Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Livre Arbitrio V3
Livre Arbitrio V3
Temos livre-arbítrio?
O problema surge essencialmente do conflito entre duas perspetivas que podemos ter de
nós próprios (Faria, 2021), a que diz que temos a capacidade de agir de forma livre ou
que somos governados por leis deterministas (Olimpíadas nacionais de filosofia, s.d). Este
problema tem uma grande importância filosófica, pois temos dificuldade em perceber o
que significa agir, de que modo podemos ser culpados pelas nossas ações e perceber se
certas pessoas merecem determinadas punições (Gama et al, 2021). Podemos então ver
que a sociedade é influenciada por este problema no seu dia a dia, daí a sua elevada
importância.
Existem várias teses que servem de resposta para este problema filosófico e como a tese
que vai ser defendida será a do determinismo moderado, existem outras teses concorrentes
à mesma, nomeadamente o libertismo que diz o livre-arbítrio existe não havendo espaço
para qualquer determinismo, e que temos todas as condições para a nossa autonomia
existindo, portanto, uma responsabilização moral do indivíduo e o determinismo que é a
tese de que tudo o que acontece é determinado por acontecimentos ou circunstâncias
anteriores e pelas leis da natureza, não existindo, por isso, qualquer responsabilização
moral dos indivíduos.
A primeira demonstração que nos deu uma evidência que a resposta ao problema seria o
determinismo moderado foi no contexto das predisposições genéticas ao nível da nossa
alimentação. Como é que seria possível escolher de forma totalmente livre e sem qualquer
condicionamento o que comemos, se nos nossos genes apresentamos certas restrições
para tal ato? Por exemplo, sermos intolerantes à lactose, termos o paladar sensível, ou até
mesmo doenças que nos impedem de comer certos alimentos, como a doença de cólon.
(1) Se sou totalmente livre de comer o que quiser, então não sou intolerante à lactose;
(2) Sou intolerante à lactose;
(3) Logo, não sou totalmente livre de comer o que quiser.
Outra iniciativa que achámos que comprova ainda mais esta resposta ao problema, é no
caso da escolha de profissões tendo em conta experiências profissionais passadas. Desde
o momento que o sujeito começa a considerar o passado, sem pensar só no presente nessa
toma de decisões, a sua escolha passa a estar de certo modo determinada, não dando uma
total liberdade de escolha e de vontade ao indivíduo em causa.