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ALVAR AALTO (ATÉ 1976)

Alvar Aalto

Obras representantes:

1. Paimio Sanatorim (1929)

2. Villa Mairea (1939)

3. Mit. Dormitories (1948)

4. Prefeitura de Saynatsalo (1952)

5. Finlandia Hall (1971)

A primeira fase da sua carreira, (até a década de 30) Aalto


adere aos princípios da arquitetura do Movimento Moderno
europeu embora já tenha iniciado o caminho para o seu estilo
pessoal: A importância que dá ao estudo do pormenor, à
integração do edifício na paisagem e à exploração das
diferentes texturas dos materiais, tanto das novas tecnologias
como as mais tradicionais.
Para Aalto, a natureza intervém nas escolhas de projeto e condiciona o seu êxito final a ponto de se
notar o “culto à natureza” em suas obras.

Nas obras de Aalto, a união entre construção e natureza significa transformar e englobar a natureza
dentro e fora do edifício.

Com o desenvolvimento destes princípios, nos anos seguintes


Aalto desenvolve de uma arquitetura racionalista com ligações
à vanguarda européia para uma obra mais pessoal, explorando
as técnicas de construção tradicionais finlandesas e
integrando-as em edifícios modernos, experiências que têm o
seu auge na Villa Mairea em Noormarkku (1938-39), que aponta
novos caminhos para a evolução da arquitetura do Movimento
Moderno. Na década de 30 era já considerado um dos maiores
arquitetos da sua geração e um dos expoentes deste
movimento em cujos congressos (CIAM) participou ativamente.
Nesta época Aalto desenvolveu também o seu famoso
mobiliário de formas curvas, usando madeira, tecidos e ferro.
Cadeira Paimio.

Aalto também criou outros objetos, como estes copos com formato anatômico.

Após a segunda Guerra Mundial participou na reconstrução do


seu país e desenhou projetos urbanísticos para várias cidades.
A década de 50 foi marcada por uma internacionalização da sua
obra com encomendas de grande envergadura, como é o
exemplo das Residências para estudantes do Massachusetts
Institute of Technology em Cambridge nos EUA (1947-48). Nesta
fase a sua obra caracteriza-se pela utilização de formas
irregulares, superfícies curvas, assimetria e emprego
contrastado de materiais.

As suas obras denotam uma lógica clara e contundente, porém,


com uma força expressiva adaptando-se às circunstancias
diferentes do:

1. Programa Arquitetônico, necessidades inertes;

2. Lugar, topografia, vistas, etc.


Suas obras se inserem numa linha entre o funcionalismo
ortodoxo e a arquitetura vernacular, com uma visão pessoal.
Rompe com o rigor do angulo reto quando necessário, perdendo
o “rigor demonstrativo” de funcionalidade, mas respondendo a
lógica e adquirindo “calor e cordialidade”

1. Paimio Sanatorim – Paimio, Filândia (1929-33)

Paimio Sanatorium (1928-1933, Paimio, Finlândia) Alvar Aalto. Vista do pátio de entrada.

O Paimio representa o ápice da pesquisa de Aalto sobre a


funcionalidade ortodoxa. Tendo como referência para o projeto
o quarto do paciente, todo o resto da unidade foi pensada em
função do doente: suas dimensões, suas cores, os materiais
utilizados, fontes de luz e aquecimento, posicionamento e
desenho de janelas, mobiliário fixo (os móveis também foram
projetados por Aalto), enfim, tudo foi pensado nos mínimos
detalhes tendo em vista as necessidades dos enfermos.

Pavilhão corresponde ao eixo heliotérmico.

Além do sanatório, posteriormente, entre os anos 50 e 60, foram


construídos dois blocos residenciais destinados aos médicos e
enfermeiros.
Aalto propõe uma implantação fortemente integrada com a
natureza ao redor por articular três blocos abertos, em forma de
leque. Cada bloco, o de ambientes coletivos (refeitório, espaço
para recreação, etc), o do hospital (quartos e solário) e o de
serviços (cozinhas, lavanderias, etc), estão ligados por um
sistema de espaços e caminhos, voltados para um pátio interno,
que é também a entrada principal.

Entrada principal

Solário

A longa ala dos quartos, conclui-se a leste com a estrutura do


solário. A obra utiliza concreto armado e a estrutura se projeta
para o bosque, gerando maior integração com a natureza, num
caminho que prossegue jardim abaixo.
Vista externa, integração entre natureza e estrutura.

2. Villa Mairea- Noormakku, Finlândia (1938-39)

Villa Mairea – Noormarkku (1937-1939, Finlândia) Alvar Aalto. Vista externa da parte frontal.

Um dos projetos mais famosos de Aalto, ali vê como o arquiteto


coloca em prática a razão e emoção. Há também referências a
sua terra: raízes, florestas, lagos, etc. O projeto utiliza materiais
tradicionais como o tijolo pintado, ladrilho, pedra, madeira
natural (Vernáculo Vs. Modernismo) e evoca a posição entre o
artificial e o natural.
Contraste entre o natural e o artificial.

Planta.

O entrelaçado entre os dois blocos em “L” gera uma espécie


de pátio interno que interliga a floresta ao redor da casa ao
jardim, para onde estão voltados os principais ambientes da
casa. O sistema de caminhos é a sustentação da casa, da
entrada (uma “cabeça artificial”), o olhar se move para a sala de
estar e em seguida pelo jardim, guiado por um baixo pórtico
lateral (uma cobertura herbo natural) que se conclui na sauna
(a “calda”).
Madeira: Zonas públicas; Branco: Zonas privadas

Entrada da casa

Detalhe do pórtico
Área externa

Interior

Interior
3. Mit. Dormitories – cambridge, EUA (1948)

MIT Dormitories (1946-1948, Cambridge, Massachusetts) Alvar Aalto. “Baker House Dormitory”.

O projeto consiste na ideia de dilatar o pequeno espaço entre o


rio, criando com o edifício uma espécie de enseada artificial
(novamente a conexão com a natureza), de uma forma que de
um lado afasta o dormitório de uma das principais vias da
cidade, com um grande tráfego e por outro garantia um diálogo
privilegiado com a água através de vistas e ângulos sempre
diferentes.

Planta do edifício

A obra leva a característica orgânica dos projetos de Aalto. A


linha sinuosa que define a parte frontal do campus, se
contrapõe à linha ondulada que distingue a frente dos quartos
voltados para o rio. A linha sinuosa do corpo principal
se contrapõe à justeza do corpo mais baixo da entrada, que é
intencionalmente utilizado por Aalto como um percurso entre o
rio e o interior do Campus.
Vista por satélite – O domrmitório e o Rio

Vista aérea aproximada

A expressividade da obra é acentuada pelos materiais, são


utilizados revestimento de tijolos refratários do corpo alto, e
placas de mármore cinza do volume baixo, onde se encontra o
restaurante.

Vista externa

3. Prefeitura de Saynatsalo (1952)


Prefeitura de Saynatsalo (1949-1952, Finlândia) Alvar Aalto.

De um grande projeto urbanístico para a cidade de Saynatsalo,


com vários edifícios para a cidade, somente um saiu do papel, A
prefeitura de Saynatsalo. O projete consiste, além dos
escritórios e sala de conselho, uma biblioteca e algumas
habitações e lojas. O edifício consiste em dois pavimentos
dispostos ao redor de um pátio elevado em um aterro de cerca
de 3m em relação à rua. As lojas no andar inferior ficam
voltadas para a rua, enquanto a parte superior fica voltada para
o pátio, para onde estão dispostas as partes mais importantes
da prefeitura. O acesso ao pátio se dá por duas escadas, uma
grande escada feita de granito e outra escada irregular
recoberta por grama.

Vista externa
Escada de granito que dá acesso ao pátio central

Escada coberta por grama, outro acesso ao pátio central.

As referências ao classicismo são inúmeras: A ágora grega, o


capitólio romano, as torres cívicas de muitas cidades italianas,
todas revividas nesse projeto sem nenhuma alusão direta ou de
maneira nostálgica. Outra atitude moderna de Aalto trata-se do
uso de tijolos como revestimento de todo o edifício, dialogando
com a tradição histórica sem se tornar uma imitação de outras
épocas.

Planta do térreo.

Planta cobertura.
Aalto inventa uma nova estrutura de madeira para o telhado, em forma de leque, na cobertura da sala
do conselho.

Corte da sala do conselho.


Todo o revestimento é feito por tijolos aparentes.

Vista externa – as lojas.

5. Finlandia Hall – Helsinque (1971)

Finlândia Hall – Helsinki (1967-1971, Helsinki, Finlândia) Alvar Aalto.

O Finlândia Hall é outro resultado único de um grande projeto


urbanístico de Aalto, desta vez, para a capital da Finlândia,
Helsinque. O projeto compreende, além da ala de congresso, um
grande auditório de 1700 lugares e uma sala para concertos de
música. As três partes estão ligadas por um grande Hall que por
sua vez se volta para o lago.
Planta – Nota-se a implantação do auditório em esquema de leque

O ponto forte do projeto está no estudo da seção das salas e na


atenção dedicada aos problemas de isolamento acústico que
tiveram influência até mesmo na idealização do sistema
estrutural. Como revestimento da edificação, foram utilizado
placas de mármore carrara.

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