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COLÉGIO FAVEPORT

CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM


DISCIPLINA: DATA: ___/___/______
PROFESSOR(A):
ALUNO(A):

POSICIONAMENTO DO CLIENTE

Para obter um diagnóstico médico mais seguro, é necessária a utilização de exames


auxiliares que ajudem na identificação dos agentes causadores ou fontes de uma moléstia.
Assim, os meios existentes para essa investigação são os mais variados, desde os
exames laboratoriais de urina, de sangue, biópsia, até os diagnósticos por imagem através de
exames radiológicos etc.

A enfermagem tem responsabilidade pela assistência ao cliente também na


realização desses exames, principalmente em seu preparo, considerando que alguns exames
necessitam de posicionamento específico para obter melhor resultado, ou melhor, imagem.
Há diferentes tipos de posições que facilitam não só a realização de exames, mas
também de cirurgias e de algumas formas de tratamentos.
Existem posições específicas para cada tipo de procedimento ao qual o cliente será
submetido. As posições mais utilizadas são: dorsal, ventral, de Trendelenburg, de Fowler, de
SIM'S, ginecológica, genupeitoral, litotomia e ortostática.

Posição Sentada

Indicada para avaliação da cabeça e do pescoço, dorso, região posterior do tórax,


mamas, axilas, coração, verificação de sinais vitais e avaliação dos membros superiores.
Alguns clientes podem não tolerar essa posição, que, no caso, é substituída pela
posição supina (ou decúbito dorsal) com a cabeceira do leito elevada.

Posição Supina ou Decúbito Dorsal

Indicada para avaliação da cabeça e do pescoço, região anterior do tórax, mamas,


axilas, coração, abdome, membros superiores e inferiores e pulsos. O cliente deve ser
posicionado com os membros superiores ligeiramente estendidos ao longo do corpo e os
membros inferiores estendidos ou ligeiramente flexionados, para que não ocorra contração da
musculatura abdominal. É preciso atenção em relação aos clientes portadores de patologias
do sistema respiratório, visto que essa posição diminui a capacidade de expansão do diâmetro
ântero-posterior do gradil torácico. Essa posição é indicada para clientes impossibilitados de
permanecer na posição sentada.
Pode-se oferecer um travesseiro para melhorar o conforto do cliente, exceto quando
for indicada a posição supina plena, como nos casos em que há trauma da coluna cervical.
Figura 6: Posição supina ou decúbito dorsal

 Técnica
1. Deite o cliente de costas.
2. Estenda as pernas do cliente ou deixe-as levemente flexionadas, para diminuir o
relaxamento dos músculos abdominais.
3. Estenda os braços ao longo do corpo.
4. Mantenha o cliente protegido com lençol, expondo apenas as áreas a serem
examinadas.

Posição de Fowler

Posicionamento que pode ser utilizado para exame da cabeça e do pescoço,


bem como para clientes que apresentam desconforto ventilatório. O cliente deve ficar em
decúbito dorsal, porém com elevação do tronco em 45°. Alguns clientes mantêm decúbito de
30°, sendo esta a posição denominada de semi-fowler.

Figura 7: Posição de Fowler

 Técnica
1. Coloque o cliente em decúbito dorsal.
2. Eleve a cabeceira da cama até que o tronco do cliente atinja um ângulo de 45°.
3. Flexione levemente os joelhos com a ajuda da manivela que se encontra aos pés
da cama ou com a colocação de coxins sob as dobras dos joelhos.
4. Mantenha o cliente protegido com lençol.

Posição Ginecológica
Utilizada para avaliação do trato genital feminino e para alguns procedimentos, como
a sondagem vesical feminina.
Posiciona-se a cliente de modo que a região genital fique exposta, em decúbito
dorsal, mantendo as pernas afastadas uma da outra com a região plantar sobre a cama.
Essa posição pode ser desconfortável para a cliente, devido à exposição. Portanto,
deve-se realizar o exame no menor tempo possível, mantendo a região coberta com um lençol
quando nenhum procedimento estiver sendo realizado.

Figura 8: Posição Ginecológica

 Técnica
1. Coloque a cliente em decúbito dorsal.
2. Flexione os membros inferiores, deixando os pés apoiados sobre o colchão e os
joelhos bem afastados (na mesa cirúrgica ou na mesa de exame, apóie a dobra do
joelho na perneira da mesa).
3. Mantenha a cliente protegida com lençol em diagonal, de tal forma que uma ponta
fique sobre o peito e a outra na região pélvica; as outras duas pontas deverão ser
presas aos pés da cliente.
4. Exponha a região pélvica somente no momento do exame.

Posição Litotomica

É uma variante da posição ginecológica, indicada para cirurgias ou exames de


períneo, reto, bexiga e vagina.

Figura 9: Posição litotomica

 Técnica
1. Coloque o cliente em posição dorsal, com a cabeça e os ombros
ligeiramente elevados.
2. Flexione as coxas sobre o abdome, afastadas uma da outra e as pernas
sobre as coxas.
3. Mantenha as pernas do cliente nessa posição de flexão, usando suporte
para os joelhos ou suporte de alça para os pés.
4. Mantenha o cliente protegido com lençol em diagonal e exponha a
região somente na hora do exame.

Decúbito Ventral ou Pronação

Posicionamento utilizado para avaliação das articulações do quadril e da região


posterior. Deve-se colocar o cliente com a cabeça lateralizada, conforme a preferência dele,
mantendo seus braços afastados da linha média ao longo do corpo e os membros inferiores
estendidos.
Em caso de clientes com patologias do sistema respiratório, trauma cervical ou
traqueostomia, essa posição deve ser evitada.
A posição também é indicada para alguns casos de doença respiratórias graves,
como a Síndrome da Angustia Respiratória Aguda (SARA). Nesses casos, o cliente deve
permanecer nessa posição durante todo o exame.

Figura 10: Posição de decúbito ventral ou pronação

 Técnica
1. Coloque o cliente deitado de bruços (com o abdome sobre a cama).
2. Estenda as pernas do cliente.
3. Estenda os braços ou cruze-os acima da cabeça.
4. Vire a cabeça para o lado direito ou esquerdo.
5. Mantenha o cliente protegido com lençol, expondo apenas a área a ser
examinada.

Trendelenburg

Esta posição é utilizada em situações de hipotensão, algumas cirurgias da região


pélvica ou em indivíduos portadores de patologias vasculares, como tromboflebites e
insuficiência vascular crônica. O cliente deve permanecer em decúbito dorsal, mantendo a
cabeceira da cama mais baixa em relação ao corpo.
Nessa posição, os membros inferiores devem ser elevados de maneira que
permaneçam estendidos. Não deve ocorrer, em nenhum momento, o posicionamento de
travesseiros ou do próprio ângulo da cama na região poplítea, visto que essa conduta pode,
em alguns casos, comprometer o retorno venoso. É importante ressaltar que essa posição
não deve ser utilizada em clientes portadores de insuficiência cardíaca congestiva, devido à
deficiência da capacidade inotrópica cardíaca.

 Técnica
1. Coloque o cliente em decúbito dorsal.
2. Posicione a cabeça em plano inferior ao corpo (na mesa cirúrgica, a inclinação é obtida
pela manipulação da manivela; na cama hospitalar são colocados suportes sob os pés
para elevá-los).
3. Mantenha o cliente protegido com lençol, expondo apenas a área a ser examinada.

Decúbito Lateral ou SIM’S

Posicionamento utilizado para procedimentos como lavagem intestinal, ou


enteroclisma exames de reto e ânus, exames vaginais e clister. O cliente deve ficar em
decúbito lateral esquerdo, com os joelhos e a coxa direi ta à frente da perna esquerda, a qual
deve estar ligeiramente flexionada em relação aos braços, que podem permanecer na posição
que seja mais confortável para o cliente.

Figura 11: Decúbito lateral ou SIM’S

 Observação
A introdução de substâncias no intestino, em volume de até 500 ml, é chamada
clister, enquanto a introdução de substâncias com volume acima de 500 ml é chamada
enteroclisma ou lavagem intestinal.

 Técnica
1. Coloque o cliente em decúbito lateral esquerdo.
2. Incline ligeiramente o corpo para a frente, com o braço esquerdo esticado para trás e
o braço direito flexionado para frente.
3. Mantenha o membro inferior esquerdo levemente flexionado e o direito mais
flexionado que o esquerdo.
4. Mantenha o cliente protegido com lençol, expondo apenas a área a ser examinada.

Posição Genu peitoral

Utilizada para observação das regiões genital e retal. Deve-se posicionar o cliente
com os joelhos e a cabeça sobre o leito ou a maca, sendo que a cabeça deve estar
lateralizada e sobre os braços.
Essa posição é citada em algumas literaturas como auxiliar para involução uterina no
pós-parto normal.

Figura 12: Posição Genu peitoral

 Técnica
1. Coloque o cliente ajoelhado sobre a cama com os joelhos afastados e as
pernas estendidas.
2. Solicite ao cliente para que abaixe os membros, de modo que o tórax e a face
encostem na cama.
3. Lateralize a cabeça, apoiando-a sobre os braços.
4. Mantenha o cliente protegido com lençol, expondo apenas a área a ser examinada.

Posição de Proclive

Posição contrária à de Trendelenburg. Indicada para melhorar a circulação dos


membros inferiores.

 Técnica
1. Coloque o cliente em decúbito dorsal.
2. Posicione a cabeça em plano superior ao corpo (são colocados suportes sob a cama).
3. Mantenha o cliente protegido com lençol, expondo apenas a área a ser examinada.

Posição Ortostática ou Ereta


Indicada para exames de certas anormalidades ortopédicas ou neurológicas.

 Técnica
1. Coloque o cliente em pé, com o vestuário adequado.
2. Deixe os braços do cliente ao longo do corpo.
3. Deixe as pernas ligeiramente afastadas;
O cliente deverá estar calçado ou sobre o chão forrado.

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