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História Social do

Conhecimento
- Peter Burke-
Conhecimento na atualidade
*“Sociedade do conhecimento”/ “sociedade da
informação”
* Economia do conhecimento
* Questão política do conhecimento – caráter público e
privado
*Confiabilidade do conhecimento (descoberta ≠
invenção/construção)
Conhecimento e meio social
Todo conhecimento é influenciado socialmente
Propõe a desfamiliarização e estranhamento do sistema
de conhecimento

“ Quando se habita um sistema, ele aparece em geral como ‘senso


comum’. É só pela comparação que podemos vê-lo como um sistema
entre outros”.

“ o que é conhecimento parece sistemático, provado, aplicável e


evidente para aquele que conhece. Da mesma forma, todo sistema
alheio de conhecimento sempre parece contraditório, não provado,
inaplicável, irreal ou místico” (Ludwig Fleck)
Sociologia do
Conhecimento
- Estudo organizado e sistemático das condições sociais
de produção do conhecimento.

- Início no séc. XX- França, Alemanha e EUA.

- FRANÇA: Augusto Comte, Emile Durkheim, Marcel


Mauss – estudaram a origem social de categorias
fundamentais ou “representações coletivas”. Marc
Bloch e Lucien Febvre- análise das mentalidades
coletivas
Augusto Comte
Marcel Mauss
March Bloch Lucien Febvre
Emile Durkheim
Sociologia do
Conhecimento
EUA – Thorstein Veblen interessado na sociologia da
verdade e na relação dos grupos sociais e instituições
específicas com o conhecimento.

3 contribuições importantes:
1ª Moderno culto à ciência reflexo do surgimento da indústria e
tecnologia das máquinas
2ª Estudo do sistema universitário – comparação entre
acadêmicos e outros “guardiões” do conhecimento exotérico
3ª Ensaio sobre a proeminência dos intelectuais judeus na Europa
Moderna.
Sociologia do
Conhecimento
ALEMANHA- Karl Marx e Max Weber situavam o
sistema de valores em seu contexto social.

Max Scheler e Karl Mannheim 🡪 “As idéias são socialmente


situadas e formadas por visões de mundo ou ‘estilos de
pensamento’” [ associados a períodos, nações, gerações e classes
sociais]

Mannheim: Desenvolvimento de dois estilos de


pensamento nos séculos XVIII e XIX – Francês ( liberal e
universalista) e Germânico (conservador e historicista)
Interesses sociais de um dado grupo deixam
seus membros sensíveis a certos aspectos da
vida social – Desenvolvem uma “ideologia”
particular.

Intelectuais- extrato sem classe


“Intelligentisa flutuante” – percebem as
tendências sociais mais claramente.
O Renascimento da Sociologia do
Conhecimento
• Relativa escassez de produção na área após sua
fundação.

Estímulo para a renovação veio de fora da Sociologia:


Claude Lévi- Strauss (Antropologia)
Thomas Kuhn (História da Ciência)
Michel Foucault ( Filosofia)
Segunda Geração da Sociologia do
Conhecimento
1- Menos insistência sobre estrutura social. Valorização dos
indivíduos, da linguagem e sobre a classificação e o experimento.

2- Ampliação da percepção dos “detentores do conhecimento”.


Conhecimentos práticos, locais e cotidianos são valorizados.

3- Maior interesse pela microssociologia, pela vida intelectual


cotidiana de pequenos grupos, círculos, “comunidades
epistemológicas” – Abordagem próxima da Antropologia.

4- Maior atenção ao “conhecimento situado”, não apenas na


questão de classe mas também em relação ao gênero e à geografia
( distribuição espacial do conhecimento)
Norbert Elias Pierre Bourdieu Ernest Gellner

Clifford Geertz Jack Goody


Jurgen Habermas
A História Social do
Conhecimento
1920-1950 – intelectuais marxistas tentaram escrever
histórias sociais da pesquisa científica. 🡪 1960 em diante
tornou-se normal a análise da ciência do ponto de vista
social.

Escassez de produção nessa perspectiva e concentração


dos escritos nos séculos XIX e XX e não no início do
período moderno 🡪 LACUNA e motivação para a escrita
do livro.

“ Quem quer que argumente que o conhecimento é socialmente


situado certamente vê-se obrigado a situar a si mesmo” (p.19)
Informação, Conhecimento e
Sabedoria
Informação– refere-se ao que é relativamente “cru”,
específico e prático.

Conhecimento– denota o que foi cozido, processado ou


sistematizado pelo pensamento.

Sabedoria- não é cumulativa, mas adquirida


penosamente por cada indivíduo ao longo da vida.
Informação, Conhecimento e
Sabedoria
O que será discutido no livro é o que as pessoas no início da
Modernidade consideram como conhecimento.
(pluralidade)

Existência de várias espécies de conhecimento – distinção


entre ARS e SCIENTIA (prática e teoria)

História dos conceitos

Tentativa de evitar a ideia do “progresso intelectual” ou


“crescimento cognitivo” e ideia de linearidade, apesar da
dificuldade de negar um elemento cumulativo na história
do conhecimento na Idade Moderna.
A Pluralidade de Conhecimentos
Explosão do conhecimento- invenção da imprensa,
descobrimentos, revolução científica, protestantismo.
Fontes para a escrita da obra- livros que foram
publicados nos sécs. XVI, XVII e XVIII
Tentativa de evitar o grafocentrismo e o
logocentrismo
Conhecimento no início da Europa Moderna. As elites
identificavam o conhecimento com o conhecimento
que detinham.
Conhecimento não devia ser transmitido às pessoas do
povo para evitar descontentamento.

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