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GOVERNADOR DO RIO DE JANEIRO

Luiz Fernando de Souza Pezão

SECRETÁRIA DE ESTADO DE CULTURA


Adriana Scorzelli Rattes

SUBSECRETÁRIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS


Olga Campista

SUBSECRETÁRIO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO


Mario Cunha

INSTITUTO ESTADUAL DO PATRIMÔNIO CULTURAL


Paulo Eduardo Vidal Leite Ribeiro | Diretor-geral
Maria Regina Pontin de Mattos | Assessora
Dina Lerner | Assessora

DEPARTAMENTO DE PATRIMÔNIO CULTURAL

E NATURAL
Denise de Souza Mendes

DEPARTAMENTO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO


Sergio Linhares Miguel de Souza

DEPARTAMENTO DE BENS MÓVEIS E INTEGRADOS


Rafael Azevedo Fontenelle Gomes

DEPARTAMENTO DE PATRIMÔNIO IMATERIAL


Luciane Barbosa de Souza

CONSELHO ESTADUAL DE TOMBAMENTO


Paulo Eduardo Vidal Leite Ribeiro | Presidente
Cláudio Valerio Teixeira
Dora Monteiro e Silva de Alcântara
Ítalo Campofiorito
Leticia Von Kruger Pimentel
Maria Regina Pontin de Mattos
Mozart Vitor Serra
Olga Maria Esteves Campista
Silvia Finguerut
Victorino Coutinho Chermont de Miranda
INSTITUTO ESTADUAL DO PATRIMÔNIO CULTURAL
INEPAC

PATRIMÔNIO CULTURAL
Educação para o Patrimônio Cultural

Sergio Linhares Miguel de Souza


Evandro Luiz de Carvalho
(Organizadores)

1ª Edição

Rio de Janeiro
SEC/Inepac
GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Luiz Fernando de Souza Pezão

SECRETÁRIA DE ESTADO DE CULTURA


Adriana Scorzelli Rattes

SUBSECRETÁRIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS


Olga Campista

SUBSECRETÁRIO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO


Mario Cunha

INSTITUTO ESTADUAL DO PATRIMÔNIO CULTURAL


Paulo Eduardo Vidal Leite Ribeiro | Diretor-Geral
Maria Regina Pontin de Mattos | Assessora
Dina Lerner | Assessora

DEPARTAMENTO DE PATRIMÔNIO CULTURAL E NATURAL


Denise de Souza Mendes

DEPARTAMENTO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO


Sergio Linhares Miguel de Souza

DEPARTAMENTO DE BENS MÓVEIS E INTEGRADOS


Rafael Azevedo Fontenelle Gomes

DEPARTAMENTO DE PATRIMÔNIO IMATERIAL


Luciane Barbosa de Souza

CONSELHO ESTADUAL DE TOMBAMENTO


Paulo Eduardo Vidal Leite Ribeiro | Presidente
Cláudio Valerio Teixeira
Dora Monteiro e Silva de Alcântara
Ítalo Campofiorito
Leticia Von Kruger Pimentel
Maria Regina Pontin de Mattos
Mozart Vitor Serra
Olga Maria Esteves Campista
Silvia Finguerut
Victorino Coutinho Chermont de Miranda

P314
Patrimônio cultural: educação para o patrimônio cultural/ Instituto Estadual do
Patrimônio Cultural. – Rio de Janeiro, 2014.

102 p.
ISBN: 978-85-60848-13-3

1. Patrimônio Cultural. 2. Educação. I. Instituto Estadual do Patrimônio


Cultural (INEPAC). II. Título.
CDU: 700
CDD: 700
V alorizar a história é fundamental para o futuro que buscamos para o Rio de
Janeiro. O Programa Integrado de Educação para o Patrimônio Cultural,
desenvolvido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), é
voltado para a capacitação dos professores da nossa rede de ensino, e é essencial
porque vai fazer com que a conscientização sobre a importância de preservar o
patrimônio seja multiplicada entre nossos estudantes. Afinal, no futuro, caberá a eles
fazer valer esta mensagem.
Este livro será de grande ajuda nesta tarefa: aqui, os professores vão
encontrar um vasto material escrito por profissionais renomados da área de
preservação patrimonial, além de sugestões de atividades para serem desenvolvidas
com os alunos e uma bibliografia que reúne o que há de mais contemporâneo sobre o
tema.
O Programa terá início na Baixada Fluminense e nossa intenção é levá-lo
para todo o estado, envolvendo a nossa rede de ensino nesta missão de preservar a
cultura tão rica do nosso estado. O Rio de Janeiro merece."

Luiz Fernando de Souza Pezão


Governador do Estado do Rio de Janeiro
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Mãe Meninazinha de Oxum, Ilê Omolu Oxum - São João de Meriti
Mapa de Cultura do Rio de Janeiro / Diadorim Ideias/ Isabela Kassow
Apresentação

O Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), criado como


Divisão do Patrimônio Histórico e Artístico (DPHA), da Secretaria de
Estado da Educação e Cultura, em 25 de março de 1963, pelo Decreto
nº 1.594, publicado no Diário Oficial do Estado da Guanabara em 8 de abril de
1963, e regulamentado em 31 de dezembro de 1964, pelo decreto "N" nº 346,
foi o primeiro órgão de patrimônio cultural em nível estadual de todo o país.
A missão dessa pequena divisão era preservar o rico patrimônio
cultural do antigo Estado da Guanabara. No entanto, com a fusão dos antigos
estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, a DPHA foi transformada em
Instituto (Inepac) e sua área de atuação foi ampliada. O Estado do Rio de
Janeiro possui um rico, amplo e diverso patrimônio cultural que se origina ainda
no século XVI com a criação da antiga Capitania Real do Rio de Janeiro, em
1565. Cabe, portanto, ao Inepac inventariar e proteger o patrimônio cultural
acumulado ao longo dos 450 anos de história da ocupação do território do
estado.
Esta tarefa vem sendo cumprida nesses 50 anos de atuação, pois o
primeiro tombamento foi realizado em 15 de julho de 1965, com o objetivo de
proteger o Parque Henrique Lage incluindo o palacete, os jardins e a floresta na
encosta do Corcovado.
A atuação do Inepac, além de inventariar e proteger os bens culturais
do estado por meio do tombamento, abrange realizar vistorias, acompanhar e
orientar todas as intervenções no patrimônio cultural protegido. Por este
motivo a preservação dos bens materiais e imateriais é sempre favorecida
quando a sociedade os reconhece como lhe pertencendo e, portanto, abraça
sua proteção e valorização.
A partir de 2008, o Inepac começou a desenvolver ações sistemáticas
de Educação Patrimonial, que denominou Educação para o Patrimônio Cultural.
A proposta do Instituto é promover atividades de capacitação de professores e
oferecer oficinas, também, aos alunos das redes públicas municipais e
estadual, e para as comunidades. O objetivo é desenvolver uma consciência de
identidade e cidadania, por meio da valorização do patrimônio cultural,
buscando o fortalecimento do sentimento de pertencimento e a construção de
um processo coletivo de preservação desses bens culturais.
Sistematizar as ações desenvolvidas pelo Inepac e produzir um
manual que pudesse orientar os multiplicadores desta metodologia nas redes
municipais e estadual de Educação e Cultura passou a ser uma necessidade.
O lançamento do livro Patrimônio Cultural – Educação para o
Patrimônio Cultural oferece a professores e a gestores da área de educação e
cultura uma oportunidade de acesso ao conhecimento específico da área de
patrimônio cultural para que melhor exerçam sua importante função na
preservação dos bens culturais. Afinal é preciso conhecer para cuidar.

Paulo Eduardo Vidal Leite Ribeiro


Arquiteto. Diretor-Geral do Inepac
   

       


           

          


        
         

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Parque Lage
10 1º tombamento estadual - 1965
Pedro Oswaldo Cruz
Acervo Inepac
Introdução

O “Programa

por meio
Integrado de Educação para o Patrimônio
Cultural”, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Cultura,
do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, é uma
iniciativa que visa ampliar o acesso da população fluminense ao
conhecimento do que é o Patrimônio Cultural, sua importância, seu valor e
significado, buscando despertar a consciência da necessidade de
preservação do patrimônio tangível, natural e intangível.

Todas as ações serão inicialmente voltadas para os professores,


com o objetivo de sensibilizá-los para a importância do patrimônio cultural
como fator essencial à formação da identidade cultural de uma sociedade e
a difusão desse conhecimento específico, com prioridade para as escolas
públicas estaduais.

O “Programa Integrado de Educação para o Patrimônio Cultural” se


desenvolverá com as seguintes ações:

1. Realização dos “Seminários Inepac de Educação para o Patrimônio


Cultural”, incluindo oficinas diversas. Três seminários atendendo à Região
Metropolitana e sete às demais Regiões de Governo do Estado do Rio de
Janeiro;

2. Publicação do livro “Patrimônio Cultural - Educação para o Patrimônio


Cultural”;

3. Publicação do folheto “Preservação e Tombamento - perguntas mais


frequentes”;

4. Publicação dos livros “Memória Fotográfica”, enfocando as regiões de


governo;

5. Publicação de livros de História de cada região de governo;

6. Publicação do “Guia do Patrimônio Imaterial Fluminense”;

7. Publicação da revista eletrônica “Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro”;

8. Desenvolvimento do “Inepaquinho Digital”, página voltada para


crianças e adolescentes, em parceria com o Proderj.

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Objetivos Específicos
Acervo Inepac

Sanatório Naval - Nova Friburgo


Pedro Oswaldo Cruz

 Possibilitar o acesso ao conhecimento


específico da área de Patrimônio aos
participantes do Programa, visando atingir
a comunidade escolar e do entorno da
escola;
 Valorizar o Patrimônio Cultural
Fluminense, com ênfase, não só no
patrimônio reconhecido pelos órgãos de
preservação, como também, no patrimônio
cultural local, que não tenha sido
contemplado com o instrumento do
inventário, do registro, ou do tombamento ;
 Promover um intercâmbio entre os
professores e os órgãos de proteção ao
Patrimônio;
 Promover a formação continuada do
professor na área de Educação para o
Patrimônio Cultural por meio de palestras,
oficinas, referências bibliográficas, métodos
de avaliação e apresentação de
experiências, visando ampliar as suas
14 possibilidades de trabalho e interação com
Observatório Nacional - Rio de Janeiro
os alunos e a comunidade. Pedro Oswaldo Cruz
Acervo Inepac
Público-Alvo

O
“Programa Integrado de Educação para o Patrimônio Cultural” foi elaborado para
atender aos professores das redes de ensino, com prioridade para a rede
estadual, abrangendo as oito Regiões de Governo.

No primeiro momento, a área de atuação do Programa será a Baixada


Fluminense, não só pela sua população, superior a 3,5 milhões de habitantes, mas
também pela riqueza de seu Patrimônio Cultural, material e imaterial, além de sua
importância histórica na formação do Estado do Rio de Janeiro.

Como o Programa visa buscar a conscientização dos professores, e


consequentemente dos alunos e da comunidade escolar (como um todo), por meio da
capacitação dos docentes na Educação para o Patrimônio Cultural, entendemos que os

Acervo Inepac

Oficina “Conhecendo o Patrimônio Cultural de Petrópolis”


Sergio Linhares

profissionais das áreas de Artes, Filosofia, Geografia, História, Língua Portuguesa,


Sociologia, e aqueles que trabalham nos cinco primeiros anos de estudo, o “primeiro
segmento” do Ensino Fundamental, sejam os mais indicados, inicialmente, para
participar do “Programa Integrado de Educação para o Patrimônio Cultural”.

Como o Programa pretende atender aos Temas Transversais dos Parâmetros


Curriculares Nacionais, que na sua essência propõem a interdisciplinaridade e a
transdisciplinaridade, deixaremos a indicação dos professores sob a responsabilidade das
escolas, independentemente das disciplinas que lecionam, contemplando assim
professores que não atuam nas disciplinas citadas, mas que desenvolvem trabalhos
integrados com a área do Patrimônio Cultural.

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O Rio de Janeiro destacou-se no século XIX com a produção de navios e a
instalação de ferrovias. Com o crescimento das ferrovias, partindo da cidade do Rio de
Janeiro e contornando a Baía de Guanabara em direção ao Norte Fluminense, a ligação por
mar foi gradativamente desativada e a região de Magé iniciou um processo de decadência.

Até meados da década de 1870, a aristocracia cafeeira dos barões do café do Rio
de Janeiro dominou o país, pois a província era responsável por 60% da produção
nacional. Com o esgotamento das terras e a expansão do café para o Espírito Santo e São
Paulo, a economia local começou a entrar em declínio.

É importante destacar que no Norte da Província o açúcar representava uma


economia e aristocracia poderosas, com sede em Campos dos Goytacazes e Quissamã. A
região também foi ligada ao Rio de Janeiro por ferrovias. Em 1877, foi instalado o primeiro
engenho central da América do Sul em Quissamã e Campos dos Goytacazes foi a primeira
cidade do Brasil a ter iluminação pública elétrica em 1883.

A Abolição da Escravatura, em 1888, e a Proclamação da República, em 1889,


ambas ocorridas na cidade do Rio de Janeiro, foram fundamentais para a decretação da
falência final da antiga província. As novas relações econômicas capitalistas e o poder
político eram liderados por São Paulo.

Mesmo assim, o século XX marcou o grande desenvolvimento do então Distrito


Federal, antigo Município Neutro, localizado na cidade do Rio de Janeiro. Paralelamente o
Estado do Rio de Janeiro, antiga província, tinha sua economia estagnada.

A capital federal foi palco de diversos acontecimentos políticos e sociais, como a


Proclamação da República, a Promulgação da Constituição de 1891, a primeira da
República, a Revolta da Armada; a Revolta da Chibata; a Revolta da Vacina; a Revolta dos
Dezoito do Forte; a Revolução de 1930, que provocou profundas mudanças políticas no
país; o Golpe de 1937, com a instalação da ditadura do Estado Novo, sob o comando de
Getúlio Vargas; a redemocratização do país em 1946; a luta pela criação da Petrobras e o
suicídio de Getúlio Vargas, em 1954; o Golpe Militar de 1964; as passeatas de 1968, com a
morte do estudante Edson Luís; as memoráveis campanhas eleitorais de 1982, após a luta
pela abertura política e pela anistia, em 1979; o grande comício das Diretas Já, em 1984; a
passeata dos caras-pintadas pelo impedimento do Presidente Fernando Collor de Mello,
em 1992; as manifestações de 2013 por mudanças gerais na política brasileira; enfim o
Rio de Janeiro além de um grande centro gerador de riquezas é, ainda hoje, um grande
centro de acontecimentos políticos e sociais, que repercutem em todo o país.

Em 1960, a cidade do Rio de Janeiro perdeu o título de Capital Federal para


Brasília. Foi criado, então, o Estado da Guanabara, que correspondia às terras do antigo
Distrito Federal. O Estado do Rio de Janeiro continuava separado da cidade que lhe dera o
nome. A capital foi transferida para Brasília, mas o Rio de Janeiro continuou sendo o centro
político-cultural do país. Tudo que aqui acontecia repercutia em toda a nação.

Em 1975, o Governo Federal, ainda sob o regime da ditadura militar, resolveu


reintegrar a cidade do Rio de Janeiro, então Estado da Guanabara, ao antigo Estado do Rio
de Janeiro.

Pela Lei Complementar nº 20, de 3 de junho de 1974, encaminhada ao Congresso


Nacional pelo Presidente Ernesto Geisel, ficava estabelecida a fusão dos estados da
24 Guanabara e do Rio de Janeiro, com o nome de Estado do Rio de Janeiro. A fusão seria
efetivada a partir de 15 de março de 1975, sem que a população dos dois estados fosse
consultada.

Em março de 1974 havia sido inaugurada a Ponte Rio-Niterói, o elo que faltava
para se efetivar a fusão. Niterói, a antiga capital do Rio de Janeiro, embora tenha perdido
poder político, cresceu com a ligação direta ao Rio de Janeiro. Hoje é uma das cidades de
melhor qualidade de vida do país e inserida no roteiro turístico do estado, com o Museu de
Arte Contemporânea, inaugurado em 1996.

A partir da fusão, o Rio de Janeiro teve que encontrar novos caminhos,


principalmente a capital. Hoje o nosso estado possui uma economia diversificada, com
destaque para o petróleo, do qual somos o maior produtor, os serviços e a indústria.

A cidade do Rio de Janeiro lidera a segunda maior região metropolitana do país,


com uma concentração populacional superior a 11 milhões de habitantes.

Governadores do Estado do Rio de Janeiro (1975 – 2010)*

 Floriano Faria Lima - 1975-1979

 Antônio de Pádua Chagas Freitas - 1979-1983

 Leonel de Moura Brizola - 1983-1987

 Wellington Moreira Franco - 1987-1991

 Leonel de Moura Brizola - 1991-1994

 Nilo Batista – 1994

 Marcello Nunes de Alencar - 1995-1998

 Anthony Garotinho - 1999-2002

 Benedita da Silva – 2002

 Rosinha Garotinho - 2003-2006

 Sérgio Cabral – 2007-2014

 Luiz Fernando de Souza Pezão - 2014

*Obs. Os governadores Leonel Brizola, Anthony Garotinho e Sérgio Cabral desincompatibilizaram-se para
concorrerem às eleições presidenciais de 1994, 2002 e 2014, respectivamente, tendo sido substituídos por
seus vice-governadores, de acordo com a legislação eleitoral.

Fonte do quadro: Portal do Governo do Estado do Rio de Janeiro

Prof. Sergio Linhares Miguel de Souza


Historiador
Diretor do Departamento de Pesquisa e Documentação do Inepac

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Procure mostrar para os seus alunos o significado desse modelo de ocupação
do território e destacar que, em muitos lugares, o povoamento começou pela ação de
algumas ordens religiosas e a fundação de uma capela. A partir daí, muitas histórias
importantes para o município podem ser estudadas.
Compare as igrejas de sua região com as construídas na Baixada
Fluminense. O que há de semelhante e diferente entre elas?

E o Patrimônio Imaterial?
O patrimônio imaterial do Estado do Rio de Janeiro também é muito rico e
variado como já vimos. Há literatura de cordel, culinária, artesanato, brinquedos de
sucata, festas e folguedos. Uma das manifestações mais tradicionais é a Folia de
Reis, grupo de cunho religioso organizado por devoção ou pagamento de promessas.

Pesquise com os alunos o significado do ritual da folia. O que é a jornada?


Quem são os homenageados? Quais são os participantes e suas funções? Qual é o
significado da bandeira? E da indumentária? E da chula? E dos instrumentos? E da
festa de remate?

 Pesquise com seus alunos se há algum grupo de Folia de Reis na região em que moram.
Convide o Mestre da folia para conversar com os alunos.

 Nas feiras livres é comum encontrarmos objetos do artesanato da região. Faça com
seus alunos um pequeno inventário desses trabalhos. Oriente-os a realizar entrevistas
com os artesãos locais.

Mapa de Cultura do Rio de Janeiro / Diadorim Ideias/ Isabela Kassow

 A cultura também se faz de lendas


locais e é muito importante que os
alunos as conheçam. Organize
uma pesquisa bibliográfica sobre
obras de historiadores da região.
Colete com eles, junto aos
moradores mais antigos, as lendas
e histórias locais. Analise o
contexto em que elas estão
inseridas e relacione-as com
lendas e mitos mais conhecidos ou
de visibilidade nacional.

 Contate contadores de histórias


para se apresentarem na escola.
Depois os próprios alunos podem
contar estas histórias para seus
colegas.
Indumentária de Mãe Meninazinha de Oxum, Ilê Omolu Oxum
São João de Meriti

 A culinária é também um aspecto importantíssimo do patrimônio imaterial. Organize com seus alunos um
inventário dos pratos típicos da região. Incentive-os a buscar informações com as pessoas mais idosas,
relacionando receitas de pratos salgados, doces, sobremesas e bebidas típicas. É possível, com a
participação de pais, alunos, funcionários e professores, além de pessoas da comunidade, promover uma
exposição de doces e salgados, que podem ser produzidos, em grupo, na própria escola.

36
E o Patrimônio Natural?
A Mata Atlântica é um bem natural importantíssimo e está inserida na Lista do
Patrimônio Mundial da Unesco. A área protegida por este instrumento está localizada nos
estados de São Paulo e Paraná.

O trecho de Mata Atlântica que cobre o território fluminense está protegido por
tombamento estadual. Além disso, nas áreas da Serra do Mar e da Mata Atlântica,
registramos as Áreas de Proteção Ambiental (APA) do Gericinó-Mendanha, do Sana, de
Mangaratiba, dos Frades, do Cairuçu, e as Reservas Biológicas (RB) do Tinguá, da Praia
do Sul e do Poço das Antas, entre outras, que fazem parte dessa exuberante floresta
tropical.

Em Dina Lerner, 2003, encontramos uma bela justificativa para preservarmos o


nosso rico patrimônio natural: “[....] Os ambientes naturais sobreviventes ao
desenvolvimento das sociedades são hoje, por um lado, fruto direto do comportamento
cultural do homem, documento vivo de nossa história e por outro, onde a ação antrópica
não se fez sentir, documentos vivos da evolução biológica e geológica da terra. Preservar
a cultura da humanidade significa, hoje, mais do que nunca, conservar recursos
insubstituíveis.”

 Você pode pesquisar com seus alunos em mapas do estado


a localização da APA ou RB que pertence à sua região.
Muitos alunos frequentam cachoeiras, trilhas e praias que
estão protegidas por uma APA ou RB, ou são tombadas pelo
Inepac ou pelo Iphan. Ajude-os a identificar estas áreas.

 Faça uma exposição de fotos tiradas pelos seus alunos em


passeios com a família nesses locais de lazer.

 Programe uma aula-passeio às reservas naturais, incluindo


palestras de agentes florestais da região para o grupo
visitante.

 Organize uma pesquisa sobre o ecossistema desses


trechos da Mata Atlântica.

 Destaque a grande importância dos rios para a ocupação


do interior, para a pesca e para o transporte de riquezas.
Como estão agora? Que rios ainda sobrevivem à poluição?

 Você pode organizar com seus alunos um estudo sobre um


rio que passe próximo à escola, ou no mesmo bairro,
mesmo que seja pequeno. Entrevistando os mais idosos da
comunidade, ficarão sabendo de fatos que desconheciam.

 Enfoque a importância da preservação do patrimônio


natural, inclusive sob a ótica do desenvolvimento
sustentável, fundamental, hoje, à preservação do planeta
e suas riquezas para as futuras gerações. 37
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Genealogia e Patrimônio Cultural:
um diálogo em começo
I

O
conhecimento genealógico está para o homem, como a preservação patrimonial
para as cidades.

Quem fala em Genealogia, fala em memória, história de família, identidade e


pertencimento a um determinado grupo social. Quem fala em Patrimônio Cultural o faz de
um conjunto de bens e valores, de ordem material ou imaterial, que se constitui num
referencial de identificação do cidadão com o seu habitat.

Em ambos os casos, cuida-se de um feixe de inter-relações essencial ao


desenvolvimento humano. Um e outro demarcam o locus próprio de cada indivíduo no
meio em que vive e servem à construção de sua identidade. Um e outro precisam ser
protegidos do esquecimento e da destruição, pois a perda de qualquer deles equivale a
uma verdadeira “mutilação” da alma humana.

II

A Genealogia contribui, assim, para reforçar nas pessoas a autoestima e a ideia de


pertencimento tão necessárias num mundo de relações atomizadas.

Ela lhes dá, em primeiro lugar, a certeza de que homem algum é uma célula
isolada. Todos somos elos de uma cadeia que vem de longe, passa por nós e se projeta
sobre o futuro. Resgatar essa memória genética e histórica é reencontrarmo-nos com
nossas origens, com nossos maiores, conosco mesmo.

Mas o conhecimento genealógico serve também para estabelecer uma


identificação da pessoa com a sua terra, na medida em que lhe permite compreender, a
partir da trajetória de seus pais, avós e bisavós, o processo de construção da região onde
viveram e do próprio legado que deixaram.

Que o digam as colônias de imigrantes espalhadas por esse Brasil, com suas
histórias e vínculos de parentesco remontando a seus torrões natais. E a experiência da
comunidade negra de Morro Alto, no Rio Grande do Sul, com o alargamento de sua
memória familiar para além dos vínculos de consanguinidade, aliança e compadrio, como
forma de sustentar a identidade do grupo. E, mais recentemente até, a criação, no Rio de
Janeiro, do Museu da Maré, onde as crianças, descobrindo a história de sua comunidade e
de suas famílias, têm oportunidade de desenvolver a ideia de pertencimento fundamental
para o exercício da própria cidadania.

Fazer genealogia é, portanto, resgatar raízes. Raízes que criam laços. Laços que
estabelecem pontes. Pontes que levam ao outro – o ascendente, o parente, o contra-
parente – numa sucessão de vínculos que se vão estendendo e acabam por abarcar a
cidade em que se nasceu.

58
III

Assim, é importante carrear tal potencial de identificação para os programas de


educação patrimonial, incutindo em todos os cidadãos e comunidades, mas
especialmente nas crianças e jovens, a ideia de que família e cidade se completam na
formação de sua identidade.

É tarefa a começar em casa e na escola. Alguns se contentarão com uma ou outra


informação; outros irão além e buscarão estórias, papéis, retratos e objetos, para
reconstituir a história de sua família. E descobrirão, quem sabe, bibliotecas e arquivos,
sítios e tradições, e, com eles, a riqueza e a diversidade do Patrimônio Cultural de sua
cidade. E aprenderão a dialogar com ela, não como estranhos, mas como herdeiros de um
passado que lhes pertence.

E mais: cada um verá, à medida que reconstitui a história dos seus, que o tempo
em que eles viveram como que se faz e refaz, permitindo recolher, nos marcos que
ficaram, um pouco de suas vidas. E, assim, cativo desse sortilégio, acabará descobrindo o
verdadeiro significado do Patrimônio Cultural de sua terra e será mais um a lutar por ele.

Victorino Coutinho Chermont de Miranda


Advogado
Membro do Conselho Estadual de Tombamento

59
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pesquisa com um tema definido, ou seja, que dentro do universo a ser pesquisado
(folguedo, por exemplo), se escolha previamente um determinado tipo de folguedo (auto
do boi, por exemplo) e não todos os folguedos populares ou os de determinada região do
país.

Um país de dimensões tão amplas como o nosso, apresenta manifestações em


todo o seu território, com características próprias de cada região. O auto do boi,
apresenta-se do norte ao sul, sob os nomes mais variados e com coreografias, enredos e
atividades diferenciadas.

Sugerimos que os professores encaminhem seus alunos primeiramente para um


levantamento e estudo do folclore de seu município (rua, bairro, zona urbana, zona rural),
e, a partir daí, estenda seu olhar para o nosso estado, para a região sudeste e para as
demais regiões do Brasil.

Por fim, sugerimos uma consulta ao Portal do Inepac: www.inepac.rj.gov.br.


Lá os professores poderão encontrar uma grande variedade de informações relativas ao
Folclore Fluminense (Módulo Patrimônio Imaterial), além de vasta e especializada
bibliografia (Módulo Bibliografia/Patrimônio Imaterial).

Departamento de Patrimônio Imaterial

Mapa de Cultura do Rio de Janeiro / Diadorim Ideias/ Cris Isidoro

66
Pesca Artesanal
Praia Grande - Arraial do Cabo
Educar para o Patrimônio
P atrimônio, palavra que remete à herança dos pais. Aqueles que nos geraram nos
legam um patrimônio genético e, possivelmente, histórico e afetivo. Os valores
culturais de um povo são constituídos primeiramente pelas heranças deixadas
por seus antepassados. Não há nação que não tenha constituído a sua história nem povo
que não guarde na memória afetos e lembranças de indivíduos e grupos, ainda que de
maneira fragmentada. Poderíamos afirmar que a memória é inescapável, cada indivíduo
ou grupo está permeado por elas. Quanto à história, esta é a narrativa selecionada por
historiadores e cronistas que capturam, por meio de textos e imagens, fatos e dramas de
seu povo. A memória pode ser individual ou coletiva. Quando guardamos lembranças de
nossa infância e adolescência, alguns momentos podem ter um registro particularmente
importante: o presente especial recebido no aniversário, nosso primeiro dia na escola ou
mesmo a lembrança traumática de um acontecimento. A memória coletiva se constitui
quando algumas dessas lembranças são compartilhadas pelo grupo em uma
comunidade ou entre vários grupos e comunidades. Maurice Halbwachs nos fala que:

“o conceito de memória coletiva refere-se a uma memória


social, exterior ao indivíduo, estendida no tempo, que guarda
eventos acontecidos há muito. Essa memória é o invólucro das
memórias individuais e conserva os fatos acontecidos na
sociedade à qual o indivíduo pertence” ¹.

A história, por outro lado, pertence ao campo dos pesquisadores que dedicam
tempo e apuro selecionando fatos e documentos para fundamentar suas narrativas. Esta
se constrói com técnica e precisão de documentos e testemunhos. A memória se revela
na emoção, no calor dos fatos lembrados, é preenchida com as impressões que nos
ocorreram no momento que vivemos os acontecimentos e as reminiscências que
resistem ao tempo. A memória é sempre pessoal, mesmo sendo partilhada pelo grupo. A
história, ao contrário, se pretende impessoal e objetiva, são narrativas desvestidas de
emoção e subjetivismo, pelo menos assim esperam os historiadores. A história deve ser
submetida a renovadas interpretações sempre que novos fatos, documentos e
testemunhos se imponham. A memória é única, não pode ser desmentida, pois é forjada
no calor da emoção do narrador, é uma “verdade” que se impõe pela singularidade do
indivíduo.

No espaço entre memória e história, o historiador francês Pierre Nora (1993)


afirma que “a memória perdura-se em lugares, como a história em acontecimentos”
(Nora, 1993, p.25). Os lugares para Nora são fragmentos onde se ancoram as
lembranças. Segundo o autor, nossa necessidade de lugares de memória surge no
mundo contemporâneo porque perdemos os “meios de memória”. O que era transmitido
de geração em geração, numa narrativa oral que permitia manter viva a tradição de
famílias e coletividades, perdeu-se em novos hábitos que não contemplam mais estas
antigas formas de transmissão do vivido. Nossa necessidade de memória, da qual
falaremos um pouco mais adiante, nos impõe acercarmo-nos de fragmentos de
memória, objetos e lugares que nos remetam ao familiar, instâncias que nos ajudem a
67

1
Apud. Monastirsky, Leonel Brizola. Espaço urbano: memória social e patrimônio cultural. Terra Plural, Ponta Grossa , v3, n2,
p. 323 - 334, jul./dez.2009.
Pedra do Sal - Lugar de memória e celebração
da cultura africana no Rio de Janeiro.
Acervo Inepac

fixar uma identidade, que nos ancorem no pertencimento. Assim surgem os lugares de
memória, nos quais pequenos fragmentos de lembranças são “encontrados”. São objetos
diversos: livros, medalhas, documentos, bandeiras ou grandes edifícios e monumentos
que possam “narrar” nossas memórias e tradições.

É preciso, portanto, acionar as lembranças de fatos e emoções que nos marcaram.

O patrimônio cultural, nossos “lugares de memória”, são particularmente


importantes em momentos de incerteza. Vivemos no tempo de mudanças vertiginosas,
que nos dificultam a possibilidade de planejar o futuro. Um eterno “agora” se impõe, feito
de milhares de fragmentos de fatos sem duração. Uma transição permanente se
apresenta cotidianamente. O tempo, no dizer de Zygmunt Bauman, tornou-se líquido:
“vivemos tempos líquidos, nada é para durar”.

No rastro desta modernidade líquida e instantânea, os lugares também perderam


fixidez e permanência. Ser “cidadão do mundo” pode ser muito excitante, mas implica
também uma perda: a perda do lugar, do “nosso lugar”, familiar e afetivo, preenchido de
reminiscências que nos dão identidade.

O antropólogo francês Marc Augé nos fala que “se um lugar se pode definir como
identitário, relacional e histórico, um espaço que não pode se definir nem como identitário,
nem como relacional, nem como histórico definirá um não lugar”. O mundo globalizado
parece ter nos subtraído o lugar ao qual pertencemos, aquele com o qual podemos nos
identificar, reconhecer uma história, estabelecer uma relação mais duradoura. Tudo
parece transformar-se em uma grande estação, um entreposto, onde estamos apenas e
apressadamente de passagem.

Em um mundo que muda aceleradamente é urgente encontrar algo que


permaneça, um lugar em que repouse minimamente a tradição. Não se trata de uma fuga
para o passado, uma nostalgia idílica, trata-se de encontrar uma base, um ponto de
partida para o futuro. É possível imaginar que este lugar, tecido pela memória, seja o

68 patrimônio.
Nossa identidade depende do nosso patrimônio. A cor de nossos olhos, ou mesmo
nossas emoções são frutos das primeiras heranças que recebemos. O comportamento,
formas de pensar e agir dependem da base sobre a qual fomos educados, são heranças,
portanto, das memórias e histórias de nossos educadores. Estes “educadores” não são
apenas aqueles que nos devotaram tempo e empenho na lida cotidiana do aprender e
ensinar, mas também as cidades, os bairros, as gentes, seus modos de ser e de fazer, as
celebrações e ritos de todo tipo que nos atravessaram o caminho. Sobre esta base nos
edificamos; sobre esta plataforma, saltamos, criando novos caminhos, memórias e
histórias que constituirão o patrimônio de tantos outros.

Recorremos então ao patrimônio, vestígios e fragmentos do passado: um objeto


remanescente da infância, o bolo de tapioca da bisavó, ou ainda aquela praça em que
brincávamos com os amigos. Restos materiais que avivam as memórias e recontam as
histórias.

A preservação destes vestígios do passado que constituem o patrimônio cultural é


fundamental, mas não suficiente para podermos nos apropriar de seu sentido e
importância. É necessário uma ação voltada para o despertar do olhar sobre o patrimônio.
A educação para o patrimônio cultural se apresenta como uma via para este resgate, tanto
no ensino formal quanto nas comunidades e museus.

Educar para o patrimônio é avivar os sentidos, despertar o olhar para encontrar


um lugar com o qual nos identificamos: um bairro, uma praia, um museu ou um
monumento histórico. Este último pode parecer distante de nossa história e memórias
imediatas, mas certamente faz sentido para a comunidade ou a nação à qual estamos
ligados, ajudando a compreensão do momento presente a partir da história. Os bens
culturais carregam a alma de seu povo, sua forma de ser, os conflitos, sua fé e sua razão.
Consideramos patrimônio cultural tudo que testemunha um ou vários desses elementos.

O patrimônio tem a propriedade de nos contar uma história. Sua linguagem pode
ser arquitetônica, paisagística, ritual, palatável, sonora, enfim, há uma diversidade de
modos em que um bem pode nos “falar”. Se pudermos compreender um pouco da
linguagem do patrimônio, nos habilitaremos a um universo culturalmente rico de
significados.
Sergio Linhares/ Acervo Inepac

69

Antigo morador visita as


ruínas da cidade de São
João Marcos
Coreto do Jardim do Méier - Lugar de encontros, andanças e memórias
Pedro Oswaldo Cruz/Acervo Inepac

Paulo Freire nos inspira. De sua literatura pedagógica podemos nos valer para
aprender um pouco do “vocabulário” patrimonial. A primeira lição que aprendemos com o
mestre é sobre o diálogo no processo educativo. Uma ação de educação deve colocar
frente a frente os diversos protagonistas desse processo. Educandos e educadores podem
estabelecer um diálogo profícuo sobre o que é patrimônio, sobre os bens que devem ser
preservados e por quê. Como sinaliza Freire, o diálogo deve ser a primeira condição na
relação com quem aprende, porque “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si
mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”.

O mundo do patrimônio cultural configura-se como um conjunto rico de sentidos.


São impregnados de símbolos de uma sociedade, valores do passado que ajudaram a
configurar o presente e que podem oportunizar ao ser em formação mediações
educacionais cruciais para a percepção sobre a sua sociedade, o seu território e sua
cultura.

O patrimônio cultural não está depurado, contudo, das contradições da sociedade


à qual está ligado, ao contrário, é instrumento de expressão de todo o complexo histórico
de um povo: quanto maior for a sua ressonância, maiores serão as contradições a que
testemunha. A opressão e as guerras estão muitas vezes gravadas a ferro e pedra nos
monumentos expostos em parques e praças. Por tudo isso, o patrimônio cultural de um
povo deve ser preservado e revisitado. Os olhos do presente devem perscrutar o passado,
revendo conceitos, fazendo novas escolhas a partir do vivido.

Quando um órgão público tomba um bem, fruto de uma demanda da população


ou por iniciativa governamental, faz-se uma escolha. Perceber as motivações históricas,
70 políticas, estéticas ou sociais que determinaram essa escolha, discordar e concordar com
essa seleção, são intervenções críticas necessárias ao processo da educação patrimonial.
A pedagogia freiriana pode nos ajudar a mediar a relação do educando com o
patrimônio cultural na apropriação e problematização deste frente aos símbolos e
histórias que contêm.

Freire determina três etapas para o desenvolvimento do método: as etapas de


investigação, tematização e problematização.

Na etapa da investigação, educadores e educandos buscam conjuntamente “as


palavras e temas mais significativos da vida do aluno, dentro de seu universo vocabular e
da comunidade onde ele vive”. Nessa fase, é preciso perceber com os alunos quais são e o
que “falam” os bens que poderiam ser considerados patrimônio para cada um e para sua
comunidade.

A etapa da tematização é “o momento da tomada de consciência do mundo, por


meio da análise dos significados sociais dos temas e palavras”. Perceber o patrimônio
como um discurso político, ideológico, estético etc, é tomar consciência do seu significado
e o que de fato representa para aquela comunidade. O Pelourinho, nome de um bairro na
Cidade de Salvador, representa o símbolo da escravidão no país. A preservação desse sítio
pode estar fundamentada na consciência dessa grande injustiça histórica. Suntuosas
residências podem ser tão significativas como marcos da desigualdade social quanto pelo
seu valor arquitetônico.

Finalmente, a etapa da problematização, em que o educando é desafiado “a


superar a visão mágica e acrítica do mundo, para uma postura conscientizada”. A
problematização do tema patrimônio histórico por parte dos atores deve ensejar uma
reflexão sobre a identidade, sobre a memória e, no limite, sobre o poder envolvido nas
iniciativas governamentais voltadas para a preservação do patrimônio cultural. Por quê? O
quê? E para quem preservar o patrimônio? Quais os grupos sociais e históricos estão
representados nos bens protegidos pelo poder público? Como superar as assimetrias
identificadas no campo das representações sócio-históricas?

A educação para o patrimônio cultural é uma proposta nascente e como tal,


merece um aprofundamento em seus postulados. A pesquisa de pedagogos, sociólogos e
historiadores, entre outros, deve ser incentivada, inclusive por órgãos governamentais de
fomento. Cursos de pós-graduação em nível de mestrado e doutorado podem contribuir
para consolidação de um marco teórico que aprofunde a contribuição de práticas diversas
implementadas por diversos atores dentro e fora da escola.

Evandro Luiz de Carvalho


Pesquisador
Departamento de Pesquisa e Documentação do Inepac

71
Referências bibliográficas

AUGÉ, Marc. Não-lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade.


Campinas: Papirus, 1994.

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
________________. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O Que é o método Paulo Freire? São Paulo: Editora
Brasiliense,1986.

CARVALHO, Evandro Luiz de. Os alunos do Colégio Estadual Souza Aguiar e a apropriação
do patrimônio cultural da Lapa:um estudo de caso.[dissertação de mestrado]. Rio de
Janeiro. Fundação Getúlio Vargas – CPDOC, 2010.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São


Paulo: Paz e Terra, 1996.

GONÇALVES, José Reginaldo Santos. A retórica da perda: os discursos do patrimônio


cultural no Brasil. Rio de Janeiro. Editora UFRJ; IPHAN, 1996.
_______________________________. Antropologia dos objetos: coleções, museus e
patrimônios. Rio de Janeiro: MINC/IPHAN, 2007.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990.

NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Tradução de Yara Aun
Khoury. Revista do Programa de Estudos Pós-graduados em História do Departamento de
História da PUC-SP. São Paulo, n. 10, p. 7-28, dez.1993.

72
Cidades Invisíveis

C onsideramos “Cidades Invisíveis” as ruínas de quatro cidades extintas do Estado


do Rio de Janeiro. Percorremos os vestígios do que um dia foram igrejas, pontes,
ruas, câmaras e residências. Por meio de fragmentos registramos a história
dessas antigas vilas. Ativas entre os séculos XVIII e XX, Santo Antônio de Sá, São João
Marcos, Vila de Iguassú e Vila de Estrela, importantes no processo de ocupação do solo
fluminense, desapareceram em meio a crises econômicas, epidemias e o abandono dos
portos depois do advento das estradas de ferro e o desrespeito à história e a memória.

As Cidades
São João Marcos
Grande distrito cafeeiro no período imperial, São João Marcos surgiu quando
João Machado Pereira, vindo de Resende, ali instalou uma fazenda. Logo em seguida
abriu-se uma estrada pela qual pudessem transitar com segurança, os quintos de ouro
com destino ao Rio de Janeiro. O mesmo fazendeiro mandou edificar uma capela
dedicada a São João Marcos, em torno da qual aglomerou-se pequena população,
surgindo assim um povoado, elevado a categoria de Freguesia em 1755.

Em função do grande desenvolvimento do café, São João Marcos foi um dos


municípios mais importantes do Estado do Rio de Janeiro no século XIX, ao lado de
Resende, Valença, Vassouras e Paraíba do Sul. Com a decadência da cultura cafeeira
fluminense, a região foi perdendo a importância.

Seu centro histórico foi tombado pela Secretaria do Patrimônio Histórico e


Artístico Nacional (Sphan), em 19 de maio de 1939, atual Iphan. São João Marcos já
havia passado a distrito de Rio Claro, em 1938, e encontrava-se ameaçada pelo
represamento das águas de Ribeirão das Lajes, solução encontrada pela Light para
aumentar a geração de energia elétrica para o Rio de Janeiro. No ano seguinte, São João
Marcos, considerada pelo Sphan “Como raro exemplo intacto de conjunto de arquitetura
colonial”, deixou de ser monumento nacional pelo Decreto n° 2269, de 3 de junho de
1940, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas.

73

Ruínas de São João Marcos


Sergio Linhares
Acervo Inepac
Desapropriada, São João Marcos teve um fim dramático. Recusando-se a
abandonar suas casas, mas irremediavelmente expulsos, os habitantes viram sua cidade
ser implodida e demolida como forma de impedir qualquer tentativa de reocupação. Ainda
assim, o local só foi inundado uma vez, pois as águas da represa subiram apenas alguns
metros.
Em um vale, na confluência dos antigos rios Araras e Panelas, fica tudo o que
restou do antigo núcleo: trechos de caminhos calçados com pedras, vestígios de prédios
dinamitados, muros em cantaria, muitos dos quais encobertos pela vegetação. Durante
algum tempo depois da implosão dos principais monumentos e edificações, seus
habitantes voltavam à cidade destruída, reunindo-se onde antes havia praças e rezando
missas no local da paróquia. Atualmente na área, a Light administra o Parque
Arqueológico Ambiental de São João Marcos.

Vila de Estrela
Durante o período colonial e até a metade do século XIX, Vila de Estrela contou
com um dos mais ativos portos do território fluminense, o principal porto de escoamento
da produção aurífera mineira no século XVIII e do café do Vale do Paraíba no século XIX, e
de seus produtos agrícolas. Em 1846, Estrela foi elevada à categoria de vila, tornando-se
sede do município de Estrela com as freguesias de Pilar, Guia de Pacobaíba, Inhomirim,
Suruí e Petrópolis.
Pedro Oswaldo Cruz Acervo Inepac

Ruínas da Vila de Estrela

Anualmente registravam-se embarque e desembarque de ouro vindo das Gerais,


milhares de metros cúbicos de madeiras nobres, outros milhares de caixas de açúcar e
pipas de aguardente e, após o período colonial, com o acentuado plantio do café no Vale do
Paraíba, a produção representada por centenas de milhares de arrobas desse produto.
Situado à margem direita do rio Inhomirim, quase na junção com o rio Saracuruna, o porto
de Estrela possuía um extraordinário movimento. Estes dois rios formam o rio Estrela que
deságua no litoral norte da baía de Guanabara.

74
O porto e as casas de comércio, fortemente abastecidas, constituíam verdadeiro
empório que dava atendimento às necessidades das populações litorânea, ribeirinha e
interiorana. O povoado era o portão de entrada para o atalho do “Caminho Novo do
Ouro”, aberto em 1724, a variante do Proença, que reduzia a viagem em alguns dias,
proporcionando mais segurança no trajeto da Corte para as Gerais.

Com o advento da ferrovia e a construção da Estação inicial Guia de Pacobaíba


no Porto de Mauá, a vila viu o fim de seu tempo de prosperidade, embora tenha mantido
um trânsito regular. Com a mudança do sistema de transporte, ampliada pela Estrada de
Ferro D. Pedro II, na década de 1860, o porto tornou-se obsoleto, o que motivou sua
gradual desativação.

Após a abolição da escravatura, já em plena decadência, a sede da vila foi


transferida para a povoação de Raiz da Serra, elevada a Vila de Inhomirim, em 1891. A
antiga vila, já em plena agonia, não mais podendo resistir como célula política, sucumbiu
em 8 de maio de 1892, passando a fazer parte do 6º distrito de Magé. A crise, que já
vinha atingindo grande parte da Baixada Fluminense, levou ao progressivo abandono do
Porto de Estrela. Hoje, restam da antiga Vila de Estrela, a escada do porto, as ruínas da
casa “das três portas” e da igreja de Nossa Senhora de Estrela dos Mares - fundada em
1650 por Simão Botelho, e, ao fundo da igreja encontra-se o que resta do cemitério.

Vila de Iguassú
Hoje conhecida como Iguaçu Velha, o povoado iniciado em 1699, com a
construção da Capela de Nossa Senhora da Piedade de Iguassú, foi elevado à Vila de
Iguassú e sede de município em 1833, à beira do velho caminho para a serra, numa
região de vários engenhos de açúcar. Tendo crescido com o transporte de café do Vale do
Paraíba, Iguassú se transformou num centro de comunicação se expandindo com o
aumento do comércio na serra. A importante Estrada do Comércio, aberta para atender à
exportação do café e a importação de produtos da Inglaterra, concluída em 1819 pela
Real Junta do Comércio, pode ser considerada como um dos fatores de grande
importância para a fundação do município. A vila era uma região de passagem e
comércio da produção de ouro, café e vários produtos importados. vários produtos
importados. Iguaçu Velha guarda vestígios da história da colonização do sertão
fluminense. Dos vários portos construídos ao longo do rio Iguaçu destacavam-se os
portos do Feijão, do Tejam e dos Saveiros. Durante o auge da produção cafeeira do Vale
do Paraíba, Iguassú possuía grandes armazéns e estabelecimentos comerciais que
faziam girar vultosos capitais.

Ruínas da Vila de Iguassú 75


Pedro Oswaldo Cruz
Acervo Inepac
Toda essa atividade começa a declinar já em 1854, quando o Barão de Mauá constrói a
primeira via férrea ligando a Estação Guia de Pacobaíba, partindo do porto de Mauá, à
margem da baía da Guanabara, à Estação de Fragoso, na Freguesia de Inhomirim. A
navegação do rio Iguaçu foi decaindo e o caminho d'água, descuidado, assoreou-se com o
aumento de pântanos que se alastraram por imensas superfícies. Com eles veio a malária,
associada à epidemia de cólera-morbo de 1855, que assolou sua zona rural.

Em 1858, foi construído o primeiro trecho da Estrada de Ferro D. Pedro II, do Rio
de Janeiro a Queimados, seguindo logo para Belém, em Japeri, em direção ao Vale do
Paraíba. E o que restava do esplendor comercial da antiga vila sumiu definitivamente. Em
pouco tempo a Vila de Iguassú transformou-se num povoado abandonado. Em 1891, a
sede do município foi transferida para a estação de Maxambomba, que se transformou em
Nova Iguaçu. No final do século XIX e início do XX, os surtos frequentes de doenças
tropicais provocaram a extinção da Vila de Iguassú.

A paisagem atual é marcada pelas ruínas da Matriz de Nossa Senhora da Piedade


de Iguassú, da qual resta apenas a torre sineira, de 1764, do muro do cemitério de Nossa
Senhora do Rosário, pelos alicerces de antigas construções e vestígios do porto.

Vila de Santo Antônio de Sá


A cidade está soterrada em torno das ruínas do Convento de São Boaventura,
conhecidas como ruínas do convento de Macacu, e da torre sineira da antiga Igreja Matriz
de Santo Antônio de Sá. Envolvidas por um cenário natural de extrema beleza, as ruínas
do convento se destacam majestosas onde existiu, no século XVIII, a antiga Vila de Santo
Antônio de Sá.

Em 1612, foi erguida a Capela de Santo Antônio de Sá, origem do povoado de


mesmo nome. Em 1768, foi iniciada uma reforma na igreja, que lhe deu os contornos
finais, finais, já com a torre sineira. A construção do convento e da igreja data do fim do
século XVII. No século XVIII, em 1784,o convento e a igreja sofreram profundas

Ruínas da Vila de Santo


76 Antônio de Sá
Pedro Oswaldo Cruz
Acervo Inepac
modificações, com a ampliação do convento para receber maior número de religiosos.
Ainda nesse ano, iniciou-se a construção da igreja da Ordem Terceira, ao lado da Igreja de
São Boaventura.

Santo Antônio de Sá era um importante posto comercial, exportava a sua


produção de madeira, farinha, açúcar e aguardente, utilizando o rio Macacu para alcançar
a baía da Guanabara, e daí a cidade do Rio de Janeiro. Constituía também ponto de
passagem da produção cafeeira, que descia de Nova Friburgo e Cantagalo, já no século
XIX.
O declínio de Santo Antônio de Sá começa em 1829. Tomada por uma forte
epidemia, que dizimou a população até aproximadamente a década de 1850, a Vila
perdeu em muito a sua importância com o abandono do convento pelos franciscanos. A
origem das febres estaria ligada à obstrução dos rios e, consequentemente, à formação
de brejos e pântanos. A Vila necessitava de obras urgentes para a manutenção do
transporte fluvial, porém, com a inauguração do primeiro trecho da Estrada de Ferro
Cantagalo, em 1860, ligando Porto das Caixas a Cachoeiras de Macacu, Santo Antônio de
Sá perdeu a função de ponto de passagem de mercadorias.

Em 1868, a sede administrativa de Santo Antônio de Sá foi transferida para


Santana de Macacu. Em 1875, a Vila foi anexada ao município de Itaboraí. Em 1922 as
ruínas do convento passaram aos beneditinos e, posteriormente, as terras foram
vendidas a diversos proprietários.

Atualmente, o que resta de Santo Antônio de Sá situa-se na área rural do


município de Itaboraí, no delta do rio Macacu, próximo a Porto das Caixas. Nesta área a
Petrobras está construindo o polo petroquímico do Comperj.

Este estudo resultou no filme Cidades Invisíveis, de Beth Formaggini, realizado


em 2009, com 32 minutos. A ideia do documentário surgiu por ocasião do início dos
estudos de tombamento da Vila de Estrela, em Magé. Foi realizado nas ruínas de Santo
Antônio de Sá, São João Marcos, Vila de Iguassú e Vila de Estrela. Produzido pelo Inepac,
o filme percorre os vestígios da ocupação, ouvindo os antigos moradores (caso de São
João Marcos) e seguindo o rastro dos cronistas que por ali passaram, as pegadas daqueles
que por ali viveram, amaram, trabalharam e ajudaram a construir uma cultura rica como
a nossa. Através destes fragmentos trazemos à vida essas cidades, fazendo ver a
importância do tombamento dos bens fluminenses e a luta pela preservação de suas
memórias.

Elizabeth Versiani Formaggini


Historiadora
Departamento de Pesquisa e Documentação

77
Mapa de Cultura do Rio de Janeiro / Diadorim Ideias/ Isabela Kassow

Quilombo São José da Serra, Valença


Jongo no Sudeste: Patrimônio Cultural Imaterial. Registro Iphan, ano 2005.

78
O Patrimônio Cultural Imaterial:
Conceitos e propostas para ações educativas

Patrimônio cultural imaterial, transmitido de geração em geração, é


constantemente recriado pelas comunidades e grupos com um sentido
de continuidade e identidade e promovendo o respeito da diversidade
cultural e à criatividade humana.
Unesco, Patrimônio Cultural Imaterial

O Patrimônio Cultural Imaterial pode ser compreendido por meio das práticas e
domínios da vida social, do cotidiano das comunidades e grupos, da
organização social do trabalho e da religiosidade, da ocupação do território e
das expressões e manifestações da sociedade em geral. Deve ser considerada a
profunda relação existente de construção social e de criatividade humana, ou seja, a
interdependência existente entre o patrimônio cultural imaterial e o patrimônio material
cultural e natural.

Quando falamos de Patrimônio Cultural Imaterial nos referimos às comunidades


e aos detentores desse patrimônio, principalmente aos grupos sociais denominados
povos tradicionais:
Art. 3º
I - Povos e Comunidades Tradicionais: culturalmente diferenciados e
que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de
organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais
como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa,
ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e
práticas gerados e transmitidos pela tradição. (Decreto n° 6.040, de 7
de fevereiro de 2007 - Institui a Política Nacional de Desenvolvimento
Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais).

A Constituição Federal, em seus artigos 215 e 216, amplia e define a noção de


patrimônio cultural. O Estado então reconhece a existência de bens culturais tangíveis e
intangíveis, estabelece outras formas de preservação: o Registro e o Inventário, além do
tombamento como instrumentos de proteção.

O Decreto nº 3.551, de 4 de agosto de 2000, que institui o Registro de Bens


Culturais de Natureza Imaterial que constituem o Patrimônio Cultural Brasileiro, define e
determina a preservação do patrimônio cultural e da diversidade cultural. As definições
de Patrimônio Imaterial segundo o Iphan são:

Os Bens Culturais de Natureza Imaterial dizem respeito àquelas


práticas e domínios da vida social que se manifestam em saberes,
ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de expressão cênicas,
plásticas, musicais ou lúdicas; e nos lugares (como mercados, feiras e
santuários que abrigam práticas culturais coletivas). (Disponível em:
www.iphan.gov.br).

A Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco,


em 17 de outubro de 2003, ocorrida em Paris (disponível em www.inepac.rj.gov.br),
define:
79
Para os fins da presente Convenção,

1. Entende-se por “patrimônio cultural imaterial” as práticas, representações,


expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos,
artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os
grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de
seu patrimônio cultural. Este patrimônio cultural imaterial, que se transmite de
geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em
função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história,
gerando um sentimento de identidade e continuidade e contribuindo assim para
promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana. Para os fins da
presente Convenção, será levado em conta apenas o patrimônio cultural imaterial
que seja compatível com os instrumentos internacionais de direitos humanos
existentes e com os imperativos de respeito mútuo entre comunidades, grupos e
indivíduos, e do desenvolvimento sustentável.

2. O “patrimônio cultural imaterial”, conforme definido no parágrafo 1 acima, se


manifesta em particular nos seguintes campos:

a) tradições e expressões orais, incluindo o idioma como veículo do patrimônio


cultural imaterial;
b) expressões artísticas;
c) práticas sociais, rituais e atos festivos;
d) conhecimentos e práticas relacionados à natureza e ao universo;
e) técnicas artesanais tradicionais.

3. Entende-se por “salvaguarda” as medidas que visam garantir a viabilidade do


patrimônio cultural imaterial, tais como a identificação, a documentação, a
investigação, a preservação, a proteção, a promoção, a valorização, a transmissão
– essencialmente por meio da educação formal e não-formal - e revitalização
deste patrimônio em seus diversos aspectos.

Luciane Barbosa Acervo Inepac

80

Roda de Capoeira, Grupo Senzala, Mestre Toni Vargas. Cais do Valongo, Rio de Janeiro
Reconhecida pela Unesco, em 26 de novembro de 2014, como Patrimônio Cultural Imaterial da
Humanidade. Registro Iphan: Roda de Capoeira e Mestre de Capoeira, ano 2008
O Patrimônio Cultural Imaterial, após a Constituição Federal de 1988 e após o
Decreto nº 3.551 (de 04/08/2000), tem o reconhecimento do Estado Brasileiro e a
definição de um plano de preservação instituído nos valores universais dos Direitos
Humanos. Esse avanço do Estado e essa construção das ações dos órgãos de preservação
do patrimônio cultural não devem ignorar o papel dos indivíduos e grupos que
desempenham importante função na produção e na manutenção do patrimônio, na
construção de suas identidades, contribuindo para enriquecer a diversidade cultural e a
criatividade humana. Esses indivíduos e grupos são os detentores dos bens culturais. E
esse Patrimônio, que é passado de geração a geração, são as tradições que se mantiveram
vivas até os dias atuais pelo simples fato dos indivíduos e grupos preservarem o seu
patrimônio cultural, reinventando e sobrevivendo, com seus valores e suas tradições
ancestrais. O reconhecimento do Estado brasileiro é a legitimação e a garantia da defesa e
da preservação do patrimônio cultural brasileiro, da valorização da diversidade étnica e
regional, da preservação das formas de expressão, dos modos de criar, fazer e viver.
Presentes em todo o território brasileiro e, sobretudo na imensidão do nosso território
fluminense, nosso dever é garantir a permanência desse patrimônio vivo¹ nas nossas
terras: culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, como formadoras da cultura
fluminense.

Mapa de Cultura do Rio de Janeiro /


Diadorim Ideias/ Cris Isidoro

Darci Tupã da Aldeia Indígena Tekoa


Mboy-Ty
Camboinhas, Niterói

Como contribuição às ações pedagógicas para a formação de educadoras e


educadores nas bases de uma educação para o patrimônio cultural sugerimos alguns
pontos da prática educativa como fundamentais:

- Estado laico;
- Fim da intolerância religiosa;
- Fim do preconceito à cultura popular;
- Fim do racismo;
- A Lei nº 11.645, de 2008, que inclui o artigo 26-A da LDBN 9.394/96 (ampliando o artigo
26 da LDBN instituído pela Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003) que estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a
obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.
- Importância das ações educativas no contexto escolar ao longo do ano letivo, ou seja,
ações para além da Semana do Folclore, da Semana do Patrimônio Cultural, da Semana da
Consciência Negra. Destacamos que a valorização do Patrimônio Cultural é todo o dia.

Luciane Barbosa de Souza


Pedagoga
Diretora do Departamento de Patrimônio Imaterial

81
2
Indivíduos e grupos que preservam saberes e costumes, ou seja, o seu patrimônio cultural. Ver legislação estadual de
preservação do Patrimônio Cultural dos estados de Alagoas, Ceará e Pernambuco.
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Mapa de Cultura do Rio de Janeiro / Diadorim Ideias/ Isabela Kassow

Pedra do Sal, Quilombo Pedra do Sal, Gamboa – RJ 97


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Coordenação Geral
Sergio Linhares Miguel de Souza
Marilda Campos

Coordenação Técnica
Sergio Linhares Miguel de Souza
Evandro Luiz de Carvalho
Luciane Barbosa de Souza

Pesquisa
Celia Regina Moreira Pimentel
Maria Bernardina de Oliveira Silva
Marilda Campos
Evandro Luiz de Carvalho

Projeto Gráfico/ Diagramação e Capa


Danielli Moraes
William Ribeiro
Manoela Cardoso Pereira

Estagiária
Tereza de Carvalho Torres

101
Equipe técnica

Coordenação Geral
Sergio Linhares Miguel de Souza
Marilda Campos

Coordenação Técnica
Sergio Linhares Miguel de Souza
Evandro Luiz de Carvalho
Luciane Barbosa de Souza

Pesquisa
Celia Regina Moreira Pimentel
Maria Bernardina de Oliveira Silva
Marilda Campos
Evandro Luiz de Carvalho

Projeto Gráfico/ Diagramação e Capa


Danielli Moraes
William Ribeiro
Manoela Cardoso Pereira
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Estagiária
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