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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

SÍNTESE
8. A FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO

Caro cursista, é importante que você assista à videoaula de comentários sobre este tema do
conteúdo programático.

A literatura possui grande importância no processo de ensino-aprendizagem dos alunos. À


diferença do que comumente se pensa, ela não diz respeito apenas à leitura de livros em disciplinas
específicas, como Língua Portuguesa, mas pode – e deve – ser contemplada nas mais diversas áreas do
conhecimento.
Embora não esteja delimitada como um componente curricular específico, a literatura atravessa
toda a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), marcando presença em vários segmentos do ensino e
sendo explorada com base nos diferentes aspectos do texto ficcional.
A literatura é contemplada sobretudo na terceira das dez Competências Gerais da Educação
Básica: Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também
participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
Essa competência está relacionada com o papel da escola como local propicio às manifestações
artísticas. Desse modo, dentro da instituição de ensino, os estudantes podem ter contato com obras
literárias de diversas regiões do país e ainda de outras culturas, países e épocas, o que muito contribui para
enriquecer o processo de ensino-aprendizagem.
A Base fala também das práticas literárias no contexto extraescolar, considerando seu papel na
vida cotidiana das pessoas. Entre elas estão as práticas digitais, previstas em várias habilidades da BNCC, o
que se relaciona com a preocupação de promover o aprendizado em sintonia com as possibilidades
tecnológicas da vida contemporânea.
As práticas digitais de leitura de textos literários aproximam os estudantes dos recursos
tecnológicos da realidade virtual e os capacitam a compartilhar críticas e impressões com os demais
leitores. No que se refere ao potencial digital posto a serviço do ensino literário, a BNCC apresenta
diferentes sugestões de exploração das obras ficcionais:
Depois de ler um livro de literatura ou assistir a um filme, pode-se postar comentários em redes
sociais específicas, seguir diretores, autores, escritores, acompanhar de perto seu trabalho; podemos
produzir playlists, vlogs, vídeos-minuto, escrever fanfics, produzir e-zines, nos tornar um booktuber, dentre
outras muitas possibilidades. (BNCC, Linguagens, Língua Portuguesa, Ensino Fundamental, p 68)
Para que a função utilitária da literatura – e da arte em geral – possa dar lugar à sua dimensão
humanizadora, transformadora e mobilizadora, é preciso supor – e, portanto, garantir a formação de – um
leitor-fruidor, ou seja, de um sujeito que seja capaz de se implicar na leitura dos textos, de “desvendar”
suas múltiplas camadas de sentido, de responder às suas demandas e de firmar pactos de leitura.
Ou seja, leitor-fruidor é aquele capaz de perceber a polissemia dos textos, de dialogar com as
obras, formulando perguntas, captando respostas que o modificam ao longo da leitura. A “implicação” do
leitor está no cerne da experiência estética subjacente aos ideais formativos que norteiam a BNCC.
No Ensino Fundamental aprofunda-se a formação do leitor-fruidor, sobretudo dentro do
componente curricular “Língua Portuguesa”.
Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações
artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da
humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-
cultural, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas. (BNCC, Competências específicas
de Linguagens para o Ensino Fundamental, p. 65)
No Ensino Médio, a BNCC propõe que a literatura se aproxime mais do componente curricular
“Arte”, dentro da área de Linguagens. Em relação ao desenvolvimento do leitor-fruidor nessa etapa escolar,
almeja-se a formação de alunos protagonistas.
Nessa etapa, a formação de leitores é realizada de forma mais complexa, para o que é necessário
municiar os alunos de informações sobre o contexto histórico, social e ideológico de obras de diversos
tempos e localidades. A segunda competência específica de Linguagens e suas Tecnologias para o Ensino
Médio se refere a esse desenvolvimento:
Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que permeiam as práticas
sociais de linguagem, respeitando as diversidades e a pluralidade de ideias e posições, e atuar socialmente
com base em princípios e valores assentados na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos,
exercitando o autoconhecimento, a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e
combatendo preconceitos de qualquer natureza. (BNCC, Linguagens e suas Tecnologias para o Ensino
Médio, p. 490).
Há ainda outra competência que marca a importância da arte no exercício da cidadania, fazendo
com que o aluno seja apto a “apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e culturais,
considerando suas características locais, regionais e globais, e mobilizar seus conhecimentos sobre as
linguagens artísticas para dar significado e (re)construir produções autorais individuais e coletivas,
exercendo protagonismo de maneira crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades
e culturas.” (BNCC, Linguagens e suas Tecnologias para o Ensino Médio, p. 490).

Referência bibliográfica
BRASIL. Base Nacional Curricular Comum – Língua Portuguesa. Secretaria de Educação Fundamental.
Brasília/DF: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base. Acesso em: 24 de
ago. de 2023.
COSSON, Rildo. Letramento Literário: teoria e prática / Rildo Cosson. São Paulo: Contexto, 2006.

Acesso ao curso preparatório em:


https://afascursos.com.br/ver/curso/profletras-preparatorio-2024/
Grupo de estudos no Facebook: https://www.facebook.com/groups/profletras

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