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Riscos de uma crise emocional

As crises emocionais representam um alto


risco a integridade física do paciente, das
pessoas de seu convívio e ao analista, por essa
razão é necessário saber manejar esse tipo de
caso dentro do processo de análise para
reduzir esses riscos.

A crise pode levar a:

• Suicídio
• Agressão física da esposa ou marido
• Agressão ao analista
• Desistência da psicoterapia
• Tomada de atitudes por impulso como:
pedir demissão do emprego, terminar
relacionamentos, parar tratamentos de
saúde, entre outros.

O analista ao trabalhar com pacientes em


estado de descontrole emocional, trabalhará no
limite, será como se ele estivesse caminhando
sobre ovos. É uma prática muito delicada que
uma palavra mal colocada pode ser o suficiente
para estimular ou encorajar o paciente a adotar
uma ação extrema consigo ou com outros. São
dois fatores que tornam isso provável:

1. O paciente já está com as emoções


desorganizadas, logo qualquer estímulo
pode ser muito.
2. A transferência é outro fator, os
pacientes no início do processo tendem
a colocar o analista na posição de
mestre, aquele que vai ajudá-lo a lidar
com os problemas, logo com esse
investimento emocional no analista, o
peso daquilo que é dito pelo analista se
torna algo forte para o paciente.

Com todos esses riscos, os cuidados durante o


processo de análise serão redobrados para
que não haja maiores problemas.

A forma de trabalho, vai depender de cada


paciente. As intervenções serão especificas
para cada caso. Não tem um modelo geral que
vai servir para todos, vamos precisar avaliar
caso a caso para definir qual o melhor caminho
de trabalho para cada paciente.

Como o atendimento será emergencial,


teremos pouco tempo para realizar as
avaliações e isso nos colocam em uma posição
ainda mais arriscada em relação ao paciente e
para amenizar esses riscos, teremos que
considerar as possibilidades mais extremas
resultantes de uma crise para que possamos
trabalhar com a maior cautela possível.

O que nunca devo fazer em um atendimento


emergencial:

Existem algumas ações que o analista ou o


psicólogo podem fazer que podem ampliar os
riscos e tornar o processo de análise um
ambiente favorável para resultados
catastróficos. É importante compreender que
as falas e ações do analista tem um peso
considerável para o paciente e esse peso pode
ser usado a favor do paciente ou quando mal
manejado pode gerar resultados negativos.

• Não desmentir o paciente em hipnose


alguma.
• Não desdenhar do sofrimento do
paciente por mais distante da realidade
que seja.
• Não desqualificar as justificativas do
paciente de uma forma evasiva.
• Não criar possibilidades opostas sem
antes compreender minimamente a
demanda.
• Não realçar uma crença disfuncional
mesmo que essa pareça ter sentido.
• Não ampliar as justificativas fazendo
perguntas ou intervenções que leve a
imaginação ou reviver a experiencia que
justifique a crise.
Essas são questões que devem ser levadas em
consideração no atendimento a pacientes em
estado de surto, com desordem emocional.
Lembrando que estamos lidando com questões
pontuais e não em um processo de análise
propriamente dito.

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