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O conflito de identidade é apenas um dos vários desafios que se apresentam ao pedagogo. Ser
reconhecido dentro do próprio ambiente que atua, isto é, pelos colegas de trabalho como
alguém que faz diferença na vida dos alunos. É este reconhecimento que pode surgir através
de ações simples mais eficazes provenientes do trabalho do pedagogo. Ações estas que não
precisam ser mirabolantes para alcançarem o que se deseja numa escola que é a aprendizagem
dos alunos e, é claro, resultados positivos como um todo.
Este artigo tem por objetivo delinear os diversos desafios enfrentados por este profissional em
sua rotina, bem como destacar as diversas contribuições que podem surgir no âmbito escolar
por meio do seu trabalho.
Objectivo Geral:
Aferir as funҫões do pedagogo e seus desafios na educaҫão conteporânea
Objectivos específicos:
Delinear os diversos desafios enfrentados por este profissional em sua rotina
Destacar as diversas contribuições que podem surgir no âmbito escolar por meio do
seu trabalho.
Formar grupos de professores competentes e motivados, tendo como conseqüência
uma instituição de ensino moderna e referencial.
2. DESENVOLVIMENTO
É aconselhável que o Pedagogo tenha clareza da sua função para não se acomodar em “apagar
incêndios”, pois muitas vezes acaba não exercendo sua principal atividade, que consiste em
apoiar o professor na melhoria do processo ensino aprendizagem. Segundo Mariani (2015),
devido a essa falta de apoio, aparecem fatores como frustração e desmotivação ao pedagogo.
Sintetizando a atuação do pedagogo, Franco (2012, p. 31) afirma que todo professor deveria
ser pedagogo no sentido extenso do termo, organizando a sua prática de acordo com
conhecimentos pedagógicos. No entanto, segundo a autora, nem todo pedagogo tem que
necessariamente ser professor.
A rotina da escola é algo bem dinâmico e acontece em ritmo frenético em todos os aspectos:
pedagógico, administrativo, rotatividade de pessoas, enfim, não existe uma diminuição do
fluxo de demandas no dia a dia. Pelo contrário, do início ao final do ano letivo, há prazos que
devem ser cumpridos, projetos que têm de ser desenvolvidos, cronogramas de provas e
trabalhos, reuniões diversas a serem organizadas, professores que precisam ser
acompanhados, questões peculiares aos alunos que também exigem atenção e disponibilidade,
sem falar de várias outras ações.
Por este e por outros motivos, o pedagogo precisa estar bem ciente diante da função que
desempenha. Se observada a Constituição Federal (1988), segundo a qual a educação é
“direito de todos e dever do Estado e da família’, que em seu Art. 205 estabelece como
princípio: “– igualdade de condições para o acesso e permanência na escola”, percebe-se que
a permanência do aluno na instituição escolar também cabe ao pedagogo. Assim, o Pedagogo
tem a possibilidade de implementar através da função por ele desempenhada, o caráter
humanizador da educação, sua responsabilidade transcende a busca pela permanência do
aluno, e vai ao encontro também do acesso, já que o pedagogo desempenha a função de gestor
da escola.
Coménio (1992, p. 33) afirma que temos a audácia de prometer uma Grande Didática; quero
dizer, um tratado complexo da arte de ensinar tudo a todos. E de ensinar de tal modo, que o
resultado seja infalível. E de ensinar depressa, isto é, sem nenhum problema e sem nenhuma
dificuldade para os alunos e para os mestres, mas, antes, com um extremo prazer para ambos.
Os alunos não sabem por que estudar, há falta de significação do que é estudar, há evasão,
reprovação, indisciplina das mais diferentes formas que acabam por transformar a relação
professor-aluno ainda mais conflitante e difícil de ser trabalhada. Os professores não sabem
por que ensinar, o que é mais grave, estão sem perspectivas, que dirá pensar a educação
quanto aos seus fins, aos seus meios e as articulações entre estes. (MARIANI, 2015, p. 46)
A interação entre os indivíduos torna-se cada dia mais importante em qualquer espaço. Neste
contexto, o pedagogo acaba sendo uma das pessoas que no ambiente educacional, deve primar
além da aprendizagem dos alunos, por um ambiente que favoreça as relações, a convivência
entre os pares. Costa e Pinheiro (2016), reforçam esta ideia, quando evidenciam a importância
dos cursos superiores incluírem na formação acadêmica o debate para a humanização deste
profissional. Para eles, essa vertente possibilitará que o pedagogo possa sim ser reconhecido
por suas capacidades e afinidades de sua profissão.
B. Desafios Do Pedagogo
A educação vive nos dias atuais uma contradição. Ao mesmo tempo em que é valorizada por
determinados setores da sociedade, não é considerada para outros uma ciência de valor. Nas
palavras de Libâneo (2001), a pedagogia vive atualmente uma enorme contradição. Se por um
lado está em alta, em uma parte da sociedade como por exemplo, entre meios profissionais,
políticos, universitários, sindicais, empresariais, nos meios de comunicação, nos movimentos
da sociedade civil onde parece haver uma redescoberta da pedagogia. No entanto, existe uma
baixa desta ciência entre intelectuais e profissionais do meio educacional, identificando-a
apenas com a docência, ou ainda com um campo de saberes específicos.
De igual maneira, muitos alunos veem a educação como algo sem importância, por isso não
dão a ela prioridade em suas vidas. Assim, o fracasso ocorrido no rendimento escolar neste
caso é provocado pelo desinteresse e/ou falta de foco.
As dificuldades de aprendizagem fazem parte do contexto das escolas em geral e essa questão
tem gerado debates na busca da resolução ou ao menos, amenização do problema.
Uma criança com problemas no aprendizado pode não ter um transtorno de aprendizado. Por
exemplo, uma criança que sempre foi bem nos estudos começa a apresentar, após a separação
dos pais, sintomas depressivos “e seu rendimento escolar cai muito. Esta criança não possui
um transtorno de aprendizado, pois sua queda no rendimento é situacional e secundária”. Uma
criança pode ir mal nos estudos ao trocar de escola e não se adaptar ao novo ambiente.
Outro fator que também prejudica a aquisição de conhecimentos dos discentes com
dificuldades de aprender, são as metodologias usadas em sala de aula que geralmente são as
mesmas utilizadas pelos professores, ou seja, se parte da turma não aprende determinado
conteúdo da forma como foi exposto, o professor deveria trazer o tema sobre nova
abordagem. Sabemos que não é isso que ocorre na maioria das vezes. No entanto, os
professores devem estar atentos, pois é muito comum as salas heterogêneas e, como salienta
Vygotsky (1996),
Neste sentido, Soares (2011) afirma que cada aluno tem o seu modo e tempo de aprender
sendo necessário que os professores façam readequações nas suas maneiras de trabalhar a fim
de chegar ao objetivo da educação que é fazer com que os alunos aprendam, independente do
seu ritmo. É necessário que os professores sejam encorajados a isso, afinal, muitos rótulos
relacionados a alunos surgem dentro da escola. Nas palavras de Pinho e Souza (2015, p. 676),
“Isso significa o enfrentamento do reconhecimento distorcido do outro, lento, lerdo, atrasado,
indisciplinado, desinteressado, desatento, com idade avançada, que tem problema em
acompanhar o tempo escolar”.
O pedagogo deve ser o verdadeiro parceiro no que diz respeito à reflexão e construção de
novos caminhos em busca do objetivo principal que é a concretização da aprendizagem. Para
isso, este profissional não pode ser apenas expectador do processo. Ele deve “colocar a mão
na massa”, isto é, envolver-se de maneira plena na prática cotidiana dos professores. Entende-
se que agindo assim o pedagogo será mais um profissional acessível aos educandos, em suas
dificuldades, ou seja, o pedagogo torna-se para eles, alguém próximo a que podem recorrer e
contar, tornando-se aliado do professor no sentido de irmanar as pessoas em torno de projetos
sociais comuns. Para Morais (1986, p. 10) só há ensino quando há companheirismo entre
ensinante e ensinado, educador e educando, pois o que caracteriza o ensinar é a ultrapassagem
da coexistência para a convivência.
3. CONCLUSÃO
No contexto escolar muitos são os desafios, porém, em proporção bem maior, muitas
podem ser as contribuições do pedagogo para a concretização da aprendizagem como um
todo. Permeiam os principais desafios, a questão da indefinição das atribuições deste
profissional no ambiente escolar, causando até mesmo ao pedagogo falta de clareza a ele no
seu dia a dia. Questões como estas carecem de ser desmanteladas pois acompanham o curso
de pedagogia desde a sua criação no Brasil em 1939 e permanece nos dias atuais.
Este artigo possibilitou refletir acerca de outros desafios não menos importantes a este
profissional como a necessidade de suporte aos professores em seus planejamentos, a fim de
que possam refletir e melhorar as suas práticas docentes como as metodologias utilizadas e o
olhar atento no modo e tempos diferenciados de cada aluno aprender. Também enfocou a
importância de o pedagogo atentar-se para o debate acerca das relações interpessoais, da
formação continuada do próprio Pedagogo e da interação com as famílias para que elas
cumpram o verdadeiro papel desta instituição que é o de acompanhar a vida escolar dos
filhos.
Assim como na Grécia Antiga, o pedagogo deve ser o condutor de crianças. E de uma forma
mais ampla, ele é o responsável pelo acompanhamento dos alunos, pelo suporte aos
professores desde o planejamento à execução das metodologias de trabalho, nos resultados e
em tantas outras tarefas pertinentes à aprendizagem que juntas formam a engrenagem escolar.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1998.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm Acesso
em: 10 de fevereiro de 2020.