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T r i b u ta ç ã o d e

Criptoativos
A tributação de criptoativos no Brasil é um tema que tem ganhado
destaque à medida que o mercado de criptomoedas cresce e se
torna cada vez mais relevante na economia. Os criptoativos,
incluindo as criptomoedas como Bitcoin e Ethereum, são
considerados ativos financeiros para fins tributários no Brasil e,
como tal, estão sujeitos à tributação sobre ganhos de capital, além
de outras obrigações acessórias.

Ganhos de Capital
Os ganhos obtidos com a venda de criptoativos são tributados de acordo com a
tabela progressiva de alíquotas do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF)
para ganhos de capital, que são:

15% 17,5%
sobre ganhos entre
sobre ganhos até
R$5 milhões; R$5 milhões e R$10
milhões

20%
sobre ganhos entre
22,5%
R$10 milhões e R$30 sobre ganhos acima
milhões de R$30 milhões

Essas alíquotas aplicam-se à diferença positiva entre o valor de venda e o valor de aquisição do criptoativo. Importante
notar que há uma isenção de IRPF para vendas de criptoativos que totalizem até R$35.000,00 dentro do
mesmo mês.

+ levanteideias.com.br
Declaração de Ajuste Anual
Além da tributação sobre os ganhos de capital, os contribuintes brasileiros devem incluir em sua Declaração de

Ajuste Anual do IRPF as informações sobre a posse e as transações com criptoativos. Isso inclui não apenas as

criptomoedas, mas também tokens e outros tipos de ativos digitais. A Receita Federal exige que sejam informados o

tipo de criptoativo, a quantidade, o nome da empresa ou da exchange onde os ativos são mantidos, além do CNPJ da

empresa ou exchange.

Obrigações Acessórias
A Receita Federal do Brasil instituiu, por meio da Instrução Normativa RFB nº 1.888, de 2019, a obrigatoriedade de

prestação de informações relativas às operações realizadas com criptoativos. As exchanges de criptoativos

domiciliadas no Brasil são obrigadas a informar mensalmente todas as operações de compra, venda, doação, permuta,

dação em pagamento, transferência de criptoativo para exchange e retirada de criptoativo da exchange,

independentemente do valor da operação.

Para os investidores pessoa física ou jurídica que realizam operações em exchanges estrangeiras ou operações

diretas (peer-to-peer) que superem o valor de R$30.000,00 no mês, também há a obrigatoriedade de prestar

essas informações à Receita Federal, seguindo um conjunto específico de regras e prazos.

Nova regra para tributação de aplicações financeiras no exterior


A partir de 01 de janeiro de 2024, a Lei 14.754/2023 estabelece novas regras para a tributação de aplicações

financeiras no exterior por pessoas físicas residentes no Brasil, incluindo disposições que podem afetar a tributação

de criptoativos estrangeiros. De forma geral, a lei discute:

Tributação de Rendimentos no Exterior

í
Pessoas f sicas residentes no Brasil devem declarar na Declaração de Ajuste Anual (DAA) os rendimentos
de capital aplicado no exterior, incluindo aplicações financeiras e lucros e dividendos de entidades

controladas, sujeitos à incidência do Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas (IRPF) à alíquota de 15%
sobre a parcela anual dos rendimentos.

Aplicações Financeiras no Exterior

í
Rendimentos auferidos em aplicações financeiras no exterior por pessoas f sicas residentes no Brasil serão

tributados conforme as regras estabelecidas, considerando aplicações financeiras como operações

í -
financeiras fora do Pa s, incluindo ativos virtuais, carteiras digitais ou contas correntes com rendimentos.

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Dedução de Imposto Pago no Exterior

É possível deduzir do IRPF devido o imposto sobre a renda pago no país de origem dos rendimentos, desde

que esteja prevista a compensação em acordo internacional para evitar a dupla tributação ou haja

reciprocidade de tratamento.

Portanto, embora o texto não especifique diretamente a tributação de criptoativos estrangeiros, ele inclui disposições

sobre a tributação de rendimentos e aplicações financeiras no exterior, o que pode incluir criptoativos, dependendo

de sua classificação como aplicações financeiras no exterior e da regulamentação específica da Secretaria Especial da

Receita Federal do Brasil.

Foi divulgado pela Receita Federal do Brasil que deverá ser publicada uma Instrução Normativa específica para

regulamentação das mudanças ocorridas quanto a tributação das aplicações financeiras abrangidas na nova legislação.

A tributação de criptoativos no Brasil reflete o esforço do governo em regular e monitorar o mercado de

criptomoedas, visando tanto a proteção do investidor quanto a garantia de arrecadação tributária. É

fundamental que os investidores em criptoativos estejam atentos às normas vigentes, mantendo registros detalhados

de suas transações e buscando orientação profissional quando necessário para garantir a conformidade com as

obrigações tributárias.

Abaixo um quadro resumo:

Aspecto Até 2023 A partir de 2024

Ganhos de capital são calculados pela Ganhos de capital são calculados pela
diferença entre o valor de venda e o valor diferença entre o valor de venda e o valor
Base de cálculo de aquisição dos ativos. de aquisição dos ativos.

Varia de 15% a 22,5%, dependendo do


Alíquota valor do ganho.
15% sobre os rendimentos apurados

Isenção Operações até 35 MIL Sem isenção

Apuração via GCAP mensal Declaração de Ajuste Anual - DIRPF


Declaração e pagamento

Prejuízos podem ser compensados com


Compesação de prejuízos Não é permitida a compensação ganhos futuros de mesma natureza, dentro
do mesmo ano-calendário.

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