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Bom, compreendido o que é a Transferência, podemos falar sobre os tipos

que existem. Iremos fazer menção aos mais primários, a Transferência Positiva e
Negativa.
A Transferência Positiva é aquela carregada de sentimentos afetuosos e boas
emoções. Muitas das vezes, inclusive, quando o analisado vem de uma indicação, é
possível que ele já chegue com uma pré disposição a Transferência Positiva. Esse
tipo de transferência então é sobre boas experiências vividas pelo analisado e que
de alguma forma ele reconheceu aquilo no analista, projetando essa ideia um dia
vivida à figura do terapeuta. Por exemplo, quando o analisado está no processo de
entrevista e em dado momento ele vê uma similaridade no analista que o remete a
algo que foi marcante de forma positiva em sua vida. As vezes nos deparamos com
casos de, por exemplo, o analisado fazer a transferência da figura materna, que
cuidou e amou, ao analista, que se mostrou receptivo e afetuoso com ele. A
Transferência Positiva é o que favorece uma possibilidade de boa comunicação,
visto que há ali um sentimento de confiança e segurança. É interessante também o
profissional estar atento aos sinais da transferência, pois a positividade pode estar
encobrindo algo mais profundo.
Há também a Transferência Negativa, que segue a mesma lógica da positiva.
Aqui notamos que os conflitos que surgem vindos da consciência são negativos,
raivosos, ruins. Quando ocorre esse tipo de transferência é momento para ter
cuidado, pois um passo errado pode levar esse analisado a desistência. É aqui que
vemos um forte desprezo pela figura do analista, fazendo até mesmo que o paciente
tenha comportamentos agressivos ou que mostrem um bloqueio. A Transferência
Negativa tem relação com a resistência que pode surgir durante a análise, pois é
nesse ambiente que o analisado tende a “fugir” do que sua consciência está
querendo expor àquela figura do analista. Dentro de um quadro de abuso, por
exemplo, o analisado pode fazer relação do abusador ao analista por conta de sua
forma de falar, ou vestir. E isso vai gerar nele um sentimento de hostilidade, o
querendo fazer sair daquilo, ou seja, fugir. Novamente é importante frisar que o
profissional deve estar atendo ao que está sendo mostrado e a ao que
possivelmente está retraído. O negativo pode camuflar algo ainda mais complexo.
Enfim, dentre os tipos de transferências essas são as principais, porém há
mais tipos, como a erótica. É necessário ressaltar que o analista deve estar sempre
consciente desse cenário de transferência e não levar isso para o pessoal. Ele pode
se deparar com coisas e atitudes do analisado que gerem certo desconforto, mas
isso se dá por essa ser uma ferramenta da psicanálise que confronta o que há no
consciente do outro.

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