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INDICAÇÕES PARA A TERAPIA

BREVE
Indicações da psicoterapia breve
• O sintoma, queixa ou diagnóstico não é o principal
ponto a ser considerado na indicação de terapia
breve ou longa.
• A capacidade integradora e a força do ego são pontos
a serem considerados.

• Parte-se da premissa que “...os transtornos mentais


resultam de uma desigualdade entre o problema da
adaptação e a capacidade da pessoa para resolvê-lo;
eles constituem um fracasso na função adaptativa da
personalidade, uma incapacidade de encontrar
gratificação aceitável para as próprias necessidades
subjetivas....” (Alexander, French, 1965).
Indicações da psicoterapia breve
• Devem ser considerados dois conjuntos de fatores:
1.Capacidade natural e adquirida da pessoa e as
circunstâncias exteriores com que tem de se defrontar:
• Avaliar a história clínica do paciente.
• Avaliar a vida do paciente como um todo .
• Prestar atenção à reação do paciente às interpretações
do terapeuta.
• A capacidade de integrar e se auto perceber define o
encaminhamento para terapia breve ou longa.
• O que importa é com que tipo de paciente se está
lidando e não com que tipo de sintoma.
Indicações da psicoterapia breve
• O paciente ideal para a terapia breve é aquele com boa
“força egóica”, boa “estrutura” pois a cura nesta
modalidade de terapia não ocorre somente na situação
terapêutica.
• O terapeuta coloca o paciente na “pista” certa e então, o
ego do paciente assume a direção.
• Às vezes a eliminação de um bloqueio emocional faz com
que o ego se desenvolva.
• Terapeuta = cirurgião. O cirurgião opera o paciente mas
não o cura. Faz modificações no corpo para que este se
estabilize naturalmente.
• O terapeuta breve não cura, mas cria condições para uma
melhora.
• A capacidade de integração do paciente é que define se ele
terá uma terapia breve ou longa.
Indicações da psicoterapia breve
• Fiorini (1976) a psicoterapia breve é útil, em grau
variável, para todos os pacientes. Nem sempre a
pessoa tem condições de fazer uma terapia longa.
• No entanto relata que uma indicação mais precisa
seria:
1.Pacientes que possuem maior benefício:
Quadros agudos (situações de crise ou
descompensações).
Situações de transição de etapas evolutivas
(casamento, separação, menopausa...)
Distúrbios de intensidade leve ou moderada. Ex:
quadros psicossomáticos iniciais.
Indicações da psicoterapia breve
2. Pacientes que se beneficiam menos da terapia breve:
 Distúrbios psiquiátricos crônicos, fora da crise.

• Fiorini relata ainda que a terapia breve deve ser de


final aberto, ou seja, se o paciente precisar ele pode
retornar quando sentir necessidade.

• Critérios de indicação de terapia breve para Knobel:


1. Pacientes com boa estrutura egóica.
2. Casos de emergência e crise que necessitam
intervenção imediata e precisa.
3. Casos em que se visa à prevenção de situações
críticas.
Indicações da psicoterapia breve
4. Crianças com problemas diversos.
5. Emergências infantis.

• Critérios de indicação para terapia breve de David


Malan:
1. Pacientes que não apresentam tentativa de suicídio,
drogadição, terapia de eletrochoque, homossexualidade
convicta, sintomas obsessivos crônicos incapacitantes,
fobia crônica, autodestrutividade.
2. Pacientes para os quais certos acontecimentos são
previstos e inevitáveis não se adaptam a terapia breve.
3. Pacientes com psicopatologias bem definidas.
4. Possibilidade de formulação de um foco e concordância
do paciente com este.
Indicações da psicoterapia breve
• Para Malan o ideal seria
preencher os seguintes
critérios:

1. Paciente demonstra boa


capacidade para pensar em
seus problemas em termos
emocionais.
2.Possui força necessária para
encarar material
perturbador.
3.Boa resposta a interpretações
baseadas no foco.
4.Motivação para enfrentar as
tensões na terapia.
Indicações da psicoterapia breve
• Para Sifneos (1979) o critério mais importante para a
aceitação da psicoterapia breve é a motivação.
• Outros critérios citados pelo autor:
1.Problema bem definido para formular um foco (aparece
na primeira sessão).
• Preencher pelo menos três dos critérios abaixo:
1.Inteligência acima da média
2.Pelo menos uma relação significativa com outra pessoa
durante sua vida.
3.Uma crise emocional
4.Habilidade de interagir bem com o terapeuta e expressar
sentimento.
5.Motivação para a terapia.
6.Queixa principal específica.
Indicações da psicoterapia breve - Sifneos
• Se o paciente preencher 3 desses 6 critérios é realizada
uma segunda entrevista que possui duas finalidades:
1.Verificar se paciente e terapeuta concordam sobre um
objetivo para a terapia.
2.Avaliar a motivação para a mudança.

Critérios para verificar a motivação:


1.Habilidade em reconhecer que os sintomas são de
natureza psicológica.
2.Tendência para ser introspectivo e dar um relato honesto e
verídico.
3.Vontade de participar ativamente da situação de
tratamento.
4.Curiosidade e vontade de se entender.
Indicações da psicoterapia breve - Sifneos
5. Disposição para mudar, explorar e experimentar.
6. Expectativas realísticas dos resultados da psicoterapia.
7. Disposição para fazer sacrifícios razoáveis em termos de
tempo e pagamento.

• Malan , que estudou a obra de Sifneos, acrescenta mais


dois critérios:
1. Paciente não deve exigir que sejam aliviados
determinados sintomas,
2. Paciente não deve considerar o problema como sendo
puramente relacionado à sua situação atual, ou como
sendo externo.
VANTAGENS E DESVANTAGENS DO
USO DA TERAPIA BREVE
VANTAGENS

• Emprego mais eficiente e planejado


de recursos terapêuticos a fim de
beneficiar uma faixa mais ampla de
pacientes.
• Oportunidade de reduzir lista de
espera.
• Economia de recursos financeiros.
DESVANTAGENS
Riscos para o terapeuta:

• Tempo breve
• Falta de conhecimento e treino adequados
• Ritmo de trabalho agitado, gerando stress
• Ansiedade de obter resultados breves, apressando-
se.
• Não elaboração de uma boa história clínica.
• Fazer formulações rápidas sem comprovação
clínica.
• Negligenciar sintomas na pressa de produzir
mudanças.
DESVANTAGENS
Riscos devido à falta de treinamento do
terapeuta:

• Negligenciar a realidade do paciente.


• Fazer intervenções erradas.
• Perigo de supersimplificação.
• Perceber e interpretar material inadequado e
que seja perigoso.
• Não estar preparado para interpretar a
transferência.
• TRABALHAR EM SALA CASO A5 PG 39 À46

• Azevedo, MASB. Psicoterapia dinâmica breve:


saúde mental comunitária. 2ªed. São Carlos:
Rima Editora, 2004.

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