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Manual de AQUAT ENG
Manual de AQUAT ENG
Faculdasde de Cências
Departamento de Química
1. INTRODUCAO
A Química analítica é o mais antigo ramo da química podendo ser considerada a mãe desta
ciência (Curtius, 1982, p.134). Sem o conhecimento da composição das substâncias não é
possível pensar em sintetizá-las. Assim, a química moderna tem se desenvolvido com ajuda da
química analítica. Mesmo leis básicas como a das proporções múltiplas, só puderam ser
estabelecidas quando os químicos já tinham um conhecimento razoável da análise de minerais
e compostos inorgânicos.
A química que a analítica tem dado apoio aos diagnósticos médicos, por exemplo, são cada vez
mais fundamentados nas análises clínicas. A agricultura moderna, a engenharia ambiental
também são exemplos de áreas de actuação da analítica. As indústrias, no geral, precisam ter
os seus processos e produtos controlados e monitorados por um laboratório de análise .
No século XX, o progresso da química analítica foi muito maior do que em toda a sua história
anterior, com grande desenvolvimento tecnológico dos seus métodos instrumentais, grande
publicação de artigos científicos e de livros acadêmicos (Curtius, 1982).
Quando um analista recebe uma amostra completamente desconhecida, a primeira coisa que
deve fazer é estabelecer que substâncias estejam presentes. Esse problema fundamental é, às
vezes, considerado na forma inversa, buscando indagar que impurezas estão presentes na
amostra. Essas questões pertencem ao domínio da química analítica qualitativa. A análise
qualitativa estabelece a identidade química das espécies presentes em uma determinada
amostra.
Calculamos os resultados de uma análise quantitativa típica, a partir de duas medidas. Uma
delas é a massa ou o volume de uma amostra que está sendo analisada. A outra é a medida de
alguma grandeza que é proporcional à quantidade do analito presente na amostra, como massa,
volume, intensidade de luz ou carga elétrica. Geralmente essa segunda medida completa a
análise, e classificamos os métodos analíticos de acordo com a natureza dessa medida final. Os
métodos gravimétricos determinam à massa do analito ou de algum composto quimicamente a
ele relacionado. Em um método volumétrico, mede-se o volume da solução contendo reagente
em quantidade suficiente para reagir com todo analito presente. Os métodos eletroanalíticos
envolvem a medida de alguma propriedade elétrica, como potencial, corrente, resistência e
quantidade de carga elétrica. Os métodos espectroscópicos baseiam-se na medida da interação
entre a radiação eletromagnética e os átomos ou as moléculas do analito, ou ainda a produção
de radiação pelo analito. Finalmente, um grupo de métodos variados inclui a medida de
grandezas, como razão massa carga de moléculas por espectrometria de massas, velocidade de
decaimento radiativo, calor de reação, condutividade térmica de amostras, atividade óptica e
índice de refração.
Uma análise quantitativa típica envolve uma sequência de etapas. Cada uma delas deve ser
considerada e conduzida cuidadosamente, de modo a diminuir ao máximo os erros e manter a
acurácia e reprodutibilidade.
1. 1. QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA CLÁSSICA:
Tem um desenvolvimento antigo (primeiras buretas no ano de 1806) mas são largamente
utilizados até hoje devido a suas vantagens: „ Rapidez, baixo custo, exatidão, possibilidade de
automação, bom desempenho e facilidade de operação.
O processo analítico sempre começa com uma questão que não é expressa em termos de análise
química (“Essa água é segura para se beber?”). Um cientista traduz tais perguntas na
necessidade de medidas particulares. Um químico analítico deverá escolher ou desenvolver um
procedimento para realizar tais medidas. Portanto, devem-se traduzir questões gerais em
questões específicas acessíveis para serem respondidas por meio de medidas químicas.
13. É essencial obter uma resposta rápida? Se for, com que rapidez?
14. Em que forma física se deseja a resposta (registro automático, relatório escrito, telefônico)
16. De quais facilidades especiais e não-comuns dispomos que possam influenciar na escolha
de um método (por exemplo, um reator atómico)?
Para a adequada seleção dos procedimentos analíticos se faz necessária a realização da pesquisa
bibliográfica. Através dela identifica-se procedimentos apropriados às análises e às condições
disponíveis. Pode-se também desenvolver procedimentos originais para a realização das
medições necessárias.
1. 4. ANÁLISE QUÍMICA
1. 5. RELATÓRIO E INTERPRETAÇÃO
Deve-se realizar uma documentação clara, um relatório completo de seus resultados, realçando
qualquer limitação especial. O relatório deve estar apropriado para o público pretendido.
1. 6. CONCLUSÕES
Utilizando os dados coletados, o analista poderá extrais suas conclusões, podendo até alterar
procedimentos como modificação do fornecimento de matéria-prima, implantação de novos
métodos analíticos, alterações no processo de fabricação.
A QUÍMICA ANALÍTICA
- Química Analítica Quantitativa: que abrange os métodos e técnicas usadas para determinar
as quantidades relativas dos componentes.
2. 1. Métodos Clássicos
A maior parte das análises, que utilizam os métodos clássicos , são realizadas por separação
das espécies de interesse (os analitos) de uma amostra através de processos como precipitação,
extração ou destilação.
Nos processos qualitativos, as espécies de interesse são tratadas com determinados reagentes
que resultam em produtos que podem ser identificados por suas cores, seus odores, suas
solubilidades em uma série de solventes, suas actividades ópticas ou de refração.
2. 2. Métodos Instrumentais
Nos Métodos Não Estequiométricos, certa propriedade física mensurável é usada como
medida da quantidade (ou concentração) da substância desejada. Eles se baseiam na medida de
propriedades que não podem ser diretamente relacionadas à quantidade da substância
procurada através das leis da estequiometria.
Os métodos não estequiométricos são relativos e, assim, requerem calibração prévia, tais como
os métodos de absorção atómica.
Amostra Analítica - pequena porção do material objeto da análise química que representa a
composição média qualitativa e quantitativa da população.
Amostragem - conjunto de operações que nos permite obter, partindo de uma grande
quantidade de material, uma pequena porção (amostra)
realmente representativa da composição média do todo.
Analito - espécie química presente na amostra cuja concentração se deseja determinar em uma
análise. Ex. Cálcio presente no leite, ácido acético no vinagre, colesterol no ovo, cromo do aço
inoxidável, etc.
Sinal Analítico (ou Sinal) - Resposta instrumental à propriedade do analito (absorbância,
intensidade de emissão, etc.)
Precisão - indica o grau de concordância entre resultados individuais dentro de uma série de
medidas. Em outras palavras, a precisão está relacionada com a reprodutibilidade ou
repetibilidade das medidas.
Garantir uma boa amostra Amostra representativa: pequena porção da população que mantém
as características da população Material
Preparação da Amostra
- converter esta amostra em forma apropriada para análise, isto é, a dissolução da amostra.
Estocagem
Se entre a amostragem e a análise houver uma diferença de tempo é necessário estudar as
condições corretas de estocagem. Podem ocorrer alterações nas características e composição
original da amostra. Perdas e contaminações Podem ocorrer: lixiviação, degradação, adsorção,
absorção, reações químicas, etc. Amostras líquidas são mais sensíveis do que amostras sólidas
Exemplo: estocagem em vidro => contaminantes metálicos podem lixiviar do vidro para o
líquido estocado e causando contaminação do mesmo
É importante escolher adequadamente: o material do frasco de amostragem e a temperatura de
estocagem (temperaturas de 4ºC diminuem os riscos de perdas na estocagem se comparado
com temperatura ambiente) verificar o tempo possível para a estocagem estudar a adição de
preservativos*
* Preservativos são substâncias adicionadas às amostras com a função de preservar a sua
integridade (composição e concentração). Exemplo de preservativos: ácido
Pré-Tratamento
Muitas vezes o único tratamento que a amostra precisa é de diluição (para atingir a
concentração de análise adequada) porém, algumas vezes a amostra precisa ser tratada ou
transformada antes da análise
Tratamentos adequados:
Redução das partículas => triturar
Eliminação de Humidade => secagem em estufa. Utilização de temperatura
Abertura da amostra sólida => adição de ácidos e aquecimento
Dissolução Homogeneização
Eliminação de interferentes => algumas substâncias podem ser adicionadas para eliminar
interferências.
Eliminação de partículas => filtração
Pré-concentração => diminuição de volume, Troca de solventes =>extração
3. TRATAMENTO DE DADOS
Algarismos Significativos
Quantos dígitos numéricos são necessários para expressar um resultado de modo que somente
o último seja duvidoso?
Algarismos significativos não quer dizer decimais
Exemplos: 15,1321g = 15132,1 mg (6 algarismos significativos)
1516; 151,6; 1,516; 0,1516 => 4 algarismos significativos
2g obtida em balança com ± 0,1g de precisão => correto é 2,0g ou 2,0x103 mg
Operações matemáticas:
Adição e subtração: mesmo nº de casas decimais que o menor.
Exemplo: 2,2g + 0,1145g= 2,3g
Multiplicação e divisão: mesmo nº de algarismos significativos que o menor
Exemplo: 25,00 x 0,10000 = 2,500
Incerteza relativa as vezes muda a regra geral
Exemplo: (24,95 x 0,1000) / 25,05 =0,09960 (pela regra), mas incerteza está na 4ª casa então
correto é 0,0996 Números exactos não contam.
Exemplo: 6 bolas x 3,375g= 20,25
Tipos de erros:
Determinados: apresenta um valor definido, pode ser medido
Indeterminados: não possuem valor definido, não podem ser medidos
Erros Determinados
Podem ser:
De método: associados a uma escolha incorreta do método de análise.
Ex: uso de indicador incorreto na titulação; solvente que solubiliza o precipitado (gravimetria)
Operacionais: relacionado a capacidade técnica do analista. Ex: não remover completamente
o precipitado; deixar béquer aberto, filtração incorreta, não secar direito o sólido
Podem ser:
Pessoais: associados a uma inaptidão ou limitação pessoal.
Ex: daltonismo, que dificulta a visualização da viragem do indicador; pré-julgamento; pré-
conceito.
Instrumentais ou de reagentes: relacionados aos materiais e equipamentos utilizados na
análise.
Ex: equipamento calibrado inadequadamente; impurezas de reagentes
Erros Indeterminados
Erros indeterminados: não podem ser localizados e corrigidos. São pequenas alterações
aleatórias que podem ser tratadas estatisticamente (precisão e valor mais provável). Seguem a
Lei de Distribuição Normal (distribuição Gaussiana).
Exatidão e Precisão
Exatidão: está relacionada com o erro absoluto, isto é, com a proximidade do valor medido
em relação ao valor verdadeiro da grandeza. Mede a veracidade da medida
EA = x −
Precisão: é a concordancia das medidas entre si e mede a dispersão entre os resultados ( maior
dispersão menor precisão). Pode ser expressa numericamente pelo desvio médio, desvio padrão
Desvios e Média
Se X1, X2, X3 ...XN é uma série finita de N medidas, média destas medidas é dada por
= média da amostra
μ = média da população
d i = xi -
Considerações:
O valor mais provável é a média aritmética μ
Desvios positivos σ e negativos -σ são igualmente prováveis
Desvios pequenos são mais prováveis que desvios grandes
Desvio padrão
Desvio padrão (σ)= desvio cujo quadrado é igual à média dos quadrados dos desvios:
Exemplo:
Um analista realizou 4 determinações de ferro, cuja média foi 31,40%, com uma estimativa de
desvio padrão de 0,11%. Qual o intervalo em que deve estar a média da população, com um
grau de confiança de 95%?
média da amostra= 31,40%
s = estimativa de desvio padrão= 0,11%
N=4
Grau de confiança= 95%
t= t Student (tabelado= 3,18)
μ= (31,40±0,17)%,
limites: 31,23% e 31,57%
Teste Q
Q = (Xn-Xn-1)
Xn – X1
É utilizado quando o número de medidas é igual ou inferior a 10, e rejeita valores críticos com
um nível de confiança de 90% e 96%
Procedimento:
1- colocar resultados em ordem crescente
1- Determinar diferença entre o maior e menor resultado
2- Determinar as diferenças entre o menor resultado e o mais próximo (módulo)
3- Dividir a diferença obtida em 3 pela faixa (obtida em 2)
4- Se Q > Qtab o menor valor é rejeitado
5- Se o menor valor for rejeitado, a faixa deve ser recalculada e o teste re-feito
6- Se o menor valor for aceito, testar o maior valor
Exemplo:
A determinação de %Cu forneceu os seguintes resultados:
15,42%; 15,51%; 15,52%; 15,53%; 15,68%; 15,52%; 15,56%; 15,53%; 15,54% e 15,56%.
Determine se todos os resultados devem ser considerados.
1- ordenar os resultados: 15,42; 15,51; 15,52; 15,53; 15,53; 15,54; 15,56; 15,56; 15,68
2- menor valor= 15,42%
3- Faixa 15,68 - 15,42= 0,26
4- Diferença entre menor e mais próximo: |15,42 - 15,51 =0, 09
5- Q= |15,42 -15,51| / 15,68-15,42
= 0,09 / 0,26= 0,35
6- Qtab= 0,412, com 90% de confiança, N=10
7- Q < Qtab, então o menor valor (15,42) é aceito
8- Testar o maior valor
9- Estabelecer nova faixa
10- Testar menor valor de novo
11- Continuar até menor e maior valores serem aceitos
ANÁLISE GRAVIMÉTRICA
Introdução
Vantagens:
Desvantagens
Demorados
Trabalhosos
Requer grande quantidade de amostra
Classificação
Pode ser classificado de acordo com a forma de separação do constituinte Gravimetria por
volatilização
Gravimetria por precipitação
Electrogravimetria
1) Preparação da solução
2) Precipitação
3) Digestão
4) Filtração
5) Lavagem
6) Secagem ou calcinação
7) Pesagem
8) Cálculos
Tipos de precipitados
Mecanismos de Precipitação
Uma solução está supersaturada quando contém uma quantidade de soluto dissolvido superior
à quantidade dissolvida em uma solução saturada.
região instável, supersaturação, formação do precipitado espontaneamente até Q atingir F
(concentração de equilíbrio do soluto).
Nucleação
Crescimento dos Cristais
Nucleação – formação de núcleos – é necessário um número mínimo de partículas que se
agrupem – agregação de pequenos iões ou moléculas.
.
Envelhecimento dos Precipitados ou digestão
Quando realizado a alta temperatura o processo é mais rápido, pois aumenta a solubilidade do
precipitado e as partículas menores dissolvem-se e depositam-se sobre as maiores.
Tipos de contaminação:
Coprecipitação
Pós-precipitação
Coprecipitação – é o arraste de substâncias estranhas pelo precipitado na sua formação. Pode
ser por:
Ex: Ca2+ com oxalato na presença de Mg2+. Se o precipitado for deixado em repouso em
digestão haverá precipitação de MgC2O4
Reações:
Filtração
Deve-se verificar a forma correta de filtração, de acordo com o tamanho das partículas
formadas. Geralmente pode ser filtro de papel ou vidro sinterizado (tipo Gooch)
Deve-se transferir primeiro o sobrenadante e por último o sólido, para evitar obstruções e
lentidão
Lavagem do Precipitado
O objetivo é retirar impurezas Alguns precipitados não podem ser lavados com água porque
pode ocorrer peptização (reverso da coagulação)
Solução ou solvente de lavagem deve ser volátil para ser removido na secagem ou calcinação
Quando uma lavagem é feita, deve-se testar se foi completa. Testar filtrado para presença de
reagente precipitante.
Ex: para AgCl lavagem pode ser feita com HNO3 e o teste de lavagem completa deve verificar
a presença de Ag+ no filtrado com HCl ou NaCl.
Secagem do precipitado
Se o precipitado formado já se encontra na forma correta, só é necessário secar para retirar água
ou eletrólitos adsorvidos: temperatura de 110-120°C, por 1 ou 2h
A calcinação é realizada para converter o precipitado na forma mais adequada para pesar.
Temperatura de 900-1000°C (aproximadamente).
(com aquecimento) por isso deve-se deixar a porta aberta ( no caso da mufla) até queimar todo
o papel.
Pesando e Calculando
Depois do precipitado ter sido seco ou calcinado e ter esfriado em dessecador, o mesmo pode
ser pesado com precisão
peso de X
%X 100
peso da amostra
Mas nem sempre a substância procurada é a mesma pesada. Nestes casos usa-se um factor
gravimétrico para relacionar os pesos das duas.
peso de Y F . peso de X
Onde:
Y=substância procurada
Compostos insolúveis.
Exemplos:
1. Ag+ + Cl - ==AgCl
A constante envolvida no equilíbrio de solubilidade é o produto de solubilidade, obtido pelo
produto ionico:
Kps= [Ag+ ]x[Cl-]= SxS =S2
Ag2CrO4 ' 2Ag+ + CrO4
Kps= [Ag+]2x[CrO42-]= (2s)2xS = 4S3
S= solubilidade
Precipitação só ocorre quando Kps é excedido: [Ag+ ].[Cl-] > kps, se o produto iónico é igual
ao Kps os iões permanecem em solução
Efeito do ião comum diminui a solubilidade.
Por exemplo, adição de Cl- no equilíbrio de formação de AgCl. Porém, excesso não pode ser
muito grande pois outras espécies solúveis podem ser formadas (como cloro complexos
solúveis: AgCl2-, AgCl3-.
Kps depende da temperatura, do solvente e as vezes o equilíbrio é influenciado pelo pH do
meio.
A Solubilidade de uma dada substância num solvente pode ser afectada por determinados
factores. Tai como:
a) a dependência da temperatura,
b) o efeito do ião comum,
c) o pH da solução,
d) os equilíbrios de complexação
• Dependendo do tipo de reacções que ocorrem quando da mistura das soluções, o Kps
pode aumentar ou diminuir. Assim, podem ocorrer dois casos distintos:
• Desta forma se justifica o facto de que quando se adiciona sulfato de sódio (Na2SO4) a
uma solução saturada de sulfato de alumínio (Al2(SO4)3), aumentando assim a
concentração do ião SO42-, uma parte do sulfato de alumínio em solução precipitará.
• Num equilíbrio de dissolução em que entrem iões OH-, tal como o equilíbrio de
dissolução do hidróxido de alumínio, por exemplo, o pH da solução irá afecta a
solubilidade do sólido.
Conceitos gerais
Volumetria
Envolve a medida do volume de uma solução padrão necessário para reagir essencial e
completamente com o analito.
Quais características principais para que uma reacção seja utilizada em titulometria?
1. Deve ser uma reação simples que possa ser expressa por meio de uma equação química, ou
seja, o analito deve reagir completamente com a solução titulante, em proporções
estequiométricas ou equivalentes.
3. No ponto de equivalência deve haver alguma alteração física ou química que possa ser
facilmente identificada. O uso de indicadores é bastante comum para facilitar a identificação
do ponto de equivalência ou final.
REAÇÕES QUÍMICAS EM VOLUMÉTRICA
– A reação deve ser quantitativa. Isto é, o equilíbrio da reação deve estar deslocado para direita.
Isto garante que uma mudança brusca ocorra no ponto final e permita obter a exatidão desejada.
Se o equilíbrio não for deslocado para direita a mudança será gradual, e será difícil detectar o
ponto final.
• na prática o final da titulação será determinado por uma indicação visual do final da reação
entre o reagente e o analito, o que é chamado de ponto final da titulação.
Outros recursos podem ser utilizados para identificar o ponto de equivalência em titulometria,
quando não se dispõe de um indicador apropriado, medindo alterações de:
PADRÕES
O padrão primário É um composto de elevada pureza química que serve como material de
referência para os métodos titulométricos de análises químicas quantitativas.
– Deve ser 100,00% puro, embora 0,01 -0,02% de impurezas sejam toleráveis se exatamente
conhecidas
– Se ele será utilizado em uma titulação, o padrão primário deve ter condições de ser titulado
(condições de titulação). Em particular o equilíbrio deve ser deslocado para direita para se obter
um bom ponto final.massa molar elevada para minimizar erros durante a medida de massa em
balança analítica.
– São preparadas pela dissolução de uma massa exacta de um material altamente puro, chamado
padrão primário, em um diluente com volume exatamente conhecido (balão volumétrico)
– Se o material disponível não é suficientemente puro, uma alternativa é preparar uma solução
de concentração conhecida e padronizá-la. Assim será obtido o padrão secundário.
Tipo de volumetria:
Formas de volumetria:
– Titulação indirecta (ou retrotitulação, back titration): ocorre quando uma quantidade de
reagente é adicionada em excesso em relação ao analito e o excesso é então titulado. Apresenta
vantagens quando o ponto final da titulação directa é difícil de ser obtida
• São gráficos de pH (ou outra alteração observável, como potencial, temperatura, pCl, etc) x
volume de titulante
Cálculos em volumetria:
M1V1 = M2V2
VOLUMETRIA ÁCIDO-BASE
• Na volumetria ácido-base o reagente deve ser um ácido forte ou fraco e o analito deve ser
uma base forte ou fraca (ou vice-versa).
ou
H+ +OH- H2O
À temperatura ambiente
Em água pura, as concentrações de H+ e OH- são iguais. Se há 10-7 moles/L de íons H+ então...
Conceito de pH
O pH foi inventado no início dos anos 20 como uma forma reduzida de escrever
pH = - log [H+]
Exemplo
pH = - log 10-3
pH= 3
HIDRÓLISE SALINA
• Todo o sal é formado p or um cátion e um ânion. Ex: NaCl
Note que a hidroxila da base (OH-) com o hidrogênio do ácido (H+) juntam-se
para formar a água, H2O.
• Ex: Na2SO4
2 NaOH + H SO Na SO + 2 H O
2 4 2 4 2
• Ex: CuSO4
2Cu(OH) +H SO + CuSO +3 H O
2 2 4 4 2
Como o anião sulfato vem do ácido sulfúrico, um ácido forte, este não sofre
hidrólise. Porém, o catião de cobre, que vem de uma base fraca, sofrerá
hidrólise
• Ex: NaCN
Como o anião cianeto vem do ácido cianídrico, um ácido fraco, este sofre
hidrólise. O catião sódio, que vem de uma base forte, não sofrerá hidrólise:
Note que o produto da hidrólise é o ião OH-, responsável pelo caráter básico.
Logo, quando temos um sal proveniente de um ácido fraco e uma base forte
temos um caráter básico quando este sal está dissolvido em água.
• Ex: NH4CN
NH OH + HCN NH CN+ H O
4 4 2
O anião cianeto (CN-) vem do ácido cianídrico, HCN; O catião amônio (NH4+)
vem da base hidróxido de amônio, NH4OH.
• Ex: NH4CN
Ka (ácido cianídrico)= 4,9 x 10-10
Kb (hidróxido de amônio) = 1,8 x 10-5 Como Kb > Ka, quem sofre hidrólise é
anião :
Note que o produto da hidrólise é o ião OH- Então, quando temos um sal
proveniente de um ácido fraco e uma base fraca devemos analisar os valores
de Ka e Kb quando este sal está dissolvido em água.
SOLUÇÃO-TAMPÃO
Para a formação de uma solução assim, mistura-se o ácido fraco com um sal
do mesmo anião desse ácido.
Com isso, o pH do meio praticamente não sofre alteração. No entanto, se for adicionado cada
vez mais ácido forte chegará o momento em que todo o anião acetato será consumido e o efeito
tampão cessará.
outra forma de calcular o pH de uma solução-tampão é utilizando uma expressão matemática
que relaciona o pH com o pKw e o pKb, como podemos observar abaixo:
Mas esses iões são neutralizados pelos iões H3O+1 liberados na ionização do ácido acético:
Com essa reação, a concentração dos iões H3O+1(aq) irá diminuir e haverá um deslocamento
do equilíbrio no sentido de aumentar a ionização do ácido e, com isso, a variação de pH da
solução será muito pequena. A concentração dos iões H3O+1(aq) será praticamente constante.
Nesse caso também existe uma capacidade limite do tampão. Portanto, se adicionarmos cada
vez mais base, o equilíbrio da ionização do ácido será mais e mais deslocado no sentido da sua
ionização, até que todo o ácido seja consumido
indicadores ácido-base
Os indicadores ácido-base são substâncias naturais ou sintéticas que possuem a capacidade de
mudar de cor de acordo com o pH do meio. Isso significa que quando esses indicadores de pH
são colocados em contato com uma solução ácida, eles adquirem determinada cor, mas quando
são colocados em meio básico, apresentam outra coloração.
Os indicadores ácido-base normalmente são constituídos de um ácido fraco ou uma base fraca
que entra em equilíbrio com a sua base ou ácido conjugado, respectivamente. O ácido fraco
possui uma cor, enquanto sua base conjugada possui outra, conforme mostrado a seguir. O
mesmo ocorre com a base fraca e seu ácido conjugado, ou seja, cada um possui uma cor.
Intervalo de
Mudança de cor de
Indicador viragem em
ácido para base
unidades de pH
CURVAS DE TITULAÇÃO
Chama-se curva de titulação uma representaçãográfica que mostra a maneira como varia
o logaritmode uma concentração crítica com a quantida de desolução titulanteadicionada.
O logaritmo dessa concentração crítica sofre uma variação notável nas imediações
do ponto de equivalência facto de grande importância na localização do ponto final da
titulação.
No ponto de equivalência
Após o ponto de equivalência
no início
A solução contém ácido clorídrico (que aindanão reagiu) e o sal formado na reação (NaCl).
O NaCl, por ser derivado de ácidos e bases fortes não sofre hidrólise, logo não tem efeitosobre o
pH do meio.
n = MV
Asolução contém apenas NaCl, sal derivado de ácido ebase fortes, gera solução de carácter
neutro.
pH = 7,0
H C l + N a O H → N a C l + H2O
nA = nB
MAVA=MBVB
50 x 0,1 = VB x 0,1
VB = 50mL
EX: VB= 75 mL
[H+] =√Kax0,1 =
A solução contém uma mistura de ácidoacético (que ainda não reagiu) e o sal
formadona reação (NaCH3COO).
A mistura é uma solução tampão ácida (ácidofraco + sal derivado desse ácido.
C Acido C sal
-
[ CH COOH ] = n CH3COOH - nNaOH
3
[CH3COO ] = nNaOH
Vt V
[CH3COO- ] = MBVB
n = MV VA + VB
[ CH3COOH ] = MAVA - MBVB
VA + VB
EX: VB= 25 mL
pH = pka + log Cs
Ca
no ponto de equivalência
Asolução contém apenas NaCH3COO-, sal dervado de ácido fraco base forte gera solução de
carácter alicalino. Ocore hidrólise do anião
CH3COOH + N a O H → N a CH3COO + H2O
nA = nB
VA MA = VB MB
50 x 0,1 = VA x 0,1
VB = 50ml
-
CH3COO + H2O ↔ CH3COOH + O H -
pH = 7 + 1 pka + 1 log Cs
2 2
-
[CH3COO ] = [NaOH] = MB VB = 0,1 x50 = 5x10-2
VA .VB 50x50
CURVAS DE TITULAÇÃO
V titulante pH
0 2,89
25 4,8
49 5 6.8
49,9 7,5
50 8,75
50,1 10
50,5 10,7
75 12,3
100 12,5
VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO
Formação de um Precipitado Colorido - Pode ser ilustrado pelo procedimento de Mohr usado
na determinação de Cl- e
Na titulação de uma solução neutra de, por ex., Cl- com AgNO3 (aq),adiciona-se uma
pequena quantidade de solução de K2CrO4 (aq) para servir como indicador.
MÉTODO DE MOHR
No ponto final os iões cromato combinam se com os íons prata formando cromato de prata, de
cor vermelha e pouco solúvel.
• Reações:
Kps = 1,2x10-1
Kps = 1,7x10-12
Exemplo: análise de 50,00 mL íons cloro (CI-) 0,0500M utilizando iões prata como titulante
(Ag+) 0,100M.
K (reação 1) =
• Substituindo:
[Cl-] = 2,50x10-2M
[Ag+]= 7,2x10-9
No ponto de equivalência:
[Cl-] = [Ag+]
[Ag+]=[Cl-]= x2
• Substituindo:
[Ag+] = 1,18x10-2M
CURVAS DE TITULAÇÃO
VOLUMETRIA DE COMPLEXAÇÃO
M+ + Y4- ⇆ MY -4 Kf’ = Kf x 4
a) No início da titulação
c) No ponto de equivalência
Cálculo do Kf´:
A) No início da titulação:
[Ca+2] = 0,01 mol L -1
pCa = -log(0,01) = 2,0
[Ca+2] = (0,01 mol L -1 x 50 mL – 0,01 mol L -1 x 20 mL) /50 mL +20 mL[Ca+2] = (0,5 –
0,2) mol L -1 x mL/70 mL = 4,29 x 10-3 mol L -1
= 5,2 x 10-7molL-1
pCa = 6,28
Ca* = soma das concentrações de todas as espécies de ligante (EDTA) contendo o ligante na
solução com exceção de CaY-2.
pCa = 9,56
O ganho de elétrons por uma outra espécie é a redução) Fe3+ + V2+ ↔ Fe2+ + V 3+
Exemplos:
Semi – reações:
Semi – reações:
Exemplo 3: reação que ocorre quando se mergulha uma lâmina de zinco metálico em uma
solução de sulfato de cobre.
Zn 0 Cu 2 ⇔ Zn 2 Cu 0
Semi-reações:
Zn0 ⇔ Zn 2 2e
A oxidação do zinco metálico
Numa reação redox o número de elétroõs cedidos por uma espécie deve ser IGUAL ao
número de elétroõs ganhos por outra espécie.
Oxidantes
KMnO4
K2Cr2O7
HNO3
Halogênios
H2O2
Redutores
• SO2
• H2SO3
• H2S
• HI
• SnCl2
• Zn, Fe e Al
Células eletroquímicas
Anodo:
Cátodo:
A ponte salina é uma solução de um eletrólito, por exemplo, cloreto de potássio, contida em
um tubo de vidro em forma de U, cujas extremidades em contato com as soluções dos béqueres
são fechadas com tampões de um material poroso.
A ponte salina proporciona um caminho para a migração dos íões sem que haja mistura das
soluções, para garantir a neutralidade nos compartimentos de uma célula eletroquímica.
POTENCIAL DE ELETRODO
Cada semicélula é caracterizada por um certo potencial de eletrodo que representa a tendência
das substâncias a se reduzirem ou se oxidarem.
O eletrodo adoptado como eletrodo padrão para medir o potencial de outros eletrodos foi o
eletrodo padrão de hidrogênio (EPH)
Ecélula E? EEPH
2 H + ( aq ) + 2e ⇔ H 2 ( g )
A este padrão foi atribuído o potencial de redução igual a zero (E0 = 0,000 Volt) a qualquer
temperatura.
Dependendo do tipo de semicélula com a qual é acoplado, o EPH pode comportar-se como
ánodo ou como cátodo, ou seja, sofrendo oxidação ou redução.
Equação de Nernst
Relaciona o Ecel com as concentações das espécies oxidada e reduzida ( reagentes e produtos
da reação).
Consideremos a reação:
aA bB ne cC dD
RT 0
(aC )c (aD )d
E = E - ln
nF (aA)a (aB )b
onde:
T = temperatura absoluta
F = constante de Faraday
3) Propriedades Ondulatórias
– A R.E. pode ser considerada “uma forma de energia radiante que se propaga como
uma onda”
– O movimento ondulatório é caracterizado por vários parâmetros: comprimento de
onda (), freqüência (), velocidade (c), amplitude (A), etc.
– Comprimento de onda () é distancia linear entre dois máximos ou mínimos de
onda
– O tem diversas unidades: micrometros (µm), nanômetro (nm) e Ângstron (A)
n = Cvácuo /Cmeio
• Obs.: na análise espectroscópica o termo mais usado é o
Sendo a invariante o deve diminuir quando a radiação(onda) passa do vácuo para
um meio material
4 )PROPRIEDADES ESPECTROSCÓPICAS
– Certas interações da R.E. com o meio material obrigou a tratar a R.E. como
constituída de partículas de energia (fótões ou quanta)
– Quando a R.E. é absorvida ou emitida ocorre uma transferência de energia de um
meio para outro.
– A energia de um fótão depende da freqüência da radiação:
E = h.
– Onde:
• E= energia em erg
• = frequência em Hertz
• h = constante de Planck = 6,6256 x 10-27 ergs
– Em termos de :
– E = h.v v = c/ E = h.c/
– Portanto um fótão de alta frequência (curto ) é mais energético do que um de baixa
frequência (longo )
5 ) Espectro Eletromagnético
• É um arranjo ordenado das radiações conforme seus comprimentos de onda
6) Absorção da R.E.
• A absorção da R.E. por um meio material é uma interação quantizada que depende
da estrutura das espécies atômicas ou moleculares envolvidas
• Quando um feixe de radiação atravessa um meio material, seu vetor campo elétrico
(E) actua sobre os átomos, moléculas e iões do meio e certas frequências são
seletivamente absorvidas
• A energia absorvida é fixada por átomos ou moléculas que, sofrendo excitação, passa
do estado fundamental para um estado excitado (estado energético superior)
• Átomos, moléculas e iões possuem número limitado de níveis de energéticos
• Ex: Na11 = 1s2 2s2 2p6 3s1
• Para a absorção ocorrer com fótão excitador deve possuir uma energia apropriada:
h = E
Onde:
h = energia do fótão
E = Diferença de energia o estado fundamental e o estado excitado
7) Absorção Atómica
– promoção de elétrões a estados de maior energia
– espectro de linhas
– As energias no U.V. e visível são suficientes apenas para provocar transições que
envolvem elétrões externos
8) Absorção Molecular
Et = Er + Ev + Ee
– Ev associada a vibração dos átomos na molécula “ocorrem na região do I.V. e são sempre
acompanhadas de transições rotacionais”
Princípios básicos
A=cl
A= absorbância
Desvios químicos
Desvios instrumentais
Fontes de radiação
Para que uma fonte de radiação seja considerada de boa qualidade deve:
-ser estável, isto é, a potência radiante deve ser constante. Além disso, deve ter vida
longa e preço baixo.
Lâmpada de catodo oco: tipo especial de fonte de linha. É preenchida com um gás
nobre, a fim de manter uma descarga de arco. O cátodo tem a forma de um cilindro oco, fechado
em uma extremidade, revestido com o metal cujas linhas espectrais se desejam obter. O ánodo
é um fio recto ao lado do cátodo. A energia do arco causa ejecção dos átomos metálicos do
revestimento do cátodo os quais, excitados, emitem os seus espectros característicos.
Isso permite uma concentração de energia num ponto muito pequeno, mesmo que esteja
numa distância considerável.
Monocromadores
São dispositivos essenciais dos espectrofotómetros e tem como função a seleção do
comprimento de onda e que se tem interesse para a análise. È constituído de uma fenda de
entrada de um elemento de dispersão de radiação e de uma fenda de saída. O elemento de
dispersão pode ser um prisma ou uma rede de difração.
Recipientes
As cubetas de vidro são usadas quando se trabalha na região do visível. Para a região
do ultravioleta, devem-se usar as cubetas de quartzo, que são transparentes à radiação
ultravioleta, pois o vidro absorve a mesma.
Uma cubeta ideal deve ser de 1 cm, para simplificar os cálculos da expressão da Lei de
Beer. As cubetas também podem ter dimensões diferentes, e esse dado deve ser considerado
na hora do cálculo.
←1 cm→
Cubeta convencional
Outras condições como pH, técnicas de extração por solventes, ajuste do estado de oxidação,
remoção prévia dos interferentes, controle da força iónica do meio, e as variações das
temperaturas também são observadas.
BIBLIOGRAFIA