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FACULDADE XV DE AGOSTO

PÓS- GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSÃO


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

A Educação Especial e a Inclusão

Luciane Domingues
Orientador: Elisangela de Alvarenga Silva

Socorro
2019
FACULDADE XV DE AGOSTO
PÓS- GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

A Educação Especial e a Inclusão

Artigo apresentado em cumprimento às


exigências parcial para término do Curso
de Pós-graduação em Educação Especial
e Inclusão sob orientação da Profª
Elisangela de Alvarenga Silva

Socorro
2019
FACULDADE XV DE AGOSTO
PÓS- GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSÃO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Luciane Domingues

A Educação Especial e a Inclusão

Artigo apresentado em cumprimento às


exigências parcial para término do Curso
de Pós-graduação em Educação Especial
e Inclusão sob orientação da Profª
Elisangela de Alvarenga Silva.

Avaliado em ______ / _____ / _____

Nota Final: ( ) _____________

________________________________________
Professor- Orientador

Socorro
2019
Resumo:

A presente atividade objetiva conhecer os métodos utilizados por educadores


na alfabetização e na inclusão social de crianças com necessidades especiais.
Quando a criança possui um ritmo próprio de aprender e que existem metodologias
indicadas para alfabetizar e incluir socialmente uma criança especial variando
conforme o aluno. Conclui-se que as metodologias utilizadas podem ser proveitosas
para as crianças especiais e que incluir estas crianças no universo social é viabilizar
sua total independência diante das tarefas mais simples ou também das mais
complicadas do cotidiano da sala de aula ou do convívio social.

Palavras - chave: Educação – Inclusão - Métodos


Abstract:

This activity aims to know the methods used by educators in literacy and social
inclusion of children with special needs. When a child has a own pace of learning and
that there are methodologies indicated to alphabetize and include socially a special
child varying according to the student.
It is concluded that the methodologies used can be beneficial for the special children
and that include these children in the social universe is to make its total
independence in the face of the simplest tasks or also of the most complicated in
daily classroom or social life.

Keywords: Education – Inclusion - Methods


SUMÁRIO

Introdução...............................................................................................7

A Educação e a Inclusão.........................................................................9

Reflexão.................................................................................................10

Um Caminho a Percorrer.......................................................................12

Situação Atual........................................................................................14

Considerações Finais.............................................................................17

Referências Bibliográficas......................................................................18
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Introdução:

Durante o curso, mais precisamente depois de algum tempo na escola, fui


verificando alguns pontos importantes no que diz respeito à educação e fui
percebendo que um ponto muito difícil e ao mesmo tempo muito empolgante, é a
ação docente diante da educação de crianças com necessidades especiais. Tal
ponto me fez refletir sobre a minha formação acadêmica em questão, pois o curso
possui algumas disciplinas que exploram esta área em especial, mas de uma forma
bem superficial, pois esta é uma área de estudo muito complexa e exige do
profissional um profundo comprometimento em entender o mundo destes alunos que
diferentemente do nosso, necessita-se de muito estudo e pesquisas constantes na
área de inclusão, mas o importante é que na área da educação devemos aprender e
ensinar pessoas tanto no âmbito docente como discente na educação especial,
principalmente no que se refere a inclusão de crianças com necessidades especiais.
Assim resolvi fazer o meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sob o título
“A educação Especial e a Inclusão”.
Veremos alguns métodos de alfabetização e de inclusão social, podendo assim
desvendar uma parte deste universo até então desconhecido por mim. As crianças
com necessidades especiais são portadoras de uma limitação específica que
depende muito de acordo com sua necessidade em especial, podendo ser crianças
com deficiência visual, com autismo, com sindrome de down e outras mais onde é a
ausência de algum ponto em especifico que os limita em suas possibilidades de
apreensão do mundo externo, interferindo em seu desenvolvimento e ajustamento
as situações comuns da vida. Logo, percebe-se a extrema importância da ação
metodológica do docente na promoção da aprendizagem de discentes com alguma
necessidade especial e conseqüentemente de possibilitar que o mesmo possa
transpor esta pequena barreira que o impede de perceber o mundo a sua volta.
Assim, este trabalho possibilita ver ou rever as metodologias utilizadas na
educação de pessoas com algum tipo de deficiência no que diz respeito a
alfabetização e adaptação social dos mesmos, logo dando condições de analisar
melhor o processo de ensino–aprendizagem contribuindo assim com sua formação
social e psicológica. Alguns questionamentos nos são propostos diante desta
problemática: Como se sistematizou no decorrer de sua história as metodologias
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utilizadas na educação de crianças com necessidades especiais e quais os


aprimoramentos e os avanços metodológicos obtidos na educação destas crianças.
Vale ressaltar que depois de alguns estudos feitos, estas observações me
proporcionaram condições para poder intervir de forma prática na educação destas
crianças, pois um profissional da área de educação não pode agir de forma ingênua
ou empírica somente, mas deve-se estar respaldado por uma base sólida e
conseqüentemente consolidar a nossa atuação. Teve-se como objetivo geral do meu
estudo, conhecer e analisar a metodologia docente utilizada na alfabetização e
adaptação social destas crianças.
No referente aos passos metodológicos em uma primeira instância realizei
leitura de documentos que tinham haver com o tema e depois de realizada uma
análise dos mesmos, somados a orientação do professor e por último a elaboração
das primeiras páginas do TCC, no decorrer da construção foram feitos vários
ajustes, quando necessário. Vale lembrar também que houve dificuldades no
período de levantamento bibliográfico, como encontrar livros que o campo de
interesse de pesquisa fosse à educação e a inclusão, para espanto, os autores
encontrados falam de falta de pesquisa na área, é como se a maioria ou toda a
população fosse feita somente de indivíduos “normais”, logo não precisaria de
educação especial e tudo isto nada mais é do que uma grande falta de compreensão
e interesse, apesar de alguns educadores por ignorância rotularem crianças
portadoras de alguma deficiência como incapazes.
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A Educação e a Inclusão

Objetivos:

Atualmente discute-se a construção de uma sociedade inclusiva que garanta,


a todos, acesso contínuo ao espaço comum da vida em sociedade. Sociedade essa,
que deve estar orientada por relações de acolhimento à diversidade humana, de
aceitação das diferenças individuais, de esforço coletivo na equiparação de
oportunidades de desenvolvimento, com qualidade em todas as dimensões da vida.
A sociedade inclusiva reconhece todas as pessoas como livres, iguais e com direito
de exercer a sua cidadania, dando oportunidades para que cada pessoa seja
autônoma e auto determinada. Na educação não é diferente. Sua função é
desenvolver uma pedagogia centrada na criança, capaz de educar a todas sem
discriminação, respeitando suas diferenças; uma escola que dê conta da diversidade
das crianças e ofereça respostas adequadas às suas características e
necessidades, sempre solicitando apoio de instituições quando se fizer necessário. É
uma meta a ser perseguida por todos aqueles comprometidos com o fortalecimento
de uma sociedade democrática mais justa e solidária. A educação especial possui os
mesmos objetivos da educação regular, uma vez que ambas devem proporcionar ao
aluno a formação necessária para o desenvolvimento de suas potencialidades, sua
auto realização e qualificação para o trabalho e preparo para uma vida com
dignidade. Para que a escola seja inclusiva, precisa ser mais democrática,
deixando apenas de cumprir normas estabelecidas e transformando-se num
espaço de decisão, ajustando-se ao seu contexto real e respondendo aos desafios
que se apresentam. A escola hoje tem que ser vista como um espaço de todos e
para todos, buscando alternativas que garantam o acesso e a permanência de todas
as crianças e adolescentes no seu interior.
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Texto Reflexivo: O que é Inclusão?

Inclusão é a transformação do sistema educacional, de forma a encontrar


meios de alcançar níveis que não estavam sendo contemplados. Inclusão é incluir
permitir, favorecer e facilitar o acesso ao meio da sociedade indistintamente.
para: inclusão escolar, inclusão educacional, educação inclusiva, escola inclusiva,
inclusão na educação inclusão social, inclusão de deficiência física. Dando
participação de deficientes numa sala de aula incluindo na sociedade. Na questão
trabalhista, a lei exige a inclusão de deficientes no mercado de trabalho, também
dependendo do grau de deficiência. Dessa forma, o deficiente se sente valorizado e
aceito na sociedade em que vive.

As inclusões do mundo estão sempre muito perto e não têm muitas saídas
para se esquivar do ataque frontal das novidades. São essas pessoas que
despontam em diferentes âmbitos das atividades humanas e que num mesmo
momento começam a transgredir, a ultrapassar as fronteiras do conhecimento, dos
costumes, das Artes, inaugurando um novo cenário para as manifestações e
atividades humanas, a qualquer custo, porque têm clareza do que estão propondo e
não conseguem se esquivar ou se defender da força das concepções atualizadas.

As diferenças culturais, sociais, étnicas, religiosas, de gênero, enfim, a


diversidade humana está sendo cada vez mais desvelada e destacada e é condição
imprescindível para se entender como aprendemos, e como entendemos o mundo e
a nós mesmos.

A indiferenciação entre os processos de integração e inclusão escolar é prova


dessa tendência na educação e está reforçando a vigência do paradigma tradicional
de serviços educacionais. Muitos, no entanto, continuam mantendo-o ao defender a
inclusão!
Os professores do ensino regular consideram-se incompetentes para atender
às diferenças nas salas de aula, especialmente aos alunos com deficiência, pois
seus colegas especializados sempre se distinguiram por realizar unicamente esse
atendimento e exageraram essa capacidade de fazê-lo aos olhos de todos (Mittler,
2000).
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Os movimentos em favor da integração de crianças com deficiência surgiram


nos países nórdicos em 1969, quando se questionaram as práticas sociais e
escolares de segregação. Sua noção de base é o princípio de normalização, que
não sendo específico da vida escolar, atinge o conjunto de manifestações e
atividades humanas e todas as etapas da vida das pessoas, sejam elas afetadas ou
não por uma incapacidade, dificuldade ou inadaptação. O aluno pode estar
presente, mas não necessariamente participando. É preciso, então, dar condições
para que o aluno realmente participe das atividades escolares.

Pela integração escolar, o aluno tem acesso às escolas por meio de um leque
de possibilidades educacionais, que vai da inserção às salas de aula do ensino
regular ao ensino em escolas especiais.

Mas muitas escolas brasileiras são marcadas pelo fracasso e pela evasão de
uma parte significativa dos seus alunos, que são marginalizados pelo insucesso e
privações constantes e pela baixa autoestima resultante da exclusão escolar e
social. Alunos que são vítimas de seus pais, de seus professores e, sobretudo, por
viverem em condições de pobreza em todos os seus sentidos. Esses alunos são
sobejamente conhecidos das escolas, pois repetem as suas séries várias vezes, são
expulsos, evadem e ainda são rotulados como mal nascidos e com hábitos que
fogem ao protótipo da educação formal.
O respeito, como conceito, implica certo essencialismo, uma generalização,
que vem da compreensão de que as diferenças são fixas, definitivamente
estabelecidas, de tal modo que só nos resta respeitá-las.
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Um Caminho a Percorrer, um Histórico do Trabalho Inclusivo

Até o século XV, crianças deformadas eram jogadas nos esgotos da Roma
Antiga. Na idade Média, deficientes encontravam abrigo nas igrejas, como o
Quasimodo do livro “O Corcunda de Notre Dame”, de Victor Hugo, que vivia isolado
na torre da catedral de Paris. Na mesma época, os deficientes ganham uma função:
bobos da corte. Martinho Lutero defendia que deficientes mentais eram seres
diabólicos que mereciam castigos para ser purificado. Do século XVI ao XIX,
pessoas com deficiências físicas e mentais continuam isoladas ao resto da
sociedade, mas agora em asilos, conventos e albergues.
Surge o primeiro hospital psiquiátrico na Europa, mas todas as situações dessa
época não passam de prisões, sem tratamento especializado nem programas
educacionais. No século XX, os portadores de deficiências passam a ser vistos
como cidadãos com direitos e deveres de participação na sociedade, mas sob uma
ótica assistencial e caritativa. A primeira diretriz política dessa nova visão aparece
em 1948 com a Declaração Universal dos Direitos humanos. “Todo ser humano tem
direito à educação”. Nos anos 60, pais e parentes de pessoas deficientes
organizam-se. Surgem as primeiras criticas à segregação. Teóricos defendem a
normalização, ou seja, a adequação do deficiente à sociedade para permitir sua
integração. A Educação Especial no Brasil aparece pela primeira vez na LDB 4024,
de 1961. A lei aponta que a educação dos excepcionais deve no que for possível,
enquadrar-se no sistema geral de educação. Nos anos 70, os Estados unidos
avançam nas pesquisas e teorias da inclusão para proporcionar condições melhores
de vida aos mutilados da Guerra do Vietnã. A educação inclusiva tem inicio naquele
país via Lei 94142, de 1975, que estabelece a modificação dos currículos e a criação
de uma rede de informação entre escolas, bibliotecas, hospitais e clinicas. No ano de
1978, pela primeira vez, uma emenda à Constituição brasileira trata do direito da
pessoa deficiente:
É assegurada aos deficientes a melhoria de sua condição social e econômica
especialmente mediante a educação especial que os governos têm que oferecer de
forma gratuita. Já nos anos 80 e 90, as declarações e os tratados mundiais
passam a defender a inclusão em larga escala. Em 1985, a Assembléia Geral das
Nações Unidas lança o Programa de Ação Mundial para as Pessoas Deficientes,
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que recomenda: Quando for pedagogicamente factível, o ensino de pessoas


deficientes deve acontecer dentro do sistema escolar normal.

“Não saber reconhecer as diferenças é não perceber a


diversidade que nos cerca, e nem os muitos pontos que nos
diferenciam uns dos outros, e transmitir de uma forma implícita
ou explícita as diferenças que são ocultadas e tratadas a
parte”. ( Mantoan 2001p.51)

Em 1988, no Brasil, o interesse pelo assunto é provocado pelo debate antes e


depois da Constituinte. A nova Constituição, promulgada em 1988, garante
atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino e no ano de 1989 a Lei Federal 7856,
no item de Educação, prevê a oferta obrigatória e gratuita da Educação especial em
estabelecimentos públicos e prevê crime punível com reclusão de um a quatro anos
com multa para os dirigentes de ensino publico ou particular que recusarem e
suspenderem, sem justa causa a matricula de um aluno. No ano de 1990, a
conferência mundial sobre Educação para Todos, realizada na cidade de Jomtiem,
na Tailândia, prevê que as necessidades educacionais básicas sejam oferecidas
para todos (mulheres, camponeses, refugiados, negros, índios, presos e deficientes)
pela universidade de acesso, promoção da igualdade e ampliação dos meios e
conteúdos da educação básica e melhoria do ambiente do estudo. O Brasil aprova o
estatuto da criança e do adolescente, que reitera os direitos garantidos na
Constituição: atendimento educacional especializado para portadores de
deficiências, preferencialmente na rede regular de ensino.
Em 1994, no mês de junho, dirigentes de mais de oitenta países se reúnem
na Espanha e assinaram a declaração da Salamanca, um dos mais importantes
documentos de compromisso de garantia de Direitos educacionais. Ela proclama as
escolas regulares inclusivas como meio eficaz de combate á discriminação e
determina que as escolas devam acolher todas as crianças, independentemente de
suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais ou lingüísticas. Em1996, a
Lei de Diretrizes e Bases, 9394, se ajusta à legislação federal e aponta que a
educação dos portadores de necessidades especiais deve dar-se preferencialmente
na rede regular de ensino. No ano 2000, as Leis Nº10.048 E Nº 10.098 sendo que, a
primeira garante atendimento prioritário de pessoas com deficiência nos locais
públicos. Sabemos que isto é uma coisa que não acontece como deveria. A segunda
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estabelece normas sobre acessibilidade física e define como barreira, obstáculos


nas vias e no interior dos edifícios, nos meios de transporte e tudo o que dificulte a
expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos diferentes meios de
comunicação, sejam ou não de massa e em 2001, a Convenção de Guatemala, põe
fim às interpretações confusas da LDB, deixando clara a impossibilidade de
tratamento desigual com base na deficiência. O acesso ao Ensino Fundamental é,
portanto, um direito humano e privar pessoas em idade escolar dele, mantendo-as
unicamente em escolas ou classes especiais que fere a convenção e a constituição.

“A inclusão não atende apenas as crianças com deficiência,


mas também as excluídas ou discriminadas. Quantas vezes na
sua sala de aula, ao organizar trabalhos em grupo, a menina
gordinha ou o garoto negro foram isolados pelos colegas? E na
aula de Educação Física quantos foram ignorados por não
serem jogadores exímios? A discriminação não ocorre apenas
entre os estudantes. Muitas vezes as avaliações servem mais
para quem se encaixa nos padrões de aluno ideal do que para
medir o progresso de cada um, dentro de suas possibilidades.
Esse padrão só gera sofrimento, pois cada criança tenta
atender às expectativas de uma escola que não valoriza seu
potencial”. (Rosangela Machado – Nova Escola 2005)

Situação atual:

Em 1998, o MEC lança documento contendo as adaptações que devem ser


feitas nos Parâmetros Curriculares Nacionais a fim de colocar em prática estratégias
para a educação de alunos com necessidades educacionais. E em 2001, o
ministério publica s Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação
Básica.

Todavia, desde a década de 1970 houve uma ampliação do


acesso da população em geral à escola brasileira, e ocorreu a
produção do fenômeno que ficou conhecido como fracasso
escolar, um dos principais responsáveis pela implantação das
classes especiais nas escolas básicas públicas do país (cf.
Ferreira,1994)

Em 1998, diretrizes educacionais referentes à matrícula da criança com


deficiência em escolas regulares foram oficialmente decretadas por órgãos
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brasileiros federais e estaduais. As escolas passaram a seguir o estabelecido


nesses documentos, contudo com uma postura ambígua: por um lado, aceitando as
crianças com deficiência; por outro, mantendo a mesma estrutura, sem qualquer
modificação organizacional e sem preparar professores e funcionários para lidarem
com esses alunos inseridos no ensino comum. A ausência das providências
necessárias à efetivação da inclusão fez surgir indagações sobre o saber requerido
para que a inclusão escolar passe de ser apenas uma proposta de documentos
oficiais e um monte de teorias e argumentos sem fundamentação alguma para
um plano de ações efetivas na instituição escolar. A etimologia dos
termos inclusão e saber evidenciam que o saber é condição indispensável à
inclusão. Inclusão, do verbo incluir (do latim includere), significa conter em,
compreender ou participar de. Inclusão escolar diz respeito ao ato de incluir e à
condição de o aluno sentir-se contido na escola, participando e contribuindo com seu
potencial para a realização de projetos e programações da instituição.
Saber (do latim sapere) significa ter gosto, ter conhecimento, ciência, perceber, ter
experiência prática. Engloba um conjunto de elementos constituintes do ser humano
em seu sentir, compreender e agir. O saber necessário à escola, para que haja
inclusão, ganha importância ao considerar-se que a escola:
- É a única instituição imposta a todos e que por mais tempo mantém contato
sistemático com a criança e o jovem;
- É o local que a sociedade instituiu para o ensino/aprendizagem e onde se
determina o processo pelo qual os alunos terão a oportunidade de desenvolverem
habilidades, raciocínio, atitudes, valores, vontades, interesses, aspirações,
integração, participação e realização. Assim, para que o aluno com deficiência visual
sinta-se incluído nessa instituição, é necessário que ela o considere na sua
individualidade e na sua cultura. Isso envolve conhecimento teórico sobre a
constituição do ser humano na totalidade de seu ser – corpo, afetividade,
pensamento, e também o seu contexto, com seus valores, hábitos e linguagem
específicos. Tal saber não pode ocorrer a partir de informações fragmentadas de
disciplinas isoladas. É indispensável a interdisciplinaridade – a integração das áreas
do conhecimento em um equilíbrio entre ação e reflexão, para conhecer as
possibilidades e vias perceptuais de que faz uso a pessoa que está no mundo sem
um dos sentidos de distância: a visão. É necessária a interdisciplinaridade para
investigar e oferecer as condições educacionais e recursos apropriados para o
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desenvolvimento e a aprendizagem daquele cuja percepção do que o cerca ocorre


por meio dos sentidos da audição, tato e cinestesia, olfato e gustação. A inclusão
escolar de alunos com deficiência visual requer, de cada educador, o saber sobre a
especificidade de ação e contribuição que cabe à sua área de estudos em situações
educacionais; discernimento sobre os próprios sentimentos e a concepção a respeito
do aluno com deficiência visual e das possibilidades desse aluno, bem como, sobre
as expectativas que tem a respeito dele e as conseqüentes exigências a serem
feitas.

A grande maioria dos alunos com necessidades educacionais


especiais estão ainda em nosso país fora de qualquer tipo de
escola. Alguns poucos estão inseridos em classes ou escolas
especiais, ou se encontram ao acaso nas classes comuns das
escolas públicas. Tal quadro indica muito mais uma exclusão
escolar generalizada dos indivíduos com necessidades
educacionais especiais na realidade brasileira, a despeito da
recorrência no país da retórica da integração escolar e mais
recentemente da educação inclusiva. (Mendes, 2006, p. 12)
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Considerações finais

Embora muito se fale e se escreve sobre o tema inclusão, cumpre ressaltar


que quando se fala em inclusão social não se está falando apenas de alunos com
algum tipo de deficiência física especifica, mas também daqueles que nunca tiveram
acesso à escola como, negros, índios, ciganos... Enfim, todos que, de alguma
maneira, são excluídos dessa sociedade, muito embora nunca se admita este fato.
Educar vai além de apenas “transmitir conhecimento”. Deve haver
envolvimento e interação e, sobretudo, desenvolvimento nos aspectos físicos,
motores, psicomotores, intelectuais, afetivos e político-sociais. As transformações
que a sociedade, ou pelo menos uma parte dela, espera no campo da educação não
acontecem rapidamente, nem tampouco são o resultado do esforço de alguns
poucos. Este processo, moroso por princípio, toma contornos difíceis e muitas vezes
dramáticos no Brasil, pois caminha numa velocidade quase estática, mas, ao
menos, ainda caminha, visto que a proposta da educação inclusiva tem conseguido
sensibilizar educadores e sociedade sobre o ideal de inclusão social. A ideia de
igualdade está inserida, inclusive, na Carta Magna do País: “Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” (CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA FEDERATIVA art. 5º). Cresce a consciência, multiplicam-se as ações,
mas em linhas gerais, a implementação da educação inclusiva ainda encontra
resistência de muitos educadores. A resistência dos docentes dá-se, principalmente,
pela falta de interesse e preparo em lecionar quando há um aluno deficiente na sala
de aula. Mesmo quando há interesse, a falta de preparo faz o professor
esquivar-se dessa responsabilidade. O que fazer diante desse desafio?
18

Referências Bibliográficas:

hTTP: www. rasilescola.com educacao inclusao-social.htm>. Acesso em: 25 de


Fevereiro de 2019

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141324782010000100015&l
ng=en&nrm=isso. Acesso em: 25 de Fevereiro de 2019

Formação de professores para educação especial: fronteiras - UCS


http: www.ucs. r etc conferencias index. php anpedsul 9anpedsul 616 Acesso em:
26 de Fevereiro de 2019

Ser Diferente é Normal - Gilberto Gil e Preta Gil - YouTube


http://www.youtube.com/watch?v=XpG6DoORPIs> Acesso em: 26 de Fevereiro de
2019

http://www.youtube.com/watch?v=s6NNOeiQpPM&feature=youtu.be>
http://youtu.be/s6NNOeiQpPM>
http://www.youtube.com/watch?v=s6NNOeiQpPM> Acesso em: 24 de Fevereiro de
2019

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