AULA 2 – PONTUAÇÃO

Pontuação é um assunto bastante frequente no Exame Nacional de Acesso ao PROFLETRAS.

Normalmente, as questões abordam a possibilidade, ou não, de substituição de um ponto por
outro e sua possível alteração de sentido. Nesta segunda aula sobre Gramática no PROFLETRAS,
falaremos sobre a pontuação tomando por base a gramática normativa. Selecionamos os sinais
gráficos que já foram cobrados em exames anteriores. No que diz respeito às aspas,
dedicaremos uma aula específica para elas.

VÍRGULA

O uso da vírgula serve para marcar o deslocamento de um termo na frase, por meio de uma
pausa que altera a entonação. Na fala, a intenção de exprimir afirmação, exclamação ou
interrogação é marcada pela variação no modo de emitir um som, porém, na escrita, é a
pontuação que serve para representar graficamente essa entonação que ajuda a construir o
sentido desejado.

A ordem canônica de uma frase em língua portuguesa é sujeito, verbo e complementos. Quando
essa sequência é respeitada, não se coloca vírgula alguma. Então, resumidamente, não se separa
por vírgula sujeito e predicado, nem verbo e complementos.

Pedro resolveu todas as questões.

Sujeito Verbo Complementos

Na frase anterior não se admite vírgula tanto depois de “João” quanto depois de “comprou”,
pois o uso estaria ferindo as duas regras básicas recém descritas.

Em uma frase pequena, como a do exemplo, é muito mais fácil notar os elementos sintáticos,
ou seja, quem é o sujeito, o predicado, o objeto direto e/ou indireto. No entanto, em períodos
mais longos, é preciso atentar em não inserir uma vírgula com a intenção de fazer uma pausa e
acabar infringindo as regras.
Quando a vírgula é permitida?

Adjuntos adverbiais em posição padrão

Se ao primeiro exemplo for acrescentado um adjunto adverbial em posição padrão, ou seja, ao
final da oração, temos:
João comprou um carro para a esposa ontem.

Como há apenas um adjunto adverbial, a vírgula é facultativa, estando adequados:

João comprou um carro para a esposa ontem.
João comprou um carro para a esposa, ontem.

No entanto, se mais um adjunto adverbial for acionado, é preciso fazer pelo menos uma quebra:
João comprou um carro para a esposa, ontem antes do almoço.
João comprou um carro para a esposa ontem, antes do almoço.
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 João comprou um carro para a esposa, ontem, antes do almoço.

Adjuntos adverbiais fora da posição padrão

Em razão de os adjuntos adverbiais terem grande mobilidade dentro da oração, podem ocupar
uma posição que não é a padrão. Isso é representado pelo uso da vírgula, que insere uma pausa:
Ontem, João comprou um carro para a esposa.
João, ontem, comprou um carro para a esposa.
João comprou um carro, ontem, para a esposa.

Considerando o exposto acima, veja agora a questão 16 do ENA realizado em 2017.

Vendem-se, nas livrarias, livros com resumos das obras literárias que saem nos exames.

16. Tomando como referência as convenções da norma-padrão da língua portuguesa,

A) acrescentando-se uma vírgula depois de “literárias”, mantém-se o sentido.
B) se a primeira vírgula for retirada, a segunda pode ser mantida.
C) se a primeira vírgula for retirada, a segunda deve ser excluída. xx
D) acrescentando-se uma vírgula depois de “saem”, altera-se o sentido.

Adjuntos adverbiais sob forma de oração

Posto que os adjuntos adverbiais também podem apresentar-se como orações adverbiais,
geralmente o uso da vírgula é recomendado para separar a oração subordinada adverbial da
oração principal, mas é dispensável se estiver em sua posição padrão, quer dizer, depois da
principal:
João comprou um carro para a esposa quando chegou o Natal.
Quando chegou o Natal, João comprou um carro para a esposa.
João comprou um carro, quando chegou o Natal, para a esposa.

Advérbio de tempo e lugar justapostos

Também se faz uso da vírgula para separar tempo e localidade nas datas, normalmente em
correspondências, como em:
Sexta-feira, 13 de setembro de 2019.
Rio de Janeiro, 15 de novembro de 1989.

Termos de mesma função não ligados por conjunção

A vírgula serve para intercalar elementos que exercem a mesma função sintática, quando não
estão unidos por conjunções, como na frase de Machado de Assis:
“Achava os homens declamadores, grosseiros, cansativos, pesados, frívolos, chulos, triviais.”

Entretanto quando as conjunções e, ou e nem repetem-se numa enumeração, geralmente se

separa os elementos coordenados, como nesta outra frase do mesmo escritor:
“Nem tu, nem eu, nem ela, nem qualquer outra pessoa desta história poderia imaginar.”

Conjunções coordenativas deslocadas para o meio da oração

Quando acontece de uma conjunção coordenada sair da posição padrão, isto é, o início da
oração:
Todos deveriam fazer alguma atividade física diariamente; isso não quer dizer, entretanto, que
todos devem ser superatletas.

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Orações deslocadas dentro de outra oração
Às vezes, intercalamos uma informação ou um pensamento. Esses fragmentos destacam-se da
oração e devem ser separados por vírgula:
Todos, penso eu, deveriam empenhar-se para atingirmos o resultado.

Orações adjetivas explicativas

Uma oração explicativa gera uma quebra em relação à oração principal e, consequentemente,
é isolada por vírgulas. Nesse caso, o uso da vírgula é fundamental para a desambiguação do
sentido, uma vez que, sem essa separação, a oração passa a ser restritiva, como é possível
perceber a seguir:
Os artistas, que são vaidosos, costumam exagerar nos gastos pessoais.
Os artistas que são vaidosos costumam exagerar nos gastos pessoais.

Sobre o exposto acima, vejamos a questão 18 do ENA realizado em 2020

18. Há uma vírgula que indica trecho de valor explicativo em:

A) Se ela não for complementada com processos mais sistemáticos, ninguém se especializa em
coisa nenhuma.
B) É um tipo de aprendizagem que, para obtermos, basta ter um celular nas mãos.
C) Foi também no século XIX que surgiu o modelo de escola que atravessou uma boa parte do
século XX, um modelo cada vez mais adaptado ao desenvolvimento de competências e
especializações [...].
D) Foi só a partir dos anos 1990, quando a cultura do computador passou a cada vez mais fazer
parte da vida da sociedade em geral, que surgiriam as grandes revoluções nas tecnologias de
linguagem [...].

Vocativo
O vocativo, seja qual for sua posição na frase, deve ser separado por vírgula:
“D. Glória, a senhora persiste na ideia de meter o nosso Bentinho no seminário?”

Aposto
Assim como o aposto, sempre isolado, mesmo que no início da sentença:
José Saramago, único escritor de língua portuguesa a ganhar o Nobel de Literatura, faleceu em
2010.
Único escritor de língua portuguesa a ganhar o Nobel de Literatura, José Saramago faleceu em
2010.

Expressões explicativas ou de retificação

Expressões como além disso, por exemplo, ou melhor, inclusive, isto é, ou seja, a saber, aliás,
com efeito são isoladas por vírgula:
José Saramago morreu no dia 18 de julho, aliás, junho.
Elipse do verbo
A língua dá a possibilidade de omitir um verbo que já apareceu na oração anterior, isso se chama
elipse. Sua ausência fica assinalada pelo uso da vírgula:
Luíza sai para o trabalho às 7h nos dias de semana; no sábado, às 9h.

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Vejamos a questão 18 do ENA realizado em 2016.

18. Considere o período:

O leitor em questão aqui é o leitor de obras literárias, [1ª] as quais, [2ª] por suas características,
[3ª] colaboram para formar o sujeito.
Em relação às vírgulas presentes no período, é correto afirmar:
A) Se a segunda for excluída, há apenas alteração de sentido.
B) Se a primeira for excluída, há apenas alteração de sentido.
C) Se a primeira e a segunda forem excluídas, não há alteração de sentido, mas comete-se
infração à norma padrão.
D) Se a segunda e a terceira forem excluídas, há alteração de sentido, mas não se comete
infração à norma padrão.

Vejamos agora a questão 20 do ENA realizado em 2018.

Apesar de[1º] haver uma íntima relação entre esses fatores[2º], cujas[3º] origens estão na
sociedade de uma maneira geral, e o aumento de ações violentas no espaço escolar, não se pode
afirmar que eles são os únicos determinantes do fenômeno.
20. Considerando-se o padrão frasal do português escrito,
A) apenas a segunda vírgula pode ser substituída por travessão.
B) a primeira vírgula pode ser substituída por ponto e vírgula.
C) apenas a primeira vírgula é obrigatória.
D) a terceira vírgula é obrigatória.

PONTO E VÍRGULA

O ponto e vírgula é um sinal gráfico que tem como principal função organizar, separar e
enumerar termos. Assim como o sinal dois-pontos, o ponto e vírgula pode ser usado em
enumerações. É empregado também para realizar a separação de orações coordenadas e de
leis, de decretos etc. Além disso, pode ser empregado para fazer a separação de itens em
orações de caráter distributivo. É preciso lembrar, também, que o ponto e vírgula não deve ser
confundido com a vírgula, porque são sinais ortográficos usados com objetivos diferentes.

Quando usar o ponto e vírgula?

Para separar orações coordenadas assindéticas que tenham relação entre si:
O mar está poluído; a água está muito suja.

O ponto e vírgula também é ideal para separar itens em uma enumeração:

No supermercado, precisamos comprar:
arroz;
feijão;
carnes;
materiais de limpeza;
verduras.

É usado para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia,
entretanto etc.), substituindo a vírgula:
Preciso chegar mais cedo em casa; contudo, sairei do trabalho apenas à noite.

Pode ser usado para separar orações coordenadas adversativas quando o verbo anteceder a
conjunção na oração:
Ele esperava chegar a tempo de assistir ao filme; chegou, contudo, apenas no fim da sessão.

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Também pode ser usado para separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já
possui elementos separados por vírgula:
O total de vendas foi o seguinte: 40 cafés foram vendidos ontem; 50, hoje.

Além disso, é utilizado em orações de caráter distributivo:

As atribuições são as seguintes: Bárbara e Beatriz buscarão as fixas na copiadora; Celso e Hugo
emitirão as notas; Pedro buscará o cliente na rodoviária; Adélio servirá o almoço a todos às 13
horas.

Diferenças entre ponto e vírgula e dois-pontos

O sinal gráfico dois-pontos, assim como o ponto e vírgula, indica uma pausa, mas uma pausa
mais breve, e exerce funções diferentes das exercidas pelo ponto e vírgula. Vejamos abaixo
casos de uso dos dois-pontos.
Usados para indicar uma citação:
Kant disse: “O homem é aquilo que a educação faz dele.”
Simone de Beauvoir afirmou: “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher.”

Usados para iniciar uma enumeração:

Precisamos destes quatro ingredientes: farinha, ovos, leite e fermento.

Usados antes dos itens da enumeração, os quais são separados por ponto e vírgula, já que estão
acompanhados de explicações:
Ela gosta destes três livros: “Torto arado”, de Itamar Vieira Junior; “Utopia”, de Thomas More;
“Ciranda de pedra”, de Lygia Fagundes Telles.

Diferenças entre ponto e vírgula e vírgula

A vírgula indica uma curta pausa na leitura, enquanto o ponto e vírgula evidencia uma pausa
mais longa do que a da vírgula. Além disso, ao contrário do ponto e vírgula, a vírgula é
empregada para separar vocativo, adjunto adverbial ou oração reduzida de gerúndio, entre
outros casos específicos:
João, chegue cedo em casa. (Vocativo)
Depois de alguns anos, juntamos dinheiro suficiente para viajar. (Adjunto adverbial)
Andando pelo parque, ela passeia com irmãos na tarde de domingo. (Oração reduzida de
gerúndio)

Ponto e vírgula e o Acordo Ortográfico

De acordo com o atual Acordo Ortográfico, não houve mudanças nas regras do uso de ponto e
vírgula. Apenas houve mudança na grafia de ponto e vírgula, que anteriormente era hifenizada
(ponto-e-vírgula).

Vejamos agora a questão 6 do ENA realizado em 2023

06. Sobre outra possibilidade de pontuação do período, em conformidade com as relações
sintático-semânticas da língua portuguesa,
A) a retirada da terceira vírgula é aceitável.
B) o primeiro ponto pode ser substituído por vírgula.
C) o segundo ponto pode ser substituído por ponto e vírgula.
D) a colocação de uma vírgula após “portanto” é inaceitável.

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TRAVESSÃO
O travessão é um sinal de pontuação representado por um traço na horizontal (-) maior que o
hífen e que tem como finalidade indicar o discurso direto ou dar ênfase em trechos de textos.
Quando usar o travessão?
Discurso direto
O uso mais comum do travessão é marcar a fala de alguém em texto. Para esse fim, pode-se
utilizar também as aspas.
João disse:
- Estou com fome!
OU:
João disse:
“Estou com fome!”

Embora ambos os sinais de pontuação tenham a mesma finalidade, é mais comum que se usem
travessões em diálogos, visto que dá ao texto mais fluidez.

Para separar expressões ou frases intercaladas

Os travessões também são utilizados substituindo as vírgulas para intercalar trechos em que se
pretende dar ênfase.
“Os Estados Unidos e a China – os maiores poluidores do planeta – não são signatários dos
principais tratados de preservação ambiental. Isso significa que aqueles que mais prejudicam a
natureza são os menos propensos a mudarem de atitude. Assim, dificilmente surgirão ações
efetivas para a diminuição do desmatamento ou da emissão de gase-estufa.”

Observe que, no parágrafo argumentativo acima, os travessões substituíram as vírgulas que

isolavam o aposto explicativo com o intuito de destacar o trecho, ou seja, dar-lhe ênfase.

PONTO FINAL
Ponto-final é um sinal de pontuação que encerra o período. Ele é usado no final de frases
declarativas e imperativas. Ele pode ser utilizado, também, em orações interrogativas indiretas.
Mas, além dele, existem outros tipos de pontos, como o ponto de interrogação, de exclamação,
os dois-pontos e o ponto e vírgula
Quando usar o ponto final?
Para encerrar um período: Todos os dias, repetimos vários clichês.
No final da data de uma correspondência: Belo Horizonte, 13 de agosto de 1999.
Em oração interrogativa indireta: Diga-me qual é o nome de seu pai.
Chamamos de ponto abreviativo aquele utilizado em abreviaturas, como, por exemplo, “ltda.”
e “adj.”. Já o ponto separativo é usado em números: 1.235, 461.358, 8.000.000 etc.

Quando não usar o ponto-final?

Não devemos usar o ponto-final em oração interrogativa direta:
Qual é o nome de seu pai?
Além disso, vale destacar que o uso de ponto no final de títulos é considerado opcional. No
entanto, tradicionalmente, ele não é utilizado nesse caso.
Já o ponto separativo não deve ser usado em número que indica ano (1950, 1985, 2000, 2011),
nem em CEP (30672-772, 08090-284).

É possível haver ponto final antes do “e”?

Veja o seguinte exemplo:
Venho informar-lhes que Maria e João já iniciaram suas atividades como auditores. E estão
disponíveis para quaisquer esclarecimentos.

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Repare que, se as proposições da frase acima formassem uma ideia de conjunto (uma
informação que só se completasse na adição), não deveria iniciar período na segunda conjunção
“e”. Nesse caso, deveríamos escrever: Venho informá-los de que a Maria e o João já iniciaram
as suas atividades e de que estão disponíveis para quaisquer esclarecimentos.
Note que estilisticamente poderia usar vírgula antes do segundo e (para fazer uma pausa na
longa expressão), embora gramaticalmente essa vírgula pudesse ser controversa (porque o que
`eu venho informar´, em simultâneo, é: `de e de´). No texto que apresenta, com início de período
na segunda conjunção “e”, há uma mudança estilística. Neste caso, o que eu pretendo
fundamentalmente informar é que a Maria e o João já iniciaram as suas atividades. Indico,
também, que estão disponíveis para quaisquer esclarecimentos, como informação
complementar, porque isso me ocorreu depois ou, até, porque desejo sublinhar esta
circunstância, independentemente da informação de base. As duas mensagens não são
exatamente iguais.

Sobre este mesmo assunto, vejamos a questão 13 do ENA realizado em 2014.

13. Leia o período a seguir.
Reforçamos nossa autoconsciência. E daí brota a vontade de resistir.
Tomando-se como referência as relações sintático-semânticas do português escrito padrão,
a ocorrência do ponto antes do conector
A) é admissível, pois assinala uma quebra sintático -semântica intencional, a fim de realçar o
sentido da segunda oração.
B) é admissível, pois assinala uma quebra sintático -semântica intencional, a fim de revelar
apenas a criatividade do autor.
C) é inadmissível, pois, pelo fato de o conector introduzir uma oração aditiva, não deve ser
utilizado nenhum sinal de pontuação.
D) é inadmissível, pois, pelo fato de o conector introduzir uma oração consecutiva, não deve
ser utilizado nenhum sinal de pontuação.

RETICÊNCIAS
Reticências são um sinal de pontuação que indica a interrupção de um pensamento e tem
grande poder de sugestão. Elas também são usadas, por exemplo, na interrupção da fala de um
personagem. Além disso, podem indicar hesitação, sugerir o prolongamento de uma ideia ou
apontar a supressão de palavra(s).
"Quando usar reticências?
As reticências são usadas nos seguintes casos:
Indicar suspensão ou interrupção do pensamento
Naquele dia, Juraci me disse que...

Na interrupção da fala de um personagem pelo interlocutor

— Quero que me conte o que aconteceu.
— Eu...
— Espere! Acho que chegou alguém.

Indicar hesitação
Eu só queria... não sei, apenas afeto.

Sugerir o prolongamento de uma ideia

Quando chegou, estava cansada e adormeceu...

Sugerir a continuação de um fato

Um mês depois, as práticas humilhantes prosseguiam...

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Sugerir movimento
As lágrimas rolavam...

Em um chamamento
— Dona Cristiane...
— Estou aqui, Maria!

Indicar supressão de palavra(s) em uma transcrição

“Ela era bem pequena, ..., e ouvira os parentes dizer que o avô tinha deixado uma herança para
ela.” (Conceição Evaristo)

Destacar palavra ou expressão

Eu tinha muito... medo.

Marcar pausa maior do que a da vírgula

Queríamos compreensão... carinho... ajuda.

Apontar uma enumeração não concluída

Estudei Português, História, Matemática...

Uso de letra maiúscula e minúscula após as reticências

Usamos letra maiúscula após as reticências quando elas aparecem no lugar do ponto-final, isto
é, no fim de um período:
Vou ao supermercado amanhã. Então, se você me der o dinheiro... E não se preocupe, sei
economizar.

Já a letra minúscula é utilizada após as reticências quando elas aparecem no lugar da vírgula:
Quero conhecer a Suécia... a Dinamarca... a Alemanha.

Ou quando indicam apenas uma interrupção breve:

Todos pensaram que... você não viria.

Reticências em frases
As reticências em frases indicam uma entonação descendente:
Se eu te contasse...

Se ocorrerem no fim do enunciado, não é necessário usar o ponto-final:

Nasci aqui...
Ninguém esperava que você...

Elas podem aparecer, também, no final de frases exclamativas ou interrogativas:

Não é possível!...
Não é possível que...!
O que eu desejo?...
O que eu desejo...?

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 EXERCÍCIOS
1. "Analise os enunciados abaixo e marque a alternativa em que se verifica o uso
incorreto do ponto.
a) Moramos na Av. Moriconi já faz mais ou menos quinze anos.
b) Conseguimos justiça apenas em 2.013, cinco anos após o ocorrido.
c) Um salário mínimo de 5.000 reais é um sonho impossível.
d) Ela disse que o CEP é 59042-070, mas não quis dizer o número.
e) Não acreditei que as coisas pudessem mudar em minha vizinhança.

2. Em qual das alternativas abaixo o ponto-final é utilizado em uma frase interrogativa

indireta?
a) Quero saber o que você quer dizer com isso.
b) Tenho muitas perguntas para fazer hoje.
c) Ele me disse qual era a opção mais adequada.
d) Deixe isso para lá e continue a fazer seu trabalho.
e) Quem sabe eu pudesse conseguir o primeiro lugar."

3. Indique a única oração em que a vírgula foi usada corretamente.

a) O cliente novo que, não paga as dívidas, vive reclamando.
b) O entregador que trouxe o bolo, não tem troco.
c) Os palestrantes estão descansando, naquela sala.
d) Naquela sala, os palestrantes costumam descansar.
e) O diretor e o professor, entraram às pressas.

4. Considerando a aplicação da vírgula, assinale a resposta incorreta.

a) Usamos vírgula nas orações subordinadas adjetivas explicativas.
b) Usamos vírgula depois do vocativo.
c) Não podemos usar vírgulas na omissão de verbos.
d) Usamos vírgula em datas, para separar o lugar da data.
e) Usamos vírgulas para separar elementos.

5. Assinale a alternativa em que há erro de pontuação:

a – ( ) Era do conhecimento de todos a hora da prova, mas, alguns se atrasaram.
b – ( ) A hora da prova era do conhecimento de todos; alguns se atrasaram, porém.
c – ( ) Todos conhecem a hora da prova; não se atrasem, pois.
d- ( ) Todos conhecem a hora da prova, portanto não se atrasem.
e – ( ) N.D.A

6. Tendo em vista que o uso da vírgula também se relaciona a fatores de ordem

sintática, corroborando assim para uma perfeita estruturação do pensamento,
justifique o emprego do referido sinal mediante os enunciados subsequentes:
a- Parabéns, querido!
b – Naquela tarde, todos haviam saído.
c – O Rio de Janeiro, que é considerada a cidade maravilhosa, irá sediar um dos
grandes eventos esportivos.
d – Viajarei nestas férias, isto é, se houver possibilidade.
e - Hoje o clima está ameno, pois choveu durante a noite.

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7. Assinale a alternativa cuja frase está corretamente pontuada:
a) O sol que é uma estrela, é o centro do nosso sistema planetário.
b) Ele, modestamente se retirou.
c) Você pretende cursar Medicina; ela, Odontologia.
d) Confessou-lhe tudo; ciúme, ódio, inveja.
e) Estas cidades se constituem, na maior parte de imigrantes alemães.

8. “Os textos são bons e entre outras coisas demonstram que há criatividade”. Cabem
no máximo:
a) 3 vírgulas
b) 4 vírgulas
c) 2 vírgulas
d) 1 vírgula
e) 5 vírgulas

9. Assinale o texto de pontuação correta:

a) Não sei se disse, que, isto se passava, em casa de uma comadre, minha avó.
b) Eu tinha, o juízo fraco, e em vão tentava emendar-me: provocava risos, muxoxos,
palavrões.
c) A estes, porém, o mais que pode acontecer é que se riam deles os outros, sem que
este riso os impeça de conservar as suas roupas e o seu calçado.
d) Na civilização e na fraqueza ia para onde me impeliam muito dócil muito leve, como
os pedaços da carta de ABC, triturados soltos no ar.
e) Conduziram-me à rua da Conceição, mas só mais tarde notei, que me achava lá, numa
sala pequena.

10. No período, “A fé, que é a mola do crente, sustenta e impulsiona a máquina do

mundo”, a oração “que é a mola do crente” está entre vírgulas, porque:
a) Equivale a um aposto;
b) Está em ordem indireta;
c) O autor quis destacar o conceito de crença;
d) É uma oração adverbial;
e) É uma oração substantiva completiva.

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