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Assistência À Clientes Queimados Apostila
Assistência À Clientes Queimados Apostila
ASSISTÊNCIA À CLIENTES
QUEIMADOS
QUEIMADURA
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sistema imune é incapaz de delimitar a infecção, que, sistematizando-se, torna rara a
sobrevida nesses casos.
A queimadura é toda lesão provocada pelo contato direto com alguma fonte de calor ou
frio, produtos químicos, corrente elétrica, radiação, ou mesmo alguns animais e plantas
(como larvas, água-viva, urtiga), entre outros.
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Neste caso deve-se proceder deixando o indivíduo com os membros inferiores elevados, pouca
vestimenta, dar-lhe bastante líquidos e deixa-lo em lugar fresco e arejado.
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traumatismos, assim como a presença de doenças preexistentes, tais como insuficiência
cardíaca, insuficiência renal, hipertensão arterial.
5. Localização da Lesão (Envolvimento das áreas críticas): as seguintes áreas
são consideradas lesões graves. Mãos e pés: podem produzir incapacidade permanente
após o processo de cicatrização. Face: associa-se com queimaduras de vias aéreas,
inalação de fumaça e intoxicação por monóxido de carbono. Produzem desfiguração.
Olhos: pode causar a cegueira. Genital: tem alta incidência de infecção sendo de difícil
tratamento. Qualquer queimadura circunferencial profunda pode causar complicações
graves, especialmente no pescoço (obstrução de vias aéreas), tórax (restrição a
ventilação pulmonar) e extremidades (obstrução a circulação). Lesões associadas graves
(fraturas e outras). Pacientes com queimaduras elétricas. Lesão por inalação. Lesões em
mãos, pés, face, olhos e períneo.
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TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Primeiramente tente apagar o fogo abafando com cobertor ou rolando com a vítima no
chão. Em caso de queimaduras elétricas, desligue a fonte de energia antes de tocar na
vítima. Exame primário - CABD da vida. Remova as roupas da vítima e faça uma
estimativa da SCQ pela regra dos nove. Com base nestes parâmetros encaminhe ao
hospital. Resfrie a lesão, irrigando-a com água na temperatura ambiente.
Em caso de hipotermia envolva a vítima em lençóis limpos para reduzir a perda de calor
e a contaminação bacteriana. Não rompa bolhas íntegras e não use gelo no local. Retire
relógio, anéis e braceletes. Observe sinais vitais e sinais de choque. Não ofereça
medicamentos ou alimentação oral até que o paciente tenha sido avaliado.
Não aplique na queimadura: manteiga, pasta de dente, água sanitária, pomadas ou óleos.
Observe as vias respiratórias em vítimas com queimadura facial. Trate o choque e
traumas associados, e contenha hemorragias externas e imobilize fraturas. OBS:
Queimaduras elétricas são difíceis de avaliar. Leve a vítima ao hospital mesmo que a
lesão pareça superficial. A eletricidade pode provocar PCR.
PROCEDIMENTOS QUE DEVEM SER EVITADOS: Não dar líquidos para a vítima
ingerir caso esteja inconsciente. Não ultrapassar o tempo de 10 minutos lavando a área
queimada, pois pode provocar hipotermia. Se houver “bolhas”, não perfurar, pois o risco
de infecção pode aumentar. Não aplicar nenhum tipo de loção, creme, infusão caseira,
pasta de dente, pó de café, gelo, produtos gordurosos (como graxa e óleo), pois só
complica e interfere no tratamento. Não remover roupas ou acessórios que aderiram ao
tecido cutâneo lesado.
PROCEDIMENTOS NA HOSPITALIZAÇÃO: Manter o paciente em maca própria.
Inalar O2 se for necessário, sob cateter nasal, até 3 litros/minuto, ou sob máscara facial.
Verificar sinais vitais. Lavar as áreas queimadas com Soro fisiológico 0,9% e mantê-las
cobertas com gaze ou compressa úmida. Retirar as vestimentas que estejam aderidas,
com orientação médica, pois às vezes é necessária a administração de analgésicos
anteriormente. Puncionar acesso venoso de grosso calibre, colher amostras de sangue e
manter a hidratação conforme orientação medica.
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Fazer uma análise da extensão queimadura. Fazer controle do débito urinário. Manter o
material de intubação de fácil acesso, assim como o respirador. Providenciar
transferência do paciente da sala de emergência para outro lugar predestinado.
MEDIDAS PREVENTIVAS PARA EVITAR QUEIMADURAS: As medidas
educativas de prevenção consistem em orientar desde cedo as crianças a evitar situações
de risco para queimaduras no ambiente doméstico. Incluir nos currículos escolares o
ensino de prevenção de acidentes, entre eles as queimaduras, além de campanhas
preventivas gerais voltadas para toda a população. Campanhas educativas particulares,
para serem mais eficazes, devem basear-se em dados epidemiológicos confiáveis que
identifiquem causas específicas de queimaduras e respectivas populações de risco, às
quais devem ser periodicamente dirigidas.
INCLUSÃO SOCIAL: Um trauma térmico, independentemente de sua extensão, é uma
agressão que pode causar danos físicos e psicológicos ao paciente. Para o paciente que
sofreu queimaduras e necessita de internação hospitalar, essa é uma fase complicada,
pois ele será atingido por uma variedade de estressores físicos tais como: Perda de
fluidos, alterações no equilíbrio endócrino, potencial para infecção, dor, além dos
estressores psicológicos decorrentes de situações como: Separação da família,
afastamento do trabalho, mudanças corporais, despersonalização, dependência de
cuidados, perda da autonomia e tensão constante.
No momento em que são prestados os primeiros cuidados ao paciente, os profissionais
de saúde preocupam-se em reanimar o estado fisiológico a fim de estabelecer um
quadro estável para que, posteriormente, ele possa ser avaliado considerando-se também
o estado psicológico.
Durante o período de hospitalização, a pessoa que sofre uma queimadura passa a
perceber a extensão de seu problema e a pensar como poderão ficar as cicatrizes, se
haverá sequelas mais graves que possam comprometer, de alguma forma, a estrutura ou
função do corpo. Limitando atividades importantes como as atividades de vida diária, o
autocuidado, a higiene corporal e o trabalho.
Considera-se que, ao sofrer uma queimadura, o paciente passará por três fases distintas
que se relacionam tanto com a recuperação física quanto com a psicológica.
A primeira fase, é o estágio crítico: de ressuscitação ou de estabilização, corresponde às
primeiras 72 horas após a ocorrência do acidente e se caracteriza pela instabilidade do
paciente.
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Após a estabilização, o paciente passará por uma segunda etapa, fase aguda de
reabilitação: que envolve a realização de procedimentos bastante dolorosos e que,
frequentemente, começam a gerar expectativas, em relação aos seus resultados. Esses
procedimentos ocorrem em um momento de maior consciência de impacto físico e
psicológico do trauma.
Finalmente, a terceira fase, que tem sido chamada de reabilitação de longa
duração: começa quando o paciente está para ter alta hospitalar.
Estudos focados nos problemas emocionais que a pessoa queimada apresenta, observou-
se que, na fase aguda, o paciente que sofreu queimaduras apresenta também um choque
emocional, decorrente de fatores emocionais e orgânicos, que se manifesta por meio de
sintomas característicos como:
Insônia, instabilidade emocional, estado de alarme e pesadelos com o traumatismo. O
medo da mutilação poderá aparecer em seguida. É importante conhecer as perspectivas
apresentadas por eles em relação aos fatos vivenciados nesse período e que foram
considerados como significantes por essas pessoas.
TRATAMENTO DO PACIENTE COM LESÃO POR QUEIMADURA: O atendimento
da queimadura deve ser planejado de acordo com a profundidade da queimadura e
resposta local, extensão da lesão e presença de uma resposta sistêmica. Então o
atendimento da queimadura prossegue nas três fases:
Fase de emergência/reanimação. Fase aguda. Fase de reabilitação.
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As complicações mais comuns são: infecção (septicemia e pneumonia), doença renal e
falência cardíaca. Durante essa fase, a atenção é direcionada no sentido da avaliação
continuada e da manutenção dos estados respiratório e circulatório, equilíbrio
hidroeletrolíticos e a função gastrointestinal. Apesar das precauções assépticas e do uso
de agentes antimicrobianos tópicos, a queimadura é um meio excelente para
o crescimento e proliferação bacteriana.
A presença de infecção impede a cicatrização da queimadura, por isso a limpeza das
feridas é indispensável, com SF0,9% ou Água e sabão neutro. Depois que as
queimaduras são limpas, elas são secas suavemente com toalhas.
A terapia antimicrobiana aplicada na queimadura é o melhor método de cuidado local
na queimadura extensa. A terapia antimicrobiana tópica não esteriliza a queimadura, ela
apenas reduz a quantidade de bactérias, ajudando o sistema imunológico do paciente.
O desbridamento do tecido desvitalizado ajuda na cicatrização da lesão e a cobertura
das feridas protege contra infeções.
3°: FASE DE REABILITAÇÃO DO CUIDADO DA QUEIMADURA: A reabilitação
como 3ª fase inicia-se quando a queimadura está reduzida a menos de 20% da área da
superfície corporal e o doente seja capaz de assumir uma parte dos cuidados. O paciente
queimado concentra-se cada vez mais nas alterações de autoimagem e do estilo devida
que podem acontecer. A cura da ferida, o apoio psicossocial e as restaurações da
atividade funcional máxima permanecem como prioridades. Prossegue o foco sobre a
manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e a melhoria do estado nutricional.
As lesões por queimaduras podem ter um impacto importante sobre a qualidade de vida.
Podendo ocorrer alterações nas atividades físicas e sociais, psicológicas e a referência
para os grupos de apoio podem ser valiosos para promover a recuperação e a qualidade
de vida. Pode ser necessária a cirurgia reconstrutora para melhorar a aparência corporal
e a função.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: A assistência ao paciente com lesão por
queimadura precisa de um conhecimento profundo sobre as alterações anatômicas e
fisiológicas que ocorrem após a lesão. É necessário que a equipe de enfermagem
procure: Manter a oxigenação tecidual adequada. Incentivar o paciente a mudança de
decúbito. Observar sinais vitais e débito urinário. Manutenção da temperatura corporal
adequada. Usar escala de intensidade da dor para avaliar o nível da dor.
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Elevar a cabeceira do leito do paciente e elevar os membros queimados. Observar se há
depressão respiratória no paciente. Avaliar resposta ao analgésico. Minimização da
ansiedade do paciente e da família. Explicar todos os procedimentos para o paciente e
para a família de forma simples.
Verificar se na urina há presença de sangue. Examinar as fezes para detectar a presença
de sangue. Incentivar o sentar e a deambulação precoce. Avaliar e registrar quaisquer
alterações ou progresso na cicatrização da ferida. Manter todos os membros da equipe
de saúde informados das alterações na ferida ou no tratamento.
CENTRO DE TRATAMENTO DE QUEIMADOS ROTINAS DE CURATIVOS: O
Atendimento inicial ao paciente queimado definirá a necessidade de internação
ou tratamento ambulatorial. O Atendimento inicial ao paciente queimado definirá a
necessidade de internação ou tratamento ambulatorial. Atendimento Inicial:
1. Examinar condições gerais do paciente.
2. Verificar a necessidade imediata de punção venosa (hidratação, sedação, analgesia).
4. História objetiva.
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2 - Queimadura de 2º Grau: Banho com água corrente abundante e sabão neutro.
Ruptura de flictenas seguidas da lavagem com água corrente abundante. Curativo com
sulfadiazina de prata a 1% em gazes e atadura para oclusão.
3 - Queimadura de 3º Grau: Banho com água corrente abundante e sabão neutro.
Limpeza da queimadura com retirada de necrose cutânea (se possível). Lavagem com
água corrente e sabão neutro. Curativo com sulfadiazina de prata a 1% em gazes e
atadura para oclusão.
CONDUTAS INICIAIS A PACIENTES COM QUEIMADURAS ESPECIAIS: 1 -
Queimaduras elétricas: Avaliação cardiológica precoce. Atentar para os riscos de lesões
de estruturas profundas. 2 - Queimaduras químicas: Lavagem abundante com água
corrente, durante pelo menos 30 minutos. Lesões por substância nos olhos - irrigação
continua (mínimo de 08 horas). 3 - Queimaduras de vias aéreas e face: Limpar as vias
áreas superiores. Verificar e providenciar a permeabilidade das vias áreas. Pesquisar
edema. Manter cabeceira elevada (aproximadamente 30º graus). 4 - Queimadura de
pálpebra e olhos: Irrigação frequente com SF 0,9% resfriado. Manter a região
orbitária/palpebral coberta com compressas e gazes úmidas com SF 0,9%. Receber
orientação do oftalmologista. 5 - Queimaduras circulares/circunferenciais: Na presença
de edema e sinais constritivos, está indicada a escarotomia e a fasciotomia (liberação e
afrouxamento dos tecidos), normalizando a circulatória do local.
PRINCIPAIS PRODUTOS USADOS EM CURATIVOS DE QUEIMADURAS:
SULFADIAZINA DE PRATA 1%:
Possui ação antisséptica local. O íon prata
causa destruição de proteínas da parede
celular das bactérias. Exercendo ação
bactericida imediata e ação bacteriostática
residual pela liberação de pequenas
quantidades de prata iônica. A sulfadiazina
de prata, prende e destrói as bactérias.
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ACIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (AGE):
Mantém a umidade da ferida, promove
quimiotaxia (atração de leucócitos) estimula a
angiogênese (formação de novos vasos
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sanguíneos). Acelera o processo de granulação
tecidual (formação de novo tecido). A troca do
curativo será a cada 24/h. Não é indicado para
tratar ferida infectada com excesso de exudato.
HIDROCOLÓIDE: Promove o
desbridamento auto lítico (úmido), promove a
granulação das feridas. Indicado para
queimaduras de 1° e 2° grau, sem que sejam
muito exsudativas. Não é indicada em feridas
infectadas.
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REFERÊNCIAS:
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