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Sorocaba
2021
LARISSA YANA GARCIA
Sorocaba
2021
LARISSA YANA GARCIA
BANCA EXAMINADORA
Sorocaba, de de 2021
Dedico este trabalho primeiramente a
Deus pelo discernimento e por ter me
guiado e me acompanhado em todos os
momentos, a Juary, minha mãe Maria,
minha irmã Josiane e meu cunhado Daniel
que me deram suporte necessário nos
momentos em que mais precisei. Ao meu
filho Frederico e ao meu pai João que
infelizmente não está mais entre nós, que
me deram toda força, coragem e apoio
para eu chegar até aqui.
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
Play resources are strategies that promote bonding and interaction and are tools used
in children's clinics in which they enable expression, communication, the construction
of favorable behavior, the development of creativity, socialization, knowledge and even
the identification of aversive behaviors to from the games. The study understood the
role of play as a fundamental tool for professional support in child psychological health
in the processes of attachment, analysis and modeling of repertoires, presenting the
benefits that this tool can provide positively in the individual's life. The research model
was based on a qualitative and descriptive literary review following the Analytical-
Behavioral theoretical line and aimed to elucidate the research problem presented
using the playful resources and functional analysis in the interaction and investigation
of the case, presenting the benefits that recreational resources offer to promote health
and childhood learning.
AC Análise do Comportamento
TACI Terapia Analítico-Comportamental Infantil
TCI Terapia Comportamental Infantil
FAP Psicoterapia Analítico-Funcional
CFP Conselho Federal de Psicologia
CRP Conselho Regional de Psicologia
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
2. A PSICOLOGIA E O BEHAVIORISMO RADICAL ............................................ 16
3. PSICOTERAPIA ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL INFANTIL ...................... 19
3.1 PARTICIPAÇÃO FAMILIAR ..................................................................................................... 19
4. RECURSOS LÚDICOS ...................................................................................... 22
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 25
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 27
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1. INTRODUÇÃO
Por isso, o problema de pesquisa investigado neste trabalho foi: qual a função
do “brincar” em psicoterapia? A problemática consiste na apresentação dos recursos
lúdicos que são conhecidos ou não pelas crianças, a forma de como são aplicados na
prática durante os processos de acolhimento, vinculação, análise e na modelagem de
repertórios e os benefícios que essa ferramenta pode proporcionar positivamente na
vida do indivíduo.
Os objetivos dessa revisão bibliográfica compreendem a função do brincar
como um instrumento de apoio profissional na saúde psicológica infantil pela ótica da
abordagem comportamental, identificando os recursos lúdicos que estão envolvidos
no processo psicoterapêutico e explicitando quais são as suas formas de intervenção
no contexto clínico, onde foram apresentados os benefícios que os recursos lúdicos
oferecem para a promoção da saúde e da aprendizagem infantil.
A sustentação teórica que norteou os estudos foi a analítico-comportamental.
A Análise do Comportamento (AC) também conhecida como Behaviorismo Radical,
foi fundada pelo psicólogo Skinner (1904-1990) e surgiu a partir de todo o seu
aprofundamento literário em outros grandes autores e cientistas da análise do
comportamento. Seu instrumento de trabalho na clínica é a Psicoterapia Analítico-
Funcional (FAP)
Sua base teórica consiste na interação entre organismo e ambiente tendo o ser
humano como importante fator dessa relação. O ambiente afeta o indivíduo e este é
afetado pelo indivíduo e os eventos que antecedem ou produzem consequências a
partir do comportamento (contingência de três termos ou contingência tríplice).
A Terapia Analítico-Comportamental Infantil (TACI) ou Terapia
Comportamental Infantil (TCI) é uma área de extensão da análise do comportamento
e ela se fundamenta na análise do comportamento e no behaviorismo radical que
trabalha com o ensino de comportamentos e avaliação de repertórios, a partir do
modelo de Psicoterapia Analítico Funcional (FAP).
A FAP analisa o sujeito dentro da sua ferramenta de trabalho chamada tríplice
contingência (antecedentes – respostas – consequências) considerando e,
analisando, portanto, o sujeito em sua totalidade dentro dos três níveis de seleção,
sendo essenciais para analisar o sujeito como um todo em seu contexto biológico,
subjetivo e na sua cultura a partir do ambiente que o cerca, seja este modificado ou
não por ele.
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Se você afirma que o mundo exterior é real, isso levanta a questão “Se eu
estou separado do mundo real, então onde estou? A resposta, de acordo com
a psicologia popular, é que você abriga um mundo interior, privado, que você
experimenta sensações, pensamentos e sentimentos. Somente seu corpo
externo pertence ao mundo exterior. (BAUM, 2006, p.43).
Ainda para os autores, esses três níveis de seleção são imprescindíveis para
o analista do comportamento se nortear em sua prática. A partir do modelo de seleção
por consequências, o ser humano é visto como um ser multideterminado e histórico.
Sendo assim, o analista do comportamento identifica e trabalha a subjetividade
do indivíduo, seja no seu autoconhecimento, em sua auto-observação e em outras
questões. “Ao olharmos para a história da Análise do Comportamento ao longo dos
anos, podemos observar que desde então houve muitos avanços e mudanças no
processo psicoterapêutico”. (REGRA, 2000 apud SILVA, M., 2016, p. 2). Portanto, o
grande salto que a análise do comportamento trouxe, foi evoluir dos experimentos
com os animais e pesquisas feitas com humanos, para atuação do psicólogo
comportamental nas áreas humanas como nas instituições ou em clínicas particulares
e estar em constante evolução dentro da psicoterapia.
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4. RECURSOS LÚDICOS
recursos lúdicos como folhas, madeira, etc. Del Prette e Meyer (2012, p. 239)
complementam que o “brincar, por meio de jogos ou brincadeiras, estruturados ou
não, é a atividade mais comum da criança e é crucial para o seu desenvolvimento,
além de ser uma forma de comunicação”. Essa interação verbal entre a fantasia e o
brincar é fundamental para fortalecer suas habilidades sociais, expressar seus
sentimentos e emoções e até facilitar a identificação de comportamentos mais
delicados como a violência física e psicológica.
As estratégias lúdicas são componentes reforçadores pois, além de trazer uma
boa relação com a terapeuta, os recursos lúdicos auxiliam na investigação e na
identificação dos comportamentos. Para Silva T. (2016), o objetivo dos jogos é
desenvolver diferentes repertórios comportamentais da criança e possibilitar o
terapeuta identificar comportamentos cotidianos da mesma.
Um dos recursos que o jogo oferece, segundo Conte e Regra (2000), é
constatar como se dão as interações entre a criança e as pessoas que estiverem
próximas a esta criança. Ainda para os autores, o jogo pode auxiliar de diversas
formas no processo terapêutico, um deles na identificação de comportamentos
encobertos. Para Silva (2016) “com as estratégias lúdicas (jogos, brinquedos, filmes,
músicas, etc.) é possível identificar e trabalhar com as demandas das crianças e
adolescentes de forma não diretiva, permitindo que a criança traga para as sessões
suas dificuldade e comportamentos que precisam ser modificados". (SILVA, 2016,
p.36).
Os jogos, portanto, se apresentam como uma estratégia de atuação que
envolvem contingências de reforço planejadas, com regras previamente estabelecidas
e também se mostra como um facilitador para o desenvolvimento de diversos
repertórios comportamentais, além de ser um recurso lúdico que facilita o acesso aos
sentimentos e comportamentos privados das crianças. (SILVA T., 2016, p. 4).
Os tipos de ferramentas lúdicas que o profissional vai utilizar, dependerá da
demanda que chegar até ele. Vermes (2012) explicita a importância da escolha do
instrumento lúdico no qual é fundamental se atentar, pois cada caso é um, cada
criança é uma e que traz consigo uma bagagem singular trazendo em seu repertório
a sua história de vida, o seu meio sociocultural e sua subjetividade carregadas com
emoções, sentimentos e visões de mundo. Cada instrumento lúdico vai trabalhar a
queixa ou demanda apresentada da criança. Gadelha e Menezes (2004, p.62),
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Existem cinco habilidades para Silva, M. (2016, p. 2) que podem ser vistas e
trabalhadas no processo de aprendizagem que são: “(1) leitura e escrita; (2) raciocínio
lógico e resolução de problemas; (3) atenção e concentração; (4) baixa tolerância à
frustração; e, (5) habilidades numéricas e raciocínio numérico”. É importante ressaltar
que na visão da AC as habilidades não são inatas, ou seja, é o ambiente quem
contribuirá para essa construção. O brincar de um modo geral não está controlado
pelo ambiente social, ele é mais independente. Contudo, ambos possibilitam o
desenvolvimento destas e/ou outras habilidades diversas.
Com uma revisão bibliográfica enriquecedora, é possível intervir em clínica com
mais profundidade e consequentemente obter resultados qualitativos na vida do
cliente. “A terapia bem‑sucedida constrói comportamentos fortes, removendo
reforçadores desnecessariamente negativos e multiplicando os positivos”. (SKINNER,
1974-1995, p.114-115 apud MARINOTTI, 2012 p. 252).
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esses níveis de seleção são essenciais para analisar o sujeito como um todo
em seu fator genético ou hereditário biológico, em seu desenvolvimento em sua
subjetividade de vida e na sua cultura a partir do ambiente que o cerca, seja este
modificado ou não por ele.
O profissional atuará com crianças e adolescentes em conjunto com os pais e
outros profissionais, para entender o contexto social, cultural, histórico e subjetivo que
a mesma está inserida e se necessário, encaminhá-la a profissionais específicos
dependendo da demanda do seu caso dentro de uma documentação adequada e o
sigilo acerca do encaminhamento resguardando o sujeito.
O vínculo é o passo importante na constituição de uma relação saudável,
porque é com ele que o profissional conseguirá compreender melhor o que a criança
está trazendo para terapia, proporcionando segurança e um ambiente favorável para
a mesma expressar o que sente a partir do seu brincar, com os recursos lúdicos que
o psicólogo estará trabalhando com essa criança.
Essa revisão bibliográfica teve como relevância apresentar uma das
ferramentas-chave que o psicólogo (TACI) utiliza em psicoterapia que é o lúdico. E
em cada passo dado, seja nas estratégias usadas para manejo terapêutico com a
criança, a ferramenta lúdica é um suporte imprescindível que proporciona um
processo terapêutico facilitador tanto para a criança que será um reforçador quanto
para o terapeuta entender esse mundo da criança e alcançar possibilidades a serem
trabalhadas com a mesma.
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REFERÊNCIAS