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Cordiais saudações

SOCIOLOGIA
Conceptualmente, podemos entender a Sociologia como o estudo científico das
relações sociais, das formas de associação destacando-se os caracteres gerais comuns
a todas as classes de fenómenos sociais, fenómenos que se produzem nas relações de
grupos entre seres humanos.

OBJECTO DE ESTUDO
A definição de toda e qualquer disciplina é dependente se não mesmo correlativa da
definição do seu objecto de estudo, ou seja, indicação clara daquele aspecto que ela
procura analisar dentro da sociedade a partir de métodos e técnicas que lhe sejam
específicas.
Assim, a Sociologia quando se definiu como ciência indicou como seu objecto de
estudo o chamado facto social que pode ser definido objectivamente como sendo:
toda maneira de sentir ou agir, fixa ou não que seja susceptível de exercer sobre o
indivíduo uma coerção exterior que seja geral numa determinada sociedade, tendo
uma existência própria independetemente das manifestações individuais que possa
ter. (Napulula, S/D)

SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA
Falar do surgimento da Sociologia, mostra-se como um exercício não só bastante
complexo, mais também interdependente, pois que esta se encontra directa e
indirectamente ligada a outras disciplinas e acontecimentos sócio-históricos diversos.
Assim, é impossível falar do surgimento da Sociologia sem recorrer ao passado e aos
clássicos que em termos históricos podemos situar fora desta disciplina, mais cujo
pensamento estruturante pode aqui ser enquadrado.
A Sociologia surge por volta de meados do século XIX após revolução burguesa na
Inglaterra no século XVII, e iniciada a revolução francesa no final do século XVIII. Foram
estes 2 movimentos revolucionários que implantaram o processo liberal que deu
sustentação ao desenvolvimento de modo de produção capitalista e Estado Burguês
no ocidente. A complexidade da sociedade moderna é resultado de um processo
histórico que inclui sujeitos, objectivos e resultados por vezes não esperados, que
produzem fenómenos sociais complexos.
Com as revoltas populares na Europa por estas alturas, desenvolve-se também a
Sociologia, pelas “mãos” da modernidade, ou seja, do mundo moderno na tentativa de
analisar e explicar então os factos que ocorrem por esta altura. Porque os pensadores
desta época eram mais orientados para acção e não uma simples compreensão dos
fenómenos sociais que ocorriam nesta altura, vemos que precursores desta vão ser
buscados na filosofia, política, entre outras áreas. Estes consideravam que os
fenómenos novos deveriam ser percebidos, para se poder analisar o funcionamento da
própria sociedade e introduzir mudanças consideradas necessárias.
Por conseguinte, entende-se que esta surge como resultado de uma tentativa de
intervenção objectiva e directa sobre a sociedade e não a simples compreensão de
situações sociais radicalmente novas da sociedade capitalista. Assim, pode-se entender
a seu crescimento suscitado pelo seu aparente papel na correcção da sociedade,
quando na verdade a ela não tem como agir directamente sobre a realidade social e
indivíduos, sim explicar a razão de certos comportamentos manifestados.
Podemos afirmar que a trajectória desta disciplina está directamente ligada ao diálogo
constante que estabelece com a sociedade capitalista. Ela não se contenta em
observar, mais antes questionar a razão da ocorrência de certos fenómenos sociais e
as consequências destes na estruturação da própria sociedade. (Napulula, S/D)

PRECURSORES DA SOCIOLOGIA
Para se afirmar como tal, esta surge a partir da contribuição de vários autores que são
situados quer seja na filosofia, política, economia, etc; visto que estes fenómenos
ocorrem necessariamente dentro da sociedade. Assim, iremos apresentar alguns
destes pensadores, que mesmo estando ligeiramente fora da Sociologia deram um
grande contributo e suas abordagens fazem deles verdadeiros precursores por
estudarem os fenómenos sociais.
NICOLAU MAQUIAVEL
Pensador sobejamente conhecido pelo sua importante obra o príncipe que representa
uma espécie de tratado para os governantes, pois que nele buscava aconselhar ao
príncipe como adquirir e conservar o poder quando o adquirisse, daí que fim último da
política era a conquista e manutenção do poder. Um dos seus objectivos era o de
conseguir criar regras de acção para os dirigentes/governantes, por considerar que a
natureza humana era algo imutável daí que se poderia prever situações futuras e
estabelecer regras ou leis da política.
THOMAS HOBBES
O contexto sócio-histórico em que vive que foi marcado por inúmeros conflitos e
guerras religiosas marcaram em grande medida sua forma de pensar e analisar a
sociedade, razão pela qual ele se interessa bastante em manter a paz. Seu ponto de
partida é que o homem antes da formação da sociedade vivia num estado de luta
permanente de todos contra os todos para aquisição de poder. Assim, a única saída
era estabelecimento do contrato social em que cada indivíduo se abstinha de usar o
poder contra o outro, como forma de garantir a ordem social.
JOHN LOCKE
É considerado como pai fundador da moderna ciência política, ideologias liberais e
bem como filosofia empiricista, apesar de ter escrito sobre vários assuntos tais como a
filosofia da mente e política, metafísica, epistemologia e educação. Locke, considerava
que o homem possuía direitos naturais tais como a vida, a liberdade, a propriedade, e
que para garantir estes os homens criaram então os governos. Por conseguinte, caso
os governos não assegurassem estes direitos as pessoas podiam obviamente se
rebelar, contestar e derrubar o governo que era definido como “um consentimento
dos governados em relação a uma autoridade constituída e ao direito natural do ser
humano”. (Locke, op cit. in: Ferreira; 1995; pp. 35-36).
Sua teoria política tem como questão central Os Tratados sobre o Governo Civil, em
que refuta de forma clara a ideia de Filmer que defendia que o poder dos reis era
absoluto e divino, por advir de Adão que é o pai da humanidade. Para ele, o poder
paternal que supostamente advinha de Adão não devia pois ser confundido com o
poder político, visto que o primeiro tem sempre um carácter temporário ou transitório
e é anterior a constituição da sociedade, pelo que não se submete a lei positiva, mais
sim a lei natural.
JEAN JACQUES ROSSEAU
É um dos defensores do contracto social como elemento fundador da sociedade, mais
que contrariamente a Hobbes, diz que o homem no estado natureza era virtuoso e a
vida em sociedade é que criava estes vícios tais como: avareza, honra e cupidez; daí
que o progresso da sociedade levava a degeneração e corrupção do homem, uma vez
que realização destes vícios era feita a custa da humilhação e dominação dos outros. A
sociedade resulta de um contracto social em que a partir de um Estado justo, se busca
defender o indivíduo e seus bens, através de normas e regras sociais bem claras.
Em Rousseau não temos o problema de conflito de poder e muito menos a sua
arbitragem, pois tal seria absurdo na medida em que as partes contratantes são
idênticas. Pelo contrato social, o indivíduo põe a sua pessoa e poder sob comando da
vontade geral (que representa a soma das vontades individuais e nunca a vontade de
todos) e o corpo político é formado de vários indivíduos tal quanto o número de
votantes na assembleia. Vontade geral tem um sentido duplo, pelo facto de ser
conjunto de decisões tomadas numa assembleia de iguais e em que todos participam
activamente, sem quaisquer compromissos e limites por um lado, e por outro lado
pela agregação de opiniões de cada um dos indivíduos. (Napulula, S/D)
CHARLES DE MONTESQUIEU
Ele pode ser enquadrado na corrente iluminista, tendo a particularidade de ser o autor
que procurou definir de forma rigorosa a sociedade, tentando apresentar causas
concretas para certos fenómenos particulares, ou seja, ele buscou estabelecer as leis
da coisas, dos factos ou fenómenos observados. Portanto esta análise representa um
pensamento sociológico puro e só não foi assim classificado pois que nesta altura
ainda não existia tal termo. As leis que Montesquieu analisa são leis científicas e com
clara intenção de estabelecer relações de causalidade entre fenómenos sociais.
Neste sentido, vemos que ele procura relacionar as leis de uma sociedade e a estrutura
da própria sociedade, como forma para analisar e poder explicar o seu funcionamento
e perspectivar futuro. Sua teoria política defendia o princípio da divisão de poderes e
foi bastante influente na redacção de grande parte das constituições liberais. Seu ideal
de pensamento resulta da sua oposição e recusa as práticas das instituições políticas,
abusos da Igreja católica e Estado Absolutista da França. Assim, o poder legislativo,
executivo e judicial deveriam estar necessariamente separados, por forma a que cada
um pudesse controlar a acção dos outros poderes em caso de abuso. (Napulula, S/D)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
Napulula, Alamba Feliciano. (S/D). Sociologia Geral. Beira

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