Você está na página 1de 29

UNIVERSIDADE NILTON LINS

CURSO DE DIREITO

CARLOS ALBERTO DE SALES NETO

A POSSIBILIDADE DE CONCESSÃO PÚBLICA NA MODALIDADE DE


PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA(PPP) NO SISTEMA PRISIONAL DO ESTADO DE
RORAIMA.

MANAUS
2021
CARLOS ALBERTO DE SALES NETO

A POSSIBILIDADE DE CONCESSÃO PÚBLICA NA MODALIDADE DE


PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA(PPP) NO SISTEMA PRISIONAL DO ESTADO DE
RORAIMA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Graduação em Direito da
Universidade Nilton Lins, como requisito
parcial à obtenção do Grau de Bacharel em
direito.

Orientador: Prof. Dr. Mauro Moraes Antony.

MANAUS
2021
CARLOS ALBERTO DE SALES NETO

A POSSIBILIDADE DE CONCESSÃO PÚBLICA NA MODALIDADE DE


PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA(PPP) NO SISTEMA PRISIONAL DO ESTADO DE
RORAIMA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Graduação em Direito da
Universidade Nilton Lins, como requisito
parcial à obtenção do Grau de Bacharel em
Direito.

Aprovada em: ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Prof. Dr. Mauro Moraes Antony
Universidade Nilton Lins (UNL)

_________________________________________
Prof. Dr.
Universidade Nilton Lins (UNL)

_________________________________________
Prof. Dr.
Universidade Nilton Lins (UNL)
A POSSIBILIDADE DE CONCESSÃO PÚBLICA NA MODALIDADE DE PARCERIA
PÚBLICO-PRIVADA(PPP) NO SISTEMA PRISIONAL DO ESTADO DE RORAIMA.

THE POSSIBILITY OF PUBLIC CONCESSION IN THE MODE OF PUBLIC-


PRIVATE PARTNERSHIP (PPP) IN THE PRISON SYSTEM OF THE STATE OF
RORAIMA.

Carlos Alberto de Sales Neto1


Mauro Moraes Antony2

RESUMO: O presente trabalho tem como finalidade tratar da proficuidade do instituto da


Parceria Público-Privada no sistema penitenciário do estado de Roraima, a começar de uma
breve exposição da situação atual das unidades prisionais no país, adentrando a problemática
do estado em questão, avançando sobre a possibilidade da modalidade PPP no ordenamento
jurídico vigente, evidenciando os benefícios deste modelo, fazendo um levantamento das
especificidades legais e dos exemplos existentes no sistema pátrio que são aplicáveis ao sistema
penitenciário do estado de Roraima. Para tratar o tema, referindo-se a metodologia, utilizou-se
de ensinamentos doutrinários e bibliografias diversas (livros, artigos científicos, monografias,
reportagens jornalísticas, textos da internet, etc.). Com os resultados obtidos, restou
demonstrado que a privatização do sistema carcerário é uma alternativa viável para uma melhor
aplicação das penas, trazendo benefícios e resultando em um grande avanço para a sociedade e
para o sistema prisional do estado de Roraima.

Palavras-chave: Privatização. Roraima. Sistema prisional. Parceria público-privada.

ABSTRACT: This paper aims to address the proficiency of the Public-Private Partnership
institute in the prison system in the state of Roraima, starting with a brief presentation of the
current situation of the prison units in the country, entering into the problem of the state in
question, advancing on the possibility of the PPP modality in the current legal system,
evidencing the benefits of this model, making a survey of the legal specificities and examples
existing in the national system that are applicable to the penitentiary system of the state of
Roraima. To address the topic, referring to the methodology, we used several doctrinal teachings
and bibliographies (books, scientific articles, monographs, journalistic reports, texts from the
Internet, etc.). With the results obtained, it remains to be demonstrated that the privatization of
the prison system is a viable alternative for a better application of penalties, bringing benefits
and resulting in a great advance for society and for the prison system of the state of Roraima.

Keywords: Privatization. Roraima. Prison system. Public-private partnership.

1
Graduando do curso de Direito na Universidade Nilton Lins (UNL), Manaus/AM, netodesales@gmail.com.
2
Graduado em Administração Pública pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Graduado em Direito
pela Faculdades Integradas Benett, mauro.antony|@tjam.jus.br.
1 INTRODUÇÃO

A realidade preocupante do sistema prisional do estado de Roraima, conforme se


demonstra em incontáveis arquivos jornalísticos, é um dos maiores problemas no que se refere
a segurança pública e aos presídios do estado. Superlotações, violação dos direitos humanos,
assassinatos, estupros, tráfico de drogas, guerra de facções, condições sanitárias degradantes,
dentre muitos outros, tem evidenciado a enorme ausência do Estado e o quanto as unidades
prisionais geridas pelo Poder Público são ineficazes para cumprir com seu escopo primário,
qual seja, promover a recuperação do detento. Diante dos fatos, o que se pode notar é o
desenvolvimento de diversas atividades criminosas sob a tutela do estado, transformando as
unidades prisionais em “oficinas do crime”.
Apesar de toda a dificuldade apresentada, a solução jurídica que melhor se aplica
hodiernamente é a privatização dos presídios. Tal medida é repassada pelos meios de
comunicação como assunto instigante no campo do Direito e ainda é um tema complexo,
promovendo debates acalorados. Esta celeuma se apresenta em virtude de o tema ser pertinente
não apenas ao Direito Público, mas às concepções morais e ideológicas da sociedade.
Inúmeros doutrinadores veem na privatização do sistema prisional um meio para
que se possa mudar a realidade atual. Embora as discussões sobre a implantação da nova forma
de administração sejam grandes, levando em consideração as particularidades da privatização,
deve-se ser observada a atual situação do sistema penitenciário brasileiro, um sistema falido e
abandonado pelo Estado, onde retira dos presos sua dignidade e afasta deles a finalidade da
pena, que é punir e humanizar, sem condição alguma de melhorar a qualidade de vida dos
detentos.
Destarte, ao final deste estudo procura-se responder: quais as vantagens da
aplicação da privatização na modalidade de parceria público-privada no sistema carcerário no
estado de Roraima?
Ante o exposto, resta translúcido a importância da discussão e viabilização do tema,
tendo em vista a desordem que se encontra nos presídios do estado roraimense que o poder
público não se mostrou capaz de gerir sozinho, deixando a crise no sistema penitenciário do
estado no descontrole que se encontra hoje, para que assim, possa ser evidenciado um meio de
cumprir com a função primordial da aplicação da pena no estado de Roraima.
2 O SISTEMA PRISIONAL NACIONAL

Em 1984, entrou em vigor a Lei de Execuções Penais (L.7210)3, inovando ao


resguardar os direitos básicos para tratamento do apenado e objetivando fazer cumprir com suas
obrigações.
Das novidades advindas na nova Lei, é importante ressaltar, a redação do artigo 39
do CPB, e a do artigo 29 da LEP, que viabilizaram ao apenado, trabalhar e a receber
remuneração. Com o advento da Constituição Federal, em 1988, foram agregadas várias normas
já estabelecidas, cuidando, especificamente, do fundamento da dignidade da pessoa humana, e
demais princípios constantes no art. 5º desta Constituição, como proibição da tortura e respeito
à integridade física e moral, o que resultou, inegavelmente, em um avanço no sistema Penal
Brasileiro.
Entretanto, apesar desse aparente avanço, o Estado não está cumprindo o
estabelecido, em diversos diplomas legais, como a Lei de Execuções Penais, Constituição
Federal, Código Penal, além das regras internacionais, como a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, a Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem e a Resolução da
ONU que prevê as Regras Mínimas para o Tratamento do Preso.4
Corroborando com esta informação, Diniz (1996, p. 1), apresenta dados do sistema
prisional do ano de 1996, o que até o momento, passados 24 anos continuam, ou pioraram onde
debate acerca de

O Brasil tem ao todo 511 Estabelecimentos de Confinamento, somando


aproximadamente 60 mil vagas para presos. Todavia, estão presos nestes
estabelecimentos 130 mil presos, representando um déficit de 70 mil leitos. E ainda
existem 275 mil mandados de prisão expedidos e não cumpridos.
Cada preso custa por mês para os cofres da nação o total de 4,5 salários mínimos,
sendo que o gasto geral dos Governos Federal e Estaduais é de 60 milhões num só
mês (Dados obtidos na Teleconferência do Ministério da Justiça, Sistema
Penitenciário – Penas Alternativas, em 30.04.96).5

3
A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar
condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
4
As Regras mínimas para o tratamento do preso foi vigorada em 1955 pelo então presidente do ano correspondente
Nelson Mandela. Estas regras foram batizadas de “regras de Mandela” e foram idealizadas com o intuito acerca
da respeitabilidade e integridade do referido preso, pois o âmbito carcerário ovacionava por uma boa organização
penitenciária. Uma vez estabelecida, esta lei impediu a prática de algemar presas parturientes no parto e pós-parto;
no que tange as mortes de presos dentro do sistema penitenciário, impôs a necessidade de monitoramento do
sistema prisional por órgãos externos e independentes; proibindo, ainda, e, também, a revista vexatória de crianças,
segundo o Canal Ciências Criminais, 2016.
5
DINIZ, Eduardo Albuquerque Rodrigues. Realidade Do Sistema Penitenciário Brasileiro. Rev. Jus Navigandi,
Teresina, ano 1, n. 1, nov. 1996. Disponível em<:http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1008.> Acesso em:
30 nov. 2020.
Não somente, o Autor ainda demonstra que com estes estabelecimentos, nosso país
tinha, em 1995, a população carcerária de pouco mais de 148 mil presos, saltando para 361.402
em 2005, o que configura um avanço de 143,91% em uma década. A taxa anual de crescimento
variava entre 10 e 12%.
E apesar dos dados supracitados, os números atuais são mais alarmantes. Conforme
pesquisa apresentada pelo Ministério da Justiça e o Departamento Penitenciário Nacional no
Fórum Brasileiro de Segurança Pública,6 esta é a realidade que compreende o período entre
2018 e 2019 dos presídios no Brasil.

Tabela 1 – Total de pessoas privadas de liberdade no Sistema Penitenciário, vagas no sistema prisional e
percentual de ocupação

Fonte: Ministério da Justiça/Departamento Penitenciário Nacional – Depen; SENASP; Fórum Brasileiro de


Segurança Pública.

6
Ministério da Justiça/Departamento Penitenciário Nacional – Depen; SENASP; Fórum Brasileiro de Segurança
Pública, 2020.
Nessa mesma pesquisa, mostrou-se que a “região Norte é a que mais concentra o
número de presos amontoados, atingindo a taxa de 200%. A com a menor taxa é a da região
Sul, totalizando 130%” MARTINES (2019).7
Evidencia-se assim que, temos uma população de apenados numa constante de
crescimento avassalador e incontrolável por parte do órgão encarregado, tendo em vista que,
aumento de preso, significa aumento de violência e aumento do número de cidadãos que
descumprem as leis vigentes, o que deveria ser enfrentado com mais rigor e importância.

2.1 Historicidade do sistema prisional e suas punições e Parceria público-privada

Desde a gênese da contextualização da prisão na humanidade, sendo estes


executados no período da Idade Média, o modelo de repreensão para os indivíduos que
transgrediam contratos sociais adentrados no sistema político incumbidos à época, tornou-se
uma representação para a sociedade e o Estado até os dias atuais. As primeiras leis penais
baseavam-se em ministrar sofrimento moral e físico excessivos nos condenados, generalizando
o falecimento da grande maioria IGNÁCIO, JÚLIA (2020).
Ordinariamente à época, a condenação imposta ao criminoso com o encargo de
perda à vida mostrou-se de maneira intransigente. Sendo assim, o intuito da punição era
enregelar outros criminosos, para que estes não possuíssem o anseio de perpetrar atos ilícitos.
Esta condição passou a ser compreendida como uma maneira de amedrontar os praticantes de
ilicitudes, porém, depreendeu-se que estas medidas não deveriam ser, de maneira considerável,
uma conduta que impossibilitasse o detendo a retornar a etapa anterior. Ou seja, não deveria ser
um método que inviabilizasse o criminoso acerca da oportunidade de arrepender-se, uma vez
que este perderia sua vida.
Com o desenvolvimento da humanidade e com a destituição do caráter místico
acerca do conceito de punições na sociedade, as metodologias comportamentais adentradas nas
condenações sofreram modificações, uma vez que, após a criação dos Direitos Humanos pela
Organização das Nações Unidas (ONU) em 19488, foi instaurado novos meios de punições, não
consistindo na ocasionalidade da morte do criminoso, logo que é possível compreender que

7
MARTINES, Fernando. Brasil Tem Superlotação Carcerária De 166% E 1,5 Mil Mortes Em Presídios.
2019. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2019-ago-22/brasil-lotacao-carceraria-166-15-mil-mortes-
presidios. Acesso em: 01 mar. 2021.
8
Os direitos humanos não são apenas um conjunto de princípios morais que devem informar a organização da
sociedade e a criação do direito. Os direitos humanos incluem o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião
e de expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre e muitos outros. A legislação de direitos humanos obriga
os Estados a agir de uma determinada maneira e proíbe os Estados de se envolverem em atividades específicas
NONATO (2020).
nem todos os detentos possuem a natureza criminosa adentrados em crimes unissubjetivos, isto
é, responsável por homicidiar um indivíduo.
Foi a partir deste contexto que ocorreram significativas mudanças acerca das penas
privativas de liberdade. Tais direitos são previstos dentro das constituições, tratados e
convenções internacionais onde é possível averiguar a consagração acerca da proteção e
efetivação da dignidade de um indivíduo, onde estabelece-se condições mínimas de vida
e promove-se particularidades positivas para o desenvolvimento da personalidade humana.
Sendo assim, limita-se o poder dos governantes e impede que algum detento sofra abuso de
poder ante o Estado IGNÁCIO, JÚLIA (2020).
A partir das declarações acima, adentrando nas Parcerias Público-Privadas
SOARES (2019, p.12 apud CARVALHO FILHO, 2010) complementam que

[...] faz-se necessário conceituar Parcerias Público-Privadas as PPP, trazendo os


conceitos de alguns dos principais doutrinadores do Direito Administrativo. Logo, de
forma bem objetiva pode-se explicar a PPP sendo o acordo firmado entre a
Administração Pública e a pessoa do setor privado com o objetivo de implantação ou
gestão de serviços públicos, com eventual execução de obras ou fornecimento de bens,
mediante financiamento do contratado, contraprestação pecuniária do Poder Público
e compartilhamento dos riscos e dos ganhos entre os pactuantes.9

Além do mais, é de grande importância salientar que a PPP é um modelo de


concessão. Esta concessão é derivada do Poder Público, onde este firma um acordo com uma
empresa privada. Esta convenção é realizada a partir de uma licitação onde a concessionária
contemplada toma posse das responsabilidades concernentes ao PP (Poder Público) e passa a
administrar todos os encargos do primeiro referido.
Ademais, ao que pode-se compreender acerca dos fatos presentes na atualidade,
para MANSO e DIAS (2017, p.12)

Mesmo diante das dificuldades em pensar respostas no calor dos fatos, associar os
acontecimentos atuais com a reflexão que vem sendo feita pelas ciências humanas
brasileiras, nos últimos anos, oferece uma possibilidade de discutir o processo social
e histórico que produziu os fatos que assuntaram a sociedade. Essa é a melhor maneira
de se pensar em medidas estruturais em vez de paliativas – ou demagógicas,
populistas – que busquem reverter o processo atualmente enfrentado pela sociedade
brasileira.10

9
SOARES.E.P. PPP no Sistema Prisional e a Sua Contribuição Para Aplicação da Função Ressocializadora da
Pena. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, pp. 1-46, 2019.
10
MANSO.B.P.; DIAS.C.N. PCC, Sistema Prisional e Gestão do Novo Mundo do Crime no Brasil. Rev. bras.
segur. pública. São Paulo, n. 2, v. 11, pp. 10-29, Ago./Set. 2017.
2.1.2 Parceria público privada no sistema prisional

Pode-se compreender que uma PPP é de fato uma boa sucessão de interesses para
ambos os lados, seja para indivíduos pertencentes a esfera do Poder Público ou adentrados no
âmbito da concessionária-parceira privada. Esta modalidade tornou-se uma alternativa para as
tribulações encontradas pelo poder do Estado quando voltado para a gestão, dilações de prazos
de uma determinada obra ou serviço, entre outras situações adversas. Visto que, ao que refere-
se a compreensão de uma PPP - onde origina-se a partir do momento em que intercorre uma
licitação, é dada por critérios individuais e a depender do que adequar-se melhor para a ocasião-
esta empresa privada, após contemplar-se diante a apresentação da oferta, passa a tomar posse
de todas as responsabilidades administrativas, execuções de serviços etc, que estavam sob juízo
do Poder Público. Ademais, quando estas implicações adentram-se na esfera prisional, cujas
competências referem-se aos recintos de cárceres, celas especiais e presídios em sua totalidade,
é de suma relevância avaliar a situação precária presente no local, onde visa-se de forma
favorável à qualidade de vida dos detentos. Estas intencionalidades possuem fundamentações
adentradas no Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) criado a partir da Declaração
Universal dos Direitos Humanos (OHCHR).
Uma vez que esta conceitualização é depreendida, pode-se obter uma análise mais
aprofundada adentrando no sistema prisional brasileiro, onde encontra-se colapsado em quase
todas as regiões do país, na qual configura-se com superlotações, falta de infraestruturas
adequadas e, em determinadas regiões, encontra-se em situações de precariedade acerca do
saneamento básico, proporcionando ao detento uma “sobrevida”, uma vez que denota-se um
espaço limitado dentro das celas carcerárias onde muitos não conseguem movimentarem-se de
forma adequada devido a superlotação.

A partir deste ponto de vista, de acordo com a Lei n. 11.079 de 30 de dezembro de


2004

Parceria público-privada é um contrato organizacional, de longo prazo de duração,


por meio do qual se atribui a um sujeito privado o dever de executar obra pública e
(ou) prestar serviço público, com ou sem direito à remuneração, por meio da
exploração de infraestrutura, mas mediante uma garantia especial e reforçada prestada
pelo Poder Público, utilizável para obtenção de recursos no mercado financeiro. As
PPP’s são uma nova categoria de contratos públicos de concessão, a longo prazo, em
que o Governo define o que ele quer, em termos de serviços públicos, e o Parceiro
Privado diz como e a que preço ele poderá apoiar o Governo. Trata-se, portanto, de
uma parceria entre governo e iniciativa privada, com o objetivo de proporcionar à
população serviços de qualidade, durante muitos anos. BRASIL (2014)11

Afora às adversidades, SOARES (2019, p.13) complementa que

O surgimento das PPP’s, no sistema prisional, se deu no final do século XX, em


meados dos anos 80, tendo iniciado sua implantação, em presídios dos Estados
Unidos, onde os presos eram entregues pelo Estado a iniciativa privada. Já na
Inglaterra, de forma mais precisa se deu na década de 90, a Parceria Público-Privada
teve seu início em presídios com o nome de Project Finance Initiative, sendo
posteriormente alterado para Public-Private Partnerships. Após alguns anos, esse
modelo de Parcerias Público-Privada, veio a expandir por várias partes do mundo,
alcançando diversos países, tais como França, Austrália, Irlanda, Espanha, dentre
outros.8

Com estes fortes indicadores relativos as melhorias necessárias adentradas no


âmbito do sistema prisional, abarca-se a particularidade de países desenvolvidos já terem
adentrado em abordagens voltadas para contornar a precariedade no sistema penitenciário
quando o Estado não consegue ministrar as demandas de encargos atribuídos a ele. A partir
deste adendo, deve-se também salientar sobre a finalidade intimidativa adentrada na teoria
Relativa Geral outorgada à pena, onde MÜLLER (2018, p. 29 apud FALCONI, 2002, p.249)
explica que

[...] demonstra-se contrário à finalidade intimidativa que a teoria Relativa Geral


outorga à pena, assegurando que o Estado não deve manter-se amedrontado, “não
posso concordar com a ‘intimidação’ (que chamam de Prevenção Geral) como meio
de aplicação do Direito Penal, Estado algum poderá sobreviver estruturando-se sob a
égide do medo.” Já a teoria de Prevenção Geral Positiva, busca gerar efeitos sobre a
sociedade em sua totalidade, mas especialmente, sobre os indivíduos não
criminalizados. Procura garantir a ordem pública através da difusão da vigência e
eficácia da lei, resultando assim, em um bom funcionamento das relações sociais. Não
é necessário intimidar para que os indivíduos não cometam delitos, mas sim,
comprovar a eles que o sistema coletivo é confiante, pois a punição é o reflexo eficaz
para o fato ilícito cometido.12

Ademais as afirmativas acerca da Parceria Público Privada, mostram-se para


MÜLLER (2018, p.34) que

Para ter-se a real compreensão do sistema penal, é preciso pensar em dois modelos

11
Esta Lei institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público-privada no âmbito dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Ou seja, que trata da Parceria Público-Privada (PPP),
trouxe importantes inovações para a contração pela administração pública de serviços e obras públicas. No entanto,
a lei das PPP tão somente regula duas novas formas de concessão onde a administração pública passa a ser sócia
do parceiro privado na empresa que receberá a concessão, segundo análises de MACIEL. RODRIGO TAVARES,
2005.
12
MÜLLER.K.K. A Viabilidade das Parcerias Público-Privadas no Sistema Prisional Brasileiro. Trabalho de
Conclusão de Curso. Universidade de Caxias do Sul. pp. 01-165. Canela, 2018.
que se coincidem, mas que por serem divergentes estão em contínuo clima de tensão:
o estado político e Estado de polícia. O Estado de polícia é a força autoritária do
Estado que determina os atos que são "bons" e que devem ser seguidos pela sociedade.
Admite punir o sujeito transgressor da lei para reeducá-lo e proteger o restante da
sociedade, mas ao mesmo tempo marginalizando certos grupos 'rotulados' pela
sociedade. Já o Estado político, se propõe a ser mais democrático, onde as decisões
são estatais, deixando que a maioria escolha, levando em conta o interesse das
minorias, exercendo a justiça igualitariamente a todos. Caracteriza-se como um
Estado solidário e respaldado de igualdade (MURARO, 2015). 11

2.1.3 Políticas Públicas no âmbito prisional

Após as compreensões acerca das Parcerias Público Privadas, onde reitera-se a


necessidade de revigorar as restaurações nos presídios, deve-se albergar os investimentos acerca
das políticas públicas, que para PINTO (2018, p. 8-9) onde corrobora com os pensamentos de
LIMA; MATTES e PAULA (2005)

Aliada às políticas públicas a fim de elevar o nível de investimentos e melhorar os


serviços públicos, surge como fonte alternativa, para ampliação da 9 disponibilidade
de recursos por parte do Estado, a Parceria Público Privada, dando seus primeiros
passos, no Brasil, para sua efetiva aplicação, a partir da edição da Lei no 11.079/04, a
qual institui normas gerais para licitação e contratação no âmbito da Administração
Pública. Assim como nos países desenvolvidos, a experiência brasileira possui alguns
antecedentes históricos de crescimento da divida pública e crise fiscal, que resultou
na necessidade de se respeitar as restrições orçamentárias; reduzindo o déficit fiscal,
via aumento de arrecadação e redução do gasto público. Antes disso, porém, grandes
debates foram lançados pelos mais variados setores do governo e estudiosos da área,
acerca dos fatores históricos que levaram à necessidade de se criar um mecanismo
capaz de suprir a crescente demanda por serviços de infraestrutura frente à escassez
de recursos da Administração Pública.13

Além do mais, segue a compreensão acerca da PPP, que para PINTO (2018, p.10
apud COUTINHO, 2005, p.48-49) confirma-se que

Em linhas gerais, as Parcerias Público-Privadas são associações entre o poder público


e a iniciativa privada para viabilizar o interesse público e o desenvolvimento
econômico concomitantemente, de modo a oferecer vantagens específicas às partes
envolvidas. No plano internacional, de forma genérica, a Partnership UK delimitou
que as PPPs são: “(a) empregadas em uma ampla gama de setores, mormente naqueles
em que grande aporte de capital privado é necessário; (b) baseadas em arranjo de
longo prazo (em geral superiores a 10 anos); (c) capazes de transferir ao setor privado
o risco do desempenho e prestação de serviços públicos e (d) baseadas numa lógica
contratual do tipo output-based, no qual o setor público somente remunera o capital
privado na medida em que os serviços são prestados, ano a ano (diferentemente da
tradicional lógica input-based, na qual o governo paga seja ou não o serviço contratado
efetivamente prestado)” (COUTINHO, 2005, p.48-49).12

13
PINTO.R.C.L. Políticas Públicas de Parceria Público Privada no Sistema Prisional. Projeto de Artigo.
Universidade Federal de São João DEL-REI – UFSJ. pp. 1-29. São João Del Rei, 2018.
2.1.4 Departamento penitenciário nacional e suas diretrizes

Acerca dos tratamentos penitenciários no sistema penitenciário federal, os


resultados do DEPEN (2019, p.15) reporta que

A Coordenação-Geral de Assistências nas Penitenciárias-CGAP, da Diretoria do


Sistema Penitenciário Federal, lançou o Manual de Rotinas Operacionais Padrão do
Tratamento Penitenciário do Sistema Penitenciário Federal6 , uma edição das Rotinas
Operacionais Padrão que faz parte do processo de fortalecimento e profissionalismo
do tratamento penitenciário prestado nas penitenciárias federais, e tem como meta a
melhoria das condições de trabalho e o cumprimento da pena seguindo os ditames da
Lei de Execução Penal. A Rotina Operacional Padrão (ROP) das assistências é um
instrumento de sistematização de procedimentos e rotinas que consiste na descrição
detalhada de todas as etapas para a realização de atividades, qualificando as práticas
e certificando maior segurança das ações, visando o desempenho adequado, eficiente
e eficaz na garantia dos preceitos da Lei de Execução Penal e das diretrizes da Política
Penitenciária Nacional. Além disso, referido exemplar poderá auxiliar as Unidades
Prisionais Estaduais, bem como as Coordenações Institucionais das Forças de
Cooperação Penitenciária, no que couber, na sistematização dos procedimentos,
normas e rotinas do tratamento penitenciário, alinhado com o objetivo estratégico do
Departamento Penitenciário Nacional quanto ao aperfeiçoamento da gestão
prisional.14

Para mais, para confirmar as afirmativas antecedentes, é necessário certificar-se do


funcionamento das parcerias público privadas, onde alude-se que em todo a extensão territorial
brasileira as políticas públicas que se destinam para a ampliação do sistema prisional são em
sua grande maioria, desenvolvidas pelos estados. Porém, ainda faz-se necessário a ampliação
de vagas decorrentes do apoio da iniciativa privada. Nesse sentido, o Departamento
Penitenciário Nacional forneceu estudos com inúmeros parceiros pertencentes ao mesmo
segmento para analisar a viabilidade de um modelo de parceria público-privada onde estuda-se
a viabilidade de construções de unidades prisionais e que estas sejam custeadas por meio de
empréstimos de longo prazo por meio do trabalho dos presos conforme prevê a Lei de Execução
Penal (LEP) em seu art. 29.14
Adiante essas inovações em vigência, é notável a depreensão de que isso não incorre
em privatização do serviço público penitenciário, tampouco, não acomete na atividade
finalística do servidor penitenciário conforme o Art. 83-B da LEP que menciona ser de forma
“indelegável as funções de direção, chefia e coordenação no âmbito do sistema penal, bem
como todas as atividades que exijam o exercício do poder de polícia (classificação de
condenados, aplicação de sanções disciplinares, controle de rebeliões, transporte de presos,
etc.)”. DEPEN (2019, p.21). Como alternativas adentradas no meio de cooperação com o

14
DEPEN. Resultados 2019. Relatório Anual Depen Verão. pp. 01-36, 2020.
projeto prioritário relacionado as Vagas e na condição de melhorar a prestação de assistência ao
preso, o Depen já efetivou eventos para debater a inserção de Parcerias Público-Privadas (PPPs)
dentro do sistema penitenciário brasileiro. Dentre os participantes do evento, pode-se destacar
a presença do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Secretaria do Programa de Parcerias de
Investimentos (SPPI) da Casa Civil, Universidade de Brasília, Federação das Indústria do
Estado de São Paulo, Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Social
(BNDES), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Nações Unidas de Serviços para
Projetos (UNOPS) e Cruz Vermelha DEPEN (2019, p.21).13
Ao adentrar na esfera penitenciária, denota-se a respeito dos indivíduos que
perderam sua liberdade por contrassensos impostos na Legislação. Abaixo, é possível
notabilizar valores acerca das privatizações em âmbito nacional no ano de 2017, tabela
elaborada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública Departamento Penitenciário
Nacional15 que evidencia:

15
Ministério da Justiça e Segurança Pública Departamento Penitenciário Nacional, (DEPEN) é o órgão executivo
que acompanha e controla a aplicação da Lei de Execução Penal e das diretrizes da Política Penitenciária Nacional,
emanadas, principalmente, pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária – CNPCP. Além disso, o
Departamento é o gestor do Fundo Penitenciário Nacional – FUNPEN, criado pela Lei Complementar n° 79, de
07 de janeiro de 1994 e regulamentado pelo Decreto n° 1.093, de 23 de março de 1994.
O DEPEN é responsável pelo Sistema Penitenciário Federal, cujos principais objetivos são isolamento das
lideranças do crime organizado, cumprimento rigoroso da Lei de Execução Penal e custódia de: presos condenados
e provisórios sujeitos ao regime disciplinar diferenciado; líderes de organizações criminosas; presos responsáveis
pela prática reiterada de crimes violentos; presos responsáveis por ato de fuga ou grave indisciplina no sistema
prisional de origem; presos de alta periculosidade e que possam comprometer a ordem e segurança pública; réus
colaboradores presos ou delatores premiados DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL, 2020.
Quadro 1 – Pessoas privadas de liberdade no Brasil junho de 2017

Fonte: Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias – Infopen, junho, 2017; IBGE, 2017.

Este quadro evidencia que apenas no ano de 2017 houve um aumento significativo
a respeito das privações de liberdade de pessoas que consumaram atitudes contrárias à Lei e
que opuseram-se diante dos princípios morais instaurados na sociedade brasileira.

2.2 NATUREZA DA PRISÃO E SEUS RESPECTIVOS REGIMES

Adentrando nos termos do Ministério da Justiça,14 deve-se salientar a respeito das


abordagens adentradas no âmbito da natureza da prisão e o tipo de regime penal ao qual o
custodiado está submetido, onde os dados evidenciam que acerca das unidades da federação
para cada tipo de regime, existe uma série histórica das populações prisional e provisória SILVA
(2017, p. 14)14
Após a compreensão das categorias relacionadas ao índice carcerário e suas
respectivas naturezas, é expressamente sensato a abordagem da temática, onde alude-se de
forma desanuviada:

Gráfico 1 – Pessoas privadas de liberdade por natureza da prisão de regime no sistema penitenciário

Fonte: Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias – Infopen, junho, 2017.


Quanto as relativas acerca disso, no gráfico 1, nota-se a distribuição das pessoas
privadas de liberdade, segmentadas a partir da natureza de prisão e o tipo de regime ao qual o
custodiado está submetido. A partir desta ilustração gráfica, pode-se inferir que 43,57% das
pessoas presas no Brasil são presos sentenciados em regime fechado, logo após é consecutivo
por 33,29% de presos provisórios, isto é, não possuem condenação prévia e 16,72% detentos
em regime semiaberto. Quando a série histórica da população prisional provisória é abordada
na contextualização da explicativa, é notório que entre os anos 2000 a 2017, estes dados
possuíram baixa variação. Entre os anos de 2015 e 2017, é incontestável a redução nesta
população prisional. SILVA (2017, p. 14).14, 16

16
Para mais, também é válido botar-se em evidência acerca dos tipos penais, onde possuem coeficientes decisórios
a respeito do cárcere do detento, uma vez que, a sua condenação e seu tempo fixado na sentença serão emanados
de suas respectivas naturezas. Ademais, as unidades prisionais que dispunham de informação sobre o tipo penal
mostram com gráficos, tabelas e quadros a proporcionalidade acerca da natureza jurídica do crime.
3 O SISTEMA PRISIONAL DO ESTADO DE RORAIMA.

Roraima é o Estado brasileiro que está localizado mais ao norte do Brasil. Faz
fronteira a norte e oeste com a Venezuela e a leste e norte com a Guiana. Ao Sul faz divisa com
os Estados brasileiros Amazonas e Pará. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística – IBGE – Roraima é o Estado menos populoso do país com uma população de
631.181 habitantes. Na capital Boa Vista está concentrada a grande parte da população total
(419.652 habitantes) (IBGE, 2021). E é também em Boa Vista se encontra a maioria dos
estabelecimentos prisionais do Estado, quatro dos cinco existentes. 17
De acordo com os dados já expostos na tabela 1, as informações colhidas no
relatório do Anual Brasileiro de Segurança Pública de 2020 mostram que a população carcerária
do Estado de Roraima é a segunda menor do Brasil com 3.188 presos no sistema penitenciário.
No entanto, apesar de ser o segundo estado com a menor população carcerária do
Brasil, o sistema prisional de Roraima acompanha a realidade do resto do país, com problemas
semelhantes aos outros integrantes da Federação. O estado tem cinco unidades penitenciárias
subordinadas a Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania, são elas a Cadeia Pública de Boa
Vista, a Cadeia Pública de São Luiz do Anauá localizada no município de São Luiz,18 a Cadeia
Pública Feminina classificada no Departamento Penitenciário Nacional como Penitenciária
Feminina de Monte Cristo e a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), construída
primariamente para o regime semiaberto, objetivando o trabalho agrícola como forma de
reeducação dos apenados.
Todavia, desde a sua construção, em 1980, houve um aumento exponencial da
população carcerária, e hoje a instituição recebe detentos condenados ao regime fechado. E, de
acordo com levantamentos do Sistema Integrado de Informações Penitenciárias – InforPen, o
estado comporta 4.198 detentos em suas unidades prisionais.

17
Atualmente a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo – PAMC é a maior em metragens quadradas e é dada como
a primacial da cidade de Boa Vista, RR. A mesma possui a menor população carcerária do país; possui sistema
prisional desorganizado e conflitivo, no qual presos de vários regimes se misturam durante período de pena. A
Penitenciária Agrícola de Monte Cristo foi construída no final da década de 1980 para atender presos do regime
semi-aberto no intuito que os mesmos desenvolvessem a prática agrícola. Contudo, devido ao aumento da
população carcerária e a falta de estrutura do Estado para comportar o aumento do número de presos, a
Penitenciária foi passando por adaptações recebendo preventivados e condenados a pena de regime fechado, sem
agrícola ser, segundo os estudos perscrutados de SILVA e ALMEIDA de set./dez. de 2014.
18
A cadeia atualmente encontra-se fechada devido o baixo número de detentos. A Secretaria de Justiça e Cidadania
(Sejuc), responsável pelo sistema penitenciário decidiu encerrá-la após concluir que possuía uma quantidade de
funcionários agentes quase proporcional ao número de detentos.
Além do mais, para uma melhor compreensão, segundo SILVA e ALMEIDA (2014,
p.8-9)

Hoje, o encarceramento dos indivíduos transgressores das leis não é garantia de


solução para o problema, embora a sociedade pense que somente a prisão é o meio de
solucionar os problemas provocados por estes indivíduos, uma vez que o sistema
prisional no qual o indivíduo é privado de sua liberdade para deixar de ser um risco
para a sociedade é tido como uma forma de vingança social. A prisão passa então a
funcionar como um local de privação não só para o preso, mas também para o agente
penitenciário que tem as suas atividades profissionais também comprometidas pelas
condições precárias na qual se encontra o sistema prisional.19

Tabela 2 – Distribuição dos apenados por unidades prisionais do Estado de Roraima

Unidade Capacidade Ocupação


Penitenciária Agrícola de
450 3480
Monte Cristo
Cadeia Pública Feminina 142 219
Cadeia Pública Masculina 180 368
Centro de Progressão
84 131
Penitenciária

Fonte: Sistema Integrado de Informações Penitenciárias – InforPen (2021).

De acordo com a Lei de Execuções Penais – LEP20 – a qual dispõe as diretrizes para
a execução da pena de restrição de liberdade em regime fechado, semiaberto e aberto dos
indivíduos condenados por sentença ou decisão criminal.
A penitenciária destina-se ao condenado a pena de reclusão, em regime fechado.
Sendo assim, considerada um estabelecimento oficial ao qual são recolhidos os condenados à
pena de reclusão ou detenção. No decorrer de sua sentença, ficam sujeitos ao trabalho
remunerado e, mediante medidas progressivamente aplicadas, recebem assistência para sua
reeducação e readaptação social.
Essa deveria ser a penitenciária segundo a LEP e as definições presentes nos
dicionários, um local que após um período de tempo (cumprimento da pena) devolvesse um
indivíduo melhor ao convívio da sociedade mais ampla. Contudo, o presidio funciona como um
espaço não só de privação para os presos, mas também para os agentes penitenciários que ali
trabalham, já que atualmente o sistema prisional é tido como um ambiente desprovido de

19
SILVA.A.N.; ALMEIDA.L.B. Prisões da Fronteira (Sem) Norte: Observações Sociológicas Sobre o Sistema
Prisional em Roraima. Rev. Eletrônica EXAMÃPAKU, n. 03, v. 07, set./ dez. 2014.
20
A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar
condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
condições materiais e estruturais tanto para a prática profissional dos agentes quanto para a
estada dos detentos enquanto cumprem pena.
Com estas declarações que asseveram-se, incorporadas a capital do estado e
aludindo acerca dos agentes penitenciários na qual também devem integrar as reformas dentro
da esfera prisional, para SILVA; ALMEIDA (2014, p.12 apud GOFFMAN, 2010)

Mesmo com a visível inaptidão das instituições prisionais a equipe dirigente tem que
estar sempre preparada para evitar fugas, rebeliões ou motins independentemente das
condições estruturais e de trabalho que possam dispor. Por se tratar de um trabalho
com pessoas e não coisas e pela proximidade em que este ocorre, o agente
penitenciário fica exposto à aproximação facilita aos presos fazerem pedidos podendo
predispondo a criação de certos vínculos de amizade possibilitando assim uma troca
de favores entre agentes e presos, o que Goffman (2010) caracteriza como
“ajustamentos secundários”.19

3.1 Consequências da crise prisional no estado

Recentemente a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo vivenciou mais uma crise


com fugas e rebeliões. Em 2016, ocorreram diversas rebeliões e fugas da Penitenciária Agrícola
de Monte Cristo - PAMC, com mortes de presidiários, além de alguns assassinatos de policiais
militares, o que deixou a população apreensiva quanto ao aumento da violência urbana. No dia
6 de janeiro de 2017, uma nova rebelião foi registrada na Penitenciária, onde resultou na morte
de 33 presos. 21
Essa rebelião colocou o massacre como o terceiro mais violento do país, ficando
atrás apenas do Carandiru com 111 mortes e do Complexo Penitenciário Anísio Jobim, no
Amazonas, com sessenta mortos. Após o ocorrido, o então Presidente Michel Temer e o
Ministro da Justiça, Alexandre de Morais, autorizaram o envio de tropas das Forças Armadas e
da Força Nacional para que atuassem na segurança dentro da PAMC e na cidade de Boa Vista.
Como resposta a essa crise a Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania
anunciou que uma nova ala está sendo construída para amenizar o problema da superlotação no
estabelecimento. Essa nova ala, será destinada aos presos que aguardam julgamento, os
preventivados, na pretensão de separar os detentos segundo os regimes do cumprimento das
penas.
A situação em que se encontra o sistema prisional do Estado de Roraima demonstra
que o mesmo não acompanhou o crescimento da população carcerária assim como não foi
projetado para receber presos condenados em regime fechado visto que a única penitenciária

21
Rebelião dada a partir das circunstâncias conflituosas entre as facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e
Facção do Norte (FDN).
do Estado foi construída para apenados em regime semiaberto, por se tratar de uma
penitenciária agrícola. As cadeias públicas por sua vez com vagas reduzidas destinadas a presos
provisórios e a casa do albergado para presos em regime aberto.

3.2 Fenômenos sociais adentrados no sistema penitenciário no estado de Roraima

Adentrados no estabelecimento prisional do Estado de Roraima, a Secretaria de


Estado da Justiça e da Cidadania (SEJUC) pronunciou-se a respeito da construção de uma nova
Cadeia Pública, chamada de Cadeia Pública Rorainópolis e possui capacidade para 143 vagas
e será localizada no município de Rorainópolis, ao sul do Estado. A Cadeia Pública de São Luiz
do Anauá, também transcorre de ações judiciais pelo Ministério Público (MP) onde exige-se
melhorias acerca da estrutura física, hidráulica e elétrica no interior do presídio. Em
contrapartida, até o presente momento a cadeia encontra-se com o número de detentos acima
de sua capacidade. Ao que refere-se a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, é notório as
manifestações jurídicas por parte do MP Estadual e de visitas da Comissão dos Direitos
Humanos. Além do mais, protocola-se inúmeras ações judiciais solicitando a recuperação da
estrutura física, construção de alas para separação dos condenados quanto ao tipo de regime,
compra de veículos para transportar os detentos entre outras. Apesar das favoráveis judiciais do
Ministério Público o Estado não executou as determinações levando o órgão a ingressar com
novas ações judiciais SILVA e ALMEIDA (2014, p.14).

Para SILVA; ALMEIDA (2014, p.7)

De acordo com dados do Departamento Penitenciário Nacional contidos no Anuário


Brasileiro da Segurança Pública (2013) onde os dados referentes ao Estado de
Roraima são de junho de 2012, o sistema penitenciário roraimense está com déficit de
663 vagas, ou seja, mais que a metade do total que o Estado disponibiliza que é de
1.106 entre masculinas e femininas. Esses números demonstram, portanto que as
condições na qual se encontra o sistema penitenciário do Estado de Roraima não é
diferente do resto o país. O Brasil atualmente possui 303.741 vagas para uma
população carcerária de 515.482 presos tendo assim um déficit de 211.741 vagas no
sistema prisional segundo dados do mesmo manual. Conforme pode se observar na
tabela 1, Roraima é o Estado brasileiro que possui a menor população prisional do
país. No entanto, este fato não o isenta de ter um sistema prisional deficiente e
desorganizado. Tendo em vista que a única Penitenciária do Estado foi passando por
adaptações para suportar o aumento da população carcerária passando então a receber
presos preventivados e condenados a pena de regime fechado.22

22
De acordo com o G1, em 2020 o estado apresentou resultados contrários ao estudo apresentado neste artigo.
Posteriormente a data de início deste documento, esses números elevaram-se e decorreram da reforma da Cadeia
Pública e Cadeia de São Luiz, trazendo como consequência a superlotação da cadeia de Monte Cristo.
Para a melhor compreensão das sínteses acima é possível analisar na tabela abaixo
as taxas de encarceramento no ano de 2013.

Tabela 3 – Produção carcerária por estado brasileiro e suas respectivas taxas de encarceramento

Fonte: Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 201323

23
O anuário fundamenta-se nas informações fornecidas pelas Secretarias de Segurança Pública Estaduais, pelo
Tesouro Nacional, Polícias Civis, Militares e Federal, entre outras fontes oficiais da Segurança Pública. Baseia-se
primordialmente na vasta imagem acerca da Segurança Pública brasileira.
Tabela 3 (Continuação) - Produção carcerária por estado brasileiro e suas respectivas taxas de
encarceramento.

Fonte: Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 2013.24

3.3 Sistema prisional e adversidades encontradas nas fronteiras na região norte

Corroborando a respeito do sistema prisional e suas fronteiras adentradas da


região norte, SILVA e ALMEIDA (2014, p.9)

Roraima é o Estado brasileiro que está localizado mais ao norte do Brasil. Faz
fronteira a norte e oeste com a Venezuela e a leste e norte com a Guiana. Ao sul faz
divisa com os Estados brasileiros Amazonas e Pará. Por Roraima estar situado entre
dois países contribui para a incidência de presos estrangeiros no sistema prisional
local. Segundo dados do Sistema Integrado de Informações Penitenciárias – InforPen
– existem três presos venezuelanos e seis presos guianenses cumprindo pena no
sistema prisional do Estado. 19

24
Adentrando na contextualização das resultantes evidenciadas na Tabela 3, constata-se que pelo menos no ano
de 2012 (data correspondente ao estudo de caso da tabela) o sistema prisional de Roraima encontrava-se em
declínio devido o grande déficit carcerário presente naquele ano. Os dados mostram que o estado seu corolário de
1.769 em números absolutos e 622,0 acerca da sua taxa de encarceramento. Seguido pelos estados Amapá, com
2.045 de números absolutos e Tocantins com 2.100.
Ainda mais, os autores SILVA; ALMEIDA (2014, p.10 apud GOFFMAN, 2010)
integram em suas discussões que

[..] Em instituições totais como os hospitais psiquiátricos, sanatórios, cadeias, campos


de prisioneiros e penitenciárias ocorre uma divisão básica entre o grupo controlado,
os internados, e uma pequena equipe de direção. Assim, estas instituições dispõem de
um grupo de pessoas designadas para supervisionar em forma de vigilância os
conjuntos de indivíduos para que façam o que lhes for imposto. A esse grupo de
pessoas que constitui a organização burocrática das instituições totais o autor
denomina como “equipe dirigente”. Segundo o autor: Quando as pessoas se
movimentam em conjuntos, podem ser supervisionadas por um pessoal, cuja atividade
principal não é orientação ou inspeção periódica (tal como ocorre em muitas relações
empregador-empregado), mas de vigilância...Nas instituições totais, existe uma
divisão básica entre um grande grupo controlado, que podemos chamar de grupo dos
internados, e uma pequena equipe de supervisão. Geralmente, os internados vivem na
instituição e tem contato restrito com o mundo existente fora de suas paredes; a equipe
dirigente muitas vezes trabalha num sistema de oito horas por dia e está integrada no
mundo exterior (GOFFMAN, 2010, p. 18-19).19

Por fim, é substancial tracejar os levantamentos obtidos por SILVA; ALMEIDA


(2014, p.19) onde caracterizam suas conclusões a respeito do estado de Roraima e sua
Segurança Pública onde apresentou-se com caráter intricado no ano de 2013. Para mais, os
ocorridos de fugas em massa e rebeliões ininterruptas adentradas no sistema prisional no estado
proporcionaram o avanço do sistema carcerário na região, classificando o estado de Roraima
como o menor em população carcerária no Brasil.
4 VIABILIDADE JURÍDICA DA PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA E OS
BENEFÍCIOS PARA O SISTEMA CARCERÁRIO DO ESTADO DE RORAIMA

Para compreender o funcionamento da privatização carcerário/penitenciário, é de


suma importância apresentar um conceito de privatização. com olhar histórico, Cordeiro (2014,
p. 20)25 explica que a privatização tem como base ainda nos primórdios da civilização, “mais
precisamente nas tribos primitivas, onde ocorria a prisão de inimigos em cavernas, para que
houvesse a proteção da família e da própria tribo. Como exemplo da prisão privada na história
antiga, a masmorra, utilizada pelos hebreus”.
Conceitualmente, a privatização “é a contração pelo Estado de um presídio já
construído, onde a administração da unidade seria realizada pela empresa privada a ser
fiscalizada pelo Estado” Para NÓBREGA (2017, p. 01)

A privatização, pode-se dizer que é a entrega ao particular de encargo público, em


outras palavras, entende-se que privatizar nada mais é do que a entrega do serviço
público para que seja executado por terceiros, mediante compensação financeira, mas
onde o Poder Público continua com o seu poder normativo, fiscalizador, de
intervenção e complementador, quando razões de ordem pública determinarem
(GHADER, 2011, p. 01).26

Para mais, de acordo com NÓBREGA (2017 apud GÉRSI JÚNIOR, 2014)

A privatização ou parcerias público-privadas (PPP´s) ocorre quando a iniciativa


privada utilizando de seus próprios recursos sejam esses financiados ou não,
constroem a estrutura do presídio e arrendam para o governo; a função de administrar
internamente os presos, fazer a vigilância dos mesmos, alimentá-los, oferecer
tratamento médicos e os demais serviços fundamentais para a saúde fica a cargo do
governo. A terceirização por sua vez tem como característica o poder misto, ou seja,
tanto o estado quanto à empresa privada tem poderes sobre a administração do
presídio, a revista Veja em sua edição de número 2101 traz a seguinte definição de
terceirização: A empresa privada recebe do estado a tarefa de administrar o presídio,
o que inclui fazer a segurança interna e prestar serviços básicos aos detentos, como
alimentação, vestuário e atendimento médico. Ao estado cabe fiscalizar o trabalho da
empresa, fazer o policiamento nas muralhas e decidir sobre como lidar com a
indisciplina dos detentos. 22

É imprescindível não legitimar o autêntico colapso presente em todas as esferas dos


sistemas públicos brasileiros e, internalizando-o para o íntimo do âmbito do sistema público

25
CORDEIRO, G.C. Privatização Do Sistema Prisional Brasileiro. Ed. 2. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2014.
26
NÓBREGA, Leandro Alves da. Privatização do Sistema Carcerário Brasileiro. In: Âmbito Jurídico, Rio
Grande, XX, n. 158, mar .2017. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-
penal/privatizacao-do-sistema-carcerario-brasileiro/. Acesso em: 15 abril. 2021.
prisional, é impreterível a concepção acerca das privatizações, isto é, passar a posse da gestão
do bem público e de todas e quaisquer responsabilidades a uma empresa particular, onde trará
a oportunidade de as cadeias públicas avigorarem-se diante do sistema oscilante obtido em todo
o país. Pois, uma vez que o Estado não granjeie o fornecimento necessário diante às altas
demandas burocrática para o sistema prisional, é de maneira irrenunciável a
consubstancialização de novos meios para fornecer ao presidiário condições mínimas de
vivência, como previsto na Constituição Federal Brasileira de 1988 e na Declaração Universal
dos Direitos Humanos, adotada pela Organização das Nações Unidas, uma vez que
compreende-se que, de acordo com o art. 7 da DUDH “Todos são iguais perante a lei e
têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção
contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a
tal discriminação”. Sendo assim, finda-se com conceito de que o presidiário é detentor de seus
direitos e a esfera penitenciária deve-se ser um meio apenas para privá-lo de sua liberdade,
fazendo-o pagar por seus atos condenáveis com o cárcere e não abastecê-lo de condições em
que ocorre a sobrevida e consequentemente findar-se-á a vida.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a aptidão de se compreender acerca do sistema público carcerário no Brasil,


onde este sofre ordinariamente com a extinção de boas condutas e de seu sistema básico de
serviços públicos dos municípios, excepcionalmente o estado de Roraima, adentrados na esfera
penitenciária, é possível estender a depreensão de que o sistema do estado entrará em colapso
dentre alguns meses.
A partir deste momento, é indispensável perscrutar novos meios de abastecer o
detento acerca de seus direitos como penitenciário, conforme a Constituição de 1988, onde
instaura o direito de qualquer pessoa, independentemente do meio em que vive. Apesar do
estado de Roraima ter apresentado um déficit em seu sistema prisional, devido ao número
inferior de pessoas privadas de liberdade ao esperado, não exprimiu uma boa conduta dentro
das penitenciárias, sejam elas relacionadas as suas infraestruturas e/ou sua falta de saneamento.
Logo, após a confirmação da veracidade sobre a carência em todo o sistema
prisional brasileiro, e possuindo o entendimento que, não obstante a conclusiva acerca das
adversidades adentradas no sistema prisional, faz-se necessário explanar novas condutas para
proporcionar o mínimo de condições de vida incorporadas na penitenciária. Posto isso, adiante
a compreensão acerca dos estados de calamidade no sistema prisional, torna-se sensata a
afirmativa de que o Brasil é um país com suas vertentes oscilantes, tornando-se colapsado, de
maneira íntegra, em todos os sistemas públicos do país. Quanto ao sistema relativo à prisão,
tendo em consideração a DUDH para os presidiários e albergando no que concerne a Parceria
Público Privada, reitera-se que, uma vez que o Estado não execute suas obrigações previamente
estabelecidas diante de suas responsabilidades, manifesta-se a destreza de ingressar-se em
novas licitações, para convencionar novas empresas diante o fornecimento de medidas sobre as
gestões administrativas e restaurações de infraestruturas carcerárias, dado que, diante as
análises, foi possível averiguar situações drásticas adentradas nas celas dos presidiários em
outras regiões do Brasil, entre as quais pode mencionar-se a impossibilidade de locomoção
dentro das celas, provocadas por superlotações.
Para evitar que o sistema prisional de Roraima entre em colapso igualmente à outras
regiões do país e reportando a necessidade de inserir a DUDH dentro dos cárceres, é
indispensável reaver meios de prover-se um ambiente menos cruel para o condenado, pois
dentro desta contextualização, nota-se que independentemente de sua natureza criminosa, este
é tão merecedor à vida quanto qualquer outra pessoa.
REFERÊNCIAS

Anuário Brasileiro de Segurança Pública. ISSN 1983-7364. Ano 7, 2020. Disponível em


http://www2.forumseguranca.org.br/novo/produtos/anuário-brasileiro-de-seguranca-
publica/7a-edicao acesso em 16 de abril, 2021.

ASSIS, Rafael Damaceno de. A realidade atual do sistema penitenciário Brasileiro.


Disponível em: http://br.monografias.com/trabalhos908/a-realidade-atual/a-
realidadeatual.html. Acesso em: 30 mar, 2021.

ASSIS, Rafael Damaceno de. Privatização de prisões e adoção de um modelo de gestão


privatizada. https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/3483/Privatizacao-de-prisoes-e-
adocao-de-um-modelo-de-gestao-privatizada. Acesso em: 12 abril, 2021.

BRASIL, Lei n. 7.210 de 11 de julho de 1984. Institui a lei de execução penal. Diário Oficial
da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 11 de jul. de 1984.

BRASIL, Lei n. 12.986, de 2 de junho de 2014. Conselho Nacional dos Direitos Humanos –
CNDH. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 2 de jun. de 2014.

CAPEZ, Fernando. Teoria da imputação objetiva, privatização dos presídios e reformas na


legislação penal. Revista DATA VENIA, Entrevista, a. 6, n. 55, mar. 2002. Disponível em:
http://www.datavenia.net/entrevistas/000012032002.htm. Acesso em: 12 nov. 2020.

CORDEIRO, Grecianny Carvalho. Privatização do sistema prisional brasileiro. 2. ed. Rio de


Janeiro: Freitas Bastos, 2014.

D’URSO, Luíz Flávio Borges. Privatização Das Prisões Mais Uma Vez A Polêmica.
Disponível em: http://www.oabms.org.br/noticias/lernoticia.php?noti_id=137 acesso em 08
out. 2020.

DEPEN. Resultados 2019. Relatório Anual Depen Verão. pp. 01-36, 2020.

DINIZ, Eduardo Albuquerque Rodrigues. Realidade do sistema penitenciário brasileiro. Jus


Navigandi, Teresina, ano 1, n. 1, nov. 1996. Disponível
em:http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1008. Acesso em: 30 nov. 2020.

GELINSKI NETO, Francisco; FRANZ, Giovane. A crise carcerária e a privatização do


sistema prisional. 2010.

GHADER, Miza Tânia Ribeiro Marinho. A privatização do sistema prisional brasileiro. In:
Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 86, mar 2011. Disponível em:
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.phpn_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=92
33. Acesso em: 15 abril. 2021.

GRECO, Rogério. Sistema prisional: colapso atual e soluções alternativas. 3. Ed. São Paulo:
Impetus, 2016.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE


https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rr/panorama. Acesso em: 16 de abril, 2021
MANSO.B.P.; DIAS.C.N. PCC, Sistema Prisional e Gestão do Novo Mundo do Crime no
Brasil. Rev. bras. segur. pública. São Paulo, n. 2, v. 11, pp. 10-29, Ago./Set. 2017.
MARTINES, Fernando. Brasil tem superlotação carcerária de 166% e 1,5 mil mortes em
presídios. 2019. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2019-ago-22/brasil-lotacao-
carceraria-166-15-mil-mortes-presidios. Acesso em: 01 mar. 2021.

MING, Celso. Prisões Privatizadas. Ministério do Planejamento. Disponível em:


http://clipping.planejamento.gov.br/Noticias.asp?NOTCod=268654 Acesso em: 08 out. 202.

MÜLLER.K.K. A Viabilidade das Parcerias Público-Privadas no Sistema Prisional


Brasileiro. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade de Caxias do Sul. pp. 01-165.
Canela, 2018.

NÓBREGA, Leandro Alves da. Privatização do Sistema Carcerário Brasileiro. In: Âmbito
Jurídico, Rio Grande, XX, n. 158, mar .2017. Disponível em:
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/privatizacao-do-sistema-carcerario-
brasileiro/. Acesso em: 15 abril. 2021.

PINTO.R.C.L. Políticas Públicas de Parceria Público Privada no Sistema Prisional. Projeto


de Artigo. Universidade Federal de São João DEL-REI – UFSJ. pp. 1-29. São João Del Rei,
2018.

SILVA.A.N.; ALMEIDA.L.B. Prisões da Fronteira (Sem) Norte: Observações Sociológicas


Sobre o Sistema Prisional em Roraima. Rev. Eletrônica EXAMÃPAKU, n. 03, v. 07, set./
dez. 2014.

SOARES.E.P. PPP no Sistema Prisional e a Sua Contribuição Para Aplicação da Função


Ressocializadora da Pena. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte, pp. 1-46, 2019.

SOUZA, Maria Eduarda. Análise da população carcerária brasileira no cenário de


superlotação: a medida de desencarceramento dos autores de infrações leves, por meio da
aplicação de penas alternativas. 2018. Disponível em https://jus.com.br/artigos/71058/analise-
da-populacao-carceraria-brasileiranocenario-de-superlotacao-a-medida-de-
desencarceramento-dos-autores-de-infracoes-leves-por-meio-da-aplicacao-de-penas-
alternativas. Acesso em: 16 de abril. 2021.

TISSIER, Martin. Análise comparada dos regimes jurídicos das parcerias público-
privadas na França e no Brasil. Paris: BOT Avocats, 2013.

Você também pode gostar