Filo Sofia

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ENSAIO FILOSÓFICO

LIVRE ARBÍTRIO

MIRIAM AMARO CARVALHO

AMARANTE – 2023/2024
O ensaio filosó fico que pretendemos apresentar basear-se-á no problema do livre-

arbítrio, o qual tem sido objeto de discussã o ao longo de muitos anos. Se realmente

este é apenas uma suposiçã o de que o detemos, na verdade, acabamos por nos

responsabilizar pelos nossos atos, se realmente o temos.

Perante um problema tã o discutido no campo filosó fico, pretendemos defender que o

livre-arbítrio é uma “ideia falsa”, uma vez que somos responsá veis pelos nossos atos e

assumimos culpa pelas nossas açõ es. Existe a ideia de que temos a capacidade de agir

livremente, num mundo e numa condiçã o de ser humano.

“ú nico e irrepetível”, enquadrados em determinadas causas antecedentes, como: leis

naturais, genética, ambiente social, entre outras. Deparamo-nos, pois, com um

desentendimento entre a ideia de que temos a capacidade de nos autodeterminar e a

capacidade de agir livremente.

Eis a questã o: como poderemos ser responsabilizados aos estarmos efetivamente

determinados?

Vejamos no conceito de livre-arbítrio a capacidade de ter agido de maneira diferente

no passado, da forma como agimos no presente. Nã o resultando isto na capacidade

de fazermos aquilo desejamos ou simplesmente queremos. Pensemos na ideia de ser

moralmente responsá vel ao praticar um ato de maneira efetivamente consistente.

Interpretado pelos filosó ficos franceses, o libertismo, defende que cada indivíduo é

livre de tomar as suas decisõ es, sendo responsabilizado pelas respetivas

consequências dos seus atos. A teoria do Determinismo Radical, interpretados pelos

filó sofos, assenta na argumentaçã o de que o que existe no universo faz parte
da substâ ncia divina e, consequentemente, sujeito à s suas leis naturais. Assim,

considera-se que nã o há espaço para o livre arbítrio do ser humano, como na

generalidade é entendido. Somos parte integrante de um todo e as açõ es que temos

sã o determinadas pelas leis da natureza. Apresentamos, por fim, a teoria interpretada

pelos filó sofos, o Determinismo Moderado, que pretende

equilibrar/harmonizar a ideia de determinismo com a noçã o de livre-arbítrio humano.

Reconhece que existe limites na liberdade de escolha, destacando-se também as

decisõ es individuais no seio dessas restriçõ es.

No determinismo, cada acontecimento tem uma causa, implicando que o passado

controle o futuro segundo um conjunto de leis, à s quais chamamos leis naturais.

Porém, o ser humano nã o possui controlo efetivo sobre estas leis, pois, se

as açõ es que praticamos sã o o resultado das interaçõ es de partículas existentes no

nosso cérebro e, sendo estas interaçõ es deterministas, logo as açõ es sã o

determinadas. Nã o controlamos os nossos genes e estes sã o um dos fatores que nos

determinam e determinam, consequentemente, as nossas açõ es. Perante este

argumento, fica a ideia que as nossas açõ es resultam de estados mentais que sã o

estados bioló gicos, que, por sua vez, sã o estados físicos que sã o deterministas. Neste

contexto, nã o parece haver espaço para o livre arbítrio. Contudo, há o argumento de

que sem o livre arbítrio nã o podemos ser moralmente responsabilizados pelas açõ es

que praticamos. É de referir que pelo facto da ideia de determinismo nã o ser aplicá vel

ao nosso sistema de justiça que esta se torne numa falsidade. Nã o é por uma verdade

nã o nos ser conveniente que esta se torne numa falsidade. Saliente-se que é injusto

prender um convicto por praticar uma açã o já determinada a acontecer, do ponto de


vista de quem salvaguarda a ideia comum de justiça. Contudo, é importante ver que,

para o bem maior da sociedade, as pessoas que cometam atos que infringem a lei

devem ser presas e devidamente punidas. Caso nã o se prendessem os criminosos,

mais crimes iriam ser cometidos, claro está , nã o haveria puniçã o! Acrescente-se

outro contra- argumento que assenta na ideia de que nã o podemos ter a certeza de

que as nossas açõ es estã o determinadas.

Partindo do pressuposto de que os seres humanos sã o providos de

razã o e de ló gica, deveríamos usar tais capacidades para analisar as hipó teses e fazer a

melhor escolha.

No libertismo existe também, como já referi, o argumento de que sem o livre arbítrio,

nã o podemos ser responsabilizados moralmente pelas nossas açõ es. Temos a sensaçã o

de sermos livres quando praticamos uma açã o voluntá ria e temos consciência de que,

quando praticamos uma açã o, poderíamos ter agido de forma diferente. Ainda assim,

nã o é por termos a plena consciência que poderíamos ter agido de outra forma que

temos, na realidade, essa capacidade. Uma pessoa pode estar em desvaneio achando

que consegue voar, quando efetivamente nã o o consegue. Isto nã o passa de um erro.

Para concluir, o conceito de livre-arbítrio continua a ser um tema complicado e debatido no

campo da filosofia, envolvendo fundamentalmente questõ es sobre a natureza da liberdade,

responsabilidade e moralidade, tendo a capacidade de, atualmente, continuar a intrigar

filó sofos e pesquisadores.

Tendo em conta as diferentes perspetivas, o livre-arbítrio tem um papel fundamental na

compreensã o de nó s mesmos e das nossas açõ es. Permite-nos tomar decisõ es mais

conscientes, sendo responsabilizados pelas nossas escolhas.

Complexo e difícil de definir, mas com inegá vel importâ ncia na vida quotidiana, assim se
continua a apresentar este conceito, reconhecendo a necessidade de uma maior pesquisa e

reflexã o!

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