Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Hedmiro Manuel
Renata Rui Boaventura
Sérgio Vasco Marcizar
(Aristóteles)
iii
Resumo
A taxa de deformação é um parâmetro importante que influencia o comportamento mecânico dos materiais. Ela
se refere à taxa na qual um material é submetido a uma deformação, ou seja, a velocidade com que ocorre a
mudança de forma ou tamanho do material. O efeito da taxa de deformação pode ser observado em diferentes
fenômenos e propriedades mecânicas dos materiais. Um dos principais efeitos da taxa de deformação é a
influência na resistência dos materiais. Em materiais metálicos, por exemplo, altas taxas de deformação podem
resultar em um aumento da resistência mecânica, fenômeno conhecido como endurecimento por deformação.
Isso ocorre devido à maior dificuldade dos átomos de se movimentarem e se rearranjarem em estruturas
cristalinas mais compactas durante a deformação. Por outro lado, em taxas de deformação muito elevadas, pode
ocorrer uma diminuição da resistência devido a fenômenos como a formação de microtrincas ou o aumento da
temperatura por deformação plástica intensa. A taxa de deformação também afeta a tenacidade dos materiais,
que é a capacidade de absorver energia antes de fraturar. Em alguns materiais, como polímeros, a taxa de
deformação pode levar a diferentes mecanismos de fratura, como fratura frágil ou fratura dúctil. Taxas de
deformação mais altas geralmente levam a uma fratura mais frágil, com pouca deformação plástica antes da
fratura, enquanto taxas mais baixas podem permitir maior deformação plástica e, portanto, maior tenacidade.
iv
Abstract
The deformation rate is an important parameter that influences the mechanical behavior of materials. It refers to
the rate in which a material is subjected to a deformation, that is, the speed with which the shape or size of the
material occurs. The effect of the deformation rate can be observed in different phenomena and mechanical
properties of the materials. One of the main effects of the deformation rate is the influence on material
resistance. In metal materials, for example, high deformation rates may result in an increase in mechanical
strength, phenomenon known as hardening by deformation. This is due to the greater difficulty of the atoms to
move and rearrange in more compact crystalline structures during deformation. On the other hand, in very high
deformation rates, a decrease in resistance may occur due to phenomena such as microtrinkes formation or
increased temperature by intense plastic deformation. The deformation rate also affects the tenacity of materials,
which is the ability to absorb energy before fracturing. In some materials such as polymers, the deformation rate
can lead to different fracture mechanisms, such as fragile fracture or ductile fracture. Higher deformation rates
usually lead to a fragile fracture, with little plastic deformation before fracture, while lower rates can allow
greater plastic deformation and therefore greater tenacity.
v
Lista de símbolos
έ taxa de deformação (𝑆 −1 )
dt derivada do tempo
𝑚𝑝 massa do pêndulo em kg
h altura em m (metros)
HC Hexagonal Compacta
vii
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................................. 9
1.1. Caracterização do Objecto de Estudo ..................................................................................................... 9
1.2. Problema ................................................................................................................................................. 9
1.3. Hipóteses ................................................................................................................................................ 9
1.4. Objectivos............................................................................................................................................. 10
1.4.1. Objectivo geral .................................................................................................................................. 10
1.4.2. Objectivos específicos ....................................................................................................................... 10
1.5. Justificativa ........................................................................................................................................... 10
2. Revisão da Literatura............................................................................................................................ 11
2.1. Fundamentos da taxa de deformação................................................................................................... 11
2.1.1 Efeito da taxa de deformação sobre a resistência dos materiais ......................................................... 11
2.1.2. Efeito da taxa de deformação sobre a ductilidade do material .......................................................... 13
2.2. Ensaio de tração.................................................................................................................................... 13
2.3. Esforços de impacto ............................................................................................................................. 15
2.3.1. Ensaio de Pêndulo de Impacto .......................................................................................................... 15
2.4. Transição dúctil-frágil .......................................................................................................................... 17
3. Metodologia ......................................................................................................................................... 19
3.1. Cronograma .......................................................................................................................................... 19
4. Conclusão ............................................................................................................................................... 20
5. Referencias bibliográficas .................................................................................................................. 21
1. Introdução
1.2. Problema
Ao ser submetido a uma certa pressão, os materiais se deformam de acordo com a forca
imposta sobre eles e da sua estrutura afectando as suas propriedades mecânicas, podendo
ser tal deformação permanente ou não. Assim sendo, surge a questão, qual o impacto da
taxa de deformação sobre comportamento mecânico dos materiais?
1.3. Hipóteses
Fornecer uma visão geral dos principais resultados e descobertas sobre a influência da
taxa de deformação sobre o comportamento mecânico dos materiais.
Para alcançar o objectivo geral deste trabalho, foram delimitados três objectivos
específicos:
1.5. Justificativa
10
2. Revisão da Literatura
Para o autor Júnior, F (2014) ‘toda produção científica deve partir de um pressuposto, ou seja,
toda pesquisa deve ter um embasamento teórico de trabalhos realizados anteriormente, sejam
eles de carácter exploratório, explicativos ou regional’, assim a presente pesquisa partirá de
ideias e conceitos já apresentadas na literatura existente sobre os temas a que se referem na
pesquisa.
Desta forma a revisão teórica foi dividida em quatro tópicos distintos como se apresentarão a
seguir:
𝒅𝜺
έ = 𝒅𝒕
11
um aumento na resistência do material. Isso ocorre porque a deformação rápida impede a
movimentação das discordâncias (defeitos cristalinos) dentro do material, dificultando a
deformação plástica. Materiais como metais, que exibem um comportamento plástico,
tendem a mostrar um aumento na resistência com o aumento da taxa de deformação.
σ = C έ𝒎
12
2.1.2. Efeito da taxa de deformação sobre a ductilidade do material
A relação entre a taxa de deformação e a ductilidade pode ser explicada por meio do
fenômeno chamado de encruamento, que ocorre durante a deformação plástica. O
encruamento é o endurecimento progressivo do material devido à introdução de deslocações
(defeitos cristalinos) durante a deformação. Quanto maior a taxa de deformação, maior será a
resistência do material ao escoamento e, consequentemente, menor será a sua ductilidade.
13
O ensaio de tração tem como objetivo o estudo da resistência de um determinado material e a
análise do seu comportamento quando submetido à tração. Com esse tipo de ensaio, a
máquina é projetada para alongar o corpo de prova em uma taxa constante, onde as
deformações promovidas no material são uniformemente distribuídas em todo o seu corpo, ao
mesmo tempo em que mede contínua e simultaneamente a carga que está sendo aplicada e a
deformação correspondente. O ensaio é realizado até o momento em que é atingida a carga
máxima suportada pelo material, quando acontece o fenômeno da estricção ou da diminuição
da secção do corpo de prova em caso de materiais com certa ductilidade. Esses fenômenos
geralmente ocorrem na região mais estreita do material.
Através do ensaio de tração, o material é submetido a um esforço axial que tende a alongá-lo
até a ruptura. Os esforços são medidos na própria máquina de ensaio e nos permitem
conhecer como os materiais reagem aos esforços de tração, indicando a deformação elástica,
limite de escoamento, deformação plástica, limite de resistência a tração e finalmente a
ruptura do corpo de prova.
(b)
(a)
Fonte: Callister (2001)
14
2.3. Esforços de impacto
O princípio do ensaio de pêndulo é razoavelmente simples. O pêndulo, que possui uma massa
𝑚𝑝 é elevado até uma altura ℎ1 adquirindo energia potencial 𝐸1 = 𝑚𝑝 𝑔ℎ1 (onde 𝑔 é a
aceleração da gravidade). O pêndulo então é liberto e colide com o corpo de prova no ponto
mais baixo de sua trajetória (onde toda a energia potencial se transforma em energia cinética).
Como resultado do impacto resultante o corpo de prova se fractura. Parte da energia do
pêndulo é consumida neste processo na forma de trabalho necessário para fracturar o corpo
de prova, desta forma o pêndulo não retorna mais a altura original, mas sim a uma altura mais
baixa, ℎ2 . O trabalho realizado sobre o sistema (corpo de prova) para fractura 𝑊𝑓 pode então
ser calculado como:
𝑾𝒇 = 𝒎𝒑 𝒈(𝒉𝟏 - 𝒉𝟐 )
O trabalho de fractura corresponde fundamentalmente ao trabalho gasto na deformação
plástica da amostra, análogo, portanto ao conceito de tenacidade discutido durante a análise
da curva tensão-deformação. A identificação das duas quantidades, entretanto, não é
conveniente por dois motivos principais:
15
1. O ensaio de impacto envolve taxas de deformação muito maiores (pelo menos quatro
ordens de grandeza maiores) que no caso dos ensaios quase-estáticos (ensaio de tração).
A resposta mecânica do componente é, portanto, muito diferente;
2. Existe uma outa propriedade mecânica usada na engenharia e que recebe o nome de
tenacidade à fractura e é medida por um procedimento totalmente diferente (não
trataremos dela ao longo desta pesquisa). Usualmente denominar o trabalho de fractura
“tenacidade” gera confusão.
1 2
16
Figura 4 – Representação esquemática do princípio do ensaio do pêndulo de impacto
17
Existem algumas teorias que explicam a transição dúctil-frágil, sendo a mais comum a teoria
do cisalhamento do emaranhamento de discórdias (ou teoria de Griffith-Irwin). Essa sugere
que a mudança no comportamento do material está relacionada à propagação de trincas
microscópicas em sua estrutura. Em altas temperaturas, a deformação ocorre
predominantemente por meio do deslizamento de discordâncias (defeitos lineares na estrutura
cristalina do material que se movem e deslizam facilmente em altas temperaturas, permitindo
que o material se deforme plasticamente sem que ocorra falha.
Nos metais a transição dúctil-frágil é observada em materiais com estruturas CCC e HC.
Materiais com estrutura CFC apresentam geralmente elevada ductilidade mesmo a baixas
temperaturas e não se observa uma transição dúctil-frágil nestes casos.
18
3. Metodologia
3.1. Cronograma
19
4. Conclusão
20
5. Referencias bibliográficas
Callister, Jr., W. D. (2001) Fundamentals of materials science and engineering. New York:
John Wiley & Songs [5ªedição];
Dieter, G.E. (1961) Metalurgia Mecânica. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan S.A [2ª
edição];
G. Schon (2001) Introdução ao comportamento mecânico dos materiais. São Paulo: s/e
Hosford, W.F., Caddell, R. M. (2007) Metal Forming. Mechanics and Metallurgy.
Cambridge: PTR Prentice Hall;
Júnior, V.F (2014) A pesquisa científica e tecnológica. Espacios. s/l;
Souza, S.A. (1982) Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos. Fundamentos teóricos e
práticos. São Paulo: E. Blucher [5ª edição];
Zhang, S.J., et al (2012) The influence of strain rate on the mechanical behavior and fracture
morphology of on Al-Zn-Mg. Materials Science and Engineering, s/l.
21