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AULA 16 – O MOVIMENTO MODERNO NO BRASIL

Representantes: Lúcio Costa, Affonso Eduardo Reidy, Oscar Niemeyer, Roberto Burle
Marx, Gregori Warchavchik

O Movimento Moderno no Brasil toma um rumo diferente do resto do mundo, algumas


vezes criticado, outras vezes elogiado: A função deixa de ser o único ponto de partida,
aparecendo traços amorfos, curvados, sem resposta direta à lógica. Inspira-se na
natureza, “feita de imaginação”, “a curva sensual da mulher”, “livre”, onde “se sente a
arquitetura”.

Além do anterior, o Movimento Moderno brasileiro virou bandeira política do governo,


em um momento chave na história do Brasil na qual se forma a identidade nacional.
Hoje em dia no Brasil a arquitetura moderna ainda é popular, diferentemente de outros
países.

O Movimento Moderno foi introduzido no Brasil por:

-Gregori Warchavchik: Nascido na Ucrânia e nacionalizado brasileiro, projetou e


construiu para si o que é considerado a primeira edificação moderna do Brasil. A casa
localizada na Rua Santa Cruz, em São Paulo teve como objetivos muitos dos ideiais
modernistas. Trabalhou junto com Lúcio Costa. Niemeyer trabalhou nos seu escritório.

Casa modernista de Warchavchik (1927-1928, São Paulo, Brasil).


o Le Corbusier: Convidado para o projeto da sede do Ministério de Educação e

Saúde- MES, em 1936. Le Corbusier trabalhou 3 meses no Rio de Janeiro como

consultor do projeto. A influencia dele pode ser observar no resultado.


O MES foi considerado um sofisticado edifício do movimento moderno, inovando com
a introdução do brise-soleil e um sofisticado sistema de ventilação cruzada. O uso de
elementos formalistas, como os azulejos portugueses no térreo foi polêmico.

Edifício do MES (Rio de Janeiro, 1935). L. Costa, Niemeyer, C. Leão, A. Reidy, J. Moreira, E.
Vasconcellos, B. Marx. Le Corbusier participou como consultor.

Interior do edifício do MES, com os brise-soleil


Exemplos:

Lúcio Costa (1902-1988)

Filho de brasileiros, nasceu na França e estudou pintura e Arquitetura no Brasil, na


escola nacional de Belas Artes. Rompeu com a arquitetura Neoclássica, ensaiando com
projetos entre o Movimento Moderno e a Arquitetura Vernácula.

Parque Guinlé (1948)

Parque Guinlé (1948-1954, Rio de Janeiro, Brasil) Lúcio Costa.

A princípio, na década de 20, o projeto resumia-se em apenas jardins de um palacete


Neoclássico. Na década de 40 o parque foi transferido para o governo federal, onde foi
o projeto de urbanização foi desenvolvido por Lúcio costa, que propôs um conjunto de 6
edifícios residenciais. A princípio apenas 3 edifícios são construídos, onde um deles,
com implantação diferenciada e com fachada voltada diretamente para a rua,
possibilitou o uso misto da edificação, onde uma série de galerias comerciais foram
implantadas. A Parte interna ensaia com geometria estratificada: Apartamentos Simplex
e Duplex
Projeto original de Lúcio Costa, nota-se a implantação diferenciada do primeiro edifício

Planta

Planta
Utiliza cobogós na fachada para controle de insolação

Imagem da fachada com brises e cobogós como elementos de coposição.


Pavilhão do Brasil – Expo NY (1939)

Pavilhão do Brasil (1939, New Yorkl) Lúcio Costa e Oscar Niemeyer

Procura mostrar O Moderno e O Exótico, apresenta uma rampa curva na fachada, que
contrasta com o bloco suspenso sobre pilotis Apresenta curvas na parte interna e
posterior. Comunica-se com o movimento do corpo do visitante, o mezanino se curva
favorecendo os campos de visadas de vários observadores.

Plantas do Pavilhão

Plantas do Pavilhão
Edifício favorece os campos de visão

Referências e pesquisa adicional: http://www.archdaily.com.br/14549/classicos-da-arquitetura-parque-


guinle-lucio-costa/

Oscar Niemeyer (1907-2012)

Duramente criticado pelos modernistas Europeus ortodoxos, pela sua “falta de lógica
estrutural” se inspira em formas e curvas “sensuais”, mostrando um caminho diferente
na Arquitetura Moderna no Brasil.

Complexo Arquitetônico da Pampulha – Belo Horizonte, MG – Brasil

Croqui do Conjunto
Primeira obra claramente autoral de Niemeyer e referência na história da arquitetura
moderna brasileira. O obra faz parte de um projeto de modernização da capital mineira,
proposta pelo então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, que idealizou na
Pampulha, um local de lazer, com lago artificial para esportes náuticos, cassino para
jogos e boemia, uma Casa do Baile, conjugada a um restaurante e destinada a festas,
uma singela igreja para cerimônias religiosas e um hotel nunca construído.

Cassino da Pampulha (1940)

Atual Museu de Arte da Pampulha. Com interconexões dinâmicas de Rampas criam


uma complexidade do percurso desde o foyer com pé direito duplo até a sala de
espetáculos, criando um movimento que se rebate no exterior do edifício, pela
associação entre o prisma retangular e o salão oval.

Planta
Salão oval

Jogo de Percursos
Casa do Baile (1940)

Casa do Baile (1940, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil) Oscar Niemeyer.

Sobre Uma ilha artificial, estão implantadas formas sinuosas destinadas a abrigar um
restaurante e pista de baile descobertos. É uma obra que devido a liberdade plástica,
distancia-se da arquitetura funcionalista. A Marquise Ondulante abraça a zona de baile.

Planta

A marquise orgânica, como uma serpente, e a planta circular dão uma imagem emblemática a obra.
Vista do acesso à casa.

Casa das canoas (1953)

Casa das Canoas (1950-1954, Rio de Janeiro, Brasil) Oscar Niemeyer.

A planta livre levada ao deboche, ofendeu a muitos Europeus que a visitavam pela
forma orgânica do telhado, sem correspondência com a planta da casa. Niemeyer
reinterpreta os conceitos de Le Corbusier e sintetiza ali os procedimentos projetuais que
desenvolve por toda a sua carreira. Construída no entorno de uma grande rocha, tem
acesso pela estrada de Canoas em meio a floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro. O
terreno possui um declive acentuado, o que fez com que Niemeyer tirasse partido desde
desnível para acomodar as áreas íntimas numa parte inferior do terreno. Já os usos
coletivos estão numa explanada superior. Um telhado sinuoso se expande, remetendo a
liberdade da natureza.
Plantas dos níveis.

Croqui
Formas baseadas nas curvas da mulher

Interior da casa

Interior: sala de jantar.


Interior: sala de estar.

Interior
Edifício Niemeyer (1954)

Edifício Niemeyer (1954-1955, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil) Oscar Niemeyer.

Fugindo da geometria triangular do terreno, implanta-se uma torre de curvas sinuosas,


com utilização de brises horizontais, sem discriminar a orientação das obras do entorno.
Os 12 andares são descarregados sobre uma laje de transição de 2 metros,
redimensionando os pilares.

Vista aérea do Edifício


Interior de um apartamento

Planta Pavimento Tipo

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