. Já tinha vendido tudo de valor que possuía, e ainda não era
suficiente. O carro dela decidia quando queria trabalhar, o que só era
cerca da metade das vezes. Ela não era o tipo de pessoa de desistir de
qualquer coisa, mas não via o que mais poderia fazer.

Ela entrou correndo pelas portas da lanchonete de segunda


categoria na parada de caminhões, onde trabalharia durante toda a
noite, e colocou sua bolsa à distância. Ela conseguiu chegar com um
minuto de sobra, mas seu chefe a recebeu com um olhar de desgosto e
incisivamente olhou para o relógio. Ele, então, voltou para os seus
afazeres e a ignorou. Essa ia ser uma longa noite, justo quando ela não
tinha tido uma noite de sono compensatória no dia anterior. Ela estava
acostumada a isso, porem, e ia lidar com essa situação como fazia
com tudo o mais que era jogado em seu caminho.
Ryan não esperava que a chamada de negócios levasse tanto tempo,
e estava prestes a arrancar seus cabelos quando finalmente conseguiu
sair do telefone. Ele tinha pensando em fazer Nicole esperar por um
tempo, só para ter certeza que ela se contorcesse na cadeira um pouco.
Mas ele não era normalmente tão rude, embora, a ponto de fazer alguém
esperar duas horas.

"Você pode enviar Ms. Lander, agora", disse ele em seu


intercomunicador. Houve uma pausa antes de sua eficiente secretária
responder.

"Parece que ela se foi", foi a resposta que ele recebeu. Ryan não
disse mais nada. Ele desligou e ligou para a mesa de segurança,
perguntando se ela tinha deixado o edifício, apenas para descobrir que ela
realmente tinha saído cerca de meia hora mais cedo. Ela não estava
agindo como alguém que queria um favor. Se qualquer outra pessoa
tivesse saído antes que ele estivesse pronto para recebê-los, ele teria
descartado a coisa toda - mas isso era pessoal.

Ele fez alguns telefonemas e descobriu onde ela estava. Mas quando
descobriu onde ela estava trabalhando, seu mau humor piorou ainda
mais. Ele realmente não devia dar a mínima para onde ela trabalhava, ou
o que fazia. Ela não era importante para ele - mas quando pensou sobre
ela durante a noite, trabalhando numa parada de caminhões, seu
estômago se apertou. Ele sabia o tipo de pessoas que habitualmente
frequentava esse lugar nas primeiras horas da manhã, e certamente não
era lugar para uma mulher.

Ele recolheu suas coisas e chamou seu motorista. Parecia que ele
iria jantar fora naquela noite. Ele sorriu para si mesmo quando imaginou
a reação que ela teria quando ele entrasse pelas portas. Inferno, quando
seu carro parou, ele tinha certeza que haveria um pouco de agitação.
Pessoas como ele simplesmente não iam a lugares como esse. Pelo menos,
não as pessoas como ele hoje em dia. Ele teria ficado feliz em ir a qualquer
lugar quando criança. Esse teria sido um verdadeiro deleite, então.

Levou ao motorista quarenta minutos para navegar pelo tráfego e


estacionar na frente do restaurante. Estava bastante cheio, mas ele a viu
através das janelas manchadas quase imediatamente. Ela tinha mudado
nos anos desde que a vira pela última vez, mas não muito.

Seu corpo jovem e esguio tinha amadurecido, e agora tinha curvas,


embora ele não pudesse ver muito bem debaixo da roupa solta e do
avental que ela usava. Seu cabelo ainda era escuro e pendia baixo em
suas costas, numa trança que não a fazia jus, e que parecia que ela tinha
feito em minutos.

Logo que ele entrou pelas portas e andou rapidamente antes que ela
o percebesse, ele pôde ver o cansaço em seus ombros. Quando ela
finalmente se virou para ver quem tinha entrado e feito um silêncio
anormal cair sobre seus clientes, ele sentiu um chute no estômago pela
exaustão de sua expressão.

Ela sempre foi tão cheia de vida, mas agora parecia esgotada, como
se suportasse o peso do mundo sobre seus ombros. Ela se aproximou dele
lentamente, como se ele fosse um animal perigoso pronto para atacar a
qualquer momento. Seus lábios se transformaram em um sorriso
sarcástico, porque ele efetivamente era um animal perigoso, muito mais
mortal do que qualquer criatura de quatro patas que ela pudesse
encontrar.

"Você quer uma mesa?", Perguntou ela com desconfiança. Ela sabia
que ele normalmente não entraria num restaurante de parada de
caminhões.

"Isso seria ótimo", ele respondeu com confiança.

O gerente da lanchonete decadente estava assistindo-os, e ela não


podia se dar ao luxo de ser demitida, por isso cerrou os dentes e mostrou
a Ryan uma mesa. Ela não entendia por que ele tinha vindo até seu local
de trabalho, mas não poderia fazer uma cena, e por mais humilhante que
fosse, ia ser forçada a servi-lo.

"O que você gostaria de beber?", Ela conseguiu perguntar entre os


dentes cerrados.

"Eu vou tomar um café", ele respondeu. Ele havia decidido esperar
por um tempo, porque ela certamente estaria deixando esse lugar com ele.
Ele sabia exatamente o que queria como pagamento por ajudar sua irmã,
e iria cobrá-lo. Ele também iria desfrutar um pouco de brincar de gato e
rato no mesmo período. Ele sabia que iria ganhar, então podia ser
indulgente por um tempo.

"Aqui está o menu. Eu estarei de volta com o seu café", disse ela, e
saiu. Ele gostava do balanço de seus quadris, que eram um pouco
maiores do que quando eram adolescentes. Ela definitivamente se
transformou numa mulher, e ele mal podia esperar para explora-la de
novo. Ela ainda era impressionante, mesmo com estresse e exaustão
gravados em suas feições.

Ela voltou com o café, e ele notou a alegria em seus olhos enquanto
tomava o primeiro gole, antes de uma careta entortar seu próprio rosto. O
gosto era horrível, e ele teve a sensação de que ela estava gostando de seu
sofrimento.

Ele sorriu e tomou outro gole, apenas para que pudesse apagar
aquele olhar complacente do rosto dela.

Ela controlou sua própria expressão, mas não conseguiu esconder o


brilho em seus lindos olhos castanhos.

"Você está pronto para fazer seu pedido?", Perguntou a ele.

"Quais são as suas especialidades?", Ele perguntou em tom sério.


Ela pensou: dois podem jogar sobre ele ser apenas um cliente comum.
"Temos o especial bolo do chef, e servimos café da manhã todos os
dias", disse ela docemente. Ele leu o menu, como se realmente se
importasse com o que ia pedir. O pé dela começou a bater com
impaciência enquanto continuava a esperar por ele.

"Srta. Lander, por favor, você pode vir aqui?" Perguntou o chefe
dela, e ela não conseguiu evitar a pontada de desgosto em sua expressão.
Ela caminhou até seu chefe desagradável com o que esperava ser uma
expressão obediente colada no rosto.

"Sim, Sr. Archer", disse ela.

"Você poderia tentar agir de forma mais profissional. O homem


apareceu num jaguar, e você está impacientemente batendo seu pé. Você
quer manter seu emprego?", Ele a ameaçou.

"Claro, Senhor. Eu sinto muito por isso", disse ela, esperando soar
humilde o suficiente. Ele rejeitou-a, e ela caminhou de volta para Ryan,
ainda mais furiosa com o homem. Ela viu o olhar de aço em seus olhos, e
de repente ficou com medo que ele fosse fazer uma cena.

"Eu sinto muito por fazê-lo esperar. Você já decidiu?", Perguntou


ela.

"Vou querer um sanduíche de peru e a sopa do dia", ele respondeu.


Ryan não gostava da maneira como seu chefe tinha falado com ela, o que
só solidificou sua decisão que ela estaria deixando esse lugar com ele. Ela
anotou seu pedido e rapidamente desapareceu.

Nicole serviu sua comida rapidamente, e ele se obrigou a empurrar


um pouco dela para baixo enquanto continuava a observa-la. Ela nunca
parou de correr, servindo café e anotando pedidos. Ela manteve sua
xícara cheia, juntamente com as de outros vinte ou mais clientes. Ele
quase saltou de sua cadeira quando viu um caminhoneiro ficar um pouco
amigável demais. Ele teve que admitir que ficou impressionado em como
ela lidou com o homem, deixando-o saber que ela não estava disponível
enquanto ainda era educada.

Ele desistiu de comer a comida terrível e se recostou, bebendo o


café com gosto de lama. Ele ficou lá por um par de horas e, mesmo
quando vários dos clientes saíram, ela ainda continuou correndo ao redor.
Seu chefe estalou ordens descontroladamente, mas ela ainda conseguiu
manter uma atitude positiva.

Ela tinha que estar morta em seus pés. E ele não ia esperar muito
mais.

"Nós precisamos conversar", ele disse quando ela veio para encher
sua caneca outra vez.

"Eu não posso falar agora, estou trabalhando", disse a ele, um


pouco exasperada.

"Você tem uma pausa esta noite?", Perguntou ele. Ela o olhou como
se ele fosse louco. Ela tinha sorte quando conseguia correr para o
banheiro em qualquer noite.

"Eu sou a única garçonete aqui, e não tenho tempo para fazer uma
pausa," ela finalmente disse, e se virou para ir embora. Ele agarrou seu
pulso e a puxou para dentro da cabine ao lado dele, e ela engasgou de
indignação pela sua prepotência.

"Srta. Lander, você tem clientes esperando", disse o chefe dela,


pensando que ela estava acomodada no trabalho. Ela olhou para Ryan em
pânico. Se ele estava tentando fazer ela ser demitida, estava fazendo um
excelente trabalho.

"Sinto muito, senhor, eu tropecei", disse ela, enquanto lutava para


se erguer.
"A srta. Lander não teve uma pausa durante todo o tempo que
estive aqui, e eu gostaria de falar com ela por alguns minutos", disse Ryan
ao homem enquanto olhava para ele.

"Eu não aprecio você me dizendo como tratar minha empregada,


especialmente quando isso não é da sua conta", seu chefe se encheu de
raiva por Ryan por ter a audácia de repreendê-lo em qualquer coisa.
"Volte ao trabalho, srta. Lander", ele retrucou.

Ela mais uma vez se esforçou para levantar, mas Ryan ainda se
recusou a deixá-la ir. Ela não queria fazer uma grande cena na frente de
seu chefe, mas ele não estava dando a ela qualquer escolha.

"Você vai me fazer ser demitida", disse ela com os dentes cerrados.
Ela estava começando a ficar com medo, e ele podia ver a vulnerabilidade
em seus olhos. Ele estava feito com o lugar, e ela estava saindo com ele,
mesmo que ele tivesse que jogá-la por cima do ombro.

"Nós estamos saindo agora", disse ele quando a soltou e se


levantou. Ele jogou algumas notas sobre a mesa e pegou sua jaqueta.
Nicole rapidamente fugiu dele, então foi ao redor das mesas e reabasteceu
seus clientes. Ele estava junto ao balcão e esperou até ela terminar.

"Eu preciso usar o banheiro. Já volto", Nicole disse ao chefe, e


desapareceu rapidamente. A raiva de Ryan aumentou quando o homem
acenou com a cabeça com força. Ele não podia acreditar que ela precisava
pedir permissão para usar o banheiro. Era ridículo. Ele viu o cozinheiro,
que parecia um homem inteligente. Ele puxou um par de centenas de
dólares de seu bolso, e se aproximou do rapaz.

"Você pode, por favor, pegar as coisas de Nicole para mim? Ela vai
sair comigo agora, querendo ou não, e eu acho que ela preferiria ter suas
coisas", disse Ryan para o cara, que o avaliou. "Eu de modo algum quero
fazer mal a ela. Nossas famílias são amigas, e ela já não precisará desse
trabalho", assegurou ao cozinheiro.
"Ela deveria ter deixado isso aqui há muito tempo. O patrão a trata
como lixo", disse o cozinheiro. Ele pegou seus pertences e colocou no
balcão, depois ficou esperando Nicole sair. Ela apareceu rapidamente,
uma vez que parecia não lhe ser permitido mais do que um par de
minutos para usar o banheiro.

"Nicole, você conhece esse cara?", O cozinheiro perguntou a ela.


Seus ombros pareciam ceder um pouco enquanto tentava descobrir como
responder a essa pergunta.

"Nós crescemos juntos. Não se preocupe, Bubba, ele não está


tentando me machucar", ela assegurou ao cozinheiro. Ela não
tinha ideia de que tinha acabado de dar permissão à Ryan para carregá-
la para fora do restaurante, ou nunca teria dito isso. Bubba sorriu para
Ryan e deu-lhe o polegar para cima.

"Certo então, vamos lá", disse a Nicole, mais uma vez.

"Ryan, eu já te disse que não vou a lugar nenhum com você. Eu não
saio até às oito da manhã", ela quase gritou com ele. Ela então olhou para
seu chefe, que estava olhando para ela. Ela tinha que tirar Ryan do
restaurante. "Se você realmente quiser falar comigo, eu vou até seu
escritório na parte da manhã," ela terminou, sorrindo para ele no que
esperava ser um sorriso tranquilizador.

Ryan não sentiu mais necessidade de falar. Ele pegou suas coisas,
em seguida, agarrou-a pela cintura e jogou por cima do ombro, e começou
a andar em direção à porta da frente. Nicole estava tão chocada por sua
exibição de homem das cavernas que não disse nada até que eles quase
estavam na porta.

"Ryan, eu exijo que você me coloque para baixo neste instante", ela
finalmente encontrou sua voz.

"Nicole, se você sair por aquela porta agora, pode dizer adeus ao
trabalho", disse seu chefe. Ela olhou para ele a partir de sua posição de
cabeça para baixo com incredulidade. Ela não estava andando para
qualquer lugar. E ninguém ia parar este homem por raptá-la
abertamente?

Os poucos clientes no restaurante ouviram Ryan falar com Bubba,


então ninguém estava tentando detê-lo. Nicole estremeceu em descrença
quando ele a levou para fora da porta e se aproximou do seu carro. A
última coisa que ouviu antes da porta do restaurante fechar foi seu chefe
gritando que ela estava demitida.

Ela começou a bater nas costas de Ryan com raiva quando eles
andaram até seu carro. O motorista abriu a porta de trás como se não
houvesse nada de errado com seu chefe carregando uma mulher sobre o
ombro. Inferno, por tudo o que sabia, ele podia realmente fazer isso numa
base regular. Ele jogou-a no banco de trás e subiu rapidamente ao seu
lado, antes que ela tivesse a chance de recuperar o fôlego novamente.
Ryan disse algo para o motorista, e o carro começou a se mover
pelas ruas quase desertas.

Nicole estava em choque pelo seu comportamento. Ela não podia


acreditar que tinha sido raptada abertamente no meio de uma lanchonete
e ninguém tinha feito qualquer coisa para pará-lo.

"O que você pensa que está fazendo?", Ela perguntou, uma vez que
conseguiu recuperar sua voz.

"Você queria falar, mas saiu. Você tem sorte que eu estou te dando
uma segunda chance", afirmou ele, num tom arrogante de voz. Ela olhou
para ele como se fosse louco. Ele achava que estava fazendo um favor a
ela ao arrastá-la para fora da lanchonete, mas estava custando-lhe um
emprego valioso e muito provavelmente seu último salário também.

"Você está louco? Você sabe como é difícil encontrar trabalho?", Ela
perguntou a ele.

"Esse era um trabalho porcaria, e você sabe disso. Eu te fiz um


favor", disse ele. Seu tom de voz disse que ele realmente achava que tinha
feito um favor a ela. Ela revirou os olhos para ele e sentou no carro,
cruzando os braços sobre o peito e olhando para fora da janela. Ela não
tinha ideia de onde ele estava a levando, ou mesmo o que dizer a ele.

Ryan olhou para ela enquanto ela fazia o seu melhor para fingir que
ele nem estava lá. Ele estava irritado com ela agindo como se ele tivesse
cometido algum crime, quando o que ele tinha feito foi ajudar. Ela estava
muito melhor sem tal trabalho inseguro, e logo estaria agradecendo. Ele
sorriu quando pensou sobre como ela poderia agradecê-lo corretamente.

Ele estava irritado com o quanto a desejava. Ele a queria mais do


que a própria vida quando eram adolescentes, mas eles tinham ambos
sido muito jovens, e nunca tinham cimentado sua relação. Eles
certamente tinham feito algumas carícias, mas ele nunca tinha tomado-a
e feito-a sua. Ele estava pronto para corrigir isso agora.

O carro parou à sua porta e avançou a longa viagem até sua


garagem privada. Nicole parecia ainda mais tensa quando percebeu que
eles não estavam mais na estrada principal.

"Onde você está me levando, Ryan?", Ela quis saber.

"Para a minha casa, para que possamos terminar nossa conversa


privada", ele simplesmente respondeu.

Nicole olhou para ele nervosamente. Ela não estava de modo algum
preparada para entrar em sua casa. Ali ele estaria verdadeiramente em
seu domínio, e ela não queria sair do veículo quando percebeu isso. O
motorista estacionou em frente à enorme casa e abriu a porta traseira.
Ela teimosamente ficou sentada lá dentro, se recusando a sair do veículo.

"Você pode sair e entrar, ou eu posso levá-la", disse Ryan para ela.
O motorista não disse nada, e Nicole sabia que Ryan não estava blefando,
então relutantemente saiu do carro e seguiu em direção a casa.

Ele abriu a porta da frente e ela apenas ficou lá, em estado de


choque. Ela sabia que Ryan era incrivelmente rico, mas se não soubesse,
o tamanho de sua casa teria lhe dado uma pista. Ela não entendia por
que ele possivelmente precisaria de um lugar tão grande. Só a entrada era
quase maior que a casa dela. Ela olhou ao redor com admiração, tentado
desesperadamente conter sua reação.
Ryan observava-a tentando conter sua surpresa, e sorriu para si
mesmo. Ele não era mais o pobre garoto que não tinha sido
suficientemente bom para ela. Ele se sentia muito bem com o que tinha
conseguido. Ele trabalhou duro para conquistar tudo o que possuía, e ele
agora estava em posição de ter tudo o que quisesse. E, atualmente, ele
queria Nicole.

Nicole estava de repente tão exausta que mal conseguia ficar de pé,
muito menos andar pelo longo corredor que eles estavam atravessando. A
casa parecia não ter fim, mas ela colocou um pé na frente do outro
enquanto o seguia mais profundamente na casa. Finalmente eles viraram
uma curva, e ele a levou para uma sala convidativa com um fogo
crepitante e quente.

Ela não pediu permissão - simplesmente andou até o sofá que


parecia tão confortável e sentou-se, acalmando os pés doloridos. Logo
uma mulher entrou na sala e colocou uma bandeja perto dela, servindo
uma xícara de café, juntamente com creme e açúcar. Ela pegou uma
xícara e tomou um gole revitalizante. Foi puro céu. Ela não tinha tomado
um café tão bom em tanto tempo.

Antes que percebesse, o copo inteiro tinha terminado, e Ryan estava


servindo e colocando uma nova xicara na frente dela. Ele preparou o café
do jeito que ela gostava, e ela apenas se sentou lá, tomando mais
lentamente essa segunda dose. Ela não sabia o que tinha nesse café, mas
seus olhos estavam se sentindo ainda mais pesados do que antes, e seu
corpo estava em um estado de completo relaxamento.

"Você está se sentindo melhor?", Perguntou Ryan, tirando-a de seu


transe.

"Deve ser descafeinado, porque eu estou tendo um momento difícil


tentando ficar acordada", ela respondeu.
"Tem uma dose de rum, para acalmar seus nervos", ele respondeu,
com um leve aceno de cabeça. Nicole estava irritada com ele por ter lhe
servido bebida alcoólica sem sua permissão, mas o licor estava fazendo
seu trabalho, e ela se sentia muito relaxada para brigar. "Eu preciso fazer
uma ligação, por isso vamos conversar quando eu voltar", disse ele,
deixando-a sozinha no quarto. Nicole exalou um suspiro de alívio – ela
não queria nada mais do que simplesmente relaxar por alguns minutos
antes que tivessem a tal conversa.

Ela sabia que precisava pedir a ajuda dele para sua irmã, e estava
até mais confiante de que ele iria ajudar, mas não tinha certeza se seria
capaz de lidar com tudo o que ele ia querer em troca.

Ela estava começando a pensar que ele ia querer seu peso em ouro
em troca. Ela estremeceu quando se inclinou contra o sofá e fechou os
olhos, e sua mente automaticamente voltou para o terrível dia, tantos
anos antes.

Ela tinha dezesseis anos, e ele tinha dezoito. Eles tinham


namorado por cerca de um ano, e ela estava perdidamente apaixonada
por ele. Durante o ultimo verão, as coisas tinham ido para o inferno com
sua família. Seu pai sempre tinha sido abusivo, mas ele trabalhava em
tempo integral, e até então ela tinha conseguido manter Ryan longe dele.
Sua mãe tinha estado em torno, e não era muito diferente de seu pai.

Mas, quando seu pai perdeu o emprego, o abuso tinha chegado a


um nível totalmente novo, e ela percebeu que não poderia manter um
namorado sem ele perceber o que estava acontecendo. Seu pai estava
descontando sua raiva diária nela, e seu corpo apresentava sinais óbvios
de maus tratos. Sua mãe tinha decidido sair da realidade, se afogando em
álcool de manhã à noite. Nicole estava miserável, e de nenhuma maneira
queria que o menino por quem estava apaixonada percebesse a pessoa
patética que ela tinha se tornado.
Ela tinha planejado fugir com Ryan. Ela iria trabalhar enquanto ele
fosse para faculdade, e eventualmente eles poderiam se casar e ter uma
casa agradável com uma cerca branca. Mas esses sonhos foram
rapidamente esmagados, porque ela não podia deixar sua irmã mais nova
para trás. Se ela não estivesse lá para proteger Patsy, sua irmã seria
aquela a receber as surras, o que não era aceitável. Patsy tinha apenas
quatro anos na época.

Quando ela percebeu que teria que romper com ele, preferiu que ele
pensasse que ela era uma adolescente egoísta em vez de uma patética. Ela
o levou a acreditar que não o achava suficientemente bom para ela.

Ela desempenhou seu papel perfeitamente bem, e ele foi embora


sem olhar para trás. Ele sempre tinha sido autoconsciente de suas raízes
pobres, mesmo que para o mundo lá fora sua família parecesse bem.

No momento em que Ryan se foi, as coisas tinham ficado muito


ruins em casa. Ele tinha terminado a escola, e quando ela o tinha visto
algumas vezes na cidade, ele agiu como se ela nem sequer existisse.
Quase a destruiu quando ela o viu com outra garota pendurada em seu
braço. Nessa ocasião, ele a tinha visto observando de longe, dando-lhe
uma piscadela quando seus olhos de encontraram. Ela simplesmente se
afastou, tentando parecer casual, mas, em seguida, chorou copiosamente
quando estava fora da vista dele.

Ele foi embora definitivamente dois anos depois que eles tinham se
separado, odiando-a tanto quanto no dia em que ela tinha terminado com
ele - e ela sofreu os abusos de seu pai durante todo esse período sem
demonstrar. Quando ela finalmente completou dezoito anos, conseguiu
um emprego decente, pegou sua irmã e saiu de casa. Seu pai não tentou
impedi-la, porque estava com medo de ir para a cadeia, e sua mãe estava
muito bêbada para sequer notar as filhas saindo de casa.
Seus pais morreram num acidente de carro dois anos mais tarde, e
tinham sido somente ela e Patsy a partir desse ponto. Elas estavam
tocando a vida e indo muito bem até Patsy desenvolver uma doença
cardíaca que ameaçava tirar sua vida. A equipe do hospital disse que a
cirurgia era eletiva, e agora ela estava sentada na casa de Ryan,
implorando por sua ajuda.

Nicole adormeceu com essas velhas lembranças frescas em sua


mente quando a exaustão finalmente a levou. Ela não queria pensar sobre
o passado doloroso, nem sobre sua condição atual.

Ryan entrou na sala e encontrou Nicole dormindo no sofá. Ela


parecia exausta, com olheiras sob seus olhos e seu corpo flácido contra o
encosto do sofá. Ela parecia tão desgastada que sua raiva acabou.

Ele pegou-a em seus braços, e em seu sono ela se virou para ele em
busca de proteção. Ela se envolveu em torno dele, fazendo seu corpo se
mexer com desejo. Ele estava aborrecido consigo mesmo por ficar tão
afetado com pouco mais do que um simples movimento em seu sono.

Ele a colocou em sua cama enorme, e ela começou a tremer. Ele


rapidamente tirou os sapatos e calças dela, gemendo com o pequeno
pedaço de calcinha que ficou visível para ele. Ele rapidamente a cobriu,
decidindo que não havia nenhuma maneira que pudesse ir embora.

Ele tomou um banho muito frio e, ainda não confiando em si


mesmo, colocou um par de pijama e subiu na cama ao lado dela. Ela
imediatamente se enrolou nele, e ele ficou lá por horas, com o corpo
dolorido e a mente cheia. Era bom simplesmente ficar lá e abraçar e,
eventualmente, seu corpo relaxou e ele caiu num sono sem sonhos.
Nicole acordou e estendeu os braços. Ela se sentia mais
descansada, o que era uma sensação maravilhosa. Ela lentamente abriu
os olhos e percebeu que estava numa cama muito confortável, mas ainda
desconhecida. Ela olhou ao redor com um pouco de pânico, sem saber
onde estava. Ela estava acostumada a acordar em lugares desconhecidos,
desde que vinha sendo nômade por meses, mas nunca tinha despertado
num lugar assim tão luxuoso.

"Achei que você nunca fosse acordar", disse a voz de Ryan. Ela
empurrou-se na cama, de repente se lembrando de sua noite estranha
com ele. Ela não tinha a menor ideia de como acabou ali, mas ficou
eternamente grata ao descobrir que não estava nua. Ela então percebeu
que, embora não estivesse nua, estavam sem suas calças, e sentiu o
rubor sobre suas bochechas. E se ele tivesse sido aquele que tirou suas
calças? Ela estava vestindo uma calcinha perfeitamente comportada que
não mostrava muito, mas ainda estava um pouco envergonhada.

"Como eu vim parar aqui?", Ela conseguiu dizer.

"Eu carreguei você", ele respondeu, tendo a ousadia de piscar para


ela. Ela não conseguiu evitar que seu rosto já em chamas ficasse ainda
mais vermelho. "Eu vou te dar um pouco de privacidade para tomar
banho e se vestir. Me encontre lá embaixo na sala em seguida", ele disse a
ela, antes de desaparecer pela porta. Ela nunca ficou tão grata por ver
alguém sair.

Ela saiu lentamente da cama e tomou seu tempo em seu chuveiro.


Se ele insistia em tê-la em seu lugar e tratá-la como uma criança, então
certamente também podia esperar por ela, pensou um pouco presunçosa.
Mas, com nenhuma outra razão para se atrasar depois do banho, ela
desceu lentamente a enorme escadaria, andando em busca da sala. Ela
não teve que procurar por muito tempo, porém, porque seu nariz liderou o
caminho. Ela cheirou algo que fez seu estômago rosnar, lembrando-a que
não tinha comido nada desde o pequeno almoço vinte e quatro horas
atrás.

Ela entrou na cozinha, e seus olhos foram atraídos para uma mesa
lateral com vários pratos cheios de comida e com um cheiro delicioso. Ela
queria desesperadamente ir até a mesa e servir-se um prato cheio de
comida, mas não era sequer uma convidada na casa e, portanto, não teve
coragem de fazê-lo.

Ryan estava sentado à mesa de canto, e não pode deixar de ver o


olhar de fome no rosto de Nicole. Ele silenciosamente a observou. Mesmo
que fosse óbvio que ela estava morrendo de fome, ela era tão teimosa que
nem sequer foi se servir. Ele soltou um suspiro de frustração.

"Você poderia, por favor, parar de olhar para a comida como se ela
fosse desaparecer e se servir? Podemos falar enquanto comemos", ele
disse. Ela saltou quando ouviu sua voz. Era óbvio que não tinha
percebido que ele estava ali.

"Obrigada", ela murmurou, sem precisar ser convidada duas vezes.


Ela comeu como se essa fosse sua última refeição. Diabos, considerando o
modo como ela vivia, poderia passar um tempo antes que ela fosse capaz
de comer bem novamente, e ela sabia disso. Logo, ela não se importava de
parecer um porco completo, e ia comer até o estômago doer. Ela
realmente não ligava para o que ele teria a dizer sobre isso.

Nicole se sentou à mesa e começou a comer como se fosse uma


corrida. Infelizmente seu estômago tinha encolhido ao longo dos meses, e
ela não foi sequer capaz de terminar um quarto da comida que tinha
colocado em seu prato. Sua governanta veio e tentou limpar seu prato, e
ela quase rosnou para ela. A mulher olhou para cima assustada.
"Eu não terminei ainda", disse ela, sendo capaz de sentir o terrível
rubor em suas bochechas novamente vermelhas.

"Vamos, Maria, pegue o prato dela, e se você ficar com fome


novamente, então pode pegar um pouco de comida fresca", disse Ryan
para ela com uma risadinha. Nicole olhou para ele, agarrando o muffin
do prato e relutantemente deixando sua governanta levar o resto.

"Ok, acho que é hora de termos nosso bate-papo agora", Ryan disse
a ela. Nicole respirou fundo e se preparou para mendigar. Não havia
ninguém além de sua irmã por quem ela se rebaixaria. Desde que ela era
mais uma mãe para Patsy do que uma irmã, ela faria o que fosse preciso
para ter certeza que ela ficaria bem.

"Patsy tem uma doença cardíaca rara, que requer cirurgia, mas seu
seguro não cobre isso. Dizem que é uma cirurgia eletiva mas, se ela não a
fizer, não vai sobreviver ao seu aniversário de dezessete anos", disse
Nicole rapidamente. Ela estava lutando contra as lágrimas pela simples
ideia de perder Patsy. Ela a amava muito, e devia cuidar dela. Ela deveria
ter sido capaz de evitar que ela ficasse doente, e agora Patsy estava mal. O
pensamento disso quase destruiu Nicole.

"Então você precisa de dinheiro emprestado?", Perguntou ele. Ele se


recostou na cadeira, olhando para ela como se ela fosse um pedaço de
carne que ele estava prestes a devorar. Ela teve que lutar para não
encará-lo.

"Está me matando te pedir dinheiro emprestado, mas eu preciso de


alguém para pagar os custos da cirurgia. Vou conseguir um novo emprego
imediatamente, e pagar cada centavo de volta," ela disse teimosamente.
Ela não podia dizer, apenas considerando pela sua expressão, se ele diria
sim ou não. A espera estava matando-a um pouco mais a cada momento
que passava.
Ryan sentiu uma imensa satisfação em tê-la sentada diante dele.
Fez valer um pouco os anos de dor que ele tinha suportado. Nenhuma
outra garota já tinha chegado perto de possuir seu coração como ela tinha
feito.

"O que você está disposta a fazer por mim se eu aceitar sua
proposta?", Perguntou friamente.

"Eu... eu não entendo", ela gaguejou.

"Vamos Nicole, você é muito mais esperta do que isso, ou pelo


menos costumava ser. Dinheiro não significa nada para mim. Posso pagar
a conta sem causar o mínimo dano em minha carteira, então não preciso,
nem quero, que você me pague de volta", disse a ela num tom presunçoso
de voz.

"O que você quer?", Perguntou ela, com muito medo da resposta
que ele poderia dar. Ele sorriu para ela, e seu estômago se apertou. Ela
estava aterrorizada com o que ia sair de sua boca. E se ela não fosse
capaz de lhe dar o que ele queria? Se estivesse ao seu poder, então era
claro que ela o faria, mas Nicole não conseguia descobrir o que ele poderia
querer dela, já que não tinha absolutamente nada.

Ryan sabia que iria direto para o inferno, mas não se importava. Ele
a queria, e agora tinha a chance de consegui-la. Ele ia quebra-la, e
quando tudo estivesse dito e feito, ele iria embora. E então, apenas talvez,
ele não ia mais sentir dor. Ela nunca saberia que ele já tinha
providenciado a cirurgia, e que teve Patsy mudando de quarto na noite
anterior.

Ela não sabia que, mesmo se ela caminhasse para fora da porta
dizendo-lhe para ir para o inferno, ele ainda iria ajudar Patsy. Ele amava
a menina quando ela tinha apenas um par de anos de idade e se enrolava
a seus pés. Ele a ajudaria sem exigir nada em troca. Mas, por outro lado,
por que não começar algo com Nicole, se pudesse? Ele olhou diretamente
nos olhos dela, assim não haveria nenhuma chance de um mal-
entendido.

"Eu quero você na minha casa, na minha cama, à minha


disposição. Você vai estar aqui para mim dia e noite, para fazer o que eu
desejar, até que eu esteja cheio de você. Então eu vou colocar você
e Patsy num lugar decente, desde que aparentemente você está
desabrigada no momento, e não tem nenhum lugar para ela se recuperar
adequadamente", ele disse. Ele acrescentou a última parte para aumentar
ainda mais seu desespero por sua ajuda.

Ele assistiu cuidadosamente a expressão dela quando suas


palavras foram registradas. Seus olhos se arregalaram em compreensão, e
ele teria recuado se tivesse visto apenas horror em sua expressão – mas
horror não foi à única coisa que ele viu. Ele viu paixão em seus olhos, e
uma aceleração de sua respiração ao ouvir suas palavras. Ela o queria,
ele tinha certeza. Poderia apostar toda a sua fortuna nisso! E ele também
soube o momento exato em que ganhou, já que pode ver a queda de seus
ombros quando ela baixou os olhos em derrota.

"Eu exijo uma resposta, agora", ele ordenou. Ele não queria lhe dar
qualquer chance de mudar de ideia.

"Que escolha você está me dando?", Ela gritou quando uma lágrima
escorreu pelo seu rosto. Ela nunca tinha odiado o homem mais do que
naquele momento. Como ela poderia não fazer o que fosse preciso para
manter sua irmã segura? Se as pessoas no hospital descobrissem que
elas estavam atualmente sem-teto, eles tomariam Patsy dela, e ela ia ser
colocada num orfanato.

Nicole tinha conseguido manter ambas perfeitamente bem e


seguras, até que Patsy tinha desenvolvido uma doença cardíaca.

Ambas eram sobreviventes, e ela sabia que eventualmente elas


iriam encontrar seus caminhos novamente. Ela só tinha que evitar que
seu coração se apaixonasse por Ryan de novo, embora ela não soubesse
como isso seria possível uma vez que ela começasse a dormir com ele.
Desde Ryan, ela tinha sido incapaz de dar seu coração ou corpo a
qualquer outro homem.

Ryan se recusou a ser influenciado por suas lágrimas. Por tudo o


que ele sabia, ela estava deixando as gotas de água cair exatamente como
todas as mulheres faziam – para garantir seu caminho. Ele deu-lhe as
costas e se serviu uma dose de Bourbon. Ele sabia que era muito cedo
para um drinque, mas era isso ou puxá-la em seus braços, e ele queria
guardar isso para depois.

"Você vai, naturalmente, se mudar imediatamente, já que não tem


mais para onde ir, e vai agir como se estivesse completamente apaixonada
por mim quando estivermos em público. Eu acho que nós vamos ficar
muito bem, desde que você faça o que eu mandar", disse a ela,
completamente sério.

Um arrepio percorreu Nicole. Ela não sabia do que tinha mais


medo: do relacionamento falso ou de não estar horrorizada por estar com
ele. Ela deveria ter ficado revoltada com a ideia de ter que ficar com ele
quando ele estava tratando-a tão insensivelmente, mas não estava. Estava
agradecida que Patsy ia ficar bem.

"Eu preciso ver minha irmã", foi tudo o que ela disse a ele.

"Nós podemos ir para lá agora. Sua cirurgia já foi providenciada",


ele respondeu. Ela levantou a cabeça em sua declaração. Se ele já tinha
providenciado a cirurgia, era porque tinha certeza que ela diria sim.

Ela se sentiu como uma prostituta de luxo. Ela tinha acabado de


vender sua alma ao demônio - mas teria que viver consigo mesma, porque
tinha feito isso por sua irmã.

"Você estava realmente tão seguro de si?", Ela finalmente disse,


encontrando um pouco de sua espinha dorsal, mais uma vez.
"Eu não tinha nenhuma dúvida você iria pensar em sua irmã na
antes de em si mesma. Afinal, você sempre esteve disposta ao auto-
sacrifício", ele zombou dela. Ela se levantou, virou sobre os calcanhares e
saiu, sem saber para onde estava indo. Ela apenas tinha que se afastar
dele, antes que batesse aquele olhar complacente para fora de seu rosto.

Antes que ela desse mais do que alguns passos, porém, ele estava
lá, virando-a para encara-lo. Eles olharam um para o outro, nenhum
disposto a recuar.

"Acho que a ocasião tem de ser selada com um beijo," ele


praticamente ronronou para ela. Antes que ela tivesse qualquer tempo
para reagir a tal declaração, os lábios dele baixaram sobre os dela, e seu
mundo explodiu.

Ela se recusou a abrir a boca para ele no começo, mas quando sua
língua sacudiu ao longo da costura de seus lábios, ela rapidamente
perdeu a força de vontade. Ele pressionou-a na parte inferior das costas,
colando-a ao seu corpo, possibilitando-lhe sentir sua excitação evidente.
Tal proximidade fez um suspiro escapar de seus lábios, dando-lhe acesso
a sua boca. Ele mergulhou sua língua dentro, e todos os pensamentos de
resistir a ele foram dissipados.

Suas mãos corriam para cima e para baixo de seu corpo trêmulo, e
em questão de segundos ela chegou a seu ponto de fusão. Nenhum outro
homem jamais a tinha beijado como Ryan, e ela estava agradecida de que
ele a estava segurando, porque suas pernas já teriam cedido há muito
tempo. Antes que ela soubesse o que estava fazendo, seus braços
envolveram o pescoço dele para puxá-lo mais perto, e ela caiu no beijo
com uma paixão que chocou os dois.

Ele continuou a brincar com ela com sua boca e língua, enquanto
suas mãos trabalhavam sua própria magia por seu corpo necessitado. Ela
queria mais, e se aproximou o máximo possível dele. Ela amaldiçoou as
roupas que os mantinham separados.

Ele finalmente se afastou, e ela gemeu seu descontentamento. Seus


olhos vidrados voltaram ao foco quando ele olhou para suas bochechas
coradas e mamilos duros, que tinham sido pressionados com tanta força
contra ele momentos antes. Ela começou a recuperar a compostura,
percebendo quão impulsivamente tinha agido, e ele pôde ver um véu
escuro se estender sobre os olhos dela. Ele levantou uma sobrancelha
para ela, zombando, o que fez seu temperamento ferver.

"Acho que este acordo vai funcionar muito bem, contanto que você
continue a ser essa coisinha tão tentadora", ele disse com escárnio. Ele
estava tentando encobrir sua própria reação poderosa a ela, e estava
fazendo um maldito bom trabalho.

"Você realmente é desprezível", ela atacou. Ele riu de seu


temperamento, antes de endurecer seu olhar. Então ele a soltou de
repente, e ela quase se desintegrou no chão. Só sua força de
vontade férrea a manteve de pé em linha reta.

"Eu posso ser desprezível, mas você me quer, e isso será


mutuamente prazeroso", ele explanou.

"Ou eu sou apenas uma excelente atriz", disse ela, sorrindo


docemente. Ela, então, se afastou rapidamente quando viu uma expressão
assassina aparecer nos olhos dele. Ela se trancou num banheiro, onde
permaneceu até que teve sua respiração sob controle e suas feições em
branco. Ela não iria deixá-lo saber o quanto a afetava. Ele já tinha muito
poder - ela não poderia deixá-lo controlá-la também.

Ryan pensou em persegui-la e provar que não havia nenhuma


maneira no inferno que ela estivesse fingindo.
Ele a sentiu desmoronar em seus braços com um simples beijo.
Quando ele finalmente a levasse para sua cama e a fizesse
verdadeiramente sua, ela estaria gritando seu nome.

Ele teria feito isso agora mesmo, se estivesse no controle de si


mesmo. Como estava, porém, ele mal conseguia ficar de pé, e estava com
medo que o restante do dia fosse doloroso. Ela fazia coisas ao seu corpo
que nenhuma outra mulher jamais havia sido capaz de realizar. Ele a
queria, e naquela noite iria finalmente tê-la. Ele nunca quis tanto que um
dia terminasse antes.

Quando ela finalmente voltou à sala, os dois olharam um para o


outro friamente. Ele iria deixa-la ter algum espaço, mas só porque
precisava disso também. Ela pegou sua bolsa, e eles partiram para o
hospital.

Ele tinha todo o dia para antecipar a noite que vinha.


"Eu senti sua falta na noite passada, Nik", disse Patsy quando os
dois entraram no quarto.

"Eu sinto muito Hum, fiquei presa no trabalho, mas vim logo que
pude esta manhã", disse Nicole para a irmã. "Você provavelmente não se
lembra de Ryan", acrescentou.

"Ryan, é você?", Perguntou Patsy com um sorriso enorme em suas


feições frágeis. Ryan não podia acreditar no quão fraca e pequena ela
parecia. Ela tinha sido cheia de vida quando uma jovem criança, e sempre
tinha sido tão bonita que vê-la parecer tão doente quase lhe deixou de
joelhos. Ele se sentou na beira da cama e ela ansiosamente pegou sua
mão.

"Sinto muito que você esteve em tanta dor," Ryan disse através do
aperto em sua garganta. Ele tentou limpá-la, para acabar com o
desconfortável sentimento.

"Eu senti sua falta", ela disse, de maneira quase acusatória.

"Eu senti sua falta também, e sinto muito por não ter estado por
perto para ajudá-la antes," Ryan disse a ela.

"Estou feliz que você está aqui, agora", ela respondeu, com a
honestidade de uma criança.

"Eu também", disse ele, surpreso com o quanto essa pequena


conversa significava para ele.
"Você e Nicole estão juntos novamente?", Perguntou ela,
esperançosa.

"Nós estamos", ele simplesmente declarou.

"Isso é tão fofo. Nicole sempre te amou", ela disse, com a inocência
da juventude. Ryan olhou para Nicole, que estava corando. Ela olhou
fixamente para ele antes de balançar a cabeça e se virar para a irmã.

"Você logo vai ficar boa, bebê," Nicole disse a ela com lágrimas nos
olhos.

"Sério?" Patsy perguntou com incredulidade enquanto olhava de


Ryan para Nicole.

"Sério," Ryan disse. Ela estendeu os braços, e ele a puxou


suavemente para perto dele. Ela era ainda menor do que ele julgou
inicialmente. Seu coração doeu quando ele sentiu o corpo minúsculo
através do vestido fino do hospital.

Ryan e Nicole sentaram-se no quarto de Patsy durante o horário de


visitas, mantendo seu espírito elevado, até que ela já não podia mais ficar
acordada. Ela lutou sobre ir dormir, mas eventualmente eles conseguiram
se afastar. Ryan calmamente guiou Nicole para fora do quarto quando
Patsy finalmente dormiu.

Nenhuma palavra foi falada enquanto eles caminhavam pelo


hospital. Ele a levou até seu carro, e eles fizeram seu caminho de volta
para sua casa. Ela tinha sido capaz de acalmar os nervos enquanto estava
visitando a irmã, mas agora estava nervosa de novo. Ela sabia que ele
esperava que ela fosse dormir com ele, e não sabia como responder a tal
pedido.

Eles estacionavam perto da casa quando viram um par de carros na


garagem. Ryan soltou um suspiro de frustração quando viu os veículos,
dando a Nicole um olhar que ela não entendia.
"Bem, agora vamos testar suas habilidades de atuação. Lembre que
você concordou", ele disse antes de ajuda-la a sair do veículo. Ela olhou
para ele com curiosidade, e o seguiu até a casa.

"Já era hora de você voltar Ryan. Esqueceu do churrasco?", Disse


Derek enquanto se aproximava.

Nicole teve um choque quando viu Derek e Drew, um par de


mulheres e algumas crianças. Ela ficou lá como uma corça encarando os
faróis, sem saber o que dizer. Ela não tinha visto os primos de Ryan desde
que eram todos crianças. Ela uma vez os amava tanto e, embora eles
tenham tentado falar com ela depois que ela e Ryan se separaram, ela
achou muito doloroso manter contato, e cortou todos os laços.

"É você, Nicole? Não te vejo há tanto tempo. Você está ótima", disse
Drew quando percebeu quem estava de pé ao lado de seu primo. Antes
que ela soubesse o que estava acontecendo, Drew se aproximou e a
envolveu em um enorme abraço de urso. Ela sentiu lágrimas ardendo em
seus olhos pela aceitação fácil que ele ofereceu.

"Agora, quem é esta linda mulher que você está abraçado?"


Perguntou Trinity bem humorada.

"Trinity, esta é Nicole. Ela e Ryan costumavam ser todos hormônios


quentes quando éramos adolescentes. Nicole, esta mulher bonita é minha
esposa, Trinity," disse ele, as apresentando.

"É bom conhecer você, Nicole", disse Trinity e, chocando Nicole,


avançou para dar-lhe um grande abraço.

"É bom conhecer você, também", disse Nicole timidamente.

"Agora é a minha vez", disse Derek. Ele se adiantou, levantando-a


do chão e a girando em torno. "É tão bom ver você." Jasmine virou no
corredor, parando quando viu Nicole.
"Eu não te vejo há uma eternidade", disse ela, jogando os braços em
volta de Nicole. Nicole a abraçou de volta, grata por ver um rosto feminino
familiar. "Como você tem estado?"

"Estou ótima", Nicole respondeu. "Eu não sabia que você e Derek
tinham voltado", acrescentou. Ela se lembrou de quão devastado ficou
Derek quando Jasmine terminou seu relacionamento. Ela estava sentindo
sua própria dor por um dos primos Titan então, e sentiu simpatia.

"Sim, e tem sido incrível. Parece que esses meninos Titan


finalmente estão acordando," Jasmine disse, dando-lhe uma piscadela.
Nicole não sabia o que dizer.

"Sim, Nicole e eu nos encontramos novamente, e percebemos que


simplesmente não podíamos viver mais um segundo afastados", disse
Ryan. Nicole pensou que todos poderiam ouvir o sarcasmo em seu tom.
Ela teve que lutar para não vacilar quando ele deu-lhe um olhar que
parecia ameaça-la a não contradizê-lo. Ela se afastou, encontrando
dificuldades em olhar em seus olhos.

"Bem, nós temos que recuperar o atraso, e descobrir maneiras de


torturar estes homens", disse Jasmine, levando as outras duas mulheres
e deixando os homens a sós para conversar.

"Então, o que está acontecendo com você? Adoro Nicole, você sabe
disso, mas ainda me lembro da devastação total que você sentiu quando
ela saiu de sua vida", perguntou seu primo. Ryan não estava pronto para
contar a seus primos a verdade ainda. Isso o fez se sentir uma cadela, e
ele sequer queria ver o olhar de desaprovação em seus olhos.

"Nos deparamos um com o outro, e percebemos que a faísca ainda


estava lá, por isso decidi ir atrás dela", ele finalmente disse. Ele pensou
que era melhor eles acreditarem nisso do que na realidade da situação -
que ele estava chantageando-a para aquecer sua cama. Inferno, ele ia
chutar suas bundas se eles fizessem a mesma coisa. Era muito mais fácil
perceber as falhas das outras pessoas do que as suas próprias, porém, e
ele a queria muito para parar o que estava fazendo, mesmo sabendo o
quão errado era.

"Ela está ainda mais linda agora do que quando era adolescente",
disse Derek com um meneio de suas sobrancelhas.

"Cai fora, você é um homem casado," Ryan disse ao seu primo,


sentindo um desejo irracional de marcar seu território.

Ele sabia que Derek era um homem bem casado, mas Ryan
descobriu que não gostava de nenhum homem fazendo comentários sobre
ela. Derek simplesmente riu de seu primo, antes dos três irem para a
piscina.

"Então derrame, Nicole, queremos todos os detalhes suculentos de


como vocês dois se encontraram e o que você andou
fazendo", Jasmine exigiu. Ela realmente relaxou, sentada na presença de
um rosto familiar e uma nova amiga. Havia algo de muito reconfortante
em ter mulheres para conversar, e ela agradeceu silenciosamente pela
fácil compreensão.

Ela descobriu que queria derramar suas entranhas para elas, mas
estava com medo que Ryan ficasse furioso e, em seguida, se recusasse a
ajudar sua irmã. Ela não achava que ele fosse capaz de cancelar a
cirurgia, mas não queria correr nenhum risco. E a verdade era que ela
ainda tinha sentimentos por Ryan, se fosse tão honesta quanto possível.

"Minha irmã está no hospital, e eu não tinha ninguém a quem


recorrer ou falar, assim liguei para Ryan. Ele se prontificou a ajudar
imediatamente e, na hora que o vi novamente, todos aqueles sentimentos
antigos voltaram a superfície", disse Nicole, numa simples explicação do
que podia contar.

"Sua irmã está no hospital? O que há de errado com ela? Como


podemos ajudar?" Jasmine disparou um monte de perguntas, com um
olhar de preocupação em seu rosto. Nicole explicou sobre a cirurgia
cardíaca, e em pouco tempo ela estava chorando, tendo Jasmine e Trinity
segurando suas mãos confortavelmente. Era tão bom ter alguém para se
apoiar e a quem simplesmente contar sua mágoa. Ela estava guardando
tanto para si mesma durante os últimos meses.

Ela não se permitiu quebrar e chorar nem mesmo uma vez, porque
sabia que se fosse deixar ir, ela não seria capaz de se reerguer. Ela então
percebeu que não estava caindo completamente – ela estava realmente se
sentindo apoiada pelas duas mulheres incríveis.

Quando os homens entraram e viram as três mulheres chorando,


ficaram imediatamente em estado de alerta. Eles olharam um para o
outro em pânico antes de se ajoelharem.

"O que está errado, Baby?" Derek perguntou com preocupação.

"Você não precisa se preocupar, Derek, somos simplesmente


mulheres e isso é o que fazemos", disse Jasmine ao marido, com um
sorriso fraco nos lábios.

"E você sabe que nós temos que tentar ajudar", falou Drew
enquanto acariciava Trinity.

"Isso é porque você é um dos homens mais honrados que nós


conhecemos. Mas nós realmente vamos ficar bem", disse Trinity para
Drew. Ryan ficou imóvel enquanto olhava para as três mulheres. Ele não
tinha direito de tentar corrigir os problemas de Nicole quando era
responsável por causar metade deles. Tudo nele lhe disse para puxa-la em
seus braços e segura-la até que suas lágrimas secassem, no entanto. Ele
teve que se lembrar o que ela tinha lhe feito. Caso contrário, ele estava
com medo de que ela rapidamente o tivesse envolvido em torno de seu
dedo mindinho, mais uma vez.

"Agora, meninos, dê-nos mais tempo juntas, então vamos começar


a fazer o jantar", disse Jasmine para os homens.

Eles relutantemente se afastaram, embora murmurassem uns aos


outros sobre mulheres emocionais.

Jasmine e Trinity continuaram a confortar Nicole até que todas as


lágrimas pararam de cair. Elas lentamente levantaram juntas e se
dirigiram para a cozinha depois disso. Elas tinham
empregados domésticos que normalmente cozinhavam, mas às vezes
gostavam de calmante preparar uma refeição juntas.

"Eu ouço Joshua chorando. Já volto", disse Trinity, caminhando


para pegar seu bebê de seu assento.

"Ele é lindo", disse Nicole. Ela nunca se permitiu sequer pensar em


ter um bebê. Você tinha que ter um relacionamento para isso, em
primeiro lugar, e ela não tinha tempo para um.

"Ele tem apenas três meses de idade. Jasmine e eu tivemos nossos


mais novos com apenas algumas semanas de diferença uma da outra, e
tem sido ótimo compartilhar a experiência," Trinity disse a ela enquanto
trouxe seu filho para perto.

Jasmine pegou seu filho Mark de sua cadeirinha. Ele estava


acordado, mas não com fome ainda. Nicole queria tanto abraçá-lo que a
surpreendeu, mas ela não quis ir em frente e perguntar. Como
se Jasmine pudesse ler sua mente, ela lhe entregou seu filho, e Nicole
suspirou de prazer.

"Oh, eu não segurava um bebezinho desde que Patsy era recém-


nascida", disse Nicole com admiração enquanto acariciava seu precioso
rosto. "Ele é tão pequeno", acrescentou ela, em êxtase completo.
"Eles dão um monte de trabalho, mas vale cada minuto, e Derek é
um pai tão atencioso e incrível. Ele compartilha as noites comigo, e faz
tudo perfeito. Há muitas pessoas que estão revoltadas com a
gente", Jasmine jorrou.

"Eu não conheço muitos homens que levantam as três da


madrugada para dar mamadeira ao bebê," Trinity acrescentou. "Drew é
tão incrível, ele sempre me ajuda. Eu não poderia me imaginar fazendo
tudo isso por conta própria."

"Vocês ficam em casa com eles?", Perguntou Nicole.

"Nós possuímos uma loja juntas, mas só gastamos o mínimo de


tempo lá, e os bebês vêm sempre com a gente. Ryan construiu um
berçário incrível, e uma estrutura de recreação para as crianças mais
velhas. Nós começamos nosso negócio há pouco. Temos orgulho dele, e
ainda conseguimos ser o tipo de mães que queremos ser," Trinity disse.

Nicole sentiu um pouco de inveja, e imediatamente se sentiu


culpada por isso.

Seria tão celestial não ter quaisquer preocupações, e chegar a ser


mãe em tempo integral. Ela sentia-se mais como mãe de Patsy - em vez de
irmã mais velha -, e desejava ter sido capaz de estar mais com ela. Mas
Nicole sempre teve que trabalhar duro para manter um teto sobre suas
cabeças, e para garantir os suprimentos necessários para Patsy para ter
uma boa educação. Ela gastou cada momento livre com ela, embora, e
certamente não se arrependia disso.

Ela realmente tinha um prato cheio.

O triste era que ela não acreditava que um dia fosse segurar seu
próprio filho em seus braços. Talvez um dia, ela pensou
melancolicamente. As mulheres continuaram a fazer suas coisas, e Nicole
aproveitou o tempo segurando o pequeno bebê Mark em seus braços.
Os homens lentamente entraram na cozinha, se comportando como
se estivessem numa zona de guerra. Eles estavam com medo que as
mulheres fossem mandá-los embora de novo, e os machos alfa não
gostavam da sensação de serem mandados embora.

Eles se arrastaram pela porta, e houve um suspiro audível de alívio


de todos os três quando viram as mulheres rindo.

Eles mais uma vez olharam um para o outro, como se realmente


não conseguissem entender as mentes complicadas das mulheres. Num
minuto elas estavam chorando juntas, e próximo estavam rindo como se
tudo estivesse certo no mundo.

"Podemos ajudar com alguma coisa?" Derek questionou. As


meninas olharam para cima, como se surpresas ao verem os caras ali.

"Vocês podem preparar os bifes. O resto destes alimentos estará


pronto antes de vocês terminarem", disse Trinity. Eles pegaram os filés
marinados e fizeram uma saída rápida. As meninas riram da pressa dos
caras.

"Eu sei que é terrível brincar com eles, mas às vezes é simplesmente
muito divertido para resistir", disse Jasmine com uma risadinha.

"Concordo", disse Trinity. Nicole assentiu, embora ainda estivesse


com medo de brincar com Ryan. Tinha a sensação de que se ela tentasse
jogar, ia acabar seriamente queimada. Ela pôs tudo isso para fora de sua
mente, e simplesmente se deu um tempo para aproveitar os minutos de
paz num mundo que tinha sido destruído por muitos anos.

Eles todos tiveram uma maravilhosa refeição, em seguida, sentaram


todos ao redor da fogueira, onde Nicole se encontrou rindo mais do que já
tinha feito em toda sua vida. Os primos eram certamente divertidos, e
Nicole esqueceu, por um breve momento, do tempo e do quanto ela estava
sob estresse. Quando deu meia-noite, a família partiu, e ela ficou
desconfortavelmente consciente de que estava sozinha com Ryan. Ela não
sabia como se comportar, ou o que dizer.

"Estou muito cansada, por isso, se você puder me dizer onde vou
dormir, vou deixá-lo sozinho", ela murmurou para ele.

"Você vai dormir na minha cama novamente, mas desta vez eu não
vou ficou acordado e frustado metade da noite", ele rosnou para ela.

"Eu não vou dormir na sua cama, Ryan", disse ela, seu próprio
temperamento esquentando. Ele não podia força-la a dormir com ele.
Ryan olhou para ela, e se levantou lentamente. Ele parecia mais como um
predador do que ela já tinha visto antes. Ela ficou um pouco apavorada, e
mais excitada do que jamais iria admitir. Ele era um homem
impressionantemente masculino, e aquele olhar de desejo, misturado com
a fúria que podia ver em seus olhos, fez seu estômago se transformar
numa massa trêmula.

Ryan lentamente começou a caminhar em sua direção, e ela não


pode evitar recuar lentamente. Ela queria ficar firme, mas estava com
muito medo do que aconteceria se ele a tocasse. Ela não estava
convencida de sua própria força de vontade.

"Ryan, você precisa recuar. Eu sei que temos um acordo, mas eu


estou cansada, e não estou pronta para compartilhar sua cama ainda",
Nicole tentou argumentar com ele, ainda recuando quando ele fez um
forte avanço em direção a ela.

Ele não disse nada enquanto continuava a persegui-la, como se ela


realmente fosse sua presa. Ele não acelerou, ele não gritou - ele não fez
nada além de segui-la.

Ela olhou para trás, e percebeu que estava presa num canto. Ela
sabia que era uma medida desesperada, mas não se importava. Se ela não
conseguisse fugir do quarto muito em breve, ele ia agarrá-la, e ela sabia
que se isso acontecesse, ela estaria perdida.
Ela notou a mesa à sua esquerda e, se desviando nela, começou a
correr para um quarto. Ela poderia enfrentá-lo mais tarde. Seu único
pensamento agora era entrar em outra sala, uma com tranca, onde ela
poderia se trancar e não ser tentada a deixa-lo leva-la para sua cama.

Ela chegou ao fim das escadas quando os dedos dele fecharam em


torno de seu pulso. Ele andou em torno dela, empurrando seu corpo
contra o dele e sorrindo em triunfo, apenas segundos antes de sua boca
cair sobre a dela. Ela estava ofegante de sua curta corrida, e
acabou deixando sua boca aberta para a língua dele fazer uma sondagem.
Ela suspirou em voz alta quando sua língua acariciou sua boca, fazendo
fogo líquido queimar por suas veias.

Ela o beijou inúmeras vezes quando adolescente, mas de forma


alguma aqueles beijos inocentes tinham-na preparado para o beijo do
homem.

Ele tinha devastado seu sistema em questão de segundos. Ela


tentou sair de seus braços, tentou recuperar a compostura, mas ele
estava tocando-a de uma forma que congelou todos os pensamentos em
sua mente. Então, de repente, ele a pegou em seus braços, enquanto
continuava a amá-la com boca. Ela estava perdendo toda a vontade de
dizer não ao homem.

Ele se dirigiu rapidamente às escadas, e antes de Nicole soubesse o


que estava acontecendo, ele estava deitando-a sobre a cama, e suas
roupas estavam sendo arrancadas. Ryan as jogou ao lado dela e
rapidamente a pegou de novo em seus braços e, mais uma vez, colou os
lábios nos dela.

Ela precisava parar tudo isso. Precisava informá-lo que não estava
pronta. Precisava encontrar força de vontade para impedir seus
avanços... mas não conseguia fazer nada disso. Ela não podia sequer
pensar, muito menos encontrar forças para se negar a ele.
Ryan se afastou sua boca, apenas para passar os lábios pelo seu
pescoço e percorrer com a língua ao longo dos montes de seus seios. Até o
momento em que ele finalmente apertou seu mamilo dolorido na boca,
seu corpo inteiro já se sacudia para fora da cama. Ela desistiu de
qualquer protesto que tinha pensado em fazer. Ele passou a língua sobre
seus mamilos, e ela pôde sentir o aperto em seu estômago e a umidade
em seu núcleo. Seu corpo estava se preparando para a entrada dele, e ela
o queria mais do que qualquer coisa.

Ele estava fazendo-a se sentir completamente possuída pelo


domínio que tinha de seu corpo. Ela estava fraca ao seu comando. Ele
continuou circulando seu peito com a língua, e ela não podia fazer nada
além de gemer de prazer enquanto ela própria passava as mãos sobre o
corpo dele. Ela podia sentir o leve brilho de suor em sua pele, o que só a
excitava mais: era um deleite testemunhar a perda de seu controle
sempre presente. Ela o tinha levado a tal estado de excitação apenas com
suas respostas.

Ela podia sentir sua ereção impressionante pressionando em sua


coxa, e seu corpo se contorcia embaixo dele, precisando senti-lo contra
seu núcleo. Ela precisava que ele os unisse, e não podia esperar muito
mais tempo para isso.

"Eu queria fazer isso desde o primeiro beijo que compartilhamos",


ele confidenciou com uma voz áspera. Seu tom a fez se contorcer ainda
mais. Ele estava à ponto de perder o controle, e ela não se importava de
ser aquela que ia empurrá-lo para o precipício.

Ele trouxe seus lábios de volta aos dela e a beijou ternamente, e ela
foi arrastada com as emoções desse beijo.

Como ele podia ser tão frio e calculista num momento, e depois
beijá-la como se fosse a coisa mais preciosa no universo? Se ela já não
tivesse se rendido, com certeza esse beijo teria garantido sua submissão.
Ele pressionou a ponta de sua ereção em sua abertura lisa, e ela
podia sentir o calor arder em seu núcleo dolorido. "Por favor", ela
implorou quando ele ainda não tinha se empurrado para dentro dela.

"Eu não posso esperar mais", ele rosnou. Ele queria tornar isso bom
para ela, queria ter certeza de que ela estava pronta para ele. Em
contraponto, ele a queria por tanto tempo, e não tinha estado com outra
em meses, embora não quisesse, se maneira nenhuma, começar a
discursar sobre sua vida amorosa agora. O fato era que seria quase
impossível para ele ser delicado com ela na primeira vez, tamanha sua
necessidade.

Ele levantou as pernas dela, passando seus braços por trás delas e
a abrindo totalmente para ele. Ele podia sentir seu calor contra a cabeça
de seu pau, e ele estava fazendo todo o seu corpo quebrar e suar
conforme tentava manter seu controle.

Ele nunca perdeu o controle sobre seu corpo com qualquer outra
mulher.

Ela suspirou em voz alta pela intensa onda de prazer que correu
através dela, e empurrou seus quadris tentando se abrir mais para deixa-
lo entrar.

Ele não precisava perguntar mais nada. Com um movimento


rápido, ele se enterrou totalmente nela. Ela ficou tensa quando toda a sua
circunferência a encheu completamente, causando um breve momento de
dor.

Ryan gemeu quando sua boceta apertou em volta dele. Ele não
podia acreditar no quanto ela estava apertando-o. Ele perdeu o resto do
limite da sanidade e, depois de uma pequena pausa, saiu dela e
empurrou de volta, mais rápido a cada movimento. Ele estava fora de
controle quando agarrou seus quadris, levantando-a mais, para que
pudesse se afundar ainda mais em seu interior.
Depois do choque inicial dele a enchendo, Nicole sentiu nada além
de prazer, e logo levantou os quadris para encontrar seus impulsos. Ela
podia sentir seu corpo apertando mais e mais com cada impulso dele
dentro dela.

De repente, um prazer diferente de qualquer coisa que ela já tinha


sentido antes tomou conta de seu corpo. Ela gritou quando sentiu um
relâmpago através de seu núcleo, através de seu estômago e em cada
membro. Ela estava tremendo da cabeça aos pés enquanto o orgasmo se
mantinha ondulando através dela, espasmo depois de espasmo.

Seu calor apertado foi o suficiente para enviar Ryan sobre a borda
e, em poucos segundos, ele se enterrou profundamente dentro dela,
disparando o seu prazer profundamente dentro de seu núcleo. Ele gozou
nela por mais tempo do que já tinha feito antes, e então desmoronou
contra seu corpo, sem energia para mover um membro sequer. Ela o
drenou completamente.

Ele percebeu que provavelmente estava esmagando-a, e conseguiu


levantar seus braços para se apoiar sem desconectar seus corpos. Eles
estavam com as respirações ofegantes, e ambos tinham um brilho de suor
por todo o corpo. Ambos estavam ofegantes como se tivessem corrido uma
maratona. Nicole não podia acreditar no quão incrível a experiência tinha
sido, e quase tinha se arrependido por ter esperado tanto tempo. Porem,
tinha a sensação de que não teria sido o mesmo com qualquer outro
homem além de Ryan. Ela nunca sentiu emoções tão intensas por
qualquer outro homem, e sem ele, era provável que ela conseguisse
permanecer virgem em seus vinte anos.

Ryan finalmente puxou para fora de seu corpo, e ela sentiu como se
estivesse perdendo uma parte de si mesma. Ela resmungou para ele, o
que fez uma risada escapar de sua garganta. Ela ficou tensa com sua
risada, mas estava tão cansada que não conseguiu se afastar, ou até
mesmo abrir os olhos para encará-lo.

Ela se permitiu ficar lá por mais alguns momentos antes de se


levantar e encontrar outra cama. Ela podia ter cedido sobre o sexo, mas
não iria dar ao homem seu coração e alma. E, dormindo com ele todas as
noites, ela tinha medo que ele conquistasse ambas às coisas. Ela
adormeceu com esses pensamentos assustadores em sua mente.

Ryan acordou e se encontrou sozinho na cama, e não estava feliz


com isso. Ele havia deixado a cama de muitas mulheres pegajosas antes,
mas descobriu que não gostava de ser o esquecido. Ele jogou as cobertas
de cima dele, preparando-se para pegar Nicole e trazê-la de volta a sua
cama. Ele se levantou e virou-se e, em seguida, seu coração parou.

Ele olhou mais de perto na cama, e viu mais sangue. E se ele a


machucou sem saber? O pensamento era incompreensível. Ele pensou
sobre a noite anterior. Ele tinha sido mais ou menos duro, e lembrou-se
de vê-la enrijecer um pouco quando a penetrou, mas assumiu que poderia
ter passado um tempo para ela desde sua ultima relação, então lhe deu
alguns momentos para se ajustar a ele. Ele sabia que ela estava
incrivelmente apertada, mas ela não poderia ser virgem. Não havia
nenhuma maneira que uma mulher pudesse chegar a sua idade sem ter
perdido sua inocência... alem da evidência que estava olhando-o
diretamente no rosto agora.

Suas pernas não puderam mais apoiá-lo, então ele caiu sobre a
cama em estado de choque. Ele pensava que ela tivesse o abandonado
quando eram adolescentes para explorar suas opções, bem como os
rapazes que achava serem melhores do que ele. Ele tinha ficado tão cheio
de raiva então. Mas, agora que tinha parado para pensar, percebeu que
nunca a tinha visto com outro cara depois dele. Ele tinha ficado com
tanta raiva que nunca tinha pensado muito sobre isso, até agora.
Tinha que haver outra explicação para o sangue, porque não havia
nenhuma maneira que ela ainda fosse virgem, pensou, porque a outra
opção lhe daria um baque. Ele não podia encarar isso. Ela tinha sido a
única a larga-lo e nunca olhar para trás, e merecia sofrer um pouco. Não
era como se ela não estivesse ganhando pela vida rodeada de luxo que ele
lhe daria até o final desse acordo, de modo que ela já estava ganhando
muito. Ele foi procura-la, e então ela ficaria perfeitamente ciente de onde
pertencia. Ela somente podia sair da cama quando ele não a quisesse
mais lá.
Nicole foi abruptamente despertada por um muito irritado Ryan.
Ela tinha acordado após a segunda vez que ele a tinha levado no meio da
noite, e tinha esperado-o cair no sono antes de escapar de sua cama e
encontrar outro quarto. Não tinha sido difícil, já que o lugar parecia ter
um suprimento infinito de quartos vagos.

"O que você acha que está fazendo aqui?", Ele perguntou, depois de
olhar para ela em silêncio por alguns minutos.

"Eu estava tentando dormir", ela retrucou antes de se virar e deitar


novamente, fechando os olhos.

Ryan estava furioso com ela. Como ela ousa não só sair da sua
cama, mas, em seguida, ter a ousadia de ignorá-lo quando ele estava
tentando falar com ela?

Ele arrancou o cobertor fora de seu corpo, o que a levou a se sentar


na cama e não mais fingir estar sonolenta. Ela olhou para ele.

"Você vai dormir toda a noite na minha cama", ele disse a ela.

"Eu vou dormir onde quiser", ela declarou de volta para ele.

"Você é a mulher mais insuportável que eu já conheci na minha


vida. Você esqueceu que temos um acordo? Será que você acha que eu
vou simplesmente desembolsar uma tonelada do meu próprio dinheiro, e
trazer você para a minha casa sem receber nada em troca?", Ele
perguntou. Ela se encolheu ao ouvir suas palavras, e a raiva por trás
delas.
"Você conseguiu o que queria ontem à noite," ela finalmente cuspiu,
ainda humilhada por ter tão facilmente cedido a ele. Um arrepio percorreu
sua espinha quando ela pensou sobre o modo como respondeu a ele.

"Eu vou continuar a conseguir o que eu quero, e o que eu quero é


você na minha cama todas as noites, durante a noite toda", ele disse
enquanto se inclinava sobre a cama na frente dela. Ela olhou para ele,
com os braços cruzados sobre o peito. "Você entende?", Perguntou a ela,
apenas há polegadas do seu rosto.

"Sim", ela cuspiu, disposta a dizer qualquer coisa que o fizesse dar-
lhe algum espaço para respirar. Ele sorriu triunfante e fechou o espaço
entre eles. Ela engasgou em choque com a paixão do beijo, e antes que ela
tivesse tempo de reagir, ele se afastou e saiu do quarto.

Nicole sentou lá, tremendo. Ela não tinha certeza se estava aliviada
ou não por ele tê-la deixado. Não podia negar que o queria, e que era
aparentemente natural ela ficar louca de amor por ele noutro dos
momentos mais sombrios de sua vida. Ela já tinha dependido e precisado
dele antes, quando acabou tendo que deixá-lo ir, com medo de que ele
tivesse pena dela. Nada teria sido pior do que isso.

Ela lentamente se levantou e voltou para seu quarto, para


encontrar sua roupa. Ela andou tristemente para o armário.

Ela olhou para seus poucos itens patéticos e baixou a cabeça. Ela
vinha vivendo com apenas algumas roupas durante todo o tempo que
conseguia se lembrar. As necessidades de sua irmã tinham sido muito
mais importantes do que as suas próprias. Patsy nunca tinha sido
consciente dos sacrifícios que ela fez, porque não havia nenhuma razão
para que ela soubesse. Nicole estava apenas fazendo o que qualquer irmã
deveria fazer nessas circunstâncias.

Nicole desceu as escadas e foi direto em direção a comida. Ela


estava mais uma vez com fome, e encheu seu prato. Ela comeu um pouco
mais do que no dia anterior, mas seu estômago ainda não estava
acostumado a ter uma refeição completa. Havia um sentimento de
segurança em saber que ela iria ter uma refeição quente na parte da
manhã. Ela preferiria ter essa garantia do que um jantar completo.

"Nós precisamos ir, para que possamos ver Patsy antes dela ser
levada para a cirurgia," Ryan disse a ela. Ela enfiou mais comida em sua
boca e deu um pulo.

"Estou pronta", ela disse a ele através de sua boca cheia de comida,
e caminhou em direção à porta da frente. Ryan a seguiu, e eles seguiram
em silêncio para o hospital. Nicole teve de dizer a si mesma que estava
fazendo a coisa certa e que nada mais importava, exceto sua irmã ficando
melhor. Era difícil se lembrar dessas coisas quando ela estava no pequeno
espaço com Ryan, no entanto.

Seu perfume invadiu seus sentidos e fez seu estômago apertar em


necessidade. Mesmo quando ela estava brava com ele, ela ainda queria
estar perto dele, e ela ainda queria sentir seu toque. Ela tentou se
convencer de que estava simplesmente exausta, e que quando sua irmã
ficasse melhor ela não iria sentir essa atração por dele. Ela esteve tão
preocupada com tudo, e por tanto tempo, que precisava de alguns dias
livres. Seu corpo precisava de tempo para recarregar.

Patsy estava alerta e nervosa quando ela entrou em seu quarto.


Demorou um pouco para eles conseguirem acalmá-la, especialmente
considerando que Nicole estava tão nervosa quanto Patsy . Quando ela
entrou na sala de cirurgia, Nicole não conseguia dizer uma palavra. Ela
estava perto de explodir em lágrimas.

"A cirurgia vai levar um par de horas, então por que não saímos
para almoçar? Você precisa dar a sua mente algum descanso”, Ryan
sugeriu enquanto caminhavam em direção a sala de espera.
"Não, eu preciso estar aqui no caso do médico sair", disse ela, quase
em pânico.

"Podemos ficar, tudo bem", ele ofereceu. Eles entraram pelas portas
da sala de espera, e Nicole ficou atordoada por encontrar sua família
sentada lá dentro. Estavam todos ali, incluindo seus primos, seus
cônjuges e seus dois tios. As mulheres se levantaram e imediatamente
jogaram seus braços em volta dela, fazendo com que as lágrimas que ela
se recusou a deixar cair corressem em cascata para baixo de suas
bochechas. Ela estava assustada, e muito feliz por ter Jasmine e Trinity
para confortá-la.

"O que vocês estão fazendo aqui?", Ela finalmente conseguiu


perguntar. Afinal, Patsy não tinha parentesco com eles.

Ela estava mais do que grata por sua presença, no entanto.

"Nós não poderíamos deixá-la passar por isso sozinha",


disse Jasmine, como se ela estivesse louca por pensar alguma coisa
diferente. Nicole estava mais do que disposta a aceitar seu amor e apoio, e
continuou a chorar todos os seus medos em seus braços.

Ryan olhou as três abraçadas e não gostou da sensação. Ele deveria


ser o único com quem ela procuraria conforto. Deveria ser o seu
ombro amparando-a. Ele queria chutar a si mesmo quando teve esses
pensamentos, porque normalmente odiava mulheres pegajosas e
emocionais, e corria no segundo em que elas se comportavam dessa
maneira.

Os homens o puxaram para fora da sala e o acompanharam até a


cafeteria para tomar um café muito necessário. Nenhum deles disse nada,
apenas beberam um pouco de café e deixaram as meninas terem algum
tempo muito necessário juntas. Nenhum deles poderia entender a mente
feminina, e se sentiam mais seguros à distância.
Quando tinham deixado passar tempo suficiente, eles finalmente
fizeram o seu caminho de volta para o quarto, com café e donuts para
compartilhar. As mulheres conseguiram fazer Nicole beber o café, mas
nenhuma quantidade de súplica iria levá-la a comer. Ryan ficou aliviado
que as lágrimas tinham, pelo menos, secado. Ele não sabia como lidar
com elas.

As horas de espera pela volta do médico foram as mais longas da


vida de Nicole. Ela andava para cima e para baixo nos corredores,
esperando qualquer informação. Ela precisava saber se sua irmãzinha ia
ficar bem, e não iria se sentir melhor até então. Ryan tentou fazê-la comer
alguma coisa, mas não havia nenhuma maneira que ela pudesse engolir
qualquer alimento. O café da manhã que ela tinha comido estava sentado
inquietamente em seu estômago, e ela temia vomitar em todo o andar
imaculado a qualquer momento.

"Srta. Lander", o médico disse quando entrou na sala. Ela virou a


cabeça e olhou para ele tanto com medo quanto com esperança. Nada
poderia ter acontecido com Patsy. Ela ia sobreviver.

"Sim?", Ela disse, quase num sussurro. Ela estava apavorada, mas
precisava saber.

"Sua irmã está fora da cirurgia, e parece que tudo vai ficar bem. As
próximas horas são críticas, mas parece que sua irmã vai ter uma
recuperação completa", ele disse.

"Obrigada", ela chorou e abraçou o médico, se agarrando


firmemente a ele. Ele bateu em suas costas e sussurrou palavras
tranquilizadoras. Ela estava tão aliviada que o pesadelo parecia
finalmente ter acabado. Mas ela tinha que ver por si mesma que Patsy
estava viva e respirando.

Nicole não sabia quando Patsy foi transferida, mas notou que sua
irmã estava sendo transferida por causa de Ryan.
O médico permaneceu mais um tempo esfregando suas costas e
sussurrando palavras tranquilizadoras para ela. Quando ela finalmente
conseguiu se recompor, foi levada para sala de recuperação de Patsy.

Ryan enviou o resto da família para casa, já que Patsy não estaria
acordada na próxima hora. Não havia nenhum ponto deles esperarem.
Eles relutantemente saíram, e a exaustão tomou conta de Nicole enquanto
ela estava deitada na cadeira ao lado da cama de Patsy. Ela adormeceu
pela primeira vez em muito tempo com paz em seu coração.

A noite foi longa, com Patsy acordando por curtos períodos de


tempo. Toda vez que as enfermeiras vieram para ver como ela estava
asseguraram tanto a Nicole quanto a Ryan, que também se recusou a
sair, que ela estava curando bem e parecia que ia ficar bem. Nicole não ia
acreditar completamente até que Patsy saísse do hospital, mas estava
feliz.

"Você está saindo com a gente hoje. Você não fez nada além de se
sentar aqui e se preocupar com a sua irmã, mas ela está bem. Ela tem um
milhão de revistas, médicos e enfermeiras ao seu alcance. Você, por outro
lado, parece que não come há um mês, tem olheiras sob seus olhos e esta
necessitando desesperadamente de uma manicure", disse Jasmine para
Nicole.

Nicole olhou para as duas mulheres, se sentindo um


pouco chocada. Elas estavam tentando tirá-la do hospital, mas ela se
sentiria tão culpada se saísse. Patsy precisava dela ali, e Nicole tinha um
medo irracional de que algo aconteceria com ela se deixasse seu lado.

"Eu não posso deixá-la", ela implorou.

"Nicole, nós simplesmente não estamos te dando uma escolha. Você


pode sair daqui com nós duas, ou vamos ter um dos caras para arrastá-la
para fora, mas você está saindo para um dia de mimos muito necessário",
disse Trinity.
"Vá com elas, Nicole. Você tem sido incrível e eu agradeço, mas você
precisa cuidar de si mesma, e não apenas de mim o tempo todo. Agora
saia daqui, ou vou dizer aos médicos que não permitam sua entrada até
amanhã", Patsy disse a ela.

"Patsy, você não quer dizer isso, você precisa de mim aqui", disse
Nicole, um pouco magoada com sua irmã por tais palavras.

"Eu preciso de você, e eu te amo mais do que qualquer coisa. Eu sei


o quanto você se sacrifica por mim, e o quanto você sempre deu por mim.
Tire esse olhar chocado de seu rosto, eu não sou cega. Você fez sacrifícios
todos os dias para cuidar de mim, e eu a amo e aprecio ainda mais por
isso, mas, por favor, cuide de si mesma. Agora saia, e eu estou falando
absolutamente serio quando digo que você não está autorizada a voltar
até amanhã", reforçou Patsy.

"Você nunca é um sacrifício, porque eu te amo", Nicole disse a ela.

"Você ouviu sua irmã, vamos sair daqui", disse Jasmine.

"Eu acho que não faria mal sair durante algumas horas", Nicole
admitiu. Ambas as mulheres assentiram, encorajando-a. Ela pegou sua
bolsa e fez com que Patsy fosse devidamente coberta antes de
relutantemente seguir as mulheres para fora do quarto.

"A primeira coisa que nós estamos fazendo é tendo um almoço


quente", disse Trinity.

"Depois, nós estamos indo para o salão de beleza, para manicure


e pedicure", acrescentou Jasmine.

"Depois de toda a diversão, nós vamos fazer algumas compras, e


não se atreva a agitar sua cabeça para mim. Parece que você não tem
se mimado em um longo tempo. Eu exigi o cartão de crédito de Ryan, e é
seu dia de usá-lo. Sério, você tem que parar de abanar a cabeça para
mim. O homem não vai falir só porque você comprou algumas roupas",
disse Trinity.

Nicole estava pensando que não havia nenhuma maneira que ela
fosse gastar o dinheiro de Ryan. Ele já tinha dado um braço e uma perna
para a cirurgia de Patsy, e ela poderia viver com isso porque não era para
ela. Ela não achava aceitável tê-lo comprando sua roupa pessoal, no
entanto.

"Nós podemos discutir sobre isso mais uma vez enquanto você
estiver sendo alimentada e mimada. Então eu vou me sentir muito melhor
em ganhar, porque o meu adversário não vai mais parecer como se
estivesse prestes a voar com um pequeno vento", disse Jasmine com um
sorriso.

As três mulheres comeram um almoço incrível, que teve Nicole


gemendo e desejando que pudesse desabotoar sua calça jeans. No
caminho para o salão de beleza, ela percebeu que nunca tinha tido
qualquer pedicure ou manicure na vida, e que o pensamento desse luxo
estava fora do seu mundo. Ela sentou na cadeira de pelúcia enquanto
uma mulher esfregou loção sobre seus pés, enquanto pensava que tinha
morrido e ido para o céu. Se houvesse prazer maior na vida, ela não tinha
certeza do que era.

"Tudo bem, isso foi um pedaço do céu, mas agora vamos fazer
algumas compras", disse Trinity, com um olhar satisfeito no rosto.

"Sério, o almoço e o salão foram incríveis, e eu realmente estou me


sentindo muito melhor agora, mas Ryan e eu apenas começamos a ver um
ao outro de novo, e eu não me sinto confortável em comprar roupas com o
dinheiro dele", Nicole disse a elas. Ela não podia dizer que estava
basicamente se vendendo ao homem em troca do pagamento da operação
de sua irmã.
"Nicole, nós podemos fazer isso da maneira fácil ou da maneira
mais difícil", Jasmine ameaçou mais uma vez.

"Por que não vamos passear, então eu posso estar com vocês
enquanto compram suas coisas novas?", Nicole tentou. As duas mulheres
sorriram uma para a outra, e a arrastaram na direção de uma loja
chique.

Nicole passou as mãos ao longo da seda de alguns vestidos, mas


sabia que tudo estava além de sua faixa de preço normal. Ela não seria
sequer capaz de comprar um par de calcinhas numa loja como a que as
meninas tinham entrado. Quando Patsy se formasse e ela fosse capaz de
providenciar um pouco mais de educação para si mesma, talvez então
fosse capaz de se estragar um pouco. Mas, na melhor das hipóteses, isso
aconteceria daqui a alguns anos apenas. Ela realmente não se importava
com os sacrifícios, porém, enquanto sua irmã estivesse bem. Já era um
milagre ambas terem chegado até aqui, considerando os pais dos quais
tinham a infelicidade de terem sido concebidas.

"Derek e eu estamos dando um baile de máscaras, e você precisa de


um vestido deslumbrante para isso," Jasmine disse a ela.

"Eu provavelmente não deveria ir a uma festa e deixar Patsy, de


qualquer maneira", disse Nicole com relutância. O pensamento de ir a
uma grande festa era muito atraente, especialmente toda vestida. Seria
muito bom se sentir como uma princesa por uma noite, mas ela não
poderia justificar gastar suas economias inexistentes.

"Patsy será bem cuidada, e você realmente vai ferir meus


sentimentos se não vier", disse Jasmine, selando o destino de Nicole. Ela
não iria querer machucar qualquer uma das duas mulheres que tinham
sido tão boas para ela.

"Ok, eu acho que não me faria mal comprar um vestido, mas sério,
não tem que ser algo extravagante," Nicole admitiu. Ambas, Jasmine e
Trinity, gritaram de alegria, e até o final do seu dia de compras, Nicole
estava lamentando aquelas poucas palavras simples.

Ela não sabia como as mulheres tinham conseguido, mas ela


acabou saindo das lojas com várias sacolas, e o vestido mais
deslumbrante que já tinha visto. Ela se sentiu surpreendente quando o
vestiu. Sequer podia imaginar como ia se sentir quando seu cabelo fosse
feito e ela usasse saltos e acessórios. Ela estava ansiosa para o baile de
máscaras, mas estava aterrorizada de saber o quanto tinha gastado, já
que estava determinada a pagar cada centavo de volta.

Trinity e Jasmine se recusaram a deixa-la ver qualquer um dos


totais das compras, mas ela pretendia dizer a Ryan que queria saber a
quantidade exata do que tinha gastado, e que ia pagá-lo de volta. Ela não
permitiria que ele recusasse. Ela se sentia muito como uma garota de
programa com ele comprando suas roupas.

"Eu vou levar o seu vestido e os acessórios para a minha casa.


Quero que você chegue cedo, para que todas possamos ficar prontas
juntas," Jasmine disse a ela. Ela ainda não tinha permitido que Nicole
visse o que ela tinha comprado para usar com o vestido.

"Isso seria ótimo", Nicole respondeu. No momento em que voltaram


para o hospital, Nicole percebeu que tinha tido um dia incrível, mas que
certamente estava esgotada. As mulheres a deixaram, e ela adormeceu
rapidamente na cama que a equipe do hospital tinha trazido para ela.

Foi a primeira noite que ela conseguiu dormir profundamente, e


durante a noite inteira, desde a cirurgia. Estava agradecida
que Patsy também estava dormindo profundamente, já que era provável
que sua irmãzinha cumprisse sua ameaça, e a fizesse sair e voltar só de
manhã. Se fosse esse o caso, Nicole teria sido forçada a dormir na casa de
Ryan de novo, o que não era bom, já que ela estava tentando evita-lo. Ela
realmente não achava que seria capaz de resistir a ele se ficassem juntos
sob o mesmo teto novamente.

"Eu estou bem, você pode realmente parar com essa agitação sobre
mim agora", disse Patsy, impaciente com sua irmã superprotetora.

"Estou simplesmente preocupada com você. Você passou por uma


grande cirurgia e finalmente está sã e salva, e fora daquele hospital
horrível", Nicole disse sua irmã mais nova, com a paciência de um
santo. Patsy tinha estado num humor terrível nos últimos dias, e
incrivelmente cansada de ficar deitada na cama. Ela sempre foi uma
criança ativa, e estava completamente cheia de cama e descanso.

"Lembre que o seu médico disse que você não pode exagerar,
apenas caminhadas leves, e nenhuma escola por pelo menos mais um
mês", Nicole lembrou.

"Confie em mim, eu tenho você aqui para me lembrar", Patsy disse


com um sorriso sincero. Ela podia estar mal-humorada, mas sabia que
sua irmã estava apenas tentando ter certeza que ela ficaria bem.

"Eu te amo tanto", Nicole disse, lutando contra as lágrimas.

"Eu também te amo mana, mas agora vá relaxar um pouco. Eu


prometo a você que não vou derreter enquanto estiver sentada aqui
assistindo um filme," Patsy disse. "Eu não posso nem acreditar que
estamos nesta casa incrível, e realmente espero que possamos ficar por
um tempo", acrescentou.

Patsy tinha ficado tão espantada com a casa de Ryan quanto Nicole.
Nicole estava lá por um pouco mais de duas semanas agora, embora, e
tinha se ajustado ao lugar palaciano. Para Patsy, porem, tudo era novo, e
ela queria explorar o espaço em seus mínimos detalhes. Ela ainda ficava
sem fôlego com muita facilidade, porém, e tinha que ir com calma. E
Nicole se certificaria que ela fosse realmente relaxar.

"O que é isso?" Ryan se virou para sua pobre recepcionista quando
ela chamou.

"Eu sinto muito interrompê-lo, Mr. Titan, mas você tem uma
chamada na linha um," ela disse. Toda a sua equipe de escritório tinha
aprendido uma maneira de evitá-lo ao longo das duas últimas semanas.
Ele parecia um urso enjaulado, e não conseguia se conter.

Nicole estava morando com ele por algumas semanas, mas ele não
tinha ficado sozinho com ela desde a noite em que sua irmã tinha ido
para a cirurgia. Ela tinha ficado noite e dia no hospital e, embora ele
quisesse arrastá-la para fora do quarto pelos cabelos e insistir que ela
tinha que compartilhar sua cama, ele não poderia fazê-lo.

Ele se convenceu de que só estava pensando em Patsy, e não se


preocupando com o que Nicole realmente precisava. Mesmo que ele
quisesse se vingar dela, não poderia machuca-la tão profundamente
quanto gostaria fazendo-a se afastar da irmã. Nicole tinha apenas
começado a parecer melhor nos últimos dias. Ela ia finalmente dormir
com ele, quando aparentasse estar mais saudável. E ele se sentiria muito
melhor em desafiá-la quando ela não parecesse tão frágil.

Patsy finalmente tinha sido transferida para a casa de Ryan


naquela tarde, e agora Nicole estaria de volta em sua cama.

Talvez depois que ele tivesse satisfeito suas necessidades fosse


capaz de brigar com cada pessoa que se atreveu a sequer olhar para ele.
"Obrigado", disse ele, antes de atender a chamada. Ele mal
conseguiu ser civil para o homem do outro lado da linha, e não ficaria
surpreso se ele não ligasse de volta por um tempo muito longo. Ryan pôs
fim o dia no trabalho e saiu pela porta. Ele não estava em condições de
ficar perto de seu pessoal, de qualquer maneira.

O motorista o levou para casa em tempo recorde, uma vez que não
houve hora do rush com que lidar. Ele entrou em casa e trabalhou o resto
do dia no seu escritório. Ele não confiava em si mesmo para estar em
torno de Nicole ainda, porque tinha certeza que ela estava cuidando de
sua irmã, e que não seria bom para o coração de Patsy assistir sua irmã
mais velha ser violada na sua frente. Cara, ele estava agindo como um
adolescente com tesão.

Sua porta se abriu de repente, e ele estava prestes a rosnar para a


pessoa que se atreveu a interrompê-lo quando Derek entrou. Ele ainda
resmungou um pouco para seu primo.

"O que está enfiado em seu traseiro?" Derek perguntou com uma
risada. Ryan ignorou a pergunta.

"O que você quer, Derek?", Ele perguntou. Ele sabia que estava
sendo rude, mas seu arranjo com Nicole estava seriamente o matando.
Ele deveria tê-la em sua cama todas as noites, e até agora tudo o que
tinha conseguido foi uma noite em duas semanas.

"Eu vim lembra-lo sobre a festa de amanhã à noite", disse Derek,


mal capaz de suprimir sua diversão pelo mau humor de seu primo.

"Eu tinha me esquecido disso. Não sei se posso ir, com Patsy recém
chegada aqui", disse Ryan. Se ele fosse, certamente não seria capaz de
arrastar Nicole com ele.

"Bem, isso é muito ruim, porque então você vai perder Nicole
parecendo quente e sexy", disse Derek, sabendo que ia obter uma reação
de seu primo com esse comentário. A cabeça de Ryan voou para cima em
surpresa.

"Eu não acho que ela estaria disposta a participar de sua festa, por
causa de sua irmã, apesar de eu ter cuidadores para ela," Ryan
resmungou.

"Ela já está na minha casa. Jasmine insistiu que ela e Trinity


ficassem durante a noite, para que pudessem fazer a coisa toda de beleza
juntas", disse Derek com um encolher de ombros.

"Merda, eu me sinto fora do circuito. Nem sabia que ela tinha saído.
Ela e eu vamos ter uma conversa séria", disse Ryan, com um pouco de
ameaça em seu tom.

"Soa como se você estivesse na ponta dos pés por causa de uma
mulher," Derek disse, com um muito presunçoso olhar em seu rosto.
Ryan simplesmente olhou para ele, até que Derek riu. Ele, então, se
aproximou e se serviu de uma quantidade generosa do melhor Bourbon
de Ryan.

"Bem, Drew está a caminho. Nós concordamos que, como as


meninas nos chutaram hoje, então devíamos ter uma noite de homens",
Derek disse. "Então, coloque seu trabalho de lado e vamos sair."

"Parece bom para mim", Ryan concordou. Drew apareceu pouco


depois. Estar com seus primos ajudou seu humor um pouco, mas ele
sabia que não ia se sentir melhor até que tivesse Nicole de volta em sua
cama novamente. Ele não podia esperar para tirá-la de seu sistema, de
uma vez por todas.
"Então, eu sei que é completamente em cima da hora, mas nós
temos um cabeleireiro e um maquiador chegando amanhã. Eu quero ficar
bonita, e meu marido não sabe poupar gastos", disse Jasmine com uma
risadinha.

Os olhos de Nicole se arregalaram com a quantidade de dinheiro


que esta família parecia ter. Ela não podia imaginar que ia poder ter
alguém contratado para fazer seu cabelo e maquiagem. Isso era para
estrelas de cinema e modelos, nenhum dos quais ela era. Isto estava claro
em sua cabeça.

"E eu tenho todos os produtos de beleza que precisamos para hoje à


noite. É uma coisa boa que você enviou seu marido para longe, caso
contrário, ele iria se assustar", disse Trinity enquanto pegava uma grande
bolsa e esvaziava o conteúdo dela sobre a mesa da cozinha.

Nicole pegou alguns dos produtos, sem ter ideia do que eram. Havia
máscaras faciais, loções, óleos essenciais e esfoliantes corporais. Ela
tinha a sensação que seu corpo ia estar completamente dolorido manhã.

"Vamos ir para o meu quarto para aplicar as máscaras. Nós


podemos usar a cera de parafina em nossas mãos e pés, também. Depois
disso, vamos tomar banho e transformar nossa pele em seda",
disse Jasmine enquanto rapidamente colocava todas as coisas de volta na
bolsa. As duas mulheres arrastaram Nicole escadas acima, para começar
a tal noite de beleza.
Nicole nunca tinha tido uma noite tão incrível, e nunca queria que
acabasse. Após várias horas de tratamento de beleza, sua pele parecia
suave como cetim, e seu rosto ainda estava formigando de tudo o que
tinha sido grudado nele. Ela se sentia atraente e madura, e estava
incrivelmente nervosa com o dia seguinte.

As mulheres não pararam para dormir até depois das duas da


manhã, e dormiram até meio-dia do dia seguinte. Era um luxo que ela
nunca antes tinha se permitido. Quando ela acordou, foi arrancada da
cama e torcida e puxada de todas as maneiras imagináveis.

Ela agora estava em pé diante de um espelho de corpo inteiro, e


não reconhecia a pessoa olhando para ela.

O vestido era impressionante, e mostrava cada uma de suas curvas


com perfeição. Os acessórios que Jasmine e Trinity tinham acrescentado
por cima eram o complemento ideal. Ela realmente se sentia como uma
princesa prestes a entrar em seu primeiro baile. Jasmine também tinha
insistido para ela usar emprestado algumas joias, e Nicole estava
apavorada que uma das enormes safiras pudesse cair de suas orelhas.
Ela não queria sequer pensar sobre o valor desses brincos.

"Você é uma criatura realmente deslumbrante. Quando Ryan te ver


hoje à noite, vai ter um ataque cardíaco. Além disso, cada homem na sala
vai estar determinado a levá-la para longe dele. Eu mal posso esperar
para ver a cara dele", disse Trinity, chegando para ficar ao lado dela.

Nicole pensou que era Trinity quem estava impressionante. Ambas,


Trinity e Jasmine, estavam além de lindas com seus vestidos e joias.
Ninguém jamais seria capaz de adivinhar que ambas tinham filhos,
considerando seus corpos perfeitos. Nicole nunca seria capaz de se
considerar igualmente devastadora.

Quando as mulheres finalmente fizeram sua entrada no salão,


usando máscaras e joias, cada cabeça no lugar se virou para assisti-las.
Os três primos prenderam a respiração, e não a soltaram por algum
tempo. Elas eram as mulheres mais deslumbrantes do salão.

Nicole olhou ao redor da sala enorme e se perguntou como as


mulheres haviam convencido-a a participar dessa festa. Ela queria se
virar e ir embora no instante em que viu todas as pessoas vestidas
elegantemente preenchendo o lugar, todos usando máscaras. Ela estava
tão fora de seu ambiente. E realmente subestimava sua própria beleza.

Jasmine e Trinity foram levadas por seus maridos, deixando Nicole


ali de pé se sentindo uma tola. Ryan não estava se aproximando dela, o
que provavelmente era uma coisa boa, mas ela também era muito
insegura para lidar com estar sozinha.

Ela estava se virando para sair quando alguém puxou seu braço. "É
você, Nicole?" Perguntou uma voz.

"Sim", ela respondeu. Ela não conseguia descobrir quem estava


falando com ela, porem. As máscaras certamente escondiam a identidade
dos convidados, mas ela ainda deveria ser capaz de ter uma ideia de quem
era a pessoa com quem estava falando, certo?

"É Stephanie, fomos para a escola juntas, lembra?", Ela disse e, em


seguida, Nicole sabia exatamente quem era. Elas tinham sido amigas há
anos, mas como todos os outros que tinham sido próximos uma vez, ela
tinha perdido contato com ela.

"É tão bom ver você, Stephanie, tem sido muitos anos", disse Nicole
com sinceridade. Era bom ver outro rosto familiar nessa multidão de
estranhos. Stephanie deu-lhe um abraço.
"Não deixe tudo isso intimidar você. Jasmine nunca iria convidar
qualquer um que fosse uma pessoa horrível", Stephanie a tranquilizou.

"Eu sei, mas eu me sinto muito velha para estar num baile", Nicole
disse a ela conscientemente.

"Sério, você precisa viver um pouco, essa é a minha filosofia.


Lembro-me da escola, onde você era muito mais estudiosa do que
frequentadora de festas, então vamos ir e fingir que não temos
responsabilidades por uma noite. A maioria das pessoas não vai mesmo
reconhecê-la, e você parece muito além de linda, então pare de se
preocupar tanto com as coisas e se permita ter um grande momento",
Stephanie disse a ela.

Nicole sabia que Stephanie estava certa. O que fazia alguém aqui
melhor do que ela? Se Ryan fosse insistir que ela se pendurasse em seu
braço em determinados eventos, era melhor se acostumar com isso. Além
de tudo, só porque as outras pessoas na sala foram abençoadas com mais
dinheiro do que precisavam, isso não os fazia melhor do que ela.

Um monte de pessoas que tinha dinheiro não tinha trabalhado um


dia honesto em suas vidas. Ela não estava se referindo a Jasmine ou
Derek. Eles eram as pessoas mais agradáveis que ela já tinha conhecido.
Mas ela podia ver, pela aparência de alguns dos convidados, que para eles
era tudo sobre quem tinha as coisas mais caras, o que foi um enorme
aviso para Nicole.

"Eu estou saindo para encontrar um homem sexy para me levar ao


paraíso", Stephanie disse. "Vejo você mais tarde, e foi realmente muito
bom te encontrar de novo", acrescentou ela, abraçando Nicole.

Stephanie decolou em outra direção, e deixou Nicole passear num


canto tranquilo. Ela pegou um prato e serviu um pouco de comida. Ela
estava morrendo de fome, e os cheiros da comida estavam fazendo seu
estômago roncar. Ela estava acostumada a comer miojo, ou uma boa sopa
quando estava realmente com sorte, assim, essa mesa cheia de delícias a
fazia praticamente babar.

Ela ainda estava vivendo cada dia como se estivesse de frente à sua
última refeição. Era o resultado de passar tantos anos sem ter tido algo
diferente. Ela carregou seu prato, que transbordou, em seguida,
sorrateiramente foi para um canto e começou a comer tudo, rezando para
que ninguém notasse. Ela certamente não estava agindo como qualquer
uma das outras mulheres comendo assim, já que a maioria tinha medo de
ganhar uma libra ou ficar com algo preso entre os dentes.

Ryan estava com um grupo de pessoas, tentando desesperadamente


manter a conversa chata, mas seus olhos estavam seguindo Nicole onde
quer que fosse. Ele estava tentando manter alguma distância dela, já que
no segundo em que tinha visto aquele vestido abraçando suas curvas, sua
virilha tinha saltado à vida, e ele sabia que ele era muito melhor evitá-la
por um tempo. Ele certamente aprovava o que quer que as
meninas tinham feito na noite anterior.

Ele meio que ouvia o que seus companheiros estavam falando. Ele
balançou a cabeça quando deveria e pronunciou um comentário aqui e
ali, mas seus olhos nunca deixaram Nicole. Ele sentiu seus lábios se
curvarem quando a notou apertando os olhos ao redor da sala com ar
culpado e, em seguida, encher seu prato até transbordar. Se ele ainda
tivesse alguma dúvida de que ela não era uma das mulheres da alta
sociedade presentes na festa, seu prato cheio a teria denunciado. Ele
estava pensando em jogar um jogo com ela naquela noite.

Por que não começar do zero e fingir serem estranhos? Ele poderia
ter algum romance com ela, alem de adicionar um pouco de mistério em
seu relacionamento. Nada mais parecia estar funcionando para afastar
sua mente de suas preocupações, então por que não apimentar as
coisas?, ele pensou. Ele estava ficando mais animado a cada momento,
imaginando como as coisas terminariam naquela noite.

Ryan viu quando ela olhou em volta de novo, parecendo suspirar


um pouco quando não percebeu ninguém olhando para ela.

Ele não podia acreditar que quase tinha se recusado a vir ao baile
de máscaras. Seu humor melhorou consideravelmente. Quando olhou em
volta, notou todas as mulheres com suas vestes habituais, seus vestidos
de grife e joias, tudo ostentação.

Mesmo que fosse um baile de máscaras e todo mundo devesse se


disfarçar, as mulheres queriam ser notadas, e usavam suas máscaras
presas em varas, para que pudessem afasta-las ao seu bel prazer. Ele
pessoalmente estava usando uma máscara de Zorro, mas não tinha
demorado muito tempo para que as mulheres descobrissem quem ele era,
e agora elas estavam fervilhando ao seu redor. Elas ficariam chocadas ao
descobrir quem ele escolheu para levar para casa com ele. A maioria das
pessoas na sala não sabia nada sobre seu passado.

"Ryan, você não ouviu uma palavra do que eu disse," a voz áspera
da mulher que estava atualmente tentando manter sua atenção disse. Ela
estava lhe dando sinais por meses, demonstrando que estava
prontamente disponível e à procura de um marido que pudesse mantê-la
no estilo de vida ao qual estava tão acostumada. Ele não queria ser rude
com ela, mas tinha a sensação de que teria que soletrar em preto e branco
que não estava interessado.

"Eu sinto muito, minha mente estava nos negócios," ele mentiu
facilmente, acalmando os sentimentos dela. Ela deu seu melhor sorriso
falso e esfregou seus mal cobertos seios contra seu braço. Ele não sentiu
nada com o toque. "Eu sinto muito por deixa-las, senhoras, mas estou
indo comer, e então tenho assuntos a discutir com Tom", disse ele, se
afastando do grupo.
"Você sabe onde nos encontrar quando estiver pronto para jogar em
vez de falar de negócios," a outra mulher fez beicinho para ele. Ele não
conseguia sequer lembrar seu nome. Ele precisava tornar conhecido em
breve que já não estava disponível, embora soubesse que isso não ia parar
a maioria das mulheres com as quais estava acostumado a lidar. Ele se
afastou e esqueceu tudo sobre elas logo que saiu.

Ele manteve os olhos sobre Nicole, sentindo um aperto no estômago


enquanto tentava descobrir o que ela estava pensando da festa. Ele sabia
que tudo isso era tão distante de sua vida normal que ela estava
provavelmente bastante desconfortável.

Ele foi parado várias vezes em seu caminho em direção a ela, e teve
que lutar para não rosnar para as interrupções contínuas. Ele queria
chegar até ela antes que ela decida escapar. Ele não seria capaz de jogar
seu jogo se ela fugisse. Afinal, era um baile de máscaras; a noite era sobre
segredos e romance.

Ele ignorou o próximo par de pessoas que tentaram detê-lo e tomou


o caminho mais curto para Nicole. Maldição, ela era tão diferente das
mulheres que o rodeavam. Ela estava com um vestido preto apertado,
mostrando seus quadris e seios impressionantes com perfeição. Seu
estômago era plano e as pernas pareciam infinitas. Ela estava usando um
par de saltos altos que só aprimoravam suas lindas pernas. Ele
definitivamente ia se certificar de que as esposas de seus primos a
levassem para fazer compras com mais frequência, uma vez que ele
gostava muito do resultado.

Ele queria ver seu cabelo escuro solto do bolo em que estava
amarrado atualmente. Ele queria rasgar a máscara fora de seu rosto e ver
sua pele impecável, mas, e assim fosse, o mistério do jogo iria
desaparecer.
"Como você está esta noite?", Perguntou a ela por trás, quando
finalmente fez o seu caminho para o seu canto escuro. Ele teve que lutar
contra o sorriso quando seu corpo inteiro ficou tenso por um momento
enquanto ela lentamente se virava para encará-lo. Ele sentiu outro aperto
em seu estômago enquanto ela olhava para ele com seus incríveis olhos
azuis, realçados pela maquiagem e parecendo mais exóticos do que
nunca. A parte de seu rosto que ele podia ver era deslumbrante, como de
costume. Que os jogos comecem.

Nicole olhou para Ryan e esqueceu como falar por um momento.


Ele era o homem mais sexy que ela já tinha encontrado antes, mesmo
com a máscara - ou talvez por causa disso. Ele se elevava sobre ela,
obrigando-a a olhar para cima. Seus ombros largos estavam sendo
exibidos à perfeição sob o terno preto feito sob encomenda. Ele tinha sido
lindo quando adolescente, mas o homem à sua frente era simplesmente
de tirar o fôlego.

Seus lábios cheios estavam inclinados para cima, num sorriso que
parecia estar escondendo algum tipo de segredo. Seus intensos olhos
verdes estavam olhando para ela como se ela fosse sua próxima
conquista, e ela não achou a ideia desagradável. Ela viu a mão dele
levantando em direção a sua máscara, e rapidamente deu um passo para
trás.

"Eu estou maravilhosa, e você?", Ela finalmente conseguiu


responder com o que esperava ser a quantidade adequada de mistério.

"Estou muito melhor agora que consegui encontrá-la. Já nos


conhecemos antes?", Perguntou. Ela não conseguia descobrir o que ele
estava jogando, mas certamente estava intrigada. Ela sabia que ele não
tinha dúvidas sobre quem ela era, mas por alguma razão, ele queria jogar.
Ela estava disposta a jogar junto por um tempo, especialmente depois de
sua taça de champanhe. Ela também tinha a confiança adicional de suas
roupas e da maquiagem habilmente feita.

"Eu acredito que me lembraria de conhecê-la, mas o ponto de um


baile de máscaras não é permanecer um mistério?", Perguntou ele. Ela foi
surpreendida pelo tremor em seu estômago, que não parecia estar
diminuindo.

Ela teve que admitir que ainda estava atraída por Ryan, e que sua
admiração estava acariciando seu ego.

"Ah sim, um baile de máscaras é cheio de mistério, mas estou


achando que realmente quero ver o que está por trás de sua máscara",
disse ele, colocando o valor total do encanto por trás das palavras.
Quanto mais tempo eles jogavam seu jogo, mais excitado ele estava
ficando. Ele não conseguia se lembrar de querer uma mulher tanto
quanto a queria. Ele esqueceu seus primos na festa, e esqueceu
completamente sobre todos os outros frequentadores do lugar. Ele tinha
olhos apenas para Nicole.

"Você nunca ouviu que nem sempre se consegue o que quer?", Ela
disse com um sorriso cheio. Ela sabia que precisava de uma desculpa
para se afastar dele, mas descobriu que estava gostando da paquera. O
que poderia prejudicar, de qualquer maneira? Ela poderia se esquecer de
todos os seus problemas por uma noite. Ele não ia tentar qualquer coisa
na festa, e ela poderia voltar a ser distante quando a campainha soasse
que é meia-noite – mas, por enquanto, ela se sentia como Cinderela, o
que a fez ousada e corajosa.

"Na verdade, ninguém me disse ‘não’ por cerca de 12 anos", ele


respondeu. Ele viu seus olhos se arregalarem quando ela percebeu que ele
estava falando sério, e que ela tinha sido a última pessoa a dizer-lhe que
não. Ele achou incrivelmente erótico que ela não estivesse com medo de
enfrentá-lo. Ele a amava, e amava a faísca que ela não estava disposta a
se esconder. Nunca foi divertido perseguir alguém que não estava disposto
a fugir.

"Bem, então eu acho que é hora de você saber que não pode ter
tudo que quer", disse ela com um sorriso sedutor. Ela então se virou e
começou a ir embora. Ryan estava tão atordoado que quase a deixou ir.

Ele sentiu o sorriso se espalhado em suas feições, e ficou chocado


ao descobrir que de repente ia ter um tempo muito bom. Ele rapidamente
a apanhou na borda da pista de dança e, sem dizer uma palavra, a puxou
em seus braços.

Nicole havia recusado muitos encontros na vida, e os homens


sempre pareciam se arrastar para longe com o rabo entre as pernas. Ela
nunca tinha sido perseguida antes, e descobriu que estava incrivelmente
ligada por essa ousadia agora. O que a preocupava mais do que qualquer
outra coisa. O jogo estava subitamente começando a assustá-la. Ela
deveria saber que nunca poderia competir com um homem como Ryan.

Ele estava muito fora de sua liga. Ela manteve o corpo rígido
quando sua mão pousou na parte inferior de suas costas, puxando-a em
direção a ele.

"Não me lembro de você me pedindo para dançar, e eu certamente


não disse que aceitava", ela finalmente disse, imóvel em seus braços.

"Eu não pedi", disse ele com confiança quando olhou em seus
olhos. "Estamos começando a fazer uma cena então, a menos que você
goste de ser o centro das atenções, eu sugiro que você simplesmente
dance, porque eu não estou deixando você sair."

Nicole pensou em pisar em seu pé com o alto salto do sapato, mas


notou que várias cabeças se viraram para assisti-los, e não queria que
ninguém notasse. Se alguém realmente desse uma olhada para ela, iriam
perceber rapidamente que ela não pertencia a esse mundo. Ela olhou para
ele enquanto o permitiu guia-la pela pista de dança. Ele continuou
puxando-a com força contra seu corpo, e ela continuou se empurrando
para longe dele. E esse foi o jogo que jogaram nos próximos minutos.

Ryan estava andando numa linha fina, e sabia disso. A sensação


dela pressionada contra seu corpo era tanto agonia quanto êxtase. Seus
quadris eram bem arredondados e ele passou a mão mais em baixo
enquanto ela o alcançou e empurrou sua mão de volta. Era um jogo de
gato e rato, e ele sabia que iria se tornar o vencedor. Ela podia não estar
olhando para ele, mas ele podia sentir o pulso acelerado em seu pescoço.
Ele viu seus olhos escurecerem de desejo, e ele podia sentir sua
respiração saindo em suspiros contra seu pescoço. Ela estava tão
ligada quanto ele, mas ainda estava lutando. Ele iria quebrá-la, ou
morreria tentando.

"Eu estou um pouco quente demais, eu preciso sair", disse ela. Ela
estava frustrada com ela mesma ao perceber quão sem fôlego estava seu
tom de voz. Como ela iria convencer Ryan que não o queria se não podia
nem controlar seu próprio desejo e suas palavras? Ela sabia que eles
tinham um acordo, mas isso não significava que ela tinha que ser tão
fácil.

"Eu poderia me refrescar também", disse ele com os dentes


cerrados. Ele não tinha certeza de qual deles estava mais excitado nesse
ponto. Ele não acreditava que alguém em torno deles pudesse ser capaz
de dizer como se sentia, já que ele era um mestre em esconder suas
emoções, mas estava a um passo de passar vergonha como se fosse um
adolescente em vez de um homem maduro.

Nicole não disse mais nada quando ela se afastou dele e começou a
caminhar em direção as portas da varanda. Ela tentou puxar a mão livre,
mas ele se recusou a soltá-la. Ela não conseguia se libertar de seu toque
sem chamar a atenção, então, mais uma vez, o deixou fazer do seu jeito.
Ela estava indo para dar-lhe um pedaço de sua mente, se ele não
recuasse, no entanto.

Eles entraram pela porta da varanda escura. Ryan olhou por cima
do ombro antes de fechar a porta, e ficou aliviado ao perceber que
ninguém tinha notado sua saída. Ele soltou a mão de Nicole e ela
rapidamente foi para o outro extremo da varanda, tentando ficar o mais
longe possível dele. Ele sorriu para si mesmo. Nunca era nada divertido
pegar sua presa muito cedo.

Ele calmamente pegou uma cadeira e empurrou contra a maçaneta.


Ele não queria ninguém entrando e interrompendo seu tempo com ela.
Fazia muito tempo desde que ele tinha estado profundamente dentro de
seu corpo, e ninguém ia detê-lo naquela noite.

Nicole se encostou no corrimão e tentou fazer com que seu corpo


ficasse sob controle. Ela estava jogando um jogo com um homem que
podia comê-la no almoço. Ele tinha sido o único no controle desde o
momento em que ela fez aquele telefonema. Ela podia sentir sua
respiração lentamente voltar sob controle, e seu coração retornando a
bater numa velocidade normal. Ela continuou a olhar para o céu quase
negro.

Em Seattle, uma noite clara era uma coisa rara, e aquela noite não
foi exceção. Era excepcionalmente quente, mas a cobertura das nuvens
fez o deck completamente isolado do resto do mundo. Ela queria
desesperadamente domar seus hormônios em fúria, escorregar de volta
para dentro e sair de uma festa a qual ela nunca deveria ter vindo, em
primeiro lugar. Ela deveria estar ajudando sua irmã, não flertando com o
homem que a estava fazendo algo ela desprezava.

Quando Nicole estava se preparando para voltar, ela sentiu Ryan


atrás dela, envolvendo suas mãos em torno de seu corpo. Seu pulso
disparou e seus exercícios de respiração saíram pela janela.
Um toque dele e ela se sentia como uma tigela de gelatina, com zero
controle sobre seu próprio corpo.

Suas mãos estavam abertas sobre seu estômago, e seu corpo foi
pressionado ao longo do comprimento de suas costas.

Ela podia sentir sua respiração quente em seu pescoço, e não pode
parar o arrepio que correu por sua espinha. Ele não disse nada enquanto
ficava ali, esfregando círculos em seu estômago trêmulo.

"Eu realmente preciso voltar e verificar Patsy", disse ela, quase um


sussurro.

"Ela tem todo o cuidado que precisa, então qual é a pressa?", Ele
perguntou, antes que ela sentisse a pressão dos lábios dele em seu
pescoço. Ela mal conseguia conter o gemido querendo escapar de sua
garganta. Sua boca era tão boa tocando sua pele. Ele estava beijando ao
longo do comprimento do seu pescoço, e ela podia sentir o toque de sua
língua ao longo de seu ponto pulsando. Ela iria detê-lo em apenas um
momento. Ele lhe fez uma pergunta, mas nem por sua própria vida ela
conseguia se lembrar o que era.

Suas mãos continuaram a acariciar seu estômago, fazendo seu


corpo tremer com a necessidade. Ela estava perdendo rapidamente sua
decisão de ir embora. O que iria ferir ter uma noite de imprudência? Ela
sempre foi a boa menina, responsável, a única com a qual sempre se
podia contar. Mas, se fazer amor novamente com ele era inevitável, então
por que continuar lutando?

"Diga-me que você me quer", ele exigiu. Suas mãos estavam


roçando mais alto, e ela podia sentir o pincelar delas na parte de baixo
dos seus seios, que estavam inchados e doloridos para sentir suas
masculinas mãos agarra-los. Seus mamilos estavam lutando contra o
sutiã, e as rendas estavam irritando sua pele sensível. Ela nunca quis
tanto tirar uma roupa antes. Ela nunca quis que um homem a tocasse
mais do que queria ter a próxima respiração como agora.

"Não", ela finalmente conseguiu dizer. Ele ficou tenso por um


momento, antes de rosnar baixo em sua garganta e morder o lado de seu
pescoço. Ela sentiu uma leve picada, em seguida, prazer inacreditável,
quando ele passou a língua sobre o local e o chupou em sua boca.

Suas mãos finalmente agarraram seus seios, e ela engasgou quando


seus polegares esfregaram sobre os mamilos apertados. Ele esfregou os
quadris em sua parte traseira, e ela pôde sentir sua ereção empurrando
contra dela. Ela não podia se impedir de pressionar seu corpo de volta
contra o dele. Seu grunhido de prazer lhe deu uma ousadia que ela nem
sabia que possuía.

Ele rapidamente a virou e colou a boca na dela, e todos os outros


pensamentos foram eliminados de sua mente. Quando sua língua
deslizou para dentro, ela viu uma explosão de luz por trás das pálpebras.

Ela colocou os braços em volta do seu pescoço e se agarrou a ele,


enquanto suas mãos percorriam todo o seu corpo. Ela não sabia como ou
quando aconteceu, mas de repente ela sentiu a brisa morna sobre seus
seios nus, apenas alguns segundos antes de senti-lo afastar a boca da
dela e chupar o broto inchado de seu seio em sua boca.

Ela jogou a cabeça para trás enquanto ele se esbaldou em seus


seios doloridos. Ele levou seu tempo com um, antes de mudar para o
outro e dar-lhe a mesma atenção. Ela podia sentir o calor explodir em seu
núcleo, e não queria nada além dele para preencher o vazio dentro dela.

Suas mãos estavam esfregando ao longo de suas coxas, e ela queria


mais. Ela precisava dele, de uma maneira que nunca tinha precisado de
um homem antes. Ele estava transformando-a numa viciada em seu
corpo. As coisas que ele fez para ela quase valiam a culpa que trariam
quando tudo acabasse.
Ryan levatou seu vestido e gemeu em voz alta quando viu o fiapo de
tecido que cobria seu núcleo. Ela estava de repente grata por Jasmine ter-
lhe feito comprar lingerie sexy.

Sua mão acariciou o tecido, e ele perdeu todo o senso de controle


quando sentiu a umidade molhar o material fino. Ela era a mulher mais
sensível que ele já tinha tido, e não havia nada falso sobre ela. Ela era
toda mulher, e se contorcia de prazer sob seu toque. O que o enviou
rapidamente ao longo da borda. Ele agarrou um lado de sua tanga e
facilmente a rasgou com a mão, deixando-a descoberta para o seu prazer.
Ele nunca quis mais claridade em sua vida do que naquele momento. Ele
mal podia ver seu corpo, e queria olhar desesperadamente para cada
polegada.

Ele a agarrou em seus braços e a deitou em uma das


espreguiçadeiras no deck. Ele enterrou a cabeça na junção entre as coxas
dela quando seu perfume doce bateu nele, e sentiu seu próprio corpo
acelerar com doloroso desejo. Ela era tão linda, e os gemidos vindos dela
estavam fazendo-o perceber que não ia durar muito.

Nicole estremeceu de prazer com o primeiro golpe de sua língua


contra sua carne excitada. Ela nunca se sentiu tão fora de controle, e não
conseguia parar de se mover contra seus golpes magistrais ao seu corpo
sensível. Ele passou sua língua ao longo de suas dobras úmidas e tomou
o broto sensibilizado em sua boca, gentilmente o sugando.

Isso foi tudo que precisou para fazê-la saltar de um penhasco que
parecia não ter fundo. O corpo dela estremeceu num orgasmo poderoso
quando onda após onda de êxtase varreu através dela. Ela estava
tremendo incontrolavelmente conforme puro prazer corria através dela, no
que parecia uma tempestade sem fim.

Ela sentiu ele mergulhar o dedo dentro de seu calor, e quis sacudir
a cabeça. Ela não aguentava mais. Seu corpo estava gasto, e ela mal
podia respirar. Sua língua viajou no comprimento de seu corpo para cima,
até que seus lábios apertaram em volta de seus mamilos ainda sensíveis
mais uma vez. Ela sentiu uma agitação em seu estômago enquanto ele
tomava os picos ainda endurecidos em sua boca e os
chupava profundamente. Quando ele mordeu suavemente sobre um
deles, ela arqueou para fora da espreguiçadeira, e sentiu o despertar do
prazer começar a subir novamente.

Ela tinha ouvido falar sobre mulheres que podiam ter mais de um
orgasmo, mas ela nunca pensou que poderia ser tão sexual. Seus olhos se
arregalaram em choque quando sentiu o calor insuportável subir por seu
corpo novamente. Seus dedos ainda estavam dentro dela, lentamente
bombeamento dentro e fora de suas dobras aquecidas, e ela mais uma vez
começou a se remexer em seu toque. Ele moveu o corpo para cima, e de
repente seus lábios estavam colados nos dela.

Ele empurrou sua língua dentro de sua boca, dando tanto quanto
tomou. Ele então afastou a mão de seu corpo, e ela gritou na sensação de
vazio. Ela precisava de mais, e não sabia nem o que era essa
necessidade.

"Por favor", ela gritou, sem saber pelo que estava implorando.

Ela sentiu o peso de seu corpo quando ele abriu suas coxas. Ele
estava gloriosamente nu em cima dela, e ela avidamente esfregou as mãos
ao longo do comprimento musculoso de suas costas e braços. Ele a estava
beijando tão profundamente que ela mal podia respirar, e não se
importava. Ela não precisava de oxigênio. Ela não precisava de nada além
da sensação do que ele estava fazendo com ela. De repente, ela sentiu a
pressão quando ele empurrou contra sua abertura, e uma nova onda de
calor a afetou, umedecendo ainda mais o corpo dela para a penetração.

Ele afastou os lábios dos dela e mordeu suavemente em seu


pescoço novamente quando empurrou dentro dela num longo movimento.
Ela ficou tensa com o tamanho do homem. Ela sabia que ia precisar de
um longo tempo antes pudesse levá-lo sem se sentir esticada além de
seus limites. Seu corpo o levou para dentro, porem, e quando ela se
ajustou em torno dele, o prazer era quase demais para suportar. Ela o
ouviu xingar enquanto tentava ganhar algum controle de si mesmo. Ela o
sentiu começar a se retirar, mas ela finalmente tinha se ajustado ao seu
tamanho, e queria que ele se movesse dentro dela, e não deixasse-a
vazia.

Ryan podia sentir que a esticou muito. Ele era muito grande para
ela. e precisava retomar algum controle sobre si mesmo. Como pode
esquecer a visão de seus lençóis da última vez? Mas então ela enrolou as
pernas em torno dele e empurrou seus quadris para cima, e ele perdeu
todo o senso de controle. Com o seu impulso, ele foi enviado ao longo da
borda, e não havia nenhuma maneira de voltar.

Nicole podia sentir o brilho do suor de ambos, o que lhes permitia


facilmente esfregar um contra o outro. Quando ele agarrou seus quadris e
começou a empurrar dentro e fora dela mais e mais rápido, ela
rapidamente chegou a um estado em que deixou de pensar. Seus mamilos
estavam esfregando contra seu peito duro, e cada vez que ele afundava
profundamente dentro dela, seu broto inchado escovava contra o seu osso
pélvico. Considerando todas as sensações que ele estava dando a ela, ela
podia sentir o orgasmo se preparando para explodir sua mente. Ela o
segurou e nem sequer pensar em pará-lo.

Ele estava empurrando dentro dela cada vez mais forte e, de


repente, ela não aguentava mais. Seu corpo ficou tenso quando mais uma
explosão a desintegrou e correu através dela. Ela balançou quando onda
após onda de eletricidade disparou através de seu corpo. Suas pernas
estavam em um aperto de morte em torno de sua cintura, e suas unhas
cravaram em seus ombros. A liberação percorreu através dela uma e
outra vez, e ela não pôde evitar o grito que soou em sua garganta
queimando.

Ryan ficou insano enquanto empurrava profundamente dentro dela,


mas quando ela começou a gozar, ele estava completamente perdido. Ele
deixou seu próprio grito de prazer sair quando se esvaziou
profundamente dentro dela. Ela era a mulher mais apaixonada que ele já
tinha tomado, e ele não queria que isso acabasse, mas como poderia
esquecer do passado? Ela era diferente de qualquer outra coisa que ele já
tinha experimentado.

Ela continuou a aperta-lo conforme convulsionava, drenando-o até


a última gota. Ele caiu contra ela, exausto de satisfação, e em seguida os
virou de lado.

Seu corpo estava queimando, e ele estava grato pela brisa suave
soprando contra eles. Ele não conseguia abrir os olhos enquanto ele
estava lá com ela em seus braços. Ele acariciou suas costas e nenhum
deles disse nada. Eles sempre poderiam falar mais tarde.
Nicole acordou, porque estava congelando. E começou a entrar em
pânico quando se perguntou onde estava. Enquanto se movia, sentiu
braços em volta dela, e tudo que tinha acontecido voltou com a força de
um guindaste de demolição.

Ela não podia acreditar no quão facilmente tinha caído nos braços
de Ryan, mais uma vez. Ela nunca conseguiria convencer o homem que
não queria estar num relacionamento quando continua a cair na cama
com ele no segundo em que ele a tocava. O seu objetivo era fazê-lo ficar
enjoada dela, para que então ela e Patsy pudessem continuar com suas
vidas. Ela já estava começando a ter sentimentos profundos por ele
novamente, algo que nunca deveria acontecer. Ele ficou com ela
simplesmente para ter algum tipo de vingança pela forma como ela o
deixou. Ele não podia saber que ela tinha feito o que fez pelas melhores
razões possíveis.

Ela lentamente começou a se desembaraçar dos braços dele. Ele


começou a se mexer então, e ela ficou completamente imóvel.

Ela não queria nada mais que ficar tão longe dele quanto pudesse,
para descobrir o que fazer a seguir. Ela sabia que ele ficaria zangado com
ela, já que ele tinha sido bem claro quanto à proibição de ela correr de
sua cama novamente, mas onde dormir era uma das poucas coisas em
seu controle, e ela não podia ganhar sempre. Além disso, ela não
estava tecnicamente em uma cama, então não estava quebrando qualquer
uma de suas regras ridículas.
Ela finalmente conseguiu se desembaraçar dos braços dele, e
procurou pelo deck escuro por sua roupa. Felizmente o vestido não tinha
sido completamente despido, e sua jaqueta leve foi fácil de encontrar. Ela
não podia achar a calcinha, porem, mas decidiu que isso não importava.

Ela caminhou em direção à porta e viu a cadeira sob a maçaneta.


Ela ficou tanto horrorizada quanto aliviada ao vê-la. Ela estava
feliz que ninguém tinha sido capaz de sair e encontrá-la deitada em seus
braços e semi nua, mas ainda horrorizada que ele tivesse pensado em
prender os dois. Ele deve ter tido zero dúvidas de que ela fosse sucumbir
a ele, mais uma vez.

Ela estava tentando decidir como remover a cadeira sem fazer


barulho quando avistou uma escada à sua esquerda. Ela se aproximou e
ficou aliviada ao ver que levava para o pátio abaixo. Ela sabia que a
caminhada de volta para a sua casa era longa, mas havia um caminho, o
que era bom para ela. Ela teria muito tempo para pensar sobre o que
fazer a seguir.

Ryan acordou um tempo depois que Nicole escapuliu e olhou em


volta, incrédulo. Ele não podia acreditar que, mais uma vez, ela o tinha
deixado. Ele tinha dito claramente para ela não deixar sua cama, mas
teve que sorrir ironicamente para si mesmo quando percebeu que ela
realmente não tinha quebrado sua regra, considerando que tinham
dormido numa espreguiçadeira. Ele se levantou e endireitou sua roupa. O
sol estava começando a surgir no céu, dando-lhe um pouco de luz.

Ele viu sua calcinha delicada no chão, completamente destruída.


Ele a jogou no bolso e, em seguida, olhou ao redor. Não havia nenhum
sinal dela, em qualquer lugar. Ele viu que a cadeira ainda estava sob a
maçaneta da porta, então soube que ela tinha escapado descendo as
escadas.

Ele endireitou os ombros e se dirigiu para o seu veículo. Não havia


nenhuma maneira que ele quisesse correr o risco de ver seus primos
agora. Eles saberiam o que tinha acontecido se o vissem. E Ryan não
poderia viver com todos sabendo que sua mulher tinha saindo
sorrateiramente no meio da noite. Inferno, Derek e Drew eram ambos
homens incrivelmente sortudos. Eles tinham belas esposas que
idolatravam. Suas mulheres não eram de modo algum impulsivas, e
certamente tinham dado ao seus primos maneiras de gastar dinheiro. Mas
ele sabia que elas não saíam de suas camas no meio da noite.

Não, seus primos mais provavelmente acordavam plenamente


satisfeitos todas as manhãs, em vez de doloridos.

Felizmente não havia ninguém por perto tão cedo de manhã, e ele
foi capaz de passar despercebido. Ele foi direto para casa, onde planejava
ter uma luta empolgante com sua mulher, ao fim da qual ela certamente
aprenderia o seu lugar. Ele iria lhe ensinar que seu lugar era na cama
dele. Ele se encolheu um pouco com o quanto esse pensamento soou
chauvinista, mas não se importava: ela era sua e precisava aprender isso.

Ryan normalmente não era um homem que aceitava a derrota - era


por isso que ele tinha bilhões de dólares em sua conta bancária - e ela
logo aprenderia este fato. Ele se aproximou de sua garagem, tremendo
com antecipação, e diminuiu a velocidade do carro enquanto se dirigia a
longa entrada de automóveis. Ele poderia tomar seu tempo agora, porque
sabia que em breve ia conseguir o que queria.

Ele entrou pela porta da frente e percebeu que tudo estava quieto
na casa. Ele subiu e viu que Patsy estava dormindo profundamente. Ele
sorriu para sua pele muito mais saudável, sabendo que ela ia ficar bem.
Só isso já valia a pena todo o sofrimento que sua irmã estava lhe
dando.

Ele subiu as escadas e, é claro, ela não estava em seu quarto. Ele
soltou um suspiro frustrado. Em seguida, ele foi para o quarto onde a
tinha encontrado na última vez, e abriu a porta. Sua respiração foi tirada
dele. Em pé diante dele estava Nicole, vestindo nada além de uma toalha.
Ela era tão incrivelmente linda, mesmo sem um pingo de maquiagem no
rosto e com cabelo pendurado bagunçadamente pelas costas.

Ela olhou para ele, e ele olhou para ela. Era hora de deixá-la saber
como uma amante tinha que agir.

Ela parecia ter esquecido o que era no último par de semanas.

"Eu acordei sozinho novamente", afirmou o óbvio.

"E isso me preocupa por quê...?", Ela perguntou, levantando uma


de suas sobrancelhas. Sua resposta sarcástica fez seu sangue ferver.

"Eu lhe disse para não sair da minha cama no meio da noite", ele
rosnou para ela.

"E eu respondi que ia fazer o que eu quisesse", ela estalou de volta.


Ele lentamente começou a persegui-la, e ficou satisfeito quando seus
olhos arregalaram e ela começou a fugir dele.

"Você está tentando quebrar o nosso acordo, Nicole?", Ele


perguntou em voz baixa.

"Você não me possui," ela sussurrou.

"Oh, eu possuo você, Nicole. Nosso acordo é que eu ajudaria sua


irmã, e então você seria minha amante até eu enjoar de você. Você não
está me mantendo muito feliz agora, então eu acho que poderia
simplesmente jogar você e Patsy para fora daqui. Mas então ela não iria
receber o tratamento médico que ainda precisa", ele a ameaçou. Ele sabia
que estava indo muito longe, mas estava tão irritado que não se
importava.

"Você não faria isso", disse ela, sem muita confiança.

"Me teste. Deixe minha cama novamente e você verá exatamente o


que eu vou fazer", disse ele com um sorriso confiante. Ele rezou para que
ela não percebesse seu blefe, porque não havia nenhuma maneira no
inferno que ele pudesse punir Patsy. Seu trunfo era que Nicole não
tinha ideia do que ele ia ou não fazer.

"Eu odeio você", ela cuspiu nele. Ele deu um grande sorriso para ela
quando seu olhar passou sobre seu corpo. Ela estava corada, e sua
respiração estava saindo em ondas. Ela pode odiá-lo, mas o corpo dela o
queria, e ela não podia negar isso.

"Tem certeza? Certamente você não agiu como se me odiasse


quando estava gemendo em meus braços", disse ele com confiança.

"Como você pode ter tanta certeza de que eu não estava fingindo a
coisa toda?", Disse ela com sua própria versão de um sorriso arrogante.
Mas ela não o enganava. Seus olhos se estreitaram ainda mais, e ele
caminhou para mais perto dela. Ele agora a tinha presa contra a cama,
sem nenhum lugar para ir. Ele estava respirando tão fortemente quanto
ela, e seu temperamento estava perto do ponto de ruptura.

Ele passou a mão ao longo da parte de cima da toalha, fazendo o


corpo dela tremer, fazendo-a trair suas palavras. Ele sorriu em triunfo
mais uma vez, e ela continuou a encara-lo. Ela tinha perdido seu blefe, e
ele ganhou. Era definitivamente um sentimento inebriante.

"Negue tudo que quiser, mas você me quer tão mal quanto eu quero
você. Você pode jogar de mártir, mas nós dois sabemos que partilhar
minha cama não é nenhuma dificuldade para você ", disse ele enquanto
continuava a acariciar sua pele.
Ela não disse mais nada; ela sabia que tinha perdido a pequena
batalha, mas não iria ceder toda a guerra.

Ela elevou o queixo em desafio, o que só o fez sorrir mais. Ele


agarrou o nó em sua toalha e, com um movimento fluido tirou a coisa fora
dela, deixando-a completamente nua.

Nicole suspirou em voz alta por sua ousadia, e queria muito se


cobrir. Se sentia exposta em pé diante dele completamente nua. Não havia
maneira de esconder o seu efeito sobre ela, com seus mamilos já
endurecidos em picos apertados.

Ryan sentiu como se tivesse levado um chute no estômago com a


visão de suas curvas exuberantes ante ele, e assim de repente não estava
mais com raiva. Ele estava faminto, e ia aproveitar para provar a ela o
quanto ela precisava dele. E ele fez exatamente isso durante as próximas
várias horas, sentindo imensa satisfação enquanto ela permanecia
adormecida em seus braços depois.

Ele, porem, ainda estava muito ligado para adormecer, e lentamente


se desembaraçou dela. Ele se sentia muito melhor, e decidiu fazer algum
trabalho. Ele havia provado seu ponto e, embora soubesse que ela ainda
ia lutar com ele a cada passo do caminho, não achava mais que fosse
acordar e encontrá-la em outra cama novamente.

Ele percebeu então que sempre esteve rodeado de mulheres


dispostas a fazer o que ele quisesse com a menor curva de seu dedo, e que
enjoado disso. Ele estava feliz por ela ser teimosa e independente. Ela
certamente nunca dava nada fácil. Na verdade, ele até assobiou enquanto
tomava seu banho e se vestia para o dia, antes de descer as escadas. A
corrida para o escritório não demorou muito também.

Ele quase riu em voz alta com os olhares aliviados de sua equipe
quando sorriu e lhes perguntou como seus dias estavam indo. Ele não
tinha percebido quão completamente resmungão tinha sido. Ele também
tinha a sensação que seu humor iria melhorar ainda mais conforme ele
passava os dias com Nicole. Ele apertou o botão para chamar sua
secretária.

"Você pode, por favor, ter Nicole na linha?", Perguntou ele.

"Sim, senhor", ela respondeu de forma eficiente. Ele poderia ter


facilmente ligado ele mesmo, especialmente porque estava sentado em sua
mesa sem fazer nada, apenas antecipando o sentimento de ouvir sua voz
na linha. Mas esse era um jogo de quem tinha mais poder, e ele estava
determinado a vencer.

"Ela está na linha três, senhor", a voz falou no interfone. Ele


obrigou-se a esperar um total de dois minutos antes de pegar o telefone.

"Olá, é Ryan", ele falou ao telefone, como se estivesse entediado.

"Você é a pessoa que me ligou", disse ela exasperada, como se ele


tivesse esquecido com quem estava falando.

"Oh sim, eu quase esqueci", Ryan mentiu para ela. "Eu gostaria que
você viesse para o escritório hoje, para almoçar comigo", ele disse.

"Estou ocupada", disse ela de forma simples, e seu humor


evaporou.

"Bem, então você terá que desfazer quaisquer planos que tenha
feito, e estar aqui ao meio-dia", ele disse, sem nenhum espaço para
discussão. O outro lado da linha ficou em silêncio por tanto tempo que ele
estava começando a pensar que ela, na verdade, teve a audácia de
desligar. Seu bom humor foi embora, e ele estava prestes a explodir.

"Tudo bem, eu vou estar ai," ela finalmente disse, em uma voz nem
um pouco feliz.

"Bom, eu vou ver você, então", ele praticamente gritou antes de


desligar o telefone. Ele estava fervendo como louco quando sentou em
sua cadeira. Havia mulheres que estariam escalando o prédio só para
gastar um minuto em sua companhia, e a única mulher que ele realmente
queria estava agindo como se estivesse indo para a forca toda vez que ele
solicitava sua presença. Ele ficou absolutamente puto, e precisava
recuperar rapidamente algum controle sobre si mesmo. Ele se recusava a
deixa-la afetá-lo tanto.

"Senhor Titan, você tem uma chamada internacional na linha um,"


a voz de sua secretária veio pelo interfone.

"Eu atendo", ele respondeu para a mulher. Ele não obteve resposta.
Sua equipe tinha pavor de que tipo de humor ele estaria, porque ele
mudava a cada dois minutos. Ele atendeu a chamada, e estava grato que
ela tivesse o ocupado durante o próximo par de horas. Ele não tinha
tempo para sentar e pensar sobre o que Nicole estava pensando ou
fazendo.

Ele estava trabalhando em uma de suas contas quando sua porta


se abriu. Ele ficou surpreso, pois nunca ninguém entrou em seu escritório
sem ser anunciado, ou pelo menos bater. Ele estava prestes a expulsar o
intruso por ousar interrompe-lo em seu estado de espírito atual quando
Nicole fluiu através da entrada.

"Será que ninguém lhe ensinou boas maneiras? Você deve bater
antes de entrar no escritório de alguém. Eu poderia estar numa reunião
importante", ele virou para ela. Ela levantou as sobrancelhas e pôs um
sorriso no rosto, o que não ajudou seu humor. "Onde diabos
está a minha secretária, de qualquer maneira? Ela deveria ter te parado."

"Você obviamente esteve aterrorizando o seu pessoal, e eu disse a


sua secretária que tínhamos marcado de almoçar juntos, e, portanto, não
havia necessidade de interrompê-lo. Se você tem um problema com isso,
pode descontar em mim e não ela. Eu acho que se você explodir sobre a
pobre mulher mais uma vez ela vai sair pela porta enquanto te diz onde
você pode enfiar sua atitude ruim", ela disse com arrogância.
"Então, eu acho que você está me dizendo como administrar meu
escritório agora?", Ele a questionou.

"Obviamente alguém precisa fazer isso", ela soltou de volta.

"Você me deixa ao ponto de loucura", ele retrucou.

"Bem, é recíproco. Eu não vejo por que você quer continuar com
este arranjo quando nós dois estamos tão miseráveis. Você é o único que
insistiu pra eu vir para cá", ela gritou. Ele sabia que sua equipe estava
escutando pedaços de sua conversa, mas não se importava realmente.

"Estou com fome, vamos", ele ordenou e saiu pela porta, não
confiando em si mesmo para tocá-la. Ele estava de mau humor, e ia
acabar jogando-a sobre a mesa. Ele queria dobra-la a sua vontade, mas,
ao mesmo tempo, parte de sua atração imensa por ela era devido ao fato
de ela não ser apenas uma outra fêmea choramingando e querendo
agradar. Ele não se importaria se demonstrasse um pouco de apreciação,
no entanto.

"Sim, senhor", ela murmurou. Ele fingiu não ouvir. Era melhor para
ambos dessa maneira. Ao atravessar os escritórios, ele notou que seus
funcionários não estavam fazendo contato visual com ele. Então ele
começou a se sentir um pouco mal sobre isso. Ele normalmente não era
um urso, e as pessoas costumavam gostar de trabalhar para ele. Ele
realmente tentaria não descontar suas frustrações em seus empregados.
Ele olhou para sua secretária e esperou até que tivesse sua atenção.

"Hora do almoço para todos hoje, e usem o meu cartão de crédito.


Após o almoço, aqueles que não têm coisas imediatas para fazer podem
ter o resto da tarde de folga", ele disse, já caminhando em direção aos
elevadores. Ele sorriu enquanto os rostos de seus empregados se
iluminavam.
"Obrigado, Sr. Titan," algumas pessoas gritaram quando ele entrou
no elevador. Ele acenou com a cabeça antes das portas se fecharam,
prendendo ele e Nicole no pequeno espaço.

"Isso foi muito gentil de sua parte," Nicole disse. Todo o seu
comportamento tinha relaxado com essas poucas palavras que ele tinha
proferido. Ele olhou para ela com surpresa. Ela jogou mil dólares de
presentes de volta em seu rosto com desprezo, mas quando gastava
algumas centenas de dólares para pagar o almoço à estranhos ela ficava
toda morna e distorcida. Ele não conseguia entendê-la.

"Eu sou um cara legal", disse ele com um olhar de soslaio. Ele
então não pode mais aguentar o espaço entre eles, e estendeu a mão para
puxá-la em seus braços. Ela endureceu por cerca de dois segundos, em
seguida, seu corpo derreteu no dele. Química sexual não era algo que
estava faltando. Ele a beijou com toda sua raiva reprimida, e quando o
elevador chegou no térreo, ambos estavam ofegantes.

Sua equipe de segurança agiu como se não tivesse visto nada,


felizmente. Ele sabia que as câmeras nos elevadores lhes tinham
proporcionado um show. Se Nicole soubesse, ficaria mortificada. Ele teria
que falar com sua equipe sobre uma limpeza no elevador, porque de
repente ele precisava ter uma maneira de desligar esses monitores.

Ele a puxou para as ruas movimentadas de Seattle e a levou para


um pequeno restaurante. Havia tantos pequenos cafés com excelente
comida na cidade que ele estava constantemente sendo surpreendido.
Nicole se esbaldou, e eles desfrutaram de um almoço agradável juntos.

Quando ela não ficava na defensiva contra ele e realmente relaxava,


ele podia ver pedaços da adolescente pela qual tinha estado apaixonado
tantos anos antes. Isso tinha que ser a razão pela qual ele ainda não
podia deixa-la ir. Ele simplesmente tinha que se purificar daquelas longas
e antigas fantasias adolescentes. Ele ficaria bem uma vez que tivesse feito
isso.

"Vamos fazer algumas compras", ele disse. Ela usava a mesma


roupa outra vez e, não que ela parecesse ruim em qualquer coisa que
usava, mas ele era um homem incrivelmente rico e não seria feito de
bobo.

"Eu não quero deixar Patsy sozinha por muito tempo", disse ela
enquanto o seguia para o carro esperando por eles. Ela não tinha sequer
ouvido-o chamar seu motorista.

"Patsy não esta sozinha, e vai ficar bem sem você por mais algumas
horas", disse ele com frustração. Ela procurava qualquer desculpa para
ficar longe dele, e ele não ia mais permitir isso.

"Eu sei, mas ela ainda precisa de mim", disse Nicole. Ela tinha que
lutar contra sua atração por Ryan a cada segundo que eles passavam
juntos, e isso era exaustivo. Ela tinha ficado vacilante desde o beijo
apaixonado no elevador. Isso podia ser algo que ele fazia em uma base
diária, mas a deixou fora de seus pés, e tomou lhe cada grama de
concentração manter uma conversa com ele.

Ela também achou extremamente difícil manter distância do


homem quando ele era encantador, como quando pagou o almoço da
equipe. Ele não tinha, na verdade, admitido ser um urso em torno deles,
mas pediu desculpas com seu gesto. Ela tinha certeza de que ele já tinha
sido perdoado por sua equipe.

O homem tinha um jeito carismático que simplesmente fazia as


pessoas quererem pular para agrada-lo.

Eles chegaram num shopping que ela nunca tinha ido. A loja mais
barata no local era muito além do que seu orçamento permitiria.
Ela estava um pouco auto-consciente entrando no prédio em seus atuais
jeans e camiseta. Ela manteve a cabeça erguida, porem, porque a roupa
não fazia a pessoa. Ela não precisa de itens de fantasia para se vestir e se
tornar tão boa quanto as outras mulheres ao seu redor.

Enquanto caminhavam ao redor ela não pode deixar de notar os


olhares esnobes que ela recebeu de algumas mulheres, porem, enquanto
outros pareciam ser olhares de inveja. A maioria das mulheres
provavelmente pensou que ela fosse uma parente pobre de Ryan, porque
ele certamente se encaixava com a multidão em seu terno Armani feito
sob medida e sapatos italianos.

Eles entraram em uma loja e a atende se aproximou ansiosamente,


praticamente ronronando para Ryan. Nicole sentiu uma ligeira pontada de
ciúme, e teve que lutar para se controlar. Ryan sorriu para ela, muito
brilhantemente na opinião de Nicole.

"Como posso ajudá-lo?", Ela perguntou a Ryan, ignorando


completamente Nicole. Ela estava um pouco irritada com isso.

"Nós precisamos comprar um guarda-roupa inteiro. Tenho certeza


que você vai ser capaz de nos ajudar", ele praticamente ronronou para a
vendedora. A mulher realmente corou um pouco por seu sorriso brilhante,
e Nicole teve que engolir as palavras que queria gritar para a piranha.

Mas então ela percebeu que eles estavam numa loja para mulheres,
e o que ele estava pretendendo. Seu rosto ficou escarlate quando a mulher
se virou para ela para uma avaliação. Ela podia ver que a vendedora
queria saber quem ela era, e ela também podia ver que ela estava
esperando que Nicole fosse a irmã mais nova.

"Eu certamente posso ajudá-la com roupas novas. Por favor, siga-
me", disse ela, movendo os quadris muito mais do que o necessário
quando se afastou.

"O que você pensa que está fazendo?" Nicole acusou debaixo de sua
respiração, certamente não querendo que a mulher muito elegante a
escutasse.
"Estou comprando algumas roupas", disse ele. Ele então olhou para
ela como se ela não fosse muito inteligente, uma vez que eles estavam de
pé numa loja.

"Eu não pedi para você me comprar roupas, nem as quero", ela
sussurrou para ele, e começou a caminhar para fora da loja. Ele estava
tão atordoado por sua recusa que quase lhe permitiu sair pela porta. No
último segundo, porem, ele levantou seu braço, agarrando-a.

"Você vai me permitir fazer isso. Você precisa se vestir de uma


determinada maneira para as ocasiões que eu quero que você participe",
ele disse. Eles apenas olharam um para o outro por alguns momentos.
Nicole estava tentando descobrir como sair da loja sem fazer uma cena.

"Você vem?" Perguntou a vendedora da parte de trás da loja, com


alguma preocupação em sua voz.

Ela estava mais provavelmente preocupada em perder a enorme


comissão que ele tinha prometido.

"Sim, estamos indo", disse Ryan, e literalmente arrastou Nicole para


a parte de trás da loja. Antes que ela percebesse, a mulher encantadora a
tinha sem suas roupas, de pé em nada além de sutiã e calcinha, tomando
suas medidas.

Ryan sentou ali, frio como gelo enquanto a observava. Ela virou o
rosto e teve que lutar contra as lágrimas - estava com tanta raiva. A
vendedora, cujo nome era Barbie - muito apropriado, Nicole pensou -
maliciosamente estava trazendo itens diferentes para a aprovação de
Ryan.

Nicole se recusou a comentar sobre um único item; Ryan escolheu


tudo. Ela não precisou provar qualquer coisa, já que as roupas foram
escolhidas a partir das medições que a mulher tinha tomado
anteriormente. Todo o calvário durou algumas horas e, no momento em
que terminou, Nicole tinha tanta dor de cabeça que não poderia
ter descrito um único item que Ryan escolheu. Ele pediu que todas as
roupas fossem embaladas, em seguida, teve seu motorista levando todas
para o carro.

Ela pensou que ele tinha acabado de desperdiçar uma quantidade


incrível de dinheiro, porque ela não usaria uma única coisa que ele tinha
escolhido. Ele poderia guarda-las para a sua próxima amante. Ela não ia
ser comprada.

Eles chegaram ao escritório e ela prontamente saiu do carro e foi


embora. Ela estava cansada, e tinha falado para ele que queria voltar para
casa, tomar um banho quente e esquecer que esse dia tinha acontecido.
Se ela ficasse em torno dele por muito mais tempo ia acabar batendo em
seu lindo rosto.
Ryan tinha a oportunidade de trabalhar num local histórico
incrível. Era a primeira vez em sua vida que ele queria fazer um projeto à
distância, mas no final, era simplesmente uma oportunidade
grande demais para deixá-la ir.

Então, ele não podia acreditar que estava mesmo considerando não
fazê-lo. Mas Patsy não estava pronta para deixar o país, logo, não havia
nenhuma maneira que ele pudesse levar Nicole. Ela ficaria miserável
querendo saber como sua irmã estava indo.

As coisas tinham ficado muito melhores ao longo do último mês.


Ela ainda lutava com ele a cada passo do caminho, e sua fome por ela
ainda era tão forte como tinha sido desde o primeiro dia. Mas, ele ainda
acordava muitas manhãs sozinho. Ela não tentou subir em outra cama,
mas ele iria encontrá-la no sofá, assistindo a um filme, ou no jardim. Ele
não podia reclamar e mantê-la em sua cama 24/7, embora fosse gostar de
fazer exatamente isso.

Ele decidiu se esforçar a ir na viagem. Ele se recusava a deixá-la


alterar seu estilo de vida, especialmente quando ela não estava dando a
ele qualquer coisa de si mesma emocionalmente. Mas, mesmo assim, ele
achava que a viagem seria boa.

Talvez se ele se afastasse ela fosse sentir falta dele, e começar a


apreciar as coisas que ele fazia para ela. Ele estava feliz e esperançoso
sobre ela possivelmente sentir falta dele. Ele também estava com medo
que fosse ser o único doente e miserável pela separação.

Ele poderia jurar que ela era uma bruxa que tinha colocado-o sob
algum tipo de um feitiço. Ela se dava espetacularmente bem com todos os
membros de sua família. Ele parecia ser o único que não estava sob sua
pele. Ele nunca, nenhuma uma vez em sua vida adulta, durou tanto
tempo com qualquer mulher. Ele não conseguia o suficiente dela, mesmo
quando ela estava fugindo dele. Ele imaginou que a queria mais do que
qualquer coisa, e a única coisa sensata a fazer sobre isso era cortar os
laços.

"Ei, onde você foi?" Derek perguntou.

"Desculpe, minha mente se afastou," Ryan disse a seu primo.

"Sim, eu me lembro desses dias. Aposto que seus pensamentos


estavam cheios de uma beleza de cabelos escuros", disse Derek com um
abanar de suas sobrancelhas.

"Não, claro que não. Estou pensando na minha próxima viagem",


Ryan mentiu suavemente.

"Quando você vai?"

"Eu tenho que sair esta noite. E não vou estar de volta por pelo
menos um mês, talvez mais. Esperemos que até então eu vá ter um pouco
mais de controle sobre mim mesmo," Ryan respondeu. Derek realmente
teve a ousadia de rir, o que fez Ryan lhe lançar um olhar duro. Isso só fez
Derek rir ainda mais. Ryan imaginou que merecia, já que tinha
empurrado os botões de Derek quando ele tinha ficado miserável.

"Eu tenho uma viagem na próxima semana para o mesmo lugar,


então vou parar e ver no que você está trabalhando. Eu não tenho sido
capaz de levar Jasmine comigo faz um tempo, e acho que ela realmente
adoraria Roma," Derek disse com um olhar cheio de energia em seus
olhos.

"Sério Derek, você é repugnantemente agradável agora. Que diabos


aconteceu com toda aquela força corporativa?"

"Jasmine aconteceu. Eu não sabia que podia ser tão feliz, mas ó
homem, se eu estou longe dela, mesmo por uma noite, me sinto vazio",
disse Derek. O estômago de Ryan apertou com essas palavras. Ele estava
se forçando a ficar longe de Nicole por muito mais tempo do que uma
noite. Ele não era seu primo, embora, e não se permitiria pensar nisso.
Era uma boa ideia, pelo menos.

"Eu me sinto como o terceiro numa roda parvos em torno de você e


Drew agora", disse Derek, sentindo um pouco de pena de si mesmo. Ele
amava as esposas de seus primos, mas ambos estavam na lua de tanta
felicidade. Ele sentia como se eles estivessem compartilhando um grande
segredo que ele não podia entender.

"Vou ver se Drew e Trinity querem se juntar a mim na viagem. Eu


acho que Trinity nunca foi a Roma também. Eu não sei se posso arrastá-
los para longe das crianças, apesar de tudo."

"Sim, sim vocês podem todos vir e jogar a sua felicidade na minha
cara", resmungou Ryan. Ele podia estar reclamando um pouco, mas
ficaria muito feliz de ter sua família vendo um de seus projetos.

"Todas as brincadeiras de lado, eu acho que você tem algo especial


com Nicole. Siga o meu conselho e abaixe suas defesas, e talvez você terá
o mesmo olhar sentimental em seu rosto em breve", Derek disse a ele.

"Eu vou passar isso."

"Sim, isso foi o que eu disse também. Vamos ver se você vai durar
tanto tempo quanto eu", disse Derek, com um olhar compreensivo no
rosto. Derek se foi então, e Ryan tentou tirar Nicole de sua mente quando
começou a se concentrar em seu projeto. Ele realmente gostava de Roma.
Era um lugar bonito, e o projeto que ele estava aceitando era o maior e
mais antigo em que ele já trabalhou. Iria consumi-lo de todo o coração, o
que era uma coisa boa.

Ryan bateu o martelo com muito mais força do que era necessário.
Ele tinha estado no trabalho por mais de um mês, sentado numa mesa
nos bastidores, e ainda não tinha sido o suficiente para acabar com seu
mau humor. Ele não podia acreditar que ainda não tinha sido capaz de
tirar Nicole de sua mente. Ele tinha até mesmo ligado para ela varias
vezes, usando variadas desculpas, quando a verdadeira razão era só para
ouvir a voz dela. Ele estava indo para casa naquele dia. Simplesmente não
conseguia ficar separado dela por mais tempo. Ele ainda se tranquilizava
dizendo que simplesmente precisava tirá-la do seu sistema.

Sua família tinha aparecido e ficado devidamente impressionada com o


seu projeto, mas até mesmo a alegria normal que ele sentia na restauração
de um sítio histórico tinha ido embora. Ele tinha pego alguns dias de folga
para visitar a cidade com sua família, mas seu sorriso tinha sido falso, e sua
alegria havia sido parcial. Ele continuou a martelar sua frustração e, quando
terminou com mais um prego, decidiu terminar o dia.

Ele estava pronto para ir para casa e tomar de volta o que era dele.
Ele não podia tirá-la de sua mente, então a próxima melhor coisa era ir
para casa e ver como consertaria isso. Ele tinha um problema real, porque
além de Nicole, ele também tinha conseguido realmente se ligar a Patsy.
Inferno, ela ainda era uma criança, mesmo que fosse uma adolescente.

A primeira vez que ela disse 'eu te amo' para ele, tão casualmente,
seu coração tinha saltado em sua garganta. Não havia nenhuma maneira
que ele quisesse expulsá-la de sua casa. Ela parecia estar indo tão bem, e
suas notas estavam prosperando. Ele se recusou a pensar em qualquer
outra coisa. Seu único pensamento era chegar em casa e tomar Nicole na
sua cama, onde era o lugar dela.

Nicole estava deitada enquanto a luz solar filtrava através da janela,


acordando-a. Ela já tinha vivido na casa de Ryan por três meses, e tinha
caído de amor pelo lugar. Ele tinha estado fora ao longo do mês passado,
e ela nunca ia admitir mas, sentia falta dele como louca. Ele tinha ligado
algumas vezes, e ela sempre saia do telefone doendo para ser abraçada
por ele novamente. Ela estava com raiva de si mesma por ser tão fraca.

Seu quarto era um sonho, e maior do que seu antigo apartamento. Ela
ficou lá, apreciando a suavidade do colchão, embora ainda sentisse um vazio
por estar nele sozinha. Ela não podia acreditar no quão ligada tinha ficado a
Ryan novamente em tão curto espaço de tempo. Ela imaginou que nunca
tinha realmente deixado de amá-lo em primeiro lugar, e ficar perto dele
novamente agora era como uma faca em seu coração.

Nicole saltou da cama rapidamente para o banho, se vestiu e


dirigiu-se para fora. Ela passava cada momento que podia lá fora quando
o tempo permitia. A manhã estava começando bonita e quente, o que era
bastante incomum para Seattle: a casa da chuva.

Ela se dirigiu a uma das trilhas para uma corrida, aproveitando o


pouco da luz solar, não muito longe dos limites da cidade. Quando ela
correu ao longo da trilha se sentiu como se estivesse em um parque em
vez de um quintal. Mas ela perdeu força rapidamente, o que era normal
ultimamente, embora ela não entendesse. Ela estava acostumada a se
movimentar freneticamente todos os dias, e não sabia por que seus níveis
de energia tinham estado tão fracos recentemente.

Enquanto Nicole caminhava, ela pensou em sua irmã mais nova.


Ela amava o quão bem Patsy estava indo. Ela estava de volta à escola, e
mais saudável do que nunca. Ela tinha se apaixonado pela escola de
ensino médio que Derek tinha insistido para ela frequentar. Ela também
tinha novos amigos, que tinham estado na casa um monte de vezes, e
estava até se preparando para sua primeira dança.

Nicole se sentia culpada por gastar mais do dinheiro de Ryan, mas


quando ele descobriu sobre a dança insistiu para ela comprar
para Patsy o melhor vestido. Jasmine e Trinity, conhecendo muito mais
as últimas modas do que ela mesma, foram convidadas a vir junto com
elas escolher um vestido, e entusiasticamente concordaram.

Pasty teve o melhor dia em muito tempo quando as meninas não só


escolheram um vestido, mas novos sapatos e acessórios, e até mesmo
uma pequena tiara para ela usar. As meninas, em seguida, as arrastaram
de loja em loja, onde Patsy tinha sido abastecida com todo um novo
guarda-roupa. Elas tinham encontrado vários itens para Nicole também, e
ela estava se encolhendo só de pensar na conta final.

Ela não tinha tido coragem de dizer não a Patsy, embora, e nunca
tinha visto os olhos da sua irmãzinha se iluminarem com prazer tão intenso.
O dia não tinha sido concluído até que todas elas foram para manicures
e pedicures. Patsy tinha até colocado unhas falsas para usar em sua dança.
Ela tinha estado exibindo-as em torno da casa desde então.

Naquela noite, quando Ryan ligou, Patsy saltou sobre o telefone e


falou com ele por cerca de quinze minutos.

Ela narrou todo o dia dela, e todas as roupas incríveis que tinha
comprado. Ela não tinha qualquer pista que tinha sido ele quem mandou
comprar tudo. Enquanto ela se preparava para entregar o telefone para
Nicole, disse a ele que o amava, como apenas uma adolescente podia
fazer, e Nicole teve que lutar contra as lágrimas.

Ela sabia que seria considerada a pessoa mais malvada do mundo


se tentasse afastar Patsy da casa onde ela fez novos amigos. Mas então,
elas teriam que sair, eventualmente, quando Patsy terminasse a escola, se
não mais cedo. Quando Ryan ficasse enjoado dela, elas estariam fora.
Nicole tinha a sensação de que Ryan poderia permitir que Patsy ficasse,
porem, já que parecia bastante ligado a ela.

Nicole sentiu uma picada na perna, o que a trouxe de volta para o


presente. Ela olhou para baixo para ver vermelho escorrendo por sua perna.
Ela entrou em pânico por um momento, pensando que algo a havia mordido,
mas quando ela olhou mais de perto, percebeu que era tinta. Ela sorriu
quando percebeu que as crianças estavam do lado de fora com uma arma
de paintball novamente. Ela correu para brincar com eles várias vezes antes.

"Ei, eu sou um espectador inocente", ela gritou com bom humor.

"Nicole, desculpe, não sabíamos que você estava aqui," o menino


mais velho, Jacob, disse, quando veio correndo até ela parecendo muito
culpado. Ele tinha vários amigos correndo atrás de si, todos com as
mesmas expressões de culpa em seus rostos. "Eu ouvi um barulho por
aqui, e pensei que era um dos caras", disse ele, como um blush leve em
suas bochechas.

"Eu estou bem Jacob, e parece que vocês estão tendo um grande
momento", ela o tranquilizou.

"Estamos. Você quer se juntar a nós?", Ele ofereceu. Os outros


garotos assentiram com a cabeça, encorajando.

"Não, eu tenho que voltar, mas talvez da próxima vez", ela disse. Ela
se virou para caminhar de volta para a casa, e os meninos correram na
outra direção, gritando e disparando ao mesmo tempo.
Ela sorriu para si mesma. Jacob era sobrinho de Ryan, bem,
tecnicamente ele era seu primo, mas os três homens eram mais como
irmãos, e seus filhos os chamavam de tios. Ela ficou impressionada com a
família muito coesa.

Ela finalmente chegou em casa e percebeu o paintball bateu mais


forte do que pensava inicialmente. Ela tinha um ligeiro coxear e um
enorme nó em sua perna. Ela entrou na cozinha para que pudesse se
limpar quando uma sombra quase a assustou até a morte.

"O que aconteceu com sua perna?", Disse Ryan para ela. Ela ficou
sem fala por um momento quando olhou para cima e o viu de pé diante
dela. Ela não estava esperando que ele voltasse por mais algumas
semanas, e estava seriamente preocupada com o quanto queria jogar seus
braços ao redor do homem que assombrou seus sonhos a cada noite.

"Eu levei um tiro com um paintball, mas parece muito pior do que é. Isso
é apenas tinta", disse ela, e se inclinou para passar o dedo sobre a pintura.

Ryan soltou a respiração que estava segurando. Ele tinha sentido


muito a falta dela, e quando chegou em casa e não foi capaz de encontrá-
la, tinha ficado um pouco louco. Ele pensou que ela poderia tê-lo deixado,
mas suas roupas estavam lá, e a sala estava cheia com as coisas de Patsy.
Ele sorriu ao pensar no quão bem Patsy estava. Pelo menos uma delas
não tinha qualquer problema com ele lhes dando presentes. Nicole agiu
como se ele estivesse cometendo um pecado quando ele tentou dar-lhe
qualquer coisa. Como se ele estivesse insultando-a.

Ele tinha mais dinheiro do que poderia gastar, e ela não queria
deixá-lo nem comprar-lhe um simples par de jeans. Ele não permitiria que
as pessoas pensassem que ele a maltratava, de qualquer forma. Ele iria
comprar suas coisas, mesmo se tivesse que, literalmente, levá-la para os
vestiários e vesti-la.

Ele ficou duro só de pensar nesse cenário.


Ele olhou para ela, desde os dedos dos pés até o topo da cabeça.
Ela estava sem maquiagem, com o cabelo jogado para trás em um rabo de
cavalo desleixado, e estava usando roupas de trabalho soltas. Ela nunca
pareceu mais sexy para ele. Droga, ele estava num estado muito ruim.

"Como você levou um tiro?"

"Oh, seus sobrinhos estão tendo uma guerra de paintball, e eu


estava no lugar errado na hora errada. Poderia ter sido pior: eles
poderiam ter acertado um tiro mortal", disse ela com uma risada. Seus
lábios subiram ligeiramente nos cantos.

"Eu senti sua falta", disse ele antes que pudesse se impedir. Ele não
tinha a intenção que isso escorregasse para fora de sua boca, mas pelo
brilho nos olhos dela, tinha sido a coisa certa a dizer. Ele tinha a
sensação de que ela sentia falta dele também, embora não se achasse
capaz de levá-la a admitir isso.

"Hum, eu... hum, preciso... Hum... vou lavar isso de mim", ela
gaguejou, agindo mais como uma criança de escola secundária do que
como uma adulta crescida. Ela precisava melhorar isso, então
rapidamente fugiu de lá antes de ver o grande sorriso no rosto de Ryan.
Era o primeiro sorriso genuíno que ele teve desde a noite em que a
arrastou do restaurante.

Ele começou a assobiar quando a seguiu até as escadas. Ele iria


espera-la sair do chuveiro e, em seguida, providenciar o que eles tão
desesperadamente queriam. Seu corpo tinha sido despertado, o que
tornava difícil subir as escadas, mas a dor valeria a pena. Logo ela estaria
aliviando isso por ele.
"Onde diabos você estava?", Perguntou Ryan
furiosamente quando Nicole entrou pela porta. Ele chegou em casa cedo
do trabalho, e ela tinha ido embora. Ele não gostava da sensação de não
saber onde ela estava.

"Não que seja da sua conta, mas eu estava no trabalho," ela estalou
de volta para ele. Ele estava de volta por uma semana, e mesmo que eles
tenham feito amor todas as noites desde então, seus dias não foram tão
agradáveis. Ele ainda era altamente exigente, e ela ainda estava
mostrando sua própria independência.

Ela tinha zero dúvida de que estava apaixonada pelo homem, mas
também sabia que era simplesmente um brinquedinho para ele, e que ele
acabaria por se aborrecer com ela. Em seguida, ela ficaria devastada tudo
de novo. Para piorar, ela também tinha um mau pressentimento de que
estava grávida. Ela estava ignorando isso por meses, mas seu estômago
estava começando a aumentar, e ela estava sempre tão exausta.

Ela poderia pensar que seu estômago estava aumentando pela


quantidade de comida que estava consumindo regularmente, mas o desejo
incomum por alimentos que ela nunca gostou antes, o esgotamento
completo e as mudanças de humor eram um sinal. Ela se recusou a fazer
um teste, porem. Se fizesse, saberia com certeza qual era sua condição, e
teria que dar a notícia a Ryan. E ela não estava pronta para isso ainda.

"Tudo que você faz é meu negócio. A rapidez com que você esquece
que nós temos um acordo é alarmante", ele retrucou.
Ele ficou além louco por ela ter voltado para um de seus trabalhos
sem valor quando ele estava disposto a fornecer tudo o que ela
e Patsy precisavam. Ela permitiu que ele comprasse coisas para Patsy,
mas se recusou a usar a joia que ele comprou para ela, e ainda usava as
mesmas roupas velhas que tinham vindo da sua casa, uma e outra
vez. Isso estava realmente o deixando com raiva.

Todas as outras mulheres com que ele já tinha saído tinha tentado
obter cada última coisa que podiam dele, e quando ele finalmente tinha
uma mulher para quem queria comprar essas coisas, ela só às jogava de
volta na sua cara. Ele já tinha tido um dia frustrante no escritório, por
isso tinha vindo para casa mais cedo em primeiro lugar, e ela agora estava
agravando seu estado de espírito ainda mais. Ele esperava que estar com
ela fosse acalmá-lo.

Mas não estava acontecendo.

"Você vai parar de ir à esse fodido trabalho que arrumou, porque eu


te quero em casa quando precisar de você", ele disse a ela.

Ela olhou para ele como se ele fosse louco por um momento. Ele
podia ver que ela estava tentando decidir se ia gritar com ele ou sair.
Finalmente, ela começou a rir. Ele ficou lá em choque completo. Ninguém
nunca riu dele. E ele não gostou disso acontecendo agora.

"Eu não vou sair do meu emprego. Acontece que eu encontrei um


que eu amo. Eu sei que meu mísero salário de duas semanas nem sequer
da para comparar com o que você faz em uma hora, mas o dinheiro é
meu, e eu o estou ganhando sozinha. Eu já lhe disse antes que pretendo
pagar de volta cada centavo que você gastou com Patsy e eu. E preciso de
um emprego para ser capaz de me dar ao luxo de fazer isso."

"Eu já te disse que não quero um só centavo seu", disse ele, pela
centésima vez.

"Bem, eu não sou seu caso de caridade, portanto vou te pagar."


"Por que diabos você tem que ser tão teimosa o tempo todo? É
ridículo, e você não está fazendo nada alem de prejudicar a si mesma e a
sua irmã. Cresça e pare de agir como uma criança maldita", disse ele com
os dentes cerrados.

"Só porque você tem muito mais dinheiro do que qualquer pessoa
jamais deveria ter não significa que pode jogá-lo na minha cara. Se eu
quiser pagar de volta, então vou fazer exatamente isso, mesmo se eu tiver
que empurrar o dinheiro para baixo da sua garganta", ela disse
teimosamente.

"Eu não posso sequer falar com você", ele gritou enquanto corria os
dedos pelo cabelo mais uma vez.

"Bem, isso funciona nos dois sentidos. Você é um idiota arrogante."

"Eu acho que vou ter que arrastá-la longe deste trabalho que você
arranjou. Já fiz isso uma vez, e não pense que não vou fazer de novo",
ameaçou.

"Eu não acho que você vai ser capaz de fazer isso agora", ela sorriu
para ele, o que fez seu sangue ferver ainda mais.

"Eu posso entender facilmente onde você está tentando chegar


Nicole, então não aja de forma arrogante."

"Oh, eu não tenho qualquer problema de dizer onde trabalho. Meus


colegas de trabalho vão te estraçalhar se você tentar colocar um dedo em
mim enquanto eu estou lá", disse ela muito presunçosamente.

Imagens de seu trabalho em um clube de strip com seguranças


passaram por sua mente. Ryan não conseguia pensar em nenhum outro
lugar onde ela tolamente iria acreditar que ele não seria tentar arrasta-la
para fora. Ele certamente ia arrastá-la para fora de um clube de strip, e
também estaria ansioso para a luta. Ela causava mais emoções nele do
que qualquer outra pessoa no planeta.
"Se você está trabalhando em algum clube de noite trashy, ou bar,
eu juro que vou acabar na cadeia por bater a merda fora de quem se
atreveu a olhar para você", ele gritou. Nicole ficou chocada com a
intensidade de sua raiva. Um arrepio percorreu sua espinha quando ela
percebeu que ele estava falando sério. Graças a Deus ela não tinha sido
tão estúpida.

"Se você quer saber, eu estou trabalhando com Jasmine e Trinity",


disse ela presunçosamente. Ela viu uma mistura de alívio e aceitação em
seu rosto.

Ryan soltou a respiração quando percebeu que ela estava certa: não
havia nenhuma maneira no inferno que ele fosse tentar arrastá-la para
fora de lá. Jasmine e Trinity iam destruí-lo se tentasse. Não havia homem
no planeta que o assustasse, mas as mulheres de seus primos eram uma
questão totalmente diferente.

Ela mais uma vez riu dele, amando que tivesse ganhando a disputa
com esse argumento. Ela começou a subir as escadas como se não tivesse
nada para se preocupar.

Ele ficou em estado de choque. Ela riu na cara dele e, em seguida, a


título definitivo, o desafiou. Para coroar tudo, ela teve a ousadia de ir
embora quando ele ainda não tinha terminado a discussão. Ele sabia
logicamente que deveria deixá-la ir, para que ele pudesse se acalmar, mas
ele nunca correu de uma briga.

Ele lentamente começou subir as escadas, e a encontrou em seu


quarto. Seu temperamento já estava queimando, e vê-la em seu quarto
com as mesmas roupas rasgadas o fez estalar. Ele estava doente e
cansado de vê-la diminuir a si mesma vestindo trapos.

Nicole se virou, e o olhar no rosto de Ryan a aterrorizou. Ela não


achava que já o tivesse visto tão furioso. Talvez ela tenha passado um
pouco dos limites. Ela estava pensando que poderia ser muito mais sábio
pedir desculpas, em seguida, virar as costas e fugir. Ela não ia largar o
emprego, embora. Ela estava se preparando para fazer exatamente isso
quando ele abriu a boca mais uma vez e se enfureceu todo.

"Eu comprei roupas novas, e você ainda opta por usar esses trapos.
Eu exijo que você jogue tudo fora agora", ele gritou. Seus nervos foram
imediatamente atiçados novamente.

"Eu prefiro ficar nua do que vestir sua caridade", ela gritou de volta.
Seus olhos se arregalaram pelo olhar que surgiu nos olhos dele então.

Ele entrou em seu armário e tirou seus preciosos itens dos cabides,
e caminhou até a cômoda e tirou os poucos pares de roupa íntima que ela
tinha trazido. Ele jogou tudo em cima da cama e caminhou em direção a
ela.

Ela recuou, como qualquer um faria quando um predador estava se


aproximando rapidamente. Ela estava apavorada, e ainda incrivelmente
excitada, tudo ao mesmo tempo. Ele era tão masculino que ela não
conseguia desviar o olhar para longe dele.

"Jogue tudo fora", disse ele em uma voz calma e mortal.

"Não nessa vida", ela cuspiu de volta. Mas suas palavras estavam
carregadas pela qualidade sem fôlego em sua voz.

Ele caminhou até ela e puxou sua camisa, em seguida, a jogou na


cama, o que a fez ofegar. Ele então tirou sua calça jeans, deixando-a em
nada alem de seu sutiã e calcinha. Ela estava incrivelmente grata por
estar usando um dos pares que as meninas a fizeram comprar, ou tinha
certeza que ele os teria rasgado fora dela também.

Ela estava respirando pesadamente enquanto seus olhos correram


sobre sua pele exposta. Pegando-a de surpresa, ele se abaixou e pegou as
roupas que tinha tirado dela, em seguida, saiu do quarto. Levou alguns
momentos antes do choque passar e, em seguida, ela foi em busca de algo
para se cobrir.

Ela não podia persegui-lo pela casa em nada vestindo nada alem de
suas roupas de baixo.

Até o momento que ela pegou um roupão e o seguiu escada abaixo,


ela não conseguiu encontrá-lo em qualquer lugar.

De repente um cheiro chamou sua atenção, e ela engasgou


novamente. Ele não se atreveria, pensou ela, enquanto corria em direção
ao quintal. Seus olhos se arregalaram em choque e fúria quando ela viu o
que ele estava fazendo. Ela veio correndo para fora da porta, e ele se virou
e deu-lhe um sorriso vitorioso.

Ele estava em pé na frente de uma enorme fogueira alimentada por


suas roupas em chamas. Ela não podia acreditar que ele estava
queimando suas roupas. Ele deve tê-las mergulhando em gasolina
primeiro, porque as chamas eram enormes. Não havia nenhuma chance
dela poder salvar algo.

"Como você ousa queimar minhas roupas?", ela gritou, fúria a


fazendo ver vermelho. Ele então piscou para ela, e ela queria arrancar
seus olhos. Ela estava tão louca que estava além do pensamento razoável.
A equipe de empregados tinha visto o que estava acontecendo, e tinham
todos corrido para longe, ninguém corajoso o suficiente para ficar entre os
dois no meio de uma briga.

"Eu faço o que eu quiser", disse ele numa voz zombeteira.

"Bem, você sabe o quê? Vamos apenas acrescentar mais lenha na


fogueira", ela gritou. E então arrancou o roupão que estava vestindo e o
atirou nas chamas. Ela tirou o sutiã e o jogou também. Ela estava tão
louca que nem sequer pensou sobre o fato de que ela estava nua no meio
do dia, onde qualquer um poderia ver.
Ryan a assistiu tirar o sutiã e expor seus seios deliciosos para ele
antes que seu cérebro o chutasse novamente. Qualquer um poderia sair
pela porta dos fundos e vê-la ali de pé quase nua. Ela podia estar
tentando provar um ponto, mas tudo o que tinha feito foi transformar sua
raiva em completo desejo.

Ele a agarrou em seus braços antes que ela pudesse tirar a calcinha
e, em seguida, protegendo seu corpo com o seu, a levou para a casa e
tomou as escadas de volta ao seu quarto. Ela gritou e bateu nele com os
punhos o caminho inteiro, o que só alimentou seu desejo. Ele ia domá-la
da melhor maneira que podia imaginar.

Ele a jogou sobre a cama sem cerimônias, e ela estava tão


atordoada que lhe deu alguns segundos preciosos para agir. Quando ela
percebeu o que ele estava fazendo, rapidamente tentou sair da cama, mas
ele a agarrou e a prendeu embaixo dele. Suas mãos estavam presas acima
de sua cabeça, e ele estava totalmente pressionado contra o seu corpo
quase nu. A única coisa o impedindo de afundar profundamente dentro
de seu calor era um minúsculo pedaço de seda.

Ele estava tão duro que tinha certeza que poderia rasgar o pequeno
pedaço de material. Eles olharam um para o outro, presos na cama. Ela
se contorceu debaixo dele, o que só fez sua ereção pulsar com intensidade
dolorosa.

"Não se atreva a me tocar, seu porco arrogante", disse ela com os


dentes cerrados. Ele teria voltado a seus sentidos e a deixado ir se tivesse
visto medo em seus olhos, ou mesmo fúria. Mas ele viu desejo
rapidamente a consumindo, e se mostrando em seu rosto muito legível.
Ele podia sentir seus mamilos, que estavam em picos duros pressionando
contra seu peito. Ambos tinham um leve brilho de suor irrompendo em
seus corpos, e nenhum deles estava respirando normalmente.
"Não te tocar, assim?", Ele questionou, movendo sua boca até seu
pescoço, mordendo suavemente sobre a pele sensível onde seu ombro
encontrava sua garganta suave. Ele lambeu o local e correu beijos de boca
aberta ao longo de seu pescoço, até sua garganta. Ele lambeu a borda dos
lábios dela, mas não a beijou ainda.

"Ou assim?" Disse com voz rouca quando apertou os quadris sobre
o calor entre suas coxas. Ela estava tremendo debaixo dele, e ele podia ver
que ela estava tentando lutar muito mais duro com ela mesma, mais até
do que estava tentando lutar contra ele.

"Ou isso?", Ele rosnou, antes de finalmente colar suas bocas e


deslizar sua língua para dentro. Ele ainda tinha as mãos dela presas
acima de sua cabeça, e ela estava se contorcendo ainda mais agora, mas
por uma razão completamente diferente.

Sua raiva tinha fugido, e agora ela estava se contorcendo embaixo


dele em prazer. Ele soltou suas mãos e elas foram até seu cabelo, para
puxá-lo para mais perto. Ele rasgou os lados de sua calcinha e,
não sendo capaz de esperar um único segundo a mais, empurrou-se
dentro do calor dela. Ela estava molhada e apertada, mostrando estar tão
excitada quanto ele.

Ela podia odiá-lo no momento, mas o queria com tanta paixão


quanto ele a queria. Ele agarrou seus quadris em suas mãos, para que
pudesse estocar num ângulo melhor. Ele queria se afundar
profundamente dentro dela, a ponto de não saber onde ele acabava e ela
começava. Ela estava chorando de prazer enquanto ele batia dentro e fora
de seu corpo.

"Diga que você me quer", ele rosnou para ela. Ela balançou a
cabeça negativamente - mesmo no auge da paixão ela não queria se
render. Ele precisava de sua rendição, porem, e, mesmo lhe causando dor
física real, ele se enterrou profundamente nela e parou de se mover. Ela
se contorceu debaixo dele, precisando que ele se movesse. "Diga", ele
exigiu novamente com os dentes cerrados. Ela olhou para ele através de
seus olhos cheios de desejo, quase soluçando de frustração e
necessidade.

"Eu quero você", ela finalmente gritou. Ele os recompensou


empurrando dentro e fora dela com tanta velocidade que ambos caíram ao
longo da borda dentro de segundos. Ela apertou sua ereção com seu
intenso orgasmo e gritou quando ele se derramou dentro dela. Era o
prazer mais longo e intenso que ele já tinha sentido em sua vida.

Após a agitação, seus corpos pararam, e ele caiu contra ela, não
tendo força para mover um músculo sequer de seu corpo. Ele estava
tentando simplesmente obter sua respiração sob controle. Nenhuma
mulher jamais teve o poder de fazê-lo ficar assim. Ele notou que ela
estava se contorcendo sob ele, porem, e percebeu que provavelmente
estava esmagando-a sob seu peso. Inferno, ele pesava duas vezes mais
que ela. Ele virou seus corpos então, se recusando a deixá-la ir.

Ela não tinha mais energia para lutar com ele, não após o intenso
prazer que ela tinha acabado de receber, então o permitiu mantê-la ao seu
lado. Ambos adormeceram depois de fazer amor.

Nicole acordou enrolada em torno do corpo de Ryan. Ela sentiu seu


rosto esquentar de vergonha. Ela não podia acreditar na briga que eles
tiveram. Também não podia acreditar no quanto ela precisava dele depois
que estava tudo acabado. Ela sentia como se fosse explodir se ele não
aliviasse a dor em seu corpo.
Ela se mexeu um pouco e tentou se desembaraçar dele. Ela queria
fugir e se esconder por um tempo. Depois que eles tinham desmaiado, ela
tinha despertado novamente, apenas para ser arrebatada por ele, com
ainda mais intensidade do que antes. Ela sabia que devia ser no meio da
noite, mas ela estava bem acordada e tinha que sair dali.

"Nem sequer pense nisso", ela ouviu Ryan dizer quando ele
aumentou seu aperto em seu corpo. Ela ficou tensa.

"Eu preciso usar o banheiro", disse ela como desculpa. Ela não
podia ver seu rosto, e estava feliz que ele não podia ver o dela, porque
sabia que estava em chamas escarlate em constrangimento.

"Eu vou te caçar se você não estiver de volta em menos de cinco


minutos", ele a alertou antes de finalmente libera-la de seus braços.
Nicole rapidamente correu para o banheiro, onde lavou o rosto e se olhou
no espelho.

Ela ignorou a ameaça e pulou no chuveiro. A cascata de água


quente sobre seus músculos doloridos fez um gemido escapar de seus
lábios. A água estava maravilhosa. Ela sabia que Ryan ia ficar irritado,
mas ela não se importava com nada naquele momento, exceto com a água
escorrendo pela sua pele.

Ryan ouviu o chuveiro sendo ligado e se sentou com irritação. A


mulher insuportável tinha que desafiá-lo, não importava o que ele
dissesse. Ele imaginou que depois de ontem ela fosse levá-lo um pouco
mais a sério. Ele olhou para o relógio e viu que eram duas da manhã.

Seu estômago roncou, lembrando-o que os dois tinham perdido o


jantar. Ele vestiu um roupão e correu até a cozinha, encheu uma bandeja
com comida, e correu de volta para seu quarto. Ficou aliviado quando
ouviu o chuveiro ainda ligado. Ele estava começando a desfrutar de
perseguir sua mulher.
Ele colocou a bandeja sobre a cama, tirou sua roupa e se dirigiu ao
banheiro para se juntar a ela no chuveiro. Ele poderia alimentar suas
fomes depois de alguns minutos.

Nicole suspirou quando os braços de Ryan vieram ao redor dela no


chuveiro. Ela não deveria ter se surpreendido por ele segui-la, mas ela
estava prestes a terminar e tinha esperança que ele tivesse caído no sono.
Ela tinha planejado se esconder lá embaixo por um tempo.

Ryan não disse nada. Ele simplesmente a pegou nos braços e a


lembrou que ela era sua mulher, ou pelo menos que seu corpo pertencia a
ele. As coisas que ele fez para ela, quase fizeram valer a pena estar sob
seu poder.

Saíram depois do banho juntos, e ele a envolveu numa enorme


toalha felpuda. Ela gostava de suas toalhas, e não achava que seria capaz
de voltar para o tipo arranhada que nunca tinha lhe incomodado antes.

Quando ela entrou no quarto, ficou envergonhada pelo rosnar alto


de seu estômago que o cheiro da comida causou. Ryan ergueu a
sobrancelha para ela e lhe deu um sorriso. Ela escolheu ignora-lo, e
correu para a comida. Ela não se importava como ele a olhava.

"Quando você vai realmente começar a me ouvir?" Ryan perguntou


a ela em um tom de voz de reprimenda, e demorou alguns momentos para
as palavras realmente afundarem.

"Eu não sou sua posse, sua garota de programa ou sua empregada,
portanto, não tenho que ouvi-lo ", ela declarou no mesmo tom de
conversa.

"Você vai aprender."

"Eu não prenderia minha respiração em antecipação por isso. Não,


espere um minuto, vá em frente e faça exatamente isso. Tenho certeza de
que não vai demorar muito tempo", disse ela docemente, e bateu os olhos
para ele.

Ryan riu alto. Ele realmente poderia se acostumar com ela sendo
uma parte permanente de sua vida.

Ela era boa para o seu enorme ego, ou pelo menos para levá-lo
abaixo de um entalhe ou dois. Ele não acreditava que ela realmente
pudesse ser domada, mas tinha certeza que ia gostar de tentar.

Eles terminaram a comida, e Ryan desligou a luz e a puxou para


baixo ao lado dele. Inacreditavelmente, ele estava cansado. Ele nunca
dormia mais do que cerca de seis horas por noite, mas tinha a sensação
de que não conseguiria levantar antes de, no mínimo, umas dez horas de
descanso daquela noite em particular.

Nicole se segurou com firmeza em seus braços para mostrar sua


teimosia, mas ficou muito desconfortável para ela e, depois de um tempo,
ela finalmente relaxou e ambos caíram no sono.

Ryan sabia que eles cada um deles ganhou algumas das batalhas
menores naquela noite, mas no final ele tinha ganhado a guerra.

Ele tinha conseguido exatamente o que queria, ou seja, ela em sua


cama. E tinha certeza que acordaria com ela ainda em seus braços. Pode
ter sido uma coisa pequena, mas para ele, era uma questão de que,
quando uma linha fosse desenhada na areia, ela ia aprender a não
atravessá-la.
"Não há absolutamente nenhuma maneira de eu ir para mais uma
dessas festas com você, e ponto final", disse Nicole. Ela cruzou os braços
sobre o peito e olhou para Ryan.

"Nós temos um acordo, e se eu quiser desfilar por aí com você por


dez dessas destas numa única semana, você não só vai me acompanhar
como também vai fazê-lo com um sorriso estampado no rosto", ele gritou
com ela.

Ele ainda não a tinha visto bater o pé. Ele podia pensar que ela
tinha sido teimosa antes, mas a última festa à qual ela tinha
acompanhado-o havia sido miserável, e as mulheres presentes tinham
sido umas piranhas. Nem Jasmine nem Trinity tinham estado lá, e ela
lutou contra as lágrimas durante todo o tempo em que ela e Ryan
permaneceram ali. Portanto, estava decidida a não passar por isso de
novo.

"Eu não me importo com o acordo estúpido. Você está esperando


muito de mim", ela disse.

"A única razão pela qual você se sentiu miserável na última desta
foi por causa de sua própria teimosia estúpida", ele zombou dela. Ela se
recusou a usar o vestido que ele tinha comprado, ou as joias em sua
gaveta.
Em vez disso, ela tinha usado um vestido de promoção, que
parecido algo apropriado apenas para um churrasco de quintal. É claro
que as socialites tinham rasgado-a em pedaços.

Ele tinha estado zangado com ela por recusar seus presentes, e a
ignorou a maior parte daquela noite. Ele nem sequer queria ir para a festa
estúpida pela qual eles estavam brigando, mas aceitou o convite porque
queria puni-la. Ele sabia que era estúpido, mas ela tinha uma maneira de
realmente ficar sob sua pele.

"Bem, você pode pegar a sua festa e enfiar no seu...", ele não a
deixou terminar a frase. Ele a agarrou pelos braços e esmagou sua boca
na dela. Ela o irritava mais do que qualquer outra mulher, mas também
acendia fortemente sua paixão.

Passaram-se vários minutos antes de ele encontrar força de vontade


para soltá-la. Ele a segurou nos braços por um segundo, satisfeitos pelo
olhar em seus olhos. Ela podia lutar com ele a cada passo do caminho,
mas quando estava em seus braços, seu corpo a traía. Ela o queria tanto
quanto ele a queria.

"Você vai estar pronta as sete hoje à noite," ele disse, saindo do
quarto. Ela sorriu para a porta fechada. Ele realmente tinha outra briga a
caminho se achava que ia conseguir o que queria. Se ele não gostava de
como ela estava se comportando, então ele poderia chutá-la para fora. Ela
não gostava da sensação que esse pensamento causou em seu intestino,
porem. Ela podia pensar que ele era um idiota pomposo metade do tempo,
mas ele também era o garoto que ela amava mais do que qualquer outro.

O que realmente a assustou, porem, foi saber que estava se


apaixonando pelo homem que ele era agora. Ele era bonito, inquietante,
familiar, responsável, e fazia amor com tanta paixão que ela queria poder
nunca deixá-lo.
Nicole ficou pronta para o trabalho e deixou o quarto. Ela se
arrastou escada abaixo, agradecida de que ele não estava por perto. Ela
pulou em seu carro com um sorriso. O carro dela foi outro ponto de
discórdia entre eles.

Ele realmente teve a ousadia de sair e comprar um carro novo para


ela. Ele estava intocado em sua garagem enorme.

Ela se recusou a conduzi-lo. Ela realmente queria, mais do que


jamais iria deixá-lo saber, mas estava com muito medo de que fosse
gostar mais do que devia.

Era um belo conversível vermelho brilhante com todos os sinos e


assobios, e se ele estivesse apaixonado por ela, ela teria ficado mais do
que feliz em aceitar a oferta generosa – mas, esse não era o caso. O carro
era mais um dos presentes para uma amante, e ela não poderia aceitá-lo
sem se sentir horrível sobre si mesma. Por causa disso, ela não ia aceitar
qualquer coisa que ele tentasse comprar para ela. Se ela cedesse sequer
uma vez, sabia que ia perder uma parte de si mesma, e não podia deixar
isso acontecer.

Ele já estava tendo-a em sua cama todas as noites, e ela


adorava cada minuto, embora nunca fosse admitir isso para ele. Ela
estava começando a querer o que sabia que nunca poderia ter. Ela girou a
chave na ignição e sorriu vitoriosamente quando o motor ligou.

"Isso é uma verdadeira boa menina", ela elogiou o carro. Ela parecia
louca quando falava com o carro como se fosse um ser humano, mas não
se importava. Ela imaginava que suas palavras de louvor eram as únicas
coisas que mantinha seu carro andando.

Ela dirigiu para o trabalho, apenas algumas milhas de distância,


felizmente, e sentiu a tensão evaporar. Ela adorava trabalhar
com Jasmine e Trinity em sua loja. Era um lugar incrível, com café,
floricultura e presentes originais. Ela não conseguia imaginar como devia
ser gratificante para elas saberem que tinham seu próprio negocio, e que
ninguém poderia tira-lo delas.

Ela sabia que seus maridos tinham mais dinheiro do que elas
jamais iriam precisar e que elas não precisavam trabalhar, mas elas,
assim como Nicole, precisavam de algo próprio.

"Bom dia Nicole, como você está hoje?", perguntou Trinity enquanto
ela caminhava pela porta.

"Estou bem, e você?"

"Maravilhosa. Agora, venha se sentar com a gente e tomar café da


manhã. Jasmine acabou de fazer os bolos mais incríveis que eu já comi
na minha vida", Trinity exigiu. Nicole se sentiu um pouco culpada por
sentar no trabalho. Ela não queria tirar proveito de suas amigas, que
tinham sido gentis o suficiente para dar-lhe um emprego.

"Eu realmente deveria começar a trabalhar", ela disse.

"Bobagem. Como você pode ver, não temos quaisquer clientes


agora, e parte da ideia de ter um lugar como este é para que possamos ter
o nosso próprio lugar para fofocar e ficar longe de casa", disse Jasmine.

Ela colocou uma bandeja transbordando de doces sobre a mesa,


juntamente com um bule de café. O delicioso aroma encheu todos os
espaços respiráveis na loja. Nicole tinha certeza que ia ganhar cem quilos
enquanto trabalhava com as meninas. Ela nunca antes teve um emprego
com tanto tempo livre.

"Acho que minhas roupas estão mais apertadas apenas por estar
aqui", disse ela com uma risada. As mulheres conversaram por um
tempo, curtindo a companhia uma da outra. Um par de outros
empregados chegaram e ficaram em torno da loja, que tinha realmente
uma atmosfera casual.
"Então, se você pudesse fazer qualquer coisa, o que seria?" Trinity
perguntou a ela. Nicole perdeu o olhar manhoso entre as duas mulheres.

"Eu adoraria ter um lugar como este, na verdade. Isto é incrível. Eu


desfrutaria de ter minha própria loja de scrapbooking1, algum dia. Eu não
tive tempo para criar álbuns meus em anos. O custo para se fazer é caro,
e tanto quanto eu sempre trabalhei, não poderia justificar gastar dinheiro
com algo assim", disse ela com um suspiro.

"Oh meu Deus, é tão interessante você mencionar isso,


porque Jasmine e eu conversamos sobre a expansão, e sobre trazer mais
produtos", Trinity disse com um sorriso.

"Seria ótimo se você trouxesse fontes de scrapbook. Eu sei que você


não iria se arrepender. É um ofício tão popular. E eu sei que você não
precisa de dinheiro, mas é um enorme potencial de lucros. Eu adoraria
ajudar a escolher alguns produtos, e poderia até mesmo ensinar algumas
coisas", disse Nicole com verdadeiro entusiasmo.

"Que tal se você montar a sua própria loja scrapbooking?" Jasmine


perguntou. Nicole foi preenchida com tal desejo que ela não queria nem
pensar. Não havia nenhuma maneira que ela poderia ter seu próprio
negócio.

Ela nunca seria capaz de conseguir os empréstimos para o capital


inicial, e se ela falhasse, como acontece com tantas pequenas empresas,
ela nunca seria capaz de se recuperar. Ela já devia a Ryan seu braço
esquerdo e perna. Não podia pagar para iniciar um negócio e pagá-lo de
volta também.

"Isso seria como um sonho, mas agora não é o momento certo na


minha vida para entrar num investimento tão grande", Nicole disse com
tristeza.

1 O scrapbook é uma terminologia em inglês para definir um livro com recortes. É, entretanto, uma
técnica de personalizar álbuns de fotografias ou agendas com recortes de fotos, convites, papel de balas
e qualquer outro material que possa ser colado e guardado no interior de um livro.
"Bem, você tem duas novas melhores amigas que já possuem o
espaço. Não levaria muito tempo para Rayan construir uma adição, e você
não tem nada a perder, considerando que já estamos estabelecidas. Nós
vamos investir em você, porque sabemos sem sombra de dúvida que você
vai se sobressair," Trinity disse. Os olhos de Nicole se encheram de
lágrimas pela confiança que suas amigas tinham nela. Foi um sentimento
tão avassalador que a deixou sem palavras.

Ela finalmente se levantou e deu a cada uma um enorme abraço.


Ela não conseguia manter as lágrimas presas por ter conseguido duas
mulheres que eram tão carinhosas e maravilhosas com ela. Ela realmente
desejava ter conhecido Jasmine mais profundamente durante seus anos
de escola, porque tinha a sensação de que elas teriam sido inseparáveis
desde então.

"Eu aprecio isso, muito, e talvez mais tarde eu possa pensar em


fazer algo assim, mas não agora. Por agora eu vou ajudar vocês duas,
porque gosto muito de trabalhar aqui", Nicole disse. "Agora eu tenho que
usar o banheiro", acrescentou quando fez sua fuga, antes que explodisse
em lágrimas.

Jasmine e Trinity esperaram até que ela estivesse fora do alcance


da voz para fazer planos. Elas sabiam que ela queria, mas que estava com
medo. Elas estavam determinadas a dar-lhe algo do qual ela pudesse se
orgulhar. Jasmine chamou Ryan e disse que queria que ele construisse
uma adição para a loja. Ela não disse o que era, ou para quem era.

Elas não podiam arriscar qualquer chance de Nicole descobrir sobre


isso até o momento em que estivesse tudo pronto.

Elas certamente teriam que mantê-la ocupada durante o próximo


mês, com as compras de todos os suprimentos para preencher a nova
adição. As meninas mal podiam esperar.
Nicole terminou o dia e se dirigiu para fora da loja. Trinity
e Jasmine tinham saído mais cedo, e ela tinha seus pés doloridos já que
ficou até mais tarde, não querendo voltar para casa mais cedo e lutar com
Ryan.

Ela pulou em seu carro e começou mais uma vez a dirigir,


incrivelmente feliz. Estava apenas começando a escurecer, e ela estava se
sentindo muito cansada. Queria um banho quente e uma cama macia.
Ela estava a algumas milhas abaixo da estrada quando seu carro
engasgou e morreu. Ela parou no acostamento e tentou ligar o carro de
novo por cerca de quinze minutos. Ela finalmente desistiu depois disso, e
decidiu caminhar. A casa estava apenas a cerca de mais um par de
milhas, mas pareciam vinte com a exaustão que ela sentia.

Ela estava assustada pela escuridão, e teve que tomar algumas


respirações profundas para ter coragem de caminhar pelo tanto que falava
para chegar em casa. Ela saiu do carro e começou a caminhar ao longo do
lado da estrada. Poucos carros passaram por ela, mas ela manteve a
cabeça baixa e eles continuaram. Ela nunca iria entrar no carro com um
estranho, não importava o quanto eles parecessem inofensivos ou quão
longe fosse seu bairro.

Ryan andava de um lado para outro pela porta, esperando Nicole


chegar. Quando ela ainda não tinha voltado por volta das seis horas, ele
ligou para loja. Não houve resposta, e ele sabia que ela devia ter fechado
pelo menos uma hora antes. Ele ficou puto além da raiva por ela ter ido
para outro lugar. Ele pegou as chaves e decidiu ir procurá-la. Claro, ela se
recusou a usar o celular que ele tinha comprado para ela. Ela se recusou
a usar qualquer coisa que ele comprou. Ela só usava o mínimo de roupas
que ele tinha comprado porque ele tinha queimado todas as outras
roupas dela.

Ele não se arrependeu de fazer isso, especialmente considerando


como a noite terminou.

Ele dirigiu pela rota que sabia que ela ia usar para voltar para casa,
mas passou direto por ela, andando no canto da estrada, porque não
esperava que ela estivesse ali. Quando ele chegou ao seu carro
abandonado e não a encontrou, começou a entrar em pânico.

Ele saltou para fora do seu carro e caminhou até o pedaço de lixo.
Ele sabia que essa carcaça iria, eventualmente, deixá-la encalhada. Era
irritante que ela não usasse o carro perfeitamente novo que ele tinha
comprado para ela. Bem, seu carro enferrujado estava indo para o
estaleiro de sucata agora, e não havia mais nada que ela pudesse fazer
alem de usar o carro que ele tinha comprado.

Ele dirigiu de volta por onde veio, muito mais lento dessa vez, e
rezando para encontrá-la sem que nada de ruim tivesse acontecido.

Ele a viu a cerca de uma milha de seu carro, e deu um suspiro de


alívio. Ele parou ao lado dela e abriu a porta.

"Entre, Nicole," ele disse com os dentes cerrados. Ela nunca deveria
ter entrado nessa armadilha mortal, em primeiro lugar, e vê-la caminhar
ao longo da estrada escura empurrou seu pavio curto além da borda da
razão.

Nicole deu uma olhada no rosto de Ryan e decidiu que não havia
nenhuma maneira dela entrar no carro com ele. Ela ainda estava brava
com ele sobre sua briga anterior, e seu tom deixou claro seu próprio
temperamento ao ponto de ebulição.

"Não, obrigada", disse ela, continuando a caminhar. Ryan estava


tão atordoado por sua recusa que ela conseguiu andar alguns metros à
frente dele antes dele estalar e ligar o motor. Ele parou na frente dela e
saltou do carro.

Ele não disse mais nada, já que não confiava em sua voz. Ele
simplesmente a pegou e jogou por cima do ombro. Nicole imediatamente
começou a bater em suas costas, e exigiu que ele a colocasse no chão.
Ambos estavam respirando pesadamente quando que ele terminou com
ela em seu assento do passageiro. Ela tentou sair novamente do carro, e
ele viu vermelho.

"Eu juro para você, Nicole, se você sair do carro, eu vou te amarrar
no porta-malas", ele a ameaçou. Ele se inclinou sobre ela, seu rosto a
apenas polegadas do seu. Ela sabia que ele queria dizer o que disse. Ela
decidiu não testá-lo. Ela se sentou, cruzou os braços sobre o peito e olhou
para fora da janela, se recusando a falar com ele.

Ryan dirigiu cada vez mais rápido em direção a casa. Ele queria
estrangula-la, então sabia que não era uma boa ideia eles permanecerem
sozinhos. Ele sabia que nunca ia abusar dela fisicamente, mas ainda
poderia dizer algo do qual se arrependeria mais tarde.

Eles chegaram na casa e ele saiu do carro e deu a volta para o lado
dela antes mesmo que ela tivesse a chance de desatar o cinto de
segurança. Ela apenas olhou quando ele estendeu a mão e desabotoou
seu cinto, então a pegou pelo braço e a levou para dentro.

Ela tentou se afastar dele, mas ele não ia deixar isso acontecer. Ele
a puxou atrás dele em linha reta. Quando entraram, ele a empurrou para
o sofá e a olhou, deixando-a saber que deveria ficar exatamente onde
estava. Ele caminhou até o armário de bebidas e se serviu de uma
generosa quantidade de Bourbon, e o engoliu rapidamente. A sensação de
queimação lavada para baixo em sua garganta aliviou seu temperamento.
Ele tomou uma respiração profunda e se dirigiu ao telefone.
Nicole assistiu cansada quando ele pegou o telefone. Ele falou por
alguns minutos antes dela perceber o que ele estava fazendo. Ele ligou e
ordenou que seu carro fosse destruído. Ela ficou chocada.

"Como você se atreve a mandar destruir meu carro? Ligue de volta


agora e diga-lhes que eu quero que ele vá para o concerto", ela exigiu.

"Não há nenhuma chance no inferno que você estará dirigindo


aquele carro de novo. Você sabe o que poderia ter acontecido com você lá
fora, naquela estrada escura? Você é incrivelmente sortuda que fui eu
quem a encontrou, e não algum tolo doente e demente", ele gritou de
volta.

"Eu não chamo de sorte você ser o único a vir em meu socorro. Eu
teria mais chances com um psicopata", disse ela, com raiva demais para
sequer pensar no que estava dizendo. Ele ia se livrar de seu carro, e não
havia nenhuma maneira dela dirigir aquele que ele tinha comprado; logo,
ela ficaria sem transporte.

"Você está me empurrando até os confins do meu limite, Nicole",


disse ele enquanto espreitava na sua direção.

"Bom, então talvez você vá me deixar finalmente sozinha", ela


gritou. Ryan perdeu completamente a paciência. Ele estava tentando fazer
de tudo para ter certeza de que ela e sua irmã estavam confortáveis, e ela
não gostou de uma única coisa que tinha feito até então, maldição. Ele
estava em pé perto dela e levantou a mão rapidamente no ar, numa
demonstração de frustração, mas o que aconteceu em seguida ia mudar
sua vida para sempre.

Nicole viu a mão de Ryan subindo em sua direção, e terror tomou


conta dela. Ela gritou com medo real, e caiu no chão, encolhida. Fazia
tantos anos desde que ela tinha sido espancada que ela tinha esquecido
que não se deve deixar um homem com raiva. Ela se enrolou no chão em
posição fetal, sua mente presa naqueles anos adolescente quando seu pai
a havia espancado tanto que ela chegava a desmaiar.

Ryan ficou ali em choque completo, sua mão ainda no ar. Ele olhou
para Nicole e viu que ela estava realmente apavorada. Ela tinha uma
expressão assombrada no rosto e ele sabia, sem sombra de dúvida, que
alguém tinha batido nela antes. E não só tinha batido nela, mas tinha
feito isso tão mal que ela não estava mais no controle de si mesma, e
apenas o pensamento de apanhar de novo a deixava apavorada.

O temperamento de Ryan evaporou instantaneamente e tudo o que


ele queria fazer era protegê-la, mesmo que fosse de si mesmo. Ele nunca
em sua vida pensou em bater numa mulher, mas ela não sabia disso. Ele
nem sequer achava que ela soubesse exatamente quem ele era naquele
momento.

"Eu não vou te machucar, Nicole. Eu não me importo com o quão


ruim estamos brigando, ou com quanta raiva eu estou. Eu nunca vou te
machucar. Você entende?", Ele perguntou baixinho. Ela não olhava para
ele - ela estava em seu próprio mundo, perdida. "Eu vou te levar lá em
cima", disse a ela, no mesmo tom suave. Ele não queria assusta-la mais
do que já tinha feito.

Ele precisava de respostas para o que tinha acontecido com ela. Ele
podia parecer calmo por fora, mas por dentro ele estava como um louco.
Ele queria rasgar em pedaços a pessoa que tinha se atrevido a colocar
uma mão sobre ela. Se tivesse sido um ex-namorado? Era a única
resposta que fazia sentido para ele. Como ela poderia ter permitido que
um homem batesse nela? E tinha que ter acontecido por muito tempo,
porque terror como aquele não vem de uma ocorrência única.

Ele a pegou em seus braços e ela deixou escapar um pequeno


protesto, mas depois ficou em silêncio contra seu peito enquanto ele a
levou até as escadas. Ele a colocou na cama e foi para o banheiro, onde
preparou um banho quente. Ele acrescentou alguns sais e óleo diferentes,
lembrando que seus primos disseram uma vez que suas esposas gostava
de relaxar com um banho de espuma. Ele imaginou que isso poderia
ajudar, e estava disposto a fazer qualquer coisa para conseguir tirar o
olhar assombrado de seus olhos.

Ele até mesmo acendeu algumas velas, criando um ambiente


reconfortante. Ele sabia que ela gostava de tomar banhos de espuma à luz
de velas, e esperava que isso fosse ajudar.

Uma vez que a banheira estava pronta, ele voltou para o quarto e a
encontrou ainda deitada na cama. Ela parecia um pouco melhor, mas seu
rosto ainda estava branco, e ele não estava feliz por ter sido o único a
fazê-la parecer assim.

"Eu vou despi-la agora. Tenho um banho pronto para você. Acho
que vai ajudar a acalmar seus nervos", disse a ela, falando baixinho. Ela
não disse nada quando ele começou a tirar a roupa dela. Ele a despiu
rapidamente e, pela primeira vez, a visão de seu corpo não o mandou ao
longo da borda da insanidade. Ele não queria nada mais do que consola-
la.

Ele a levou para o banheiro, gentilmente a abaixando na banheira.


Ela afundou na água quente e um suspiro escapou de sua garganta. Ele
não queria deixa-la sozinha, mas precisava de algumas respostas, e tinha
certeza de que ele não ia consegui-las com Nicole. Logo, ele precisava
procurar Patsy.

"Você vai ficar bem aqui?", Perguntou a ela.

"Eu estou bem, Ryan. Me desculpe por isso. Acho que estou apenas
cansada. Eu sei que você nunca iria me bater", disse ela, tentando
parecer casual, e não o chatear. Ele se abaixou e tocou gentilmente seus
lábios com os dele, precisando tranquilizar a ambos de que tudo ia ficar
bem.
"Estarei de volta em breve", ele disse antes de sair do banheiro. Ele
deixou a porta aberta com uma fresta e disse a governanta para manter
um olho nela. Ele também providenciou para que o cozinheiro enviasse
alguma coisa para ela fazer um lanche enquanto estava na banheira. Ele
sabia que ela estaria de volta ao normal em breve.

Ryan caminhou pelo corredor e bateu na porta de Patsy. Ele ficou


surpreso, mas um sorriso surgiu em seu rosto, porque sua música estava
tocando tão alto que ela não poderia ter ouvido nada. Ele odiava abrir a
porta e invadir sua privacidade, mas precisava falar com ela. Então abriu
a porta e entrou, e ela estava no meio do quarto, dançando ao som de
alguma canção desagradável que vinha do sistema de som que ele tinha
comprado para ela. Pelo menos ela apreciava seus presentes, ele pensou.

Ele sorriu, observando-a por alguns minutos, amando a expressão


feliz em sua face. Ela era uma grande garota, e ele estava feliz por sua
vida ter ficado um pouco mais confortável. Ela virou e o viu ali, e um tom
rosa cobriu suas bochechas.

"Eu não ouvi você entrar", disse ela um pouco timidamente.

"Me desculpe por isso. Eu bati, mas não acho que você pudesse
ouvir, mesmo se a casa tivesse caído em torno de você", ele disse a ela um
pouco alto demais, uma vez que era a única maneira que ela poderia ouvi-
lo.

Ela caminhou até o rádio e baixou o volume. Havia ainda um pouco


de zumbido nos ouvidos de Ryan, e ele orou para que a música horrível
que ela estava ouvindo não ficasse presa na sua cabeça. Ele pensou que
ele realmente devia estar ficando velho, porque houve uma vez em que ele
teria colocado o rádio tão alto quanto, e dançado junto com ela.

"O que foi, Ryan?"

"Eu estava me perguntando se poderíamos conversar por alguns


minutos. Você pode vir descer comigo?", Perguntou.
Ele não queria se perder em seu quarto caótico. Ela certamente não
era maníaca por limpeza, mas então, que adolescente era?

"Claro, eu ia descer para pegar um pouco de chocolate, de qualquer


maneira", ela concordou, e o seguiu até a cozinha.

Ele esperou enquanto ela pegava alguns brownies e leite, antes de


se sentar à mesa com ele. O cozinheiro tinha a muito tempo descoberto
seu amor por brownies, e sempre fez questão de ter alguns frescos
prontos, diariamente. Toda a equipe tinha caído de amor por Patsy e
Nicole.

"Eu quero falar com você sobre Nicole. Ela não vai querer falar
comigo sobre isso, mas eu preciso saber, para que possa ajudá-la", disse
ele para Patsy, se certificando de que ela estivesse olhando para ele, e que
pudesse entender o que ele estava dizendo.

"Você quer saber sobre os espancamentos, não é?", Ela perguntou,


o chocando completamente. Ela disse isso quase num tom casual, mas ele
podia ver a dor por trás de seus olhos.

"Sim", ele respondeu. Ele não sabia o que mais poderia dizer, então
se sentou e esperou que ela falasse. Ela olhou para o prato, em seguida, o
empurrou para longe, como se tivesse perdido o apetite. Ele entendia essa
reação. Ele não achava que pudesse ser capaz de comer novamente,
também.

"Tudo começou quando ela ainda era muito jovem", Patsy começou,
e ele ficou chocado. Quem diabos teria batido em Nicole quando ela era
jovem? Ele simplesmente não conseguia compreender o que Patsy estava
dizendo. "Quando o pai perdeu o emprego, ele se afundou ao ponto mais
baixo que poderia chegar. Ele sempre foi ranzinza e era muito cruel com
suas palavras, mas quando perdeu o emprego, começou a descontar tudo
em Nicole. Mamãe era uma bêbada e não ajudava em casa, então nunca
esperamos que ela nos defendesse. Quando fiquei mais velha, papai
começou a me perceber também, mas Nicole sempre ficou entre nós. Ela
nunca permitiu que ele me batesse, e isso significa que ela apanhou em
dobro. Eu sei que ele quebrou alguns de seus ossos, e ela estava sempre
num tom de preto e azul", disse ela enquanto uma lágrima escorria por
sua bochecha.

"Ele sempre teve muito cuidado para nunca bater em seu rosto,
embora. Ele não podia deixar que ninguém visse como estava
aterrorizando-a. Eu implorei para ela me deixar contar a alguém, mas ela
disse que ia aguentar até completar dezoito anos, quando seria capaz de
cuidar de mim. Ela disse que se eu contasse a alguém, nos colocariam
num orfanato, e que provavelmente não ficaríamos juntas. Ela sempre foi
tão forte: nunca gritou, nunca chorou. Quando suas lágrimas caiam
aquele bastardo parecia realmente desfrutar. Parecia que todo o seu
propósito na vida era quebra-la, mas ela era tão forte. Ele nunca
realmente a quebrou. Acho que ela se machucou muito mais quando você
já não era uma parte das nossas vidas do que quando ele batia nela",
finalizou Patsy. As lágrimas agora encharcavam seu rosto, e ele entregou-
lhe alguns guardanapos.

"Eu nunca soube", disse ele dolorosamente.

"Ninguém sabia, porque é assim que ela queria que fosse. Quando
saímos, nenhuma de nós jamais olhou para trás, e quando eles
morreram, nenhuma de nós chorou. Nós não sentimos qualquer perda.
Para dizer a verdade, nós duas nos sentimos mais seguras sabendo que
não havia nenhuma chance dele vir atrás de nós novamente. Se ele não
tivesse focado em Nicole, ele teria me quebrado. Eu não sou tão forte
quanto ela, e eu não poderia ter suportado as surras como ela fez. Eu
tentei embora, Ryan, eu realmente tentei. Eu tentei ficar entre eles, mas
ela me trancava fora do quarto, e eu só podia ouvir através da porta ele a
atingindo uma e outra vez", disse ela, soluçando abertamente agora. Ela
não podia falar mais nada.
Ryan a puxou para o seu colo e esfregou as costas dela, tentando
confortá-la da melhor maneira que podia.

Seu estômago doía tanto que ele não sabia como não estava
vomitando. Ele não podia acreditar que nunca tivesse percebido pelo que
ela passou. Ela tinha vivido um pesadelo diário enquanto crescia, depois
teve que criar Patsy e cuidar de sua saúde quando ela ficou doente, e ele
não tinha feito nada nos últimos meses a não ser aterrorizá-la mais. Ryan
se sentia como o menor ser humano sobre a terra.

Ela devia odiá-lo. Mas, Deus, ele não conseguiria libertá-la. Ele ia
certamente mudar algumas coisas, mas precisava dela em sua vida. Ele
precisava vê-la quando entrava pela porta, precisava ouvir sua voz
ecoando pelos corredores, precisava cheirar seu perfume doce. Ele não
podia libertá-la, mas sabia que ela poderia deixá-lo eventualmente. Ela já
esteve num inferno, e não tinha necessidade de viver em outro pelo resto
de sua vida.

Ele balançou Patsy em seus braços enquanto ela soluçava sua


própria dor. Ele não podia imaginar o terror que ela tinha passado. Ela
tinha sido só uma criança quando tudo tinha ocorrido. Ele adivinhou que
o destino tinha entrado em cena para salvar as duas, e desejou que o pai
delas ainda estivesse vivo, porque ele nunca quis prejudicar seriamente
alguém tanto quanto naquele momento.

"Eu estou bem agora", Patsy engoliu em seco quando olhou para ele
com seus olhos inocentes. Ela mais parecia ter doze do que dezesseis
anos.

"Sinto muito que você tenha passado por tudo isso, e estou ainda
mais triste por não ter estado lá por você", ele disse, lutando para não
demonstrar sua própria dor.

"Você não poderia ter estado lá para nós. Ela não permitiria que
qualquer pessoa ajudasse", Patsy disse. Ele sabia que ela estava certa,
mas com certeza isso não o fazia se sentir melhor. Quando Nicole o
mandou embora, ele nunca olhou para trás. Ele não quis demonstrar
qualquer fraqueza e, por causa disso, ela tinha sido ferida.

Ele jurou fazer as pazes com ela. Ele iria se certificar que sua vida
fosse muito melhor do que tinha sido antes. Ela nunca teria que se
preocupar com problemas de dinheiro, ou onde ia dormir. Ela nunca teria
outra preocupação novamente. Ele sorriu ironicamente para si mesmo ao
pensar sobre o quão bem essa conversa ia se desenrolar.

Ele tinha certeza que ela e sua irmã sabiam sobre o seu amor
por Patsy, e era isso que ele usaria para convencê-la a aceitar suas
ofertas. Ele sabia que ela já tinha ido até os confins da terra por sua irmã,
e ele também sabia que ela ia continuar fazendo isso pelo resto de sua
vida.

Seus sacrifícios não eram sacrifícios aos seus próprios olhos. Ela
acreditava que todo mundo devia fazer a mesma coisa por sua família. Ela
estava tão errada. A maioria das pessoas que ele conhecia não dava um
segundo pensamento sobre alguém ou alguma coisa além deles próprios.
Ela era uma exceção.

Patsy finalmente se recompôs e voltou ao armário para servir outra


bebida. Ele tinha que se acalmar antes de ver Nicole, por sua
vez. Patsy tinha prometido não contar a Nicole sobre sua conversa. Ele
odiava ter sua irmã guardando segredos dela, mas ele também não a
queria na defensiva porque ele conhecia sua historia. Ele tinha que ter
cuidado para não agir muito diferente em torno dela, também, ou ela
ficaria furiosa. Ela, obviamente, não queria que ninguém sentisse pena, e
não queria ser um mártir.

Ele finalmente recobrou controle suficiente para subir as escadas.


Ele tinha saído a mais de uma hora, e ficou chocado ao encontrá-la ainda
na banheira. Ela estava deitada de costas na água, mas estava acordada.
Ele entrou e gemeu quando as bolhas foram rapidamente desaparecendo.
Ele estendeu a mão e sentiu que a água tinha esfriado, então virou a
torneira quente para reaquecer a banheira.

"Eu posso fazer isso sozinha", disse ela, trazendo os joelhos até o
peito para se cobrir. Ele olhou para ela com as sobrancelhas erguidas. Ela
estava escondendo não só o que ele tinha visto muitas vezes, mas o que
também tinha lambido, chupado e feito todo o imaginável. Como se ela
pudesse ler seus pensamentos, suas bochechas ficaram escarlate e ela
rapidamente desviou o olhar.

Ele escorreu um pouco da água fria, e em breve a banheira estava


de volta a uma temperatura agradável, e cheia de novas bolhas. Ela
relaxou o corpo, olhando para ele com cautela. Ele soltou a respiração,
lembrando a si mesmo para não agir de maneira diferente. O que ele teria
feito antes de seu mundo ser batido para fora de seu eixo? Essa foi fácil.
Ele teria se juntado a ela na banheira.

Ele deu um sorriso muito sedutor e começou a tirar sua roupa. Ela
olhou para ele em choque, e ele podia ver que ela estava tentando decidir
se queria permanecer na segurança de suas bolhas ou saltar para fora da
banheira. Ele realmente esperava que ela ficasse.

Ele tirou suas roupas, nem mesmo tentando esconder seu desejo
por ela, e entrou na banheira. Ele a moveu para frente e sentou atrás
dela, rapidamente puxando-a em seus braços. Foi como voltar para casa.
Ela se inclinou contra ele, tensa por alguns instantes e, quando ele não
tentou fazer qualquer coisa diferente de abraçar, ela finalmente começou
a relaxar.

"Eu não queria ir a essa festa, de qualquer maneira", disse ele,


como se ir não tivesse sido ideia dele.

"Ha", disse ela, com um puxão de seu ombro. Ele teve que lutar
contra o sorriso. Ele amava como ela sempre tinha que ter a última
palavra, e amava ainda como ele sempre podia deixá-la sem palavras. Ele
começou a esfregar as mãos contra o estômago dela, e sentiu um arrepio
passando através de seu corpo quando suas preocupações começaram a
derreter.

Suas mãos viajaram pelo corpo dela, até que ele agarrou seus seios
incrivelmente deliciosos. Ele esfregou seus mamilos endurecidos entre os
dedos, fazendo-a ofegar em voz alta. Ele despertou naquele momento, e
não poderia imaginar um tempo em que ela não fosse transformar seu
cérebro em mingau.

Suas mãos continuaram acariciando-a, deixando gemidos de prazer


escapar de seu corpo. Ele a queria flexível e disposta a concordar com
cada desejo seu, antes que começasse a conversa que queria ter com ela.
Era realmente difícil usar o sexo como uma maneira de conseguir o que
queria, porem, porque no segundo em que a tocava, sua própria mente
saia pela janela, e ele tendia a esquecer o que queria falar.

Ela empurrou o corpo de volta contra ele, e ele foi o único que
deixou escapar um gemido então. Ela estava escorregadia e molhada, e ele
estava além de pronto para unir seus corpos. Ele se inclinou e beijou ao
longo de seu pescoço esguio, beliscando e lambendo a pele macia. Ele
amava o gosto e o cheiro dela. Ele continuou a massagear seu peito
enquanto a outra mão deslizou mais baixo em seu corpo, encontrando
sua dolorida protuberância e fazendo-a gritar de prazer. Não demorou
muito esfregando seu botão inchado antes dela começar a tremer de
prazer.

Ele deslizou seus dedos dentro dela, e sentiu as contrações apertá-


lo quando ela voou sobre a borda do êxtase. Ela era tão sensível ao toque
que ele deveria ter sabido que nunca poderia contar com ter uma
conversa no meio do ato de fazer amor.
Ele rapidamente virou seu corpo, de modo a deixá-la montada nele,
e tomou um mamilo maduro em sua boca.

Ele tinha que provar sua pele, tinha que sentir sua pulsação contra
ele. Ele tinha que tê-la logo em seguida.

Ele ergueu seus quadris acima de sua ereção e, lentamente, a


baixou em seu eixo. Ele gemeu quando seu calor o cercou. Ela era tão
apertada, úmida e quente que ele quase não podia lidar. Ela assumiu e
apoiou as mãos em seus ombros, e começou a mover os quadris para
cima e para baixo em seu eixo grosso.

Ele agarrou sua cabeça, necessitando beber de seus lábios. Ele


empurrou sua língua dentro de sua boca macia, saboreando e enredando
suas línguas juntas. Ele a segurou de volta para que ela fosse esmagada
contra ele. Seus seios estavam esfregando contra seu peito, provocando-o.
Ela moveu os quadris mais e mais rápido, para cima e para baixo de pênis
latejante. Ele podia sentir seu corpo ficar ainda mais apertado quando ela
se aproximou do orgasmo novamente. Ela era tão incrivelmente ágil.

Ele não conseguia tirar os lábios dos dela, então apenas continuou
bebendo avidamente enquanto ela manteve o ritmo intenso que tinham
estabelecido.

De repente, ela levantou sua cabeça e gritou, enquanto o corpo dela


o montava com tanta força que era quase doloroso para ele. Ela estava o
agarrando uma e outra vez com a força de sua libertação, enviando-o
numa espiral fora de controle. Ele moveu as mãos para baixo, para
agarrar seus quadris, e a penetrou tanto quanto poderia, disparando sua
libertação dentro dela. Ele podia se sentir bombeando repetidamente,
dando tudo de si mesmo.

O orgasmo foi tão poderoso que ele sentiu como se um pedaço de


sua alma tivesse partido e se infiltrado nela. Ela realmente o possuía. Não
havia nada no mundo que ele não faria por ela.
Ele rezou para que ela nunca soubesse disso, porque podia acabar
destruindo-o se ela pedisse para ser posta em liberdade.

Ele abaixou sua cabeça em seu ombro, não querendo que ela visse
seus olhos, mas precisando que ela estivesse ao lado dele. Ele precisava
que eles ficassem pele a pele, com seu corpo ainda dentro dela, sem se
mover dessa posição. Ele acariciou suas costas enquanto ambos se
recompunham. Nenhum dos dois estava disposto a falar ou quebrar o
momento. A conversa teria que esperar até mais tarde.
"Tudo bem, eu vou usar o carro estúpido", disse Nicole enquanto
jogava as mãos para cima em frustração. Ela chamou um táxi para
buscá-la e levá-la para trabalhar, e quando Ryan descobriu, ele surtou.

Ryan tinha enviado um de seus homens da segurança para o


portão, para pagar o motorista e envia-lo de volta. Não havia nenhuma
maneira no inferno que ele estava deixando ela chamar um táxi quando
ela tinha um veículo para conduzir.

Ele bloqueou a entrada na porta da frente, e estava irredutível sobre


o assunto. Se ela queria sair de casa, ela teria que usar o carro que ele
tinha comprado para ela. Ele ficou ali, bloqueando a porta, com as chaves
penduradas em seus dedos e um olhar orgulhoso no rosto. Ela finalmente
voltou atrás e aceitou fazer do jeito dele.

"Isso foi realmente tão difícil?", Ele praticamente rosnou para ela.

"Sim foi, e obrigada por perguntar", ela zombou. Ele queria dobrá-la
sobre o seu joelho. É claro que esse pensamento tinha sua mente indo na
direção errada, e ele já estava atrasado para uma reunião do conselho.
Ele tinha que se apressar e ter o seu trabalho terminado no escritório,
para que pudesse ir até a loja conhecer o arquiteto para o trabalho de
remodelação que Jasmine solicitou. Ele achou divertido preferir muito
mais estar fazendo isso do que ficar sentado em seu escritório.

Nicole não sabia que ele iria ao seu local de trabalho mais tarde
naquele dia, e ele estava ansioso para surpreendê-la. Ele não achava que
ela fosse ficar encantada com tal surpresa, o que poderia ser mais ruim
para ela do que bom.

Nicole pegou as chaves dele ainda um pouco irritada, e marchou até


a garagem, com ele em seus calcanhares. Ele adorava assistir o balanço
de seus quadris quando ela se afastava dele, especialmente quando ela
estava com raiva e os movimentos ficavam mais pronunciados.

"Você está me perseguindo agora?", Perguntou ela enquanto entrava


pela porta da garagem.

"Eu estou saindo para o trabalho também", informou ele, rindo.


Isso lhe valeu outro olhar.

"Bem, então, eu vou te ver mais tarde", disse ela, e estendeu a mão
para a porta do carro. Ele girou em torno dela e capturou sua boca num
beijo longo e duro, deixando-a sem fôlego.

"Pense sobre isso hoje", disse ele, em seguida, pulou em seu carro e
foi embora. Nicole ficou lá, atordoada por alguns momentos, e soprou um
suspiro de frustração. O homem podia ficar sob sua pele em segundos.
Ele evocava emoções poderosas nela, isso era certo, seja raiva, luxúria ou
felicidade. Ele não fazia nada pela metade.

Ela saiu de casa, mas teve que parar um par de milhas abaixo da
estrada numa Farmácia. Ela tinha decidido comprar um teste de gravidez
depois desse tempo todo, pois sabia que já tinha passado da hora. Ela
estava apavorada de confirmar o que já sabia em seu coração, mas tinha
que fazer. Porem, ela não quis fazer o teste em casa, onde Ryan podia ler
seu rosto como um livro.

Ela saiu da farmácia com o teste guardado em segurança na sua


bolsa, e teve que controlar a respiração. O que a assustou mais do que
saber a verdade era o quanto ela queria o bebê. No início, ela tinha ficado
apavorada ao pensar que estava grávida e, em seguida, quando o
pensamento de que ela podia estar carregando o bebê de Ryan assentou,
ela foi esmagada com alegria.

Ela sabia sem sombra de dúvida que seu amor por Ryan nunca
tinha ido embora. Ela tinha amado-o com a inocência de uma criança, e
desde que tinha ido viver com ele, esse sentimento tinha crescido para o
amor profundo de um adulto. Ela sabia que ele não a amava, porem, e
esse conhecimento era suficiente para destruí-la.

Ela sabia que ele a desejava, entretanto, e nos meses que estiveram
juntos, esse desejo tinha se transformado num inferno quente. Parecia
que nenhum deles conseguia o suficiente do outro - mas isso não era o
suficiente para fazer um relacionamento funcionar, especialmente com
um bebê a caminho. Ela tinha sentimentos mistos sobre o teste. Ela
queria o bebê com um desejo irresistível, mas ao mesmo tempo estava
aterrorizada sobre o que isso significaria para Ryan e ela.

Ela entrou na loja e pela primeira vez ficou agradecida


que nem Jasmine nem Trinity estavam lá. Elas eram tão boas quanto
Ryan em ler cada expressão sua, e ela realmente precisava de um tempo
para lidar com o teste e com as emoções a seguir, sendo a resposta sim,
ou não.

Ela não podia esperar nem um segundo mais, e foi direto para o
banheiro. Trêmula, ela leu as instruções da caixa, fez o que precisava ser
feito e, em seguida, sentou-se com a pequena vara do teste sobre borda da
pia. Ela esperou um total de dez minutos antes de ter coragem de agarrar
o teste de novo e ver qual era o resultado.

Seus olhos se encheram de lágrimas, que transbordaram pelo seu


rosto. Mas não eram lágrimas de tristeza, ou mesmo de terror. Eram
lágrimas de alegria completa. Ela já sabia a resposta, então realmente não
entendia por que o teste ficando azul foi capaz de enchê-la com tanta
emoção – talvez por ser a confirmação de que ela estava carregando o
bebê de Ryan dentro de seu ventre.

Pelo tamanho de seu estômago, ela achou que estava grávida de


vários meses já. Ela ficou surpresa que ele não tivesse dito nada sobre
seu ganho de peso. Na verdade, olhando para trás, ele tinha feito um
comentário de que ela parecia muito mais saudável, e que seu corpo
estava ainda mais atraente para ele. Ela sorriu quando pensou em como
sua opinião mudaria quando ela fosse tão grande quanto uma baleia.

Ela não estava pronta para compartilhar seu segredo com ninguém
ainda, então ficou no banheiro um pouco mais.

Ela tinha que controlar suas emoções, ou as meninas saberiam com


certeza que algo estava acontecendo. Ela enterrou o teste no fundo da lata
de lixo e saiu.

Jasmine já tinha chegado, mas estava literalmente enterrada até os


cotovelos em massas, então ela não poderia seguir Nicole ao redor como
às vezes fazia. Trinity terminou ligando e dizendo que não poderia vir
hoje, porque seu filho mais novo estava resfriado. Nicole sabia que as
mulheres gostavam muito de possuir seu próprio lugar, acima de tudo
porque permitia que elas pudessem ser mães em primeiro lugar.

Ela inconscientemente esfregou a mão em estômago, e pensou que


adoraria ser mãe em tempo integral. Se ela ainda pudesse trabalhar para
elas quando o bebê nascesse, independente do que aconteceria com Ryan,
ela na verdade poderia ser mãe em tempo integral como gostaria. O lugar
foi criado para crianças, com uma área de lazer na parte de trás e um
parque infantil em frente. Era ideal para uma nova mãe.

Ela tinha esperança que poderia ficar, e queria gritar para o mundo
que ia ser mãe. Seria difícil não dizer nada para Ryan naquela noite, mas
ela não tinha certeza se queria compartilhar sua descoberta com ele
ainda.
Ela não sabia como ele ia reagir à notícia. Ela sabia que ele amava
crianças, porque ele era incrível com as crianças de seus primos, mas ele
tem sido enfático com ela sobre o relacionamento deles ser uma coisa
temporária.

Uma criança os amarraria juntos mesmo quando eles seguissem


caminhos separados, já que com um filho eles sempre seriam parte da
vida um do outro. Era tudo muito complicado, então ela decidiu fazer
alguns arranjos florais para afastar sua mente da situação.

"Bom dia", disse Ryan, chamando a atenção de Nicole. Ela se


assutou e olhou para cima com olhos culpados.

Ryan perguntou-se o que ela estava fazendo. Ele ficou lá olhando


para ela por alguns minutos antes de se anunciar, e ela estava tão
concentrada no que estava fazendo que sequer tinha notado sua
presença.

"O que você está fazendo aqui?", ela perguntou com desconfiança.

"Vou me encontrar com um arquiteto aqui para as meninas. Elas


querem fazer algum trabalho de remodelação," ele disse a ela.

"Oh, eu não sabia", ela disse, soltando um suspiro de alivio. Ela não
era normalmente uma mulher de manter segredos. Se ela queria dizer
alguma coisa, ela simplesmente falava, e ao inferno com
as consequências.

"Parece que vamos estar muito em torno um do outro, porque esse


projeto vai demorar pelo menos um par de meses", disse ele com um
sorriso satisfeito. Seus olhos se arregalaram com suas palavras. Não
havia nenhuma maneira que ela poderia estar em torno dele
constantemente em casa e no seu local de trabalho e ainda manter o seu
segredo.

Ela precisava dizer a ele, mas não sabia como.


"Bem, hum, eu preciso fazer algo na parte de trás", disse ela, e
depois fugiu. Ele estava tentado a persegui-la, exigindo saber por que ela
estava agindo tão estranho, mas o homem que esperava para a reunião
chegou o que o manteve ocupado durante várias horas.

No momento em que eles terminaram, Nicole tinha conseguido se


recompor, e ele sabia que não conseguiria tirar nada dela. Mais uma coisa
que Ryan tinha descoberto ao longo dos últimos meses com ela o
enfurecendo continuamente, alem de perceber, é claro, que não poderia se
imaginar vivendo sem ela, ou Patsy.

Agora que ele sabia o que ela tinha passado quando adolescente, e
que sabia que ela não tinha o deixado pelas razões que uma vez tinha
pensado, era hora de colocar seu coração em cima da mesa e fazer sua
aposta. Ele estava com medo de que se ela o rejeite mais uma vez ele
nunca voltasse a ser o mesmo de novo, mas também não queria continuar
no caminho que estavam indo. Ele não queria que ela lhe desse tudo de si
em sua cama e nada durante o dia.

"Eu tenho que voltar para casa. Vejo você em poucas horas", disse
ele. Tomando-a nos braços, ele a beijou com tanta ternura que deixou
lágrimas em seus olhos. Nicole olhou para ele com uma expressão
chocada e simplesmente assentiu com a cabeça.

Ryan caminhou para fora da loja assobiando e se sentindo positivo


sobre a noite por vir. Ele foi para casa e começou a criar o cenário para o
que ele esperava ser uma noite romântica, e com um final muito feliz.

Nicole ficou presa na loja. As garotas nunca lhe pediram para ficar
até mais tarde, mas estavam fazendo um necessário inventário e tinham
pedido sua ajuda. Eram oito horas quando ela finalmente fez seu caminho
para fora da porta. Ela estava morta em seus pés, e ainda em estado de
choque sobre o teste de gravidez.
Ela tinha chegado a conclusão que simplesmente ia dizer a verdade
e explicar que um bebê não significava que eles precisavam mudar as
coisas. Eles poderiam chegar a um acordo mútuo para que pudessem ser
ambos participantes ativos na vida de seu filho. Ela odiava o pensamento
deles não serem mais do que estranhos, porem. Isso doía de maneiras que
nada nunca tinha machucado antes.

Nicole entrou na casa e olhou em volta com confusão. A iluminação


estava extremamente fraca e ninguém parecia estar em casa. Ela olhou
para o chão e viu pétalas de rosa em toda parte. Teria alguém derramado
algo? E se tivesse havido um acidente? Ela seguiu o caminho e se
encontrou na sala de jantar.

Nicole suspirou quando viu a cena à sua frente. Seu corpo começou
a tremer e sua mente se recusou a reconhecer o que estava vendo. Ryan
estava de pé na outra extremidade vestindo um smoking que mostrava
seu corpo impressionante com perfeição. O homem realmente vestia um
smoking bem, pensou. Ele era impressionante, e ela mal conseguia
afastar os olhos de sua forma magnífica.

Ela olhou para a mesa que foi preparada para a sedução. Havia
velas acesas, e mais pétalas de rosa espalhadas. Champagne e o aroma
da comida fizeram seu estômago roncar com fome.

No meio de tudo isso estava o maior bouquet de rosas que ela já


tinha visto. Uma canção romântica estava tocando no fundo, fazendo seu
corpo a reagir.

"O que é tudo isso?", Perguntou ela com admiração.

"Eu pensei que você merecia um pouco de romance," ele disse, com
paixão queimando em seus olhos. Ela segurou o fôlego. Eles tinham tido
tantos problemas...
"Eu... eu não sei o que dizer", ela finalmente suspirou. Ela sentiu a
pontada de lágrimas em seus olhos e rapidamente se virou, não querendo
que ele a visse chorar. Ela culpou a gravidez por suas emoções fracas.

"Dança comigo", ele pediu suavemente, e então ela estava em seus


braços. Ela nem sequer pensou em resistir. Eles se encaixavam como se
tivessem sido feitos para ficarem juntos. Ela deitou a cabeça no ombro
dele, e ele a puxou com força contra seu corpo duro.

Ele cheirava a casa, e ela se apertou ainda mais perto dele. Ela não
se importava com nada que não fosse o momento. Ela precisava ter esta
noite com ele antes de contar sobre o bebê e, consequentemente seu
mundo mudar. Ela sabia que ia se lembrar dessa noite num futuro
próximo, e mesmo que essa lembrança pudesse causar dor, pelo
menos ela seria capaz de dizer honestamente a seu filho o quanto ela era
apaixonada por seu pai.

Nicole tinha a sensação de que ainda estaria apaixonada por ele no


dia em que morresse. Ela nunca amou outro, e algo como isso
simplesmente não some do dia pra noite. Ela certamente perderia um
pedaço de sua alma quando eles terminassem.

Ryan a girou ao redor da sala numa dança delicada que era apenas
para os dois. Ele inclinou a cabeça para baixo e tomou seus lábios com
tanta paixão que seu coração cresceu duas vezes seu tamanho normal.
Ela passou as mãos por seu pescoço e o puxou ainda mais perto.

Ele se soltou dela e deu um passo atrás, a deixando insegura e


dolorida. Ele nunca quebrou o contato com ela antes, e ela não achava
que isso era um bom sinal. Ela não sabia, mas estava olhando para ele
com seu coração nos olhos, e Ryan soube naquele momento que ela o
amava. E se ela o amava, todo o resto ia se encaixar no lugar.

"Eu te quero demais, nunca duvide disso, mas está noite é sobre
romance, e se eu continuar te beijando assim, o jantar será esquecido e
nós vamos acabar na cama", ele rosnou para ela. Seu peito inchou com
orgulho. Ela sabia que era apenas sexo, mas muitas outras relações
foram construídas com muito menos do que isso.

Ryan a sentou à mesa, e dentro de instantes um prato foi colocado


na sua frente. Eles comeram a refeição e ela se encontrou relaxando. Ele
ia ter um monte de problemas por dar-lhe uma noite romântica, e ela
estava sentindo os efeitos também. Ele serviu a ela uma taça de
champanhe e ela não disse nada, mas teve certeza de não tomar nada
alem de água.

Ao longo da sua sobremesa, Ryan tomou sua mão e começou


a acariciar-lhe o pulso, o que imediatamente fez seu coração bombear
descontroladamente. Ela não achava que um dia teria o suficiente dele.

"Nicole, você é diferente de qualquer outra mulher que eu já


conheci, e antes de ficar toda na defensiva, isso é uma coisa boa. Você é
bonita, sem dúvida, mas também é compassiva, fiel, apaixonada, teimosa
e tudo mais que qualquer homem poderia possivelmente querer. Comecei
essa relação querendo punir você por me deixar. Não, não tente me
afastar, me deixe terminar", ele disse quando ela tentou separar suas
mãos.

Ela se encolheu em seu assento, mas parou de tentar se afastar.


Ela podia ouvi-lo, mas soava como se ele estivesse prestes a romper com
ela, e ela não sabia como conseguiria ouvir qualquer coisa com o coração
quebrado. Ela queria esfregar seu estômago e de alguma forma proteger o
bebê de ouvir as palavras seguintes dele.

"Estou tentando dizer que estraguei tudo. Tentei punir você por me
deixar, mas agora eu sei o que realmente aconteceu. Patsy falou comigo, e
eu gostaria muito que você tivesse me dito. Eu teria estado lá para você, e
teria te protegido. Eu amei você antes, e eu te amo agora, e quase me
destrói saber que eu não estava lá para mantê-la segura. Eu deveria ter
sido o único a tomar a sua dor. Eu deveria saber que algo estava errado,
mas eu deixei o orgulho ficar no meu caminho. Eu nunca vou deixar isso
acontecer novamente. Estou dando meu coração de novo para você, aqui e
agora. Eu amo você, Nicole, e não posso imaginar minha vida sem você
nela. Por favor, aceite meu amor e me deixe te proteger para o resto da
minha vida", disse ele com ternura, nunca quebrando o contato visual.

Nicole não conseguia nem respirar enquanto lágrimas desciam pelo


seu rosto. Ela pensou que ele estava terminando com ela, mas, ao invés
disso, ele estava dando a ela seu amor. Ela não sabia como merecia um
homem tão incrível.

Ela odiava que ele soubesse sobre o abuso. Isso a fez se sentir
fraca, mas quando ela olhou em seus olhos, percebeu que ele não
pensava nela como fraca. Ela acreditava que ele realmente a amava,
considerando o olhar de admiração em seu rosto.

Uma de suas mãos foi para o seu rosto. Ele não disse mais nada.
Ele simplesmente segurou a mão dela e esperou até ela ter suas emoções
sob controle. Ela o olhou nos olhos, à procura de alguma coisa que
desmentiria suas palavras. Ela viu nada além de amor e aceitação dentro
de suas profundezas.

"Eu também te amo, Ryan. Eu sempre amei, mas tive que mandar
você embora naquela época porque não queria que você soubesse o quão
fraca eu era," ela começou.

"Não se atreva a dizer que você foi fraca. Você é a pessoa mais forte
que eu já conheci, e você levou toda a punição sozinha. Você levou o peso
do mundo sobre seus ombros... e você é tão teimosa. Eu teria tido prazer
em levar esse peso por você, mas eu entendo agora porque você fez o que
fez. Mas agora você me tem ao seu lado, e nós podemos conquistar
qualquer coisa, desde que fiquemos juntos", ele interrompeu.
"Eu era tão tola, Ryan, eu sempre me culpava pelos
espancamentos, e eu pensei que você ficaria horrorizado e me deixaria de
qualquer maneira se você soubesse o que estava acontecendo. Eu era tão
jovem", disse ela como explicação.

"Diga de novo," ele exigiu, e ela sabia o que ele queria ouvir.

"Eu te amo, Ryan Titan, eu sempre amei, e eu sempre amarei,


mesmo quando você estiver me deixando louca com suas maneiras de
homem das cavernas", disse ela com verdadeira alegria na voz. Ela sabia
que eles iam ficar bem. Ela sabia que sua vida ficaria bem daquele dia em
diante. Ele esmagou os lábios nos seus antes que ela pudesse dizer a ele
sobre o bebê, porem.

Passaram-se vários minutos antes de eles se separarem para


respirar, e ela ficou ainda mais sem fôlego pelo puro amor que brilhava
nos olhos de Ryan. De repente, ele a soltou e caiu sobre um joelho. Ela
engasgou em choque, e mais lágrimas desceram pelo seu rosto.

"Case-se comigo, Nicole. Me faça um homem honesto. Diga sempre


quando estou errado, me ame dia e noite, me de um monte de crianças e
me deixe ajudá-la a realizar todos os seus sonhos", disse ele, com a voz
embargada.

Ela soluçava quando balançou a cabeça num sim. Ela não poderia
ter feito essa palavra passar pela sua garganta nem se sua vida
dependesse disso, tamanha emoção que sentia.

Ele abriu a caixinha de veludo e ela ficou surpresa por não


desmaiar. Ele estava mostrando a ela um anel de diamante requintado. A
pedra do centro era perfeita, rodeada por um belo padrão de diamantes
menores. Ela o observou tirá-lo da caixa e colocar em seu dedo. Ela olhou
para o lindo anel, um símbolo de seu amor.

"Eu espero que você goste. Mandei fazer especialmente para você",
disse ele, parecendo inseguro.
"É impressionante, Ryan, mas você não precisava de um tão
grande. Eu teria ficado feliz com uma pedra simples", ela disse. Ele olhou
para ela como se ela fosse louca.

"Se o tamanho do anel igualasse o amor que eu sinto por você, você
não seria capaz de levantar sua mão. Eu realmente o diminuí bastante
considerando o que eu originalmente queria", disse ele timidamente. Ela
jogou os braços em volta do seu pescoço e o segurou com força. Como ela
poderia ter acreditado que sua generosidade era para controla-la? Ele
vinha mostrando seu amor o tempo todo, apenas da forma errada. Ele
tinha comprado coisas para ela, coisas que ela tinha continuamente
rejeitado, mas essa era a única maneira que ele sabia como mostrar amor.
Ela iria ensina-lo que o que ela realmente queria era apenas ele.

"Então, hm, você quer um monte de crianças, huh?", Ela perguntou


maliciosamente.

"Eu adoraria encher esta casa com elas", disse ele com um sorriso
malicioso.

"Eu não sei sobre encher o lugar, mas eu poderia ter uma aqui em
cerca de cinco meses," ela disse, e esperou ele absorver suas palavras. Ela
viu quando seus olhos a fitaram com confusão por alguns momentos, e
depois se arregalaram quando ele entendeu o que ela tinha dito.

Ele olhou para o seu estômago e de volta novamente para os seus


olhos, e ela acenou para ele. Sua boca se abriu no maior sorriso que ela já
o tinha visto dar, e ele agarrou a bainha de sua camisa e a levantou ate
seus seios. Ele passou a mão sobre a sua barriga, que estava apenas
começando a aparecer.

"Como eu não percebi?", Perguntou ele enquanto sua mão


continuava a acariciar a superfície lisa.

Seu carinho não era para ser sexual, mas ele estava transformando
seu corpo em fogo líquido com suas carícias inocentes.
"Eu já suspeitava há algum tempo, mas só descobri com certeza
hoje. No começo eu pensei que estava ficando gorda com todos os
alimentos que você está me dando.", disse ela um pouco timidamente.

"Eu amo seu corpo. Nunca diga algo assim novamente. Eu gostei de
suas curvas, e fiquei simplesmente tão ligado por você que não prestei
atenção nas mudanças", disse ele, com paixão real por trás de suas
palavras.

"Ryan, você é tão bom para mim."

"Estou pensando em ser bom para você todos os dias, para o resto
de nossas vidas", ele disse. Então ele a pegou em seus braços, e a
conversa chegou ao fim. Ele a levou para o quarto, onde adorou seu
corpo, notando a ligeira mudança que seu filho estava causando nela, e
ficou mais ligado do que nunca sabendo que eles haviam criado uma
vida.

Eles ficaram até tarde da noite fazendo amor, conversando e


planejando o seu futuro juntos, ambos sentindo uma paz diferente de
tudo que qualquer um deles já tinha conhecido.
DOIS ANOS E ALGUNS MESES DEPOIS

"Apague as velas, baby", disse Nicole para a filha de dois anos. Ela
não podia acreditar no quanto sua vida tinha mudado nos últimos anos.
Ela estava mais feliz do que poderia ter alguma vez pensado ser possível.

A multidão irrompeu em aplausos quando Jessica saltou sobre as


duas velas, e recompensou a todos com seu precioso sorriso.

"Isso é bom, garotinha do papai. Eu não posso acreditar o quão


grande você está", disse Ryan a sua filha, antes de pega-la em seus
braços.

Ele então envolveu Nicole perto dele, ainda tão apaixonado por ela
como no dia em que tinham se reencontrado. Ele não conseguia ter o
suficiente dela. Ela tinha lhe dado o presente que era sua filha, e seu
amor, e ele não poderia estar mais feliz.

Ele olhou em torno de seu quintal, grato pelo dia bonito em Seattle.
Não havia nenhuma nuvem no céu, como se os destinos estivessem
brilhando sobre eles. Seus primos estavam jogando na estrutura de jogo
enorme com seus filhos. Ele sorriu para sua família crescente.

Ele riu para si mesmo, pensando no quão duro ele e seus primos
lutaram contra casamento e compromisso.
Nenhum deles podia imaginar suas vidas sem suas belas esposas
agora e, como se não bastasse, as mulheres todas se davam tão
incrivelmente bem juntas. Elas rapidamente se tornam melhores amigas,
compartilhando sua loja juntas, bem como a maternidade.

Eles eram todos uma grande família unida.

Jasmine chamou Nicole, e acabou que ele relutantemente teve que


deixá-la ir, assistindo de longe quando ela riu com as outras duas
mulheres. Ele se dirigiu para a estrutura de jogo, onde Jessica se
contorceu para descer e brincar com seus primos.

"Nós fizemos muito bem, primo", disse Drew com um sorriso


satisfeito, já que seu foco decorreu de seus filhos para sua esposa.

"Sim, fizemos," Ryan concordou, triunfante.

"Eu não posso acreditar o quão estúpido fomos ao pensar que a


vida era completa sem essas mulheres", acrescentou Derek. Todos os três
homens acenaram concordando com a cabeça.

"Eu me sinto o homem mais sortudo do mundo. Eu tenho uma


esposa incrível, uma bela filha e, embora Nicole queira esperar mais
algumas semanas para lhes contar, eu não suporto não compartilhar. Ela
está grávida de novo", disse a eles.

"Isso é maravilhoso", disse Drew, batendo em suas costas com força


suficiente para fazer um homem menor cair de joelhos.

"Parabéns", Derek acrescentou com entusiasmo.

"Como Patsy está indo?", Perguntou Drew.

"Ela está amando a faculdade, mas óh homem, eu sinto falta dela.


Estou feliz que ela decidiu ficar mais perto de casa, mas ainda não a
vemos o suficiente com sua vida no campus. Eu já tive que assustar a
merda fora de um cara que estava ficando muito amoroso com ela. Ela
ficou com raiva de mim por semanas porque ele não vai sequer olhar para
ela agora", disse Ryan com satisfação.

"Eu teria feito a mesma coisa. Não posso sequer imaginar o que eu
vou passar quando meus filhos começarem a ter encontros", disse Derek,
estreitando os olhos.

"Sim, eu sei. Patsy tecnicamente é minha cunhada, mas eu penso


nela como uma filha, e eu juro que vou destruir qualquer cara que tentar
machucá-la", disse.

"Eu quase sinto pena dos pobres rapazes que tentarem ultrapassar
seus limites", disse Derek, mas o olhar em seus olhos contradizia suas
palavras. Ele ia desfrutar completamente de aterrorizar esses homens.

"Pelo menos temos um longo tempo para nos preparar", disse


Ryan.

"Amém", tanto ele como seus primos concordaram.

"Venham comer, meninos," Trinity chamou, e os homens


ansiosamente foram para suas esposas. Nada dava mais alegria a eles que
passar o tempo com a família. Eles eram ricos, mas seus casamentos e
filhos os fizeram mais ricos do que reis, e eles agradeciam suas bênçãos
diariamente.

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